Foto da semana.

Ex-capelão anglicano da rainha da Inglaterra se tornará católico neste domingo

LONDRES, 18 Dez. 19 / 04:00 pm (ACI).- O bispo anglicano e ex-capelão da rainha da Inglaterra, Gavin Ashenden, será recebido na Igreja Católica, em 22 de dezembro, quarto domingo do Advento.

Nesse dia, o Bispo de Shrewsbury (Reino Unido), Dom Mark Davies, conferirá na catedral local o sacramento da Crisma a Ashenden, cuja esposa se converteu ao catolicismo há dois anos na mesma diocese.

“Tendo chegado a acreditar que as afirmações e a expressão da fé católica são a mais profunda e potente expressão da crença apostólica e patrística e, ao aceitar o primado da tradição petrina, agradeço ao Bispo de Shrewsbury e à comunidade católica de sua diocese pela oportunidade de emendar 500 anos de história fraturada e me reconciliar com a Igreja que deu origem à minha tradição anterior”, disse Ashenden.

O ex-capelão da rainha da Inglaterra também agradeceu “pelo exemplo e pelas orações de São John Henry Newman”, canonizado em outubro deste ano no Vaticano, o qual “fez o melhor que pôde para ser um anglicano fiel e depois para renovar sua fé à mãe Igreja com o vigor e a integridade da tradição católica”.

“Agora, como naquela época, sua experiência influencia a nossa para mostrar que a Igreja da Inglaterra se inclina a criar raízes em uma cultura secularizada, em vez de criá-las na integridade e na visão dos valores bíblicos, apostólicos e patrísticos”, acrescentou Ashenden.

Gavin Ashenden cresceu em Londres e em Kent. Estudou direito na Bristol University. Formou-se para o sacerdócio na Igreja da Inglaterra (Anglicana) no Oak Hill College e foi ordenado em 1980.

Serviu como pároco durante 10 anos e ensinou por 23 anos Literatura e Psicologia da Religião na Universidade de Sussex. Também obteve um doutorado sobre a obra de Charles Williams, poeta, romancista e teólogo britânico. Foi membro do Sínodo da Igreja Anglicana por 20 anos e foi nomeado capelão da rainha em 2008.

Foi ordenado bispo na Christian Episcopal Church, uma comunidade anglicana, em 2013.

Em 2017, renunciou à Casa Real e às ordens recebidas na Igreja Anglicana depois de testemunhar a leitura de uma passagem do Corão Muçulmano em uma catedral episcopaliana (anglicana) na Escócia. “Isso não deveria acontecer na Santa Eucaristia e, particularmente, em uma cuja intenção é celebrar Cristo, a Palavra que se fez carne e veio ao mundo”, disse à BBC naquela ocasião.

No final do mesmo ano, Ashenden deixou a Igreja da Inglaterra “convencido de que a consagração das mulheres no episcopado representava a substituição dos padrões apostólicos e bíblicos da cultura pelos valores do marxismo cultural, para acomodar a Igreja da Inglaterra com a perspectiva secular e radical em relação ao gênero”.

Ashenden também criticou um bispo episcopaliano que pronunciou um sermão enquanto utilizava uma espécie de parque de diversões construído dentro da Catedral de Norwich. Isso, disse, “foi um erro” e a “catedral não é para isso”.

Gavin Ashenden também comentou que a oração do Terço e o estudo dos milagres eucarísticos o ajudaram em seu caminho para a Igreja Católica.

Dom Mark Davies disse sobre Ashenden: “Estou muito honrado de poder receber um bispo da tradição anglicana na plena comunhão da Igreja no mesmo ano da canonização de São John Henry Newman”, que também se converteu do anglicanismo.

“Sou consciente do testemunho que Gavin Ashenden deu no espaço público da fé histórica e dos valores sobre os quais se constrói a sociedade. Rezo para que seu testemunho continue e seja um incentivo para muitos”, acrescentou.

Cerimônia anglicana na Basílica de São Pedro causa perplexidade.

Por FratresInUnum.com: O anúncio feito há poucas semanas, pouquíssimo divulgado, de que um grupo de anglicanos teria o uso do altar da cátedra, na Basílica de São Pedro, não foi levado a sério. Não havia confirmação oficial da Santa Sé, nem divulgação nos meios de comunicação considerados confiáveis.

No entanto, na segunda-feira, 13 março, como noticia o site Magnificat Media, “um grupo de Anglicanos fez uma apresentação da Evensong (o equivalente às Vésperas Católicas), na Basílica de São Pedro. David Moxon, o equivalente a um arcebispo anglicano que dirige o Centro Anglicano de Roma, presidiu o evento sacrílego. Papa Francisco não estava presente”.

Continua, atônito, o site tradicionalista: “Que esta cerimônia blasfema tenha sido realizada na Basílica de São Pedro, a sede do Bispo de Roma, o coração da Cidade Eterna, torna tudo ainda mais ímpio. É de se perguntar a que religião exatamente pertencem os Bispos e Cardeais que participaram dessa liturgia. Certamente não é a mesma religião de São Paulo que na Grécia disputou com não católicos. Certamente não é a religião de Santo Agostinho, que debateu com os Donatistas. E mais definitivamente não é a religião do Concílio de Trento, que anatematizou aqueles que rejeitam o Ofício Petrino”.

anglican
Tweet do Centro Anglicano de Roma anuncia celebração.

A realização da cerimônia deixou perplexos muitos católicos, considerando ainda que, segundo testemunhas, houve participação de membros do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e do Secretário da Congregação para o Culto Divino. “Parece verdade”, reagiu à publicação do Centro Anglicano de Roma, no Twitter, um fiel resignado. O tweet (imagem acima) que dizia “Uma Igreja! Uma fé! Um Senhor! Evensong no coração da Igreja Católica”, assim foi respondido na rede social por nossa colaboradora Gercione Lima: “O que você quer dizer? Tem a intenção de renunciar à heresia anglicana e aderir à Fé Católica?”.

Rezemos para que assim seja!

Também o importante vaticanista Marco Tosatti repercutiu o acontecimento. “Ontem à tarde, pouco depois do momento em que, na Basílica de São Pedro foram celebradas as Vésperas com os expoentes da Igreja Anglicana, algumas dezenas de pessoas recitavam um rosário de reparação pela unidade da Igreja na Praça de São Pedro. Ao mesmo tempo, através de compartilhamento em redes, muito mais gente se unia em oração, cada um de onde se encontrava”.

Relata o vaticanista que um grupo que rezava em reparação na Praça de São Pedro era “bastante heterogêneo”, “composto por pessoas que circulam nos ambientes Ecclesia Dei, na Fraternidade São Pio X, bem como pessoas de inspirações diferentes. A Fraternidade São Pio X oficialmente aderiu ao evento através da organização de uma missa e depois pela recitação do rosário liderada por um de seus sacerdotes. É interessante essa participação, se considerarmos o que tem sido dito sobre um possível acordo entre a Fraternidade e a Santa Sé, o qual seria iminente”.

Leigos anglicanos dizem não à ordenação episcopal de mulheres. Ou até onde o princípio de adaptação ao mundo pode chegar.

Oportuno questionar: como o senhor Rowan Williams é convidado a discursar no Sínodo dos Bispos católicos ocorrido recentemente em Roma?!

IHU – Surpresa na Igreja da Inglaterra. Depois de 12 anos de procedimentos, de votações intermináveis, de discussões ferozes, o Sínodo rejeitou nessa terça-feira, 20 de novembro, a possibilidade de nomear bispas mulheres. A decisão provocou uma grande surpresa e consternação entre os próprios anglicanos. Após o resultado, obtido com apenas seis votos de diferença, grupos de mulheres desoladas e com lágrimas nos olhos se consolavam no anfiteatro da Church House, em Londres, onde se realizou a votação.

A reportagem é de Eric Albert, publicada no jornal Le Monde, 22-11-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

A decisão final surpreendeu, porque a grande maioria da Igreja da Inglaterra é favorável a essa medida. Votaram a favor quase três quartos dos membros do Sínodo. Mas as regras muito democráticas dessa Igreja exigiam uma maioria de dois terços em três Câmaras: a dos bispos, a do clero e a dos leigos. As duas primeiras se pronunciaram amplamente a favor da medida. Mas a terceira não, em que foram contados 132 votos a favor e 74 contra. Uma mudança de seis votos ou uma abstenção de nove contrários teria permitido que a medida fosse aprovada.

Estou decepcionado“, admitia logo após a votação Rowan Williams, arcebispo de Canterbury, chefe da Igreja, que tenta há uma década encontrar um compromisso entre os dois lados. “É uma decisão que será difícil que o restante da sociedade compreenda. É uma péssima notícia para a Igreja da Inglaterra”, acrescentou Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford.

A rejeição é ainda mais surpreendente porque as mulheres podem se tornar sacerdotisas desde 1992. À época, a decisão havia provocado fortes tensões, e muitos anglicanos haviam realizado a secessão, unindo-se à Igreja Católica. Hoje, as mulheres representam quase metade das novas ordenações. Permitir que elas se tornassem bispas parecia lógico. Parecia até inevitável, dado que 42 das 44 dioceses haviam votado a favor da medida.

Quase a metade das “províncias” anglicanas do mundo (a Igreja da Inglaterra representa apenas duas) já aceitam o princípio das bispos mulheres. Por uma coincidência de calendário, a África do Sul escolheu no dia 20 de novembro a sua primeira bispa mulher, que assumiu na Suazilândia. “Talvez seja a hora de que a Inglaterra tenha aulas com a mama África”, dizia um membro do Sínodo, antes do resultado da votação.

Quem se opôs a essa mudança, por razões teológicas diversas, foram duas correntes: os anglocatólicos, ou seja, o ramo tradicionalista, e os evangélicos anglicanos. Mas o resto da Inglaterra há muito tempo não tenta mais convencê-los. O objetivo das discussões é apenas o de encontrar para eles um espaço à parte, respeitando as suas crenças.

Por exemplo, foi introduzida uma disposição que prevê que uma bispa mulher possa delegar os seus poderes a um homem nas paróquias tradicionalistas. Intermináveis debates nasceram a propósito dos detalhes concretos dessa disposição. Na verdade, os contrários a julgavam vaga demais e temiam se tornar anglicanos de “segunda classe”.

A votação da terça-feira pôs fim a esse conflito, mas Stephen Cottrell, bispo de Chelmsford, advertiu: “A questão das bispas mulheres certamente será reproposta em alguns anos”.

E os anglicanos tradicionalistas dizem “não” ao Papa.

Por Giulia d’Amore

Traditional Anglican Communion - Ordenação do Diácono Anthony Murley.
Traditional Anglican Communion - Ordenação do Diácono Anthony Murley.

Segundo o site italiano La Bussola Quotidiana (LBQ), os Anglicanos Tradicionalistas, sem dar maiores explicações e agradecendo a generosidade do Papa com sua Anglicanorum Coetibus, dizem NÃO a Roma. Este grupo – Traditional Anglican Communion (TAC) – contaria com mais de 400 mil almas e se opõe, há tempos e abertamente, ao Arcebispo de Canterbury.

O Colégio de Bispos da TAC reuniu-se em Johannesburgo (África do Sul), entre os dias 28 de Fevereiro e 1º de Março, e chegou à conclusão de que, por agora, preferem permanecer fora da Igreja, embora os anglicanos não tenham explicitado claramente os motivos. Além disso, depuseram, por unanimidade, o primaz, o australiano John Hepworth, protagonista da reaproximação com Roma. Ele era o primaz desde 2003.

Os boatos dão conta de que Hepworth, ordenado padre católico em Adelaide (Austrália) em 1968 – teria sofrido abusos sexuais por parte de padres católicos, quando seminarista e, depois, ele mesmo padre católico, em Melbourne, na Austrália. Em 1976, voltou à Grã Bretanha e abjurou a Fé Católica para entrar na Igreja Anglicana d’Austrália. Depois de denúncias, recebeu setenta e sete mil dólares da Diocese de Melbourne. A Diocese de Adelaide, que também estaria envolvida, rejeitou categoricamente qualquer responsabilidade sobre os fatos. Traduzindo, não indenizou monetariamente ao Hepworth.

Contudo, esse fato poderia justificar, segundo o LBQ, no máximo, a deposição do prelado “mal falado”, não certamente a escolha de detonar um acordo que salvaria tantas almas, “virando as costas” ao Ordinariato.

Há quem diga que a cúpula da TAC tenha ficado escandalizada com tantas denúncias – muitas das quais verdadeiras – de abusos sexuais envolvendo o clero católico.

Outros dizem que as recentes trocas de farpas nos palácios pontifícios tenha prejudicado a causa.

Por fim, há quem comenta que o próprio encontro de Johannesburgo não tenha sido legítimo porque feriria a Concordata de 1990 (emendada em 2003), representando, praticamente, um cisma dentro do cisma.

Fato é que a Traditional Anglican Communion declinou o gentil convite da Anglicanorum Coetibus para voltar à Igreja Católica.

900 Anglicanos entram na Igreja na Páscoa.

Catholic Culture Cerca de 900 Anglicanos, incluindo 61 clérigos estão entrando na Igreja Católica nesta Páscoa como membros do Ordinariato Pessoal de Nossa Senhora de Walsingham nesta Páscoa.

O ordinariato pessoal é uma nova estrutura eclesiástica, estabelecida pelo Papa Bento com a sua constituição apostólica Anglicanorum Coetibus como meio de dar as boas vindas aqueles anglicanos que desejaram entrar na Igreja Católica. O ordinariato permite que as comunidades anglicanas mantenham suas tradições litúrgicas e pastorais distintas, estando ao mesmo tempo em plena comunhão com a Santa Sé.

Para finalizar o caso Santa Maria: bispos “católicos” assistem à “ordenação” anglicana. A tropa de choque dos tradicionalistas.

A 'ars celebrandi' anglicano: na foto, "bispos" e "bispas" "sagram" novo "bispo" anglicano. Destaque para a belíssima mitra e capa usada pelo "bispo" sagrador principal.
A ars celebrandi anglicano: na foto, "bispos" e "bispas" "sagram" novo "bispo" eleito. Destaque para a "belíssima" mitra e capa usada pelo "bispo" sagrador principal.

Terminou a novela envolvendo a “sagração” episcopal anglicana em Santa Maria, RS. Inicialmente programada para se realizar na catedral católica da cidade, os protestos dos católicos, tendo peso decisivo os leitores deste blog, fizeram com que o senhor bispo de Santa Maria, Dom Hélio Rubert, cancelasse o empréstimo. Nossos amigos acompanharam todos os capítulos: o emprestanão emprestaempresta de novo de Dom Hélio, as manifestações de ódio à Igreja Católica dos ultra-ecumênicos e amorosos anglicanos, a assinatura de um credo ecumênico por autoridades católicas e anglicanas de Santa Maria, e, como não poderia faltar… a condenação dos malvados tradicionalistas.

* * *

Neste último quesito, não poderíamos deixar de destacar a entrevista concedida pelo Padre Gabriele Cipriani — de amplíssimo e desqualificado currículo: formado em Filosofia e Teologia e doutor em Letras pela Universidade dos Estudos de Nápoles, com tese intitulada Itinerário ecumênico de João XXIII. Lecionou História do Cristianismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) e no ISTA de Belo Horizonte. Foi assessor de Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso na CNBB e secretário do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs – Conic.

Para o sacerdote, “o fato ocorrido em Santa Maria é grave e fere profundamente os princípios e as normas da Igreja Católica sobre ecumenismo. É um fato lamentável, que não deveria ter acontecido e que o Bispo diocesano e outras autoridades da Igreja Católica deveriam ter evitado. As autoridades da Igreja Católica, ainda que pressionadas por grupos de fanáticos, tinham a obrigação não somente de instruir, ensinar, falar com autoridade e dar o exemplo de como os católicos devem agir em circunstâncias como aquela que se apresentou, mas não podiam recusar a hospitalidade na catedral católica de Santa Maria para a sagração do bispo eleito da Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, cônego Francisco de Assis Silva”.

Prossegue o reverendíssimo ex-secretário do Conic, a respeito dos católicos “radicais” presentes em Santa Maria e em muitos outros lugares: “São como uma tropa de choque organizada para assumir liderança na Igreja Católica e levar a cabo a obra de restauração de um antigo regime eclesial e político considerado, por muitos, definitivamente ultrapassado a partir do Vaticano II. Aquele de Santa Maria, portanto, não é somente um fato lamentável, mas é o sintoma de uma enfermidade crescente no meio católico”.

* * *

A “sagração”, enfim, ocorreu na Catedral Anglicana do Mediador. Compareceram, mui cordialmente, os senhores bispos Dom Sinésio Bohn, emérito de Santa Cruz do Sul, e o próprio  Dom Hélio Adelar Rubert.

Tudo isso não impediu (ou ao menos postergou um pouco mais tal processo que já vinha se arrastando há tempos) que, na última quarta-feira, a diocese de Santa Maria fosse alçada à categoria de arquidiocese e, consequentemente, Dom Hélio Rubert elevado à dignidade de arcebispo!

Escândalo em Santa Maria (RS): “Ordenação” anglicana em catedral Católica!

Clique para ampliar o convite.

Com espanto recebemos, de um grupo de fiéis de Santa Maria, Rio Grande do Sul, a notícia de que um simulacro de ordenação episcopal anglicana ocorrerá na catedral Católica de sua diocese (fontes aqui e aqui). Ao ceder de bom grado e ecumenicamente o uso de sua catedral, Dom Hélio Adelar Rubert repete o mesmo ato já realizado anos antes sob o episcopado de Dom José Ivo Lorscheider.

Conclamamos nossos leitores a enviar seus respeitosos protestos às autoridades competentes, não deixando também de fazer chegar seu assombro aos ouvidos de Dom Hélio Adelar Rubert, bispo diocesano de Santa Maria (bispado@terra.com.br; domhelio@terra.com.br).

Questionamos ainda quantas vezes o senhor bispo cedeu sua catedral para o uso de padres verdadeiramente católicos na celebração dos sagrados mistérios no rito romano tradicional.

NUNCIATURA APOSTÓLICA – DOM LORENZO BALDISSERI
Av. das Nações, Quadra 801 Lt. 01/ Cep 70401-900 Brasília – DF
Cx. Postal 0153 Cep 70359-916 Brasília – DF
Fones: (61) 3223 – 0794 ou 3223-0916
Fax: (61) 3224 – 9365
E-mail: nunapost@solar.com.br

CONGREGAZIONE PER LA DOTTRINA DELLA FEDE
Eminência Reverendíssima Dom William J. Levada, Prefeito desta egrégia Congregação,
Palazzo del Sant’Uffizio, 00120 Città del Vaticano
E-mail: cdf@cfaith.va

CONGREGAZIONE PER IL CULTO DIVINO E LA DISCIPLINA DEI SACRAMENTI
Eminência Reverendíssima Dom Antonio Cardeal Cañizares Llovera, Prefeito desta egrégia Congregação,
Palazzo delle Congregazioni
Piazza Pio XII, 10
00120 CITTÀ DEL VATICANO – Santa Sede

CONGREGAZIONE PER I VESCOVI
Eminência Reverendíssima Dom Marc Cardeal Ouellet
Palazzo della Congregazioni, 00193 Roma, Piazza Pio XII, 10
Telefone: 06.69.88.42.17
Fax: 06.69.88.53.03

CONGREGAZIONE PER IL CLERO
Eminência Reverendíssima Dom Mauro Cardeal Piacenza
Palazzo delle Congregazioni, 00193 Roma, Piazza Pio XII, 3
Telefone: 06.69.88.41.51
Fax: 06.69.88.48.45

O Papa no Reino Unido: o ecumenismo visa “a restauração da plena comunhão eclesial em um contexto no qual o intercâmbio recíproco de dons de nossos respectivos patrimônios espirituais enriqueça-nos a todos”.

Agradeço ao Cardeal O’Brien e ao Arcebispo Nichols pelas suas palavras e, ao fazê-lo, recordo que recentemente tive a oportunidade de cumprimentar a todos vós em Roma, por ocasião das visitas ad Limina de vossas respectivas Conferências Episcopais. Falamos então de alguns dos desafios que enfrentais ao apascentar vossos fiéis, em especial a urgente necessidade de anunciar novamente o Evangelho em um ambiente muito secularizado. Durante minha visita, percebi com clareza a sede profunda que o povo britânico tem da Boa Nova de Jesus Cristo. Deus vos escolheu para oferecer-lhes a água viva do Evangelho, encorajando-lhes a colocar suas esperanças não em vãs seduções deste mundo, mas nas firmes promessas do mundo vindouro. Ao anunciar a vinda do Reino, com sua promessa de esperança para os pobres e necessitados, enfermos e idosos, nascidos e desamparados, certificai-vos de apresentar em sua plenitude a mensagem do Evangelho que dá vida, inclusive aqueles elementos que colocam em questão as opiniões correntes da cultura contemporânea. Como sabeis, criei recentemente o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização dos países de antiga tradição cristã, e animo-vos a fazer uso de seus serviços ao cumprir vossas tarefas. Além disso, muitos dos novos movimentos eclesiais têm um carisma especial para a evangelização, e sei que continuareis estudando os meios adequados e eficazes para que participem na missão da Igreja.

[…] Por fim, gostaria de falar convosco acerca de duas questões específicas que afetam vosso ministério episcopal neste momento. Uma delas é a iminente publicação da nova tradução do Missal Romano. Quero aproveitar esta oportunidade para agradecer-vos pela contribuição que tendes feito, com muito cuidado, revisando e aprovando colegialmente os textos. Isso servirá de grande auxílio para os católicos de todo o mundo de língua inglesa. Animo-vos a aproveitar a oportunidade que oferece a nova tradução para uma catequese mais profunda sobre a Eucaristia e uma renovada devoção na forma de sua celebração. “Quanto mais viva for a fé eucarística no povo de Deus, tanto mais profunda será a sua participação na vida eclesial por meio de uma adesão convicta à missão que Cristo confiou aos seus discípulos” (Sacramentum Caritatis, 6). O outro assunto abordei em fevereiro com os Bispos da Inglaterra e País de Gales, quando vos convidei a serem generosos na aplicação da Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus. Isso deveria ser percebido como um gesto profético que pode contribuir positivamente para o desenvolvimento das relações entre anglicanos e católicos. Ajuda-nos a concentrar nossa atenção no objetivo final de toda a atividade ecumênica: a restauração da plena comunhão eclesial em um contexto no qual o intercâmbio recíproco de dons de nossos respectivos patrimônios espirituais enriqueça-nos a todos. Sigamos rezando e trabalhando sem cessar com o objetivo de acelerar o gozoso dia em que esse objetivo possa ser alcançado.

Excerto do discurso do Santo Padre, o Papa Bento XVI, aos bispos do Reino Unido.

No fundo do poço.

Padre Alberto e sua companheira em sua "ordenação" anglicana.
Padre Alberto e sua companheira em sua "ordenação" anglicana.

Catholic Culture – Alberto Cutié, o padre arquidiocesano de Miami cujo apostolado na mídia católica  [ndt: era uma espécie de Pe. Dalcides na Flórida] terminou com a publicação de fotos comprometedoras com uma mulher que agora é sua esposa, foi ordenado na Igreja Episcopal em 29 de maio.

“Como um episcopaliano, ele está falando livremente sobre seu apoio ao clero abertamente gay, ao controle de natalidade e, quando a vida da mulher está em perigo, mesmo ao aborto”, noticiou o Miami Herald.

Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus [Tradução não-oficial].

Nos últimos tempos, o Espírito Santo moveu grupos de Anglicanos a pedir repetida e insistentemente que fossem recebidos em plena comunhão Católica tanto individualmente como corporativamente. A Sé Apostólica respondeu favoravelmente a estes pedidos. De fato, o Sucessor de Pedro, que do Senhor Jesus tem o mandamento de garantir a unidade do episcopado e presidir e tutelar a comunhão universal de todas as Igrejas 1 , não poderia deixar de tornar possíveis os meios necessários para trazer este santo desejo à realização.

A Igreja, um povo reunido na unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo, 2 foi instituída por Nosso Senhor Jesus Cristo como “um sacramento ou o sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano 3 . Toda divisão entre os batizados em Jesus Cristo fere aquilo que a Igreja é e o motivo pelo qual ela existe; de fato, “tais divisões contradizem abertamente a vontade de Cristo, escandalizam o mundo, e prejudicam a mais santa das causas, a pregação do Evangelho a toda criatura”4 . Precisamente por esta razão, antes de derramar seu sangue para a salvação do mundo, o Senhor Jesus rezou ao Pai pela unidade de seus discípulos 5 .

É o Espírito Santo, o princípio da unidade, que estabelece a Igreja como uma comunhão. 6 Ele é o princípio da unidade dos fiéis nos ensinamentos dos Apóstolos, na fração do pão e na oração.7 A Igreja, todavia, analogamente ao mistério do Verbo Encarnado, não é apenas uma comunhão espiritual invisível, mas é também visível; 8 de fato, “a sociedade estruturada com órgãos hierárquicos e o Corpo Místico de Cristo, a sociedade visível e a comunidade espiritual; a Igreja terrena e a Igreja favorecida com as riquezas celestiais, não devem ser vistas como duas realidades. Pelo contrário, elas formam uma realidade complexa constituída por um elemento duplo, humano e divino”.9 A comunhão dos batizados nos ensinamentos dos Apóstolos e no partir do pão eucarístico é visivelmente manifestada nos vínculos da profissão de fé em sua integridade, na celebração de todos os sacramentos instituídos por Cristo, e no governo do Colégio dos Bispos unidos com sua cabeça, o Romano Pontífice.10

A única Igreja de Cristo, que professamos no Credo como una, santa, católica e apostólica, “subsiste na Igreja Católica, que é governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Todavia, muitos elementos de santificação e de verdade são encontrados fora de seus confins visíveis. Enquanto eles são dons propriamente pertencentes à Igreja de Cristo, são forças que impelem à unidade Católica” 11

À luz destes princípios eclesiológicos, esta Constituição Apostólica fornece uma estrutura normativa geral para regular a instituição e a vida das Ordinariatos Pessoais para aqueles fiéis Anglicanos que desejam entrar na plena comunhão da Igreja Católica de maneira corporativa. Esta Constituição é complementada pelas Normas Complementares publicadas pela Sé Apostólica.

I. §1 Os Ordinariatos Pessoais para Anglicanos ingressando em plena comunhão com a Igreja Católica são erigidos pela Congregação para a Doutrina da Fé, dentro dos confins territoriais de uma Conferência de Bispos particular, em consulta com a mesma Conferência.

§2 Dentro do território de Conferência de Bispos particular, um ou mais Ordinariatos podem ser erigidos, se necessário.

§3 Cada Ordinariato possui personalidade juridical pública pela própria lei (ipso iure); é juridicamente comparável a uma diocese.12

§4 O Ordinariato é composto por fiéis leigos, clérigos e membros de Instituitos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, originariamente pertencentes à Comunhão Anglicana e agora em plena comunhão com a Igreja Católica, ou aqueles que receberam os Sacramentos de Iniciação dentro da jurisdição do Ordinariato.

§5 O Catecismo da Igreja Católica é a expressão autorizada da fé Católica professada pelos membros do Ordinariato.

II. O Ordinariato Pessoal é governado conforme as normas do direito universal e da presente Constituição Apostólica, e está sujeito à Congregação para a Doutrina da Fé e aos outros Dicastérios da Cúria Romana, de acordo com suas competências. É também governado pelas Normas Complementares, assim como quaisquer outras Normas específicas dadas para cada Ordinariato.

III. Sem excluir as celebrações litúrgicas segundo o Rito Romano, o Ordinariato tem a faculdade de celebrar a Sagrada Eucaristia e os outros sacramentos, a Liturgia das Horas e outras celebrações litúrgicas segundo os livros litúrgicos próprios da tradição Anglicana que foram aprovados pela Santa Sé, de modo a manter as tradições litúrgicas, espirituais e pastorais da Comunhão Anglicana dentro da Igreja Católica, como um dom precioso alimentando a fé dos membros do Ordinariato e um tesouro a ser partilhado.

IV. Um Ordinariato Pessoal está confiado aos cuidados pastorais de um Ordinário indicado pelo Romano Pontífice.

V. O poder (potestas) do Ordinário é:

a. ordinário: anexo pela própria lei ao ofício confiado a ele pelo Romano Pontífice, tanto para o fórum interno como externo;

b. vicário: exercido em nome o Romano Pontífice;

c. pessoal: exercido sobre todos que pertencem ao Ordinariato;

Este poder deve ser exercido conjutamente com o do bispo diocesano local, naqueles casos previstos nas Normas Complementares.

VI. §1 Aqueles que exerceram o ministério como diáconos, padres ou bispos anglicanos, e que preencherem os requisitos estabelecidos pelo direito canônico13 e não estão impedidos por irregularidades ou outros impedimentos14 podem ser aceitos pelo Ordinário como candidatos às Sagradas Ordens na Igreja Católica. No caso de ministros casados, as normas estabelecidas na Carta Encíclica do Papa Paulo VI, Sacerdotalis coelibatus, n. 42 15 e na declaração In June 16 devem ser observadas. Ministros não casados devem se submeter à norma do celibato clerical do CIC can. 277, §1.

§2. O Ordinário, em plena observância da disciplina do celibado clerical na Igreja Latina, como regra (pro regula) admitirá apenas homens celibatários à ordem de presbítero. Ele pode também pedir ao Romano Pontífice, como uma derrogação do can. 277, §1, a admissão de um homem casado à ordem de presbítero na base do caso a caso, segundo os critérios objetivos aprovados pela Santa Sé.

§3. A incardição de clérigos deve ser reguladas segundo as normas do direito canônico.

§4. Padres incardinados num Ordinariato, que constituem o presbitério do Ordinariato, devem também cultivar laços de unidade com o presbitério da Diocese na qual exercem seu ministério. Devem promover iniciativas pastorais e de caridade comuns, que podem ser objeto de convenções entre o Ordinário e o bispo diocesano local.

§5. Os candidatos para as Sagradas Ordens num Ordinariato devem ser preparados ao lado de outros seminaristas, especialmente nas áreas de formação doutrinal e pastoral. A fim de considerar as necessidades particulares dos seminaristas do Ordinariato e sua formação no patrimônio Anglicano, o Ordinário pode também estabelecer programas de seminário ou casas de formação, que seriam ligadas a faculdades católicas de teologia já existentes.

VII. O Ordinário, com a aprovação da Santa Sé, pode erigir novos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, com o direito de chamar seus membros às Sagradas Ordens, segundo as normas do direito canônico. Os Institutos de Vida Consagrada originários da Comunhão Anglicana e que ingressarem em plena comunhão com a Igreja Católica podem também ser colocados sob sua jurisdição por consentimento mútuo.

VIII. §1. O Ordinário, segundo a norma do direito, depois de ter ouvido a opinião do Bispo Diocesano do local, pode erigir, com o consentimento da Santa Sè, paróquias pessoais para os fiéis que pertencem ao Ordinariato.

§2. Os pastores do Ordinariato gozam de todos os direitos e estão sujeitos a todas as obrigações estabelecidas no Código de Direito Canônico e, em casos estabelecidos pelas Normas Complementares, tais direitos e obrigações devem ser exercidos em assistência pastoral mútua junto dos pastores da diocese local onde a paróquia pessoal do Ordinariato tenha sido estabelecida.

IX. Tanto os fiéis leigos como os membros de Instituto de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, originariamente parte da Comunhão Anglicana, que desejam ingressar no Ordinariato Pessoal, deve manifestar este desejo por escrito.

X. §1. O Ordinário é auxiliado em seu governo por um Conselho de Governo com seus estatutos próprios aprovados pelo Ordinário e confirmados pela Santa Sé. 17

§2. O Conselho de Governo, presidido pelo Ordinário, é composto de, ao menos, seis padres. Ele exerce as funções especificadas no Código de Direito Canônico do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores, assim como naquelas áreas especificadas nas Normas Complementares.

§3. O Ordinário deve estabecer um Conselho de Finanças segundo as normas estabelecidas pelo Código de Direito Canônico, que exercerá os deveres aí especificadas.18

§4. A fim de favorecer a consulta dos fiéis, um Conselho Pastoral deve ser constituído no Ordinariato.19

XI. Requer-se que a cada cinco anos o Ordinário venha a Roma para uma visita ad limina Apostolorum e apresente ao Romano Pontífice, através da Congregação para a Doutrina da Fé e em consulta com a Congregação para os Bispos e a Congregação para a Evangelização dos Povos, um relatório sobre o status do Ordinariato.

XII. Para casos judiciais, o tribunal competente é o da Diocese na qual uma das partes é domiciliada, ao menos que o Ordinário tenha constituído seu próprio tribunal, cujo caso o tribunal de segunda instância é o designado pelo Ordinariato e aprovado pela Santa Sé.

XIII. O decreto estabelecendo um Ordinariato determinará a localização da Sé e, se apropriado, a igreja principal.

Desejamos que nossas disposições e normas sejam válidas e efetivas agora e no futuro, não obstante, fosse necessário, as Constituições Apostólicas e ordens publicadas por nossos predecessores, ou qualquer outras prescrições, mesmo aquelas que requeira menção ou derrogação especial.

Dado em Roma, em São Pedro, em 4 de novembro de 2009, memória de São Carlos Borromeu.

BENEDICTUS PP XVI

_________________

1 Cf. Second Vatican Council, Dogmatic Constitution Lumen gentium, 23; Congregation for the Doctrine of the Faith, Letter Communionis notio, 12; 13.

2 Cf. Dogmatic Constitution Lumen gentium, 4; Decree Unitatis redintegratio, 2.

3 Dogmatic Constitution Lumen gentium, 1.

4 Decree Unitatis redintegratio, 1.

5 Cf. Jn 17:20-21; Decree Unitatis redintegratio, 2.

6 Cf. Dogmatic Constitution Lumen gentium, 13.

7 Cf. ibid; Acts 2:42.

8 Cf. Dogmatic Constitution Lumen gentium, 8; Letter Communionis notio, 4.

9 Dogmatic Constitution Lumen gentium, 8.

10 Cf. CIC, can. 205; Dogmatic Constitution Lumen gentium, 13; 14; 21; 22; Decree Unitatis redintegratio, 2; 3; 4; 15; 20; Decree Christus Dominus, 4; Decree Ad gentes, 22.

11 Dogmatic Constitution Lumen gentium, 8.

12 Cf. John Paul II, Ap. Const. Spirituali militium curae, 21 April 1986, I § 1.

13 Cf. CIC, cann. 1026-1032.

14 Cf. CIC, cann. 1040-1049.

15 Cf. AAS 59 (1967) 674.

16 Cf. Congregation for the Doctrine of the Faith, Statement of 1 April 1981, in Enchiridion Vaticanum 7, 1213.

17 Cf. CIC, cann. 495-502.

18 Cf. CIC, cann. 492-494.

19 Cf. CIC, can. 511.

Fonte: Bollettino