Os fiéis têm pleno direito de se defender de uma agressão litúrgica – mesmo quando esta provém do Papa.

Por José Antonio Ureta

Com um golpe de caneta, o Papa Francisco tomou medidas concretas para abolir na prática o rito latino da Santa Missa, que vigorou substancialmente desde São Dâmaso, no fim do século IV — com acréscimos de São Gregório Magno no fim do século VI —, até o missal de 1962, promulgado por João XXIII. A intenção de restringir gradualmente, até a sua extinção, o uso desse rito imemorial, patenteia-se na carta que acompanha o motu próprio Traditionis Custodes, na qual o pontífice reinante insta os bispos do mundo inteiro a “atuar para que se regresse a uma forma celebrativa unitária” com os missais de Paulo VI e João Paulo II, que passam a ser “a única expressão da lex orandi do Rito Romano”. Sua consequência prática é que os sacerdotes de rito latino não têm mais o direito de celebrar a missa tradicional, só podendo fazê-lo com permissão do bispo — e da Santa Sé, para os que forem doravante ordenados!

A pergunta óbvia que surge diante dessa drástica medida é a seguinte: Tem um Papa poder para derrogar um rito que vigorou na Igreja por 1400 anos e cujos elementos essenciais provêm dos tempos apostólicos? Porque, se de um lado o Vigário de Cristo tem a plena et suprema potestas nas matérias atinentes “à disciplina e ao governo da Igreja difundida pelo orbe”, conforme ensina o Concilio Vaticano I , de outro lado ele deve respeitar os costumes universais da Igreja em matéria litúrgica.

A resposta é dada de maneira peremptória no parágrafo n°1125 do Catecismo da Igreja Católica promulgado por João Paulo II: “Nenhum rito sacramental pode ser modificado ou manipulado ao arbítrio do ministro ou da comunidade. Nem mesmo a autoridade suprema da Igreja pode mudar a liturgia a seu bel-prazer, mas somente na obediência da fé e no respeito religioso do mistério da liturgia”.

Comentando esse texto, o então Cardeal Joseph Ratzinger escreveu: “Parece-me muito importante que o Catecismo, ao mencionar os limites do poder da suprema autoridade da Igreja com relação à reforma, chame a atenção para aquela que é a essência do primado, tal como é sublinhado pelos Concílios Vaticanos I e II: o papa não é um monarca absoluto cuja vontade é lei, mas o guardião da autêntica Tradição e, por isso, o primeiro a garantir a obediência. Ele não pode fazer o que quiser e, justamente por isso, pode se opor àqueles que pretendem fazer tudo o que querem. A lei a que deve se ater não é a ação ad libitum, mas a obediência à fé. Por isso, diante da liturgia, tem a função de um jardineiro e não a de um técnico que constrói máquinas novas e joga as velhas fora. O ‘rito’, ou seja, a forma de celebração e de oração que amadurece na fé e na vida da Igreja, é forma condensada da Tradição viva, na qual a esfera do rito expressa o conjunto de sua fé e de sua oração, tornando assim experimentáveis, ao mesmo tempo, a comunhão entre as gerações e a comunhão com aqueles que rezam antes de nós e depois de nós. Assim, o rito é como um dom concedido à Igreja, uma forma viva de parádosis.” [Termo grego usado 13 vezes na Bíblia, o qual pode ser traduzido por tradição, instrução, transmissão.]

 Na sua excelente obra A Reforma da Liturgia Romana, Mons. Klaus Gamber — considerado pelo Cardeal Joseph Ratzinger como um dos maiores liturgistas do século XX — desenvolve esse pensamento. Parte ele da constatação de que os ritos da Igreja Católica, tomada a expressão no sentido de formas obrigatórias de culto, remontam em definitivo a Nosso Senhor Jesus Cristo, mas foram se desenvolvendo e se diferenciando gradualmente a partir do costume geral, sendo depois corroborados pela autoridade eclesiástica.

Dessa realidade, o ilustre liturgista alemão tira as seguintes conclusões:

  1. “Se o rito nasceu do costume geral — e sobre isto não há dúvida para o conhecedor da história da liturgia —, não pode ser recriado na sua totalidade”. Nem no começo da Igreja isso aconteceu, pois “as formas litúrgicas das jovens comunidades cristãs também se separaram progressivamente do ritual judaico”.
  2. “Como o rito foi se desenvolvendo no transcurso dos tempos, poderá continuar fazendo o mesmo no futuro. Mas esse desenvolvimento deverá ter em conta a atemporalidade de cada rito e efetuá-lo de maneira orgânica (…) sem ruptura com a tradição e sem uma intervenção dirigista das autoridades eclesiásticas. Estas não tinham outra preocupação nos concílios plenários ou provinciais senão de evitar irregularidades no exercício do rito”.
  3. “Existem na Igreja vários ritos independentes. No Ocidente, além do rito romano, existem os ritos galicano (já desaparecido), ambrosiano e moçárabe; no Oriente, entre outros, os ritos bizantinos, armênio, siríaco e copta. Cada um desses ritos percorreu uma evolução autônoma, no transcurso da qual suas particularidades específicas foram formadas. Este é o motivo pelo qual não se pode simplesmente intercambiar entre eles elementos desses ritos diferentes”.
  4. “Cada rito constitui uma unidade homogênea. Portanto, a modificação de qualquer de seus componentes essenciais significa a destruição de todo o rito. Exatamente isto é o que ocorreu pela primeira vez nos tempos da Reforma, quando Martinho Lutero fez desaparecer o cânon da missa e uniu o relato da Instituição diretamente com a distribuição da comunhão”.
  5. “O regresso a formas primitivas não significa, em casos isolados, que se modificou o rito, e de fato este regresso é possível dentro de certos limites. Desta forma, não houve ruptura com o rito romano tradicional quando o Papa São Pio X voltou a estabelecer o canto gregoriano em sua primitiva forma”.

O ilustre fundador do Instituto Teológico de Regensburg prossegue comentando que “enquanto a revisão de 1965 havia deixado intacto o rito tradicional (…), com o ‘ordo’ de 1969 se criava um novo rito”, que ele chama de ritus modernus, já que “não basta, para falar de uma continuidade do rito romano, que no novo missal tenham sido conservadas certas partes do anterior”. 

Para comprová-lo do ponto de vista estritamente litúrgico — dado que os graves erros teológicos, como o rebaixamento do caráter sacrificial e propiciatório da missa, mereceriam artigo à parte —, basta citar o que disse sucintamente o Prof. Roberto de Mattei a respeito dessa verdadeira devastação litúrgica: 

“Durante a Reforma, introduziu-se gradualmente toda uma série de novidades e variantes, algumas delas não previstas nem pelo Concílio nem pela constituição Missale Romanum de Paulo VI. O quid novum não pode se limitar à substituição do latim pelas línguas vulgares. Consiste também no desejo de conceber o altar como uma ‘mesa’, para enfatizar o aspecto do banquete em vez do sacrifício; na celebratio versus populum, em substituição daquela versus Deum, tendo como consequência o abandono da celebração para o Oriente, isto é, para Cristo simbolizado pelo sol nascente; na ausência de silêncio e meditação durante a cerimônia e na teatralidade da celebração, muitas vezes acompanhada de cantos que tendem a profanar uma Missa na qual o sacerdote é frequentemente reduzido ao papel de ‘presidente da assembleia’; na hipertrofia da Liturgia da Palavra em relação à Liturgia Eucarística; no ‘sinal’ da paz, que substitui as genuflexões do sacerdote e dos fiéis, como ação simbólica da passagem da dimensão vertical à horizontal da ação litúrgica; na Sagrada Comunhão, recebida pelos fiéis em pé e na mão; no acesso das mulheres ao altar; na concelebração, tendendo à ‘coletivização’ do rito. Consiste, sobretudo e finalmente, na mudança e substituição das orações do Ofertório e do Cânon. A eliminação em particular das palavras mysterium fidei da fórmula eucarística pode ser considerada, como o Cardeal Stickler observa, como o símbolo da desmistificação e, portanto, da humanização do núcleo central da Santa Missa”.

A maior revolução litúrgica ocorreu de fato no Ofertório e no Cânon. O Ofertório tradicional, que preparava e prefigurava a imolação incruenta da Consagração, foi substituído pelas Beràkhôth do Kiddush, ou seja, pelas bênçãos da ceia pascal dos Judeus. O Pe. Pierre Jounel, do Centro de Pastoral litúrgica e do Instituto Superior de Liturgia de Paris, um dos especialistas do Consilium que preparou a reforma litúrgica, descreveu no jornal La Croix o elemento fundamental da reforma da Liturgia da Eucaristia: “A criação de três Orações Eucarísticas novas quando até então não existia senão uma, a Oração Eucarística I, fixada no Canon Romano desde o século IV. A Segunda foi retomada da Oração Eucarística de [São] Hipólito (século III) tal como foi descoberta numa versão etíope no fim do século XIX. A Terceira se inspirou do esquema das liturgias orientais. A Quarta foi elaborada numa noite, por uma pequena equipe em torno do Pe. Gelineau”.

O referido Pe. Joseph Gelineau, S.J. não estava enganado quando saudava entusiasmado a reforma, declarando: “Na verdade, é uma outra liturgia da Missa. É preciso dizê-lo sem rodeios: o rito romano tal como nós o conhecíamos não existe mais, ele foi destruído”.

Como, então, pretende o Papa Francisco afirmar, em sua recente carta aos bispos, que “quem queira celebrar com devoção segundo a anterior forma litúrgica não terá dificuldade em encontrar no Missal Romano reformado segundo a mente do II Concílio do Vaticano todos os elementos do Rito Romano, em particular o cânone romano, que constitui um dos seus elementos mais caracterizantes”? Parece uma ironia tão amarga quanto o título do motu próprio Custódios da Tradição

Se o Novus Ordo Missae não é uma mera reforma e implica uma tal ruptura com o rito tradicional, a celebração deste último não pode ser proibida, pois, como reitera Mons. Klaus Gamber, “não existe um só documento, nem sequer o Codex Iuris canonici, que diga expressamente que o Papa, enquanto Pastor supremo da Igreja, tenha o direito de abolir o rito tradicional. Tampouco se fala em alguma parte que tenha o direito de modificar os costumes litúrgicos particulares. No caso presente, este silêncio é de grande significado. Os limites da plena et suprema potestas do Papa têm sido claramente determinados. É indiscutível que, para as questões dogmáticas, o Papa deve se ater à tradição da Igreja universal e, por conseguinte, segundo São Vicente de Lérins, ao que se tem crido sempre, em todas as partes e por todos (quod semper, quod ubique, quod ab omnibus). Vários autores expressamente adiantam que, em consequência, não compete ao poder discricionário do Papa abolir o rito tradicional”.

Mais ainda, caso o fizesse, incorreria no risco de separar-se da Igreja. Mons. Gamber escreve, de fato, que “o célebre teólogo Suárez (+ l6l7), referindo-se a autores mais antigos como Caetano (+ 1534), pensa que o Papa seria cismático se não quisesse, como é seu dever, manter a unidade e o laço com o corpo completo da Igreja, como por exemplo, se excomungasse toda a Igreja ou se quisesse modificar todos os ritos confirmados pela tradição apostólica”.

Foi provavelmente para evitar esse risco que oito dos nove cardeais — da Comissão nomeada por João Paulo II em 1986 para estudar a aplicação do Indulto de 1984 — declararam que Paulo VI não tinha realmente proibido a Missa antiga. Mais ainda, à pergunta: “- Pode um bispo proibir hoje a um sacerdote em situação regular de celebrar uma missa tridentina?”, o Cardeal Stickler afirmou que “os nove cardeais foram unânimes em dizer que nenhum bispo tinha o direito de proibir um padre católico de celebrar a missa tridentina. Não há nenhuma proibição oficial, e eu penso que o Papa não decretará nenhuma proibição oficial”.

O Papa Francisco, porém, no motu próprio Traditionis Custodes, autorizou de fato aos bispos a proibir dita celebração. Tanto é assim que a Conferência Episcopal da Costa Rica se apressou em decretar coletivamente que “não se autoriza a o uso do Missale Romanum de 1962 nem de nenhuma das expressões da liturgia anterior a 1970”, pelo que “nenhum presbítero tem autorização para continuar celebrando segundo a liturgia antiga”.

Por todo o anterior, subscrevemos plenamente as conclusões tiradas pelo Pbro. Francisco José Delgado: “Acho que a coisa mais inteligente a fazer agora é defender com muita calma a verdade sobre as leis perversas. O Papa não pode mudar a Tradição por decreto ou dizer que a liturgia pós-Vaticano II é a única expressão da lex orandi no Rito Romano. Como isso é falso, a legislação que brota desse princípio é inválida e, segundo a moral católica, não deve ser observada, o que não implica em desobediência.”

Não é preciso possuir um conhecimento especializado de eclesiologia para compreender que a autoridade e a infalibilidade papais têm limites e que o dever de obediência não é absoluto. São numerosos os tratadistas do melhor quilate que reconhecem explicitamente a legitimidade da resistência pública às decisões ou ensinamentos errados dos pastores, inclusive do Soberano Pontífice. Eles foram amplamente citados no estudo de Arnaldo Xavier da Silveira intitulado “Resistência pública a decisões da autoridade eclesiástica”, publicado pela revista Catolicismo em agosto de 1969.

No caso atual, é lícito não apenas “não observar” o motu próprio do Papa Francisco, mas até resistir à sua aplicação, segundo o modelo ensinado por São Paulo (Gal 2, 11). Não se trata de pôr em discussão a autoridade pontifícia, pela qual devem sempre crescer nosso amor e nossa veneração. É o próprio amor ao Papado que nos deve levar a denunciar Traditionis Custodes, por pretender eliminar ditatorialmente o rito mais antigo e venerável do culto católico, no qual todos os fiéis têm o direito de abeberar-se.

Observa o ilustre teólogo Francisco de Vitoria (1483-1486): “Por direito natural, é lícito repelir a violência pela violência. Ora, com tais ordens e dispensas, o Papa exerce violência, porque age contra o Direito, conforme ficou acima provado. Logo, é lícito resistir-lhe. Como observa Caetano, não afirmamos tudo isto no sentido de que cabe a alguém ser juiz do Papa ou ter autoridade sobre ele, mas no sentido de que é lícito defender-se. A qualquer um, com efeito, assiste o direito de resistir a um ato injusto, de procurar impedi-lo e de se defender”.

O modelo de resistência firme, mas impregnada de veneração e respeito pelo Sumo Pontífice, através da qual os católicos podem hoje pautar a sua própria reação, é a Declaração de Resistência à Ostpolitik do Papa Paulo VI, redigida pelo saudoso Prof. Plinio Corrêa de Oliveira com o título “A política de distensão do Vaticano com os governos comunistas – Para a TFP: omitir-se? ou resistir?”. Dizia ela, no seu parágrafo crucial:

“O vínculo da obediência ao Sucessor de Pedro, que jamais romperemos, que amamos com o mais profundo de nossa alma, ao qual tributamos o melhor de nosso amor, esse vínculo nós o osculamos no momento mesmo em que, triturados pela dor, afirmamos a nossa posição. E de joelhos, fitando com veneração a figura de S.S. o Papa Paulo VI, nós lhe manifestamos toda a nossa fidelidade.

“Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe.”

IPCO: Urgente apelo para resistir à traição e ruína do Ocidente.

FratresInUnum.com, 31 de outubro de 2020O Instituto Plínio Corrêa de Oliveira acaba de publicar uma conclamação à resistência diante do grave momento pelo qual passa a civilização ocidental, especialissimamente agravada pela crise abismal que atravessa a Santa Igreja Católica.

O documento está dividido em quatro partes: 

  1. Em primeiro lugar, analisa o momento atual, em que a crise sanitária e as agitações revolucionárias que eclodiram em diversas partes ameaçam a estabilidade das sociedades ocidentais, incitando a radicalismos mais acentuados que, além de desordens morais inaceitáveis, podem ocasionar perturbações cada vez maiores, sem excluírem-se guerras civis.
  2. Em face a este panorama desolador, percebe-se na população uma preocupante perplexidade, um “trauma coletivo” e uma crise de confiança generalizada.
  3. Ao invés de responder a estas necessidades acerbas dos povos apresentando-lhes a resposta sobrenatural da fé católica, com vista a retirar o ocidente desta lama em que se meteu pelo pecado e pelo secularismo, a Igreja resolveu seguir o caminho oposto, adaptando-se a toda a agenda revolucionária. O documento analisa fatos recentes: as declarações de Francisco I em favor das “uniões civis de pessoas homossexuais”, o igualitarismo e multiculturalismo da encíclica “Fratelli tutti”, o globalismo dos pactos econômico e educacional promovidos por Francisco I, o tribalismo da Exortação “Querida Amazônia” e a passividade da hierarquia diante das medidas draconianas dos governos durante a epidemia do vírus chinês.
  4. Por fim, diante de resposta tão inadequada da hierarquia católica, o IPCO e todas as entidades co-irmãs em diferentes lugars do mundo lançam um brado que já não pode mais ser ignorado: RESISTÊNCIA! É hora de nós, católicos, resistirmos a tudo isso de uma maneira ativa, enérgica e responsável.

O documento reproduz as palavras que seu inspirador, o militante católico Dr. Plínio Corrêa de Oliveira escreveu em 1974, diante da política de distensão do Vaticano com o regime soviético:

«Neste ato filial, dizemos ao Pastor dos Pastores: Nossa alma é Vossa, nossa vida é Vossa. Mandai-nos o que quiserdes. Só não nos mandeis que cruzemos os braços diante do lobo vermelho que investe. A isto nossa consciência se opõe.

Sim, Santo Padre – continuamos – São Pedro nos ensina que é necessário “obedecer a Deus antes que aos homens” (At. V, 29). Sois assistido pelo Espírito Santo e até confortado – nas condições definidas pelo Vaticano I – pelo privilégio da infalibilidade. O que não impede que em certas matérias ou circunstâncias a fraqueza a que estão sujeitos todos os homens possa influenciar e até determinar Vossa atuação. Uma dessas é – talvez por excelência – a diplomacia. E aqui se situa a Vossa política de distensão com os governos comunistas.

Aí o que fazer? As laudas da presente declaração seriam insuficientes para conter o elenco de todos os Padres da Igreja, Doutores, moralistas e canonistas – muitos deles elevados à honra dos altares – que afirmam a legitimidade da resistência. Uma resistência que não é separação, não é revolta, não é acrimônia, não é irreverência. Pelo contrário, é fidelidade, é união, é amor, é submissão».

Convidamos todos os nossos leitores a lerem a declaração do IPCO e a divulgarem amplamente entre todos os seus familiares, amigos e conhecidos. É hora de reagirmos. Não podemos ficar parados diante do desmonte da Civilização Cristã!

Excelências: Chegou a hora de virar a página da Teologia da Libertação!

Carta Aberta do IPCO ao Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

“Errar é humano, mas perseverar no erro por arrogância é diabólico” (Santo Agostinho)

Segundo notícias de imprensa, o Conselho Permanente da CNBB irá discutir, no dia 5 de agosto, a “Carta ao Povo de Deus”, vazada para uma colunista da Folha de S. Paulo e assinada presumidamente por 152 bispos.

A carta é um forte ataque ao atual Governo, baseado muito mais em uma posição ideológica de esquerda do que na doutrina social da Igreja.

Os primeiros nomes dos signatários, que se tornaram públicos, são representativos de uma corrente episcopal cuja doutrina claramente inspirou a redação do documento. São prelados de ascendência alemã, hoje aposentados, que vibraram na sua juventude com a revolução marxista promovida pelos corifeus da Teologia da Libertação. Após o colapso da URSS, esses prelados – e outros da mesma corrente ideológica – se reciclaram com as utopias ambientalistas e indigenistas e, em outubro passado, promoveram o escandaloso culto à Pachamama nos jardins do Vaticano.

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Sínodo da Amazônia: ameaça à soberania do Brasil e retorno ao primitivismo.

Príncipe Imperial do Brasil denuncia a histeria sobre a Amazônia como ‘a maior conspiração da imprensa já feita contra nosso país’. 

Por Church Militant, 9 de outubro de 2019 | Tradução: FratresInUnum.com – Membros da família real brasileira, autoridades políticas e líderes tribais condenaram o “politicamente tendenciosos” Sínodo da Amazônia, como “desproporcional em relação à realidade e aos fatos objetivos” e uma “doutrinação” impulsionando os indígenas a “permanecer em seu estado primitivo”.

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Sua Alteza Imperial Dom Bertrand de Orleans e Bragança

“Esta é a maior conspiração da imprensa já feita contra nosso país, é uma máquina de mentiras”, Sua Alteza Imperial, o Príncipe Dom Bertrand de Orleans e Bragança afirmou em um vídeo publicado em seu canal oficial. “A Amazônia brasileira não está sob ameaça”.

“O Sínodo não é proporcional à realidade ou aos fatos objetivos”, o princípe católico tradicionalista afirmou em um contra-sínodo realizado em Roma, no sábado.

O descendente do imperador Dom Pedro II desmascarou o mito inventado pelos padres sinodais de que os “índios da floresta devem ser protegidos, porque eles são puros, de modo que não sejam contaminados pelo capitalismo, egoísmo e desejo de lucro”.

“Isso é o contrário do que os verdadeiros índios desejam”, Sua Alteza disse na conferência intitulada “Amazônia: os interesses”, promovida pelo Instituto Plinio Correa de Oliveira, parte [proveniente] do movimento brasileiro Tradição, Família e Propriedade.

“Somos contrários ao comunismo e queremos evitá-lo em nossa pátria. Eu respeito este Papa, rezo por ele, mas a missão da Igreja é salvar almas” e não politizar o debate sobre o clima e a Amazônia, afirmou Dom Bertrand, que escreveu o popular livro em português Psicose Ambientalista, expondo o alarmismo climático.

“A maior parte dos índios brasileiros já são integrados”, afirmou. “Os [progressistas] querem mantê-los na escravidão. A teologia da libertação traz muitos males para o Brasil”.

Padre Jônatas Bragatto, chanceler do Círculo Monárquico brasileiro no Reino Unido, declarou à Church Militant que o Sínodo da Amazônia é uma ameçada globalista de esquerda à soberania do Brasil e que o Príncipe Bertrand, os generais das forças armadas e as autoridades do governo têm levantado essas preocupações há meses, sendo apenas ignorados pela mídia.

“Há grande preocupação em relação à soberania nacional quando a Igreja está sendo usada como instrumento de partidos corruptos de esquerda para impor sua agenda totalitária no Sínodo”, observou Bragatto.

“Eu apoio totalmente o trabalho da família imperial e o que eles têm feito pela fé Católica e pela soberania do Brasil”, acrescentou o missionário do Reino Unido.

Enquanto isso, falando no contra-sínodo, Jonas Marcolino Macuxí, chefe da tribo Macuxi, observou que uma “ditadura” dos missionários ensinando a teologia da libertação buscou impedir o desenvolvimento na região, deixando, assim, o povo indígena na pobreza e miséria.

Criticando a narrativa do “primitivismo”, Marcolino descreveu como o canibalismo e o infanticídio eram ambos parte da cultura tribal religiosa que o Sínodo da Amazônia está exaltando como virtuosa.

“O canibalismo acabou, mas não a matança de bebês”, afirmou.

“De acordo com as religiões tradicionais, quando uma criança nasce com um defeito, é enterrada viva, e isso continua a acontecer”, ele explicou. “Essas coisas estavam acabando; mas, agora, com a idéia de que se deve voltar ao primitivismo, elas continuam”.

“Os teólogos da libertação estão promovendo a ideia de que os índios que ainda vivem de maneira primitiva são muito felizes, vivendo em um paraíso, etc”, continuou. “Eles querem promover essa idéia a todo mundo. Mas isso não é verdade. É falso. Não estamos vivendo em um paraíso. É uma vida muito difícil; as pessoas têm insetos em toda parte, morcegos em casa”.

Ele continuou lamentando a situação econômica: “Deveriam nos permitir desenvolver nossa economia, porque a região é muito rica. Todos os recursos naturais estão lá. Mas, nas reservas indígenas, não podemos tocá-las, e isso em detrimento do povo que vive lá”.

Antes, o General Eduardo Villas Boas, ex-comandante do exército brasileiro, afirmou que o Sínodo da Amazônia é “politicamente tendencioso” e “pautado por uma série de dados distorcidos que não correspondem à realidade do que ocorre na Amazônia”.

Villas Boas, atualmente conselheiro do Gabite de Segurança Institucional da presidência na gestão conservadora de Jairo Bolsonaro, expressou preocupação com o que pode sair no relatório final do Sínodo da Amazônia: “Agora, sejamos claros: não admitiremos interferência em assuntos internos de nosso país”.

“Mas estamos preocupados com as resoluções do Sínodo, que poderiam levar à interferência (com assuntos da soberania nacional)”, afirmou.

A autoridade das forças armadas dispensou a romantização dos povos tribais.

“A idéia de que colocar uma redoma sobre as comunidades indígenas promoverá a preservação de suas culturas não é verdadeira, pois os índios sentem que lhes é negada a possibilidade de evoluir”, declarou. “Eu nunca fui a uma aldeia sem receber dos índios uma lista de pedidos por eletricidade, internet, saúde, escola e atividades econômicas para apoiá-los”.

IPCO escreve carta de apoio ao Cardeal Zen.

Fonte: ABIM

Eminentíssimo Senhor

Cardeal Joseph Zen Ze-kiun

Hong Kong – China

Eminência Reverendíssima

Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, associação cívica continuadora da obra do insigne professor cujo nome ostenta, e associações autônomas e coirmãs nos cinco continentes, dedicam-se a defender os valores fundamentais da Civilização Cristã. Seus diretores, membros e simpatizantes são católicos apostólicos romanos que combatem as investidas do comunismo e do socialismo.

cardeal-zen-china

A posição fundamentalmente anticomunista que resulta das convicções católicas dos membros de nossas organizações ficou revigorada pela heroica resistência da “Igreja clandestina” chinesa fiel a Roma. Seus bispos, sacerdotes e milhões de católicos recusam a se submeter à assim chamada Igreja Patriótica, cismática em relação a Roma e inteiramente submissa ao poder central de Pequim. Continuar lendo

Amoris laetitia: Pronunciamento do IPCO – Apelo aos bispos, aos sacerdotes e movimentos de leigos silenciosos.

Pronunciamento do IPCO demonstra as graves consequências do documento pós sinodal Amoris laetitia.

Apelo aos bispos, aos sacerdotes e aos movimentos de leigos silenciosos

Por Instituto Plinio Corrêa de Oliveira: Face às sérias reservas e objeções apresentadas por personalidades da Igreja e do laicato católico à Exortação Apostólica Amoris Laetitia (AL), e dada a crescente confusão que esse documento vem semeando nos espíritos em temas de moral familiar, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira (IPCO) julgou seu dever se pronunciar publicamente a respeito. No dia 16 de julho, festa de Nossa Senhora do Carmo, ele emitiu uma declaração pública sob o título acima.

Integrado por leigos católicos, o Instituto tem-se empenhado desde sua fundação na defesa da instituição da família, alvo central da ofensiva revolucionária no século XXI.

O documento lembra os quase novecentos mil católicos do mundo todo, incluindo Cardeais, Arcebispos e Bispos, que enviaram ao Papa Francisco umaFilial Súplica, na qual Lhe pediam respeitosamente que não permitisse “a relativização do próprio ensinamento de Jesus Cristo” no tocante à família. Após a publicação de Amoris laetitia esse escol da população católica mundial só experimentou o gosto amargo da decepção. O Papa Francisco, tão pródigo em receber e afagar acatólicos e até anticatólicos do mundo todo, não teve sequer uma palavra para essa porção de seu rebanho.

Leia o Documento completo aqui.

Grave ruptura com o ensinamento da Igreja – Relativização do Decálogo

Caberia esperar que um documento pontifício dedicado à família advertisse sobre essa gravíssima situação em que ela se encontra. Mas, pelo contrário, na AL se encontra uma indissimulada mudança fundamental na prática pastoral relativa aos chamados “casais irregulares”, e em particular os divorciados ditos “recasados”, permitindo que sejam absolvidos na confissão e recebam a Sagrada Comunhão, com a única ressalva de que seja “caso a caso”, conforme o “discernimento” do sacerdote.

Autorizadas figuras da Igreja e do laicato têm denunciado que tal mudança não é apenas disciplinar, mas implica grave ruptura com o ensinamento tradicional da Igreja. E pedem, portanto, a revogação da AL, pedido com o qual o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira se solidariza, fundamentadamente. Isso se dá enquanto eclesiásticos progressistas aplaudem calorosamente a AL. O cardeal Cristoph Schönborn, ao apresentar oficialmente o texto, regozijou-se porque este “supera” a divisão — que ele julga “artificial”— entre uniões ditas regulares e irregulares, ou seja, lícitas e pecaminosas.

De fato, conforme as circunstâncias, o concubinato e o adultério (a AL evita as palavras, mas o sentido é claro) poderiam até constituir para a AL uma “doação” a Deus!; e nessas situações de pecado haveria inclusive “sinais de amor” que “refletem de algum modo o amor de Deus”. Com essa linguagem insidiosa, não apenas perdem sua validade prática o 6° e o 9° Mandamentos (“Não cometerás adultério” e “Não desejarás a mulher do teu próximo”), mas é toda a ordem natural e divina sintetizada no Decálogo que fica relativizada, em nome de uma apreciação subjetiva das circunstâncias.

Um novo modelo familiar anti-hierárquico

Gravemente questionável é também o modelo “comunitário” de família proposto pela AL, que abunda em alusões negativistas e depreciativas à família tradicional baseada na autoridade paterna, enquanto apresenta a figura idílica de um modelo familiar igualitário, que despoja o marido de sua função de chefe de família e dilui o princípio de autoridade.

Inclusive desvaloriza o preceito de São Paulo, “as mulheres sejam submissas a seus maridos” (Ef. 5: 22), aduzindo ser uma mera “roupagem cultural” da época. E nisto se contrapõe à doutrina católica magistralmente exposta na Encíclica Casti Connubi de Pio XI, que ensina ser imutável a ordem hierárquica na família.

Leia o Documento na íntegra aqui.

Evolucionismo antropológico – inversão da ordem nas finalidades do casamento

Tanto a relativização do adultério quanto o novo paradigma familiar preconizado pela AL se justificariam por uma suposta “mudança antropológica” que estaria a requerer “soluções mais inculturadas”, conforme o grau evolutivo dessa mudança em cada lugar. O cardeal Kasper, principal inspirador da AL, traz exemplos dessa “inculturação”, nos quais o sentimentalismo e o subjetivismo erigem-se em critério para admitir divorciados “recasados” aos Sacramentos.

Afastando-se do modelo tradicional e institucional do matrimônio e aproximando-se do modelo individualista contemporâneo, no qual o vínculo matrimonial fica reduzido a um mero reconhecimento social e legal do afeto mútuo do casal, a AL consagra uma radical inversão na hierarquia dos fins do matrimônio, ao sustentar que este seria “em primeiro lugar”, uma “comunidade da vida e do amor conjugal”. Esta afirmação contradiz frontalmente o claro ensinamento da Igreja, magistralmente recapitulado por Pio XII no seu famoso discurso sobre o Apostolado das Parteiras, de 29 de outubro de 1951, de que o casamento “tem por fim primeiro e íntimo, não o aperfeiçoamento pessoal dos esposos, mas sim a procriação e a educação da nova vida. Os outros fins, embora sendo igualmente queridos pela natureza, … lhe são essencialmente subordinados”.

Nesse sentido, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira faz notar que, ao se rebaixar a finalidade procriativa do casamento a um segundo lugar e dar a primazia ao “compromisso público de amor”, até os indivíduos LGBT poderão alegar que eles também se “amam”, e reclamar assim um status matrimonial!

Legítima e respeitosa resistência – Apelo aos Prelados silenciosos

Em conclusão de sua pormenorizada e documentada análise, o Instituto Plinio Corrêa de Oliveira assinala que, ante um texto tão próprio a desorientar os fiéis e a diluir neles a adesão aos ensinamentos morais da Igreja, “por um dever de consciência e com todo o respeito que merecem a investidura e a pessoa do Sumo Pontífice, vemo-nos obrigados a externar publicamente os graves reparos que o documento suscita em nós”, e “dizer lealmente ao Papa Francisco que não podemos em consciência aceitar os enunciados, a disciplina sacramental e as propostas pastorais da Amoris laetitia que vimos questionando aqui”.

Ao dar este passo de “legítima e respeitosa resistência” aos pontos da AL conflitantes com a doutrina da Igreja, os membros do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira sentem-se amparados no ensinamento de São Pedro, de que é preciso “obedecer a Deus antes que aos homens” (At. 5, 29); bem como no exemplo de São Paulo, que “resistiu em face” ao mesmo São Pedro (Gal. 2, 11), precisamente a propósito de erros disciplinares que este propunha; e também pelo Direito Canônico, que no cânon 212 § 3 consagra o direito, e por vezes o até dever, de expor respeitosamente a discordância da Autoridade eclesiástica. E acrescenta: “Pela similitude de situações, adotamos aqui a afirmação do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na conclusão de seu famoso manifesto de Resistência à política de distensão do Vaticano com os governos comunistas: ‘Esta explicação se impunha. Ela tem o caráter de uma legítima defesa de nossas consciências de católicos’”.

É fato que entre os católicos, particularmente entre aqueles votados à defesa da vida e da família, cresce o descontentamento com “as iniciativas e os escritos controvertidos do Papa Francisco” em geral, e com a AL em particular. Mas nas fileiras do Episcopado mundial e do Clero, das Ordens e das instituições religiosas observa-se um sugestivo silêncio; que não é apenas um ausentar-se da luta, mas pode indicar também “a retidão de consciência daquele que evita empenhadamente a colaboração ativa com o mal”, inclusive sacrificando eventuais vantagens. 

O Instituto Plinio Corrêa de Oliveira conclui instando aos Prelados e movimentos até aqui silenciosos a “dissipar a confusão doutrinária reinante”, e reafirmar “publicamente e por todos os meios ao seu alcance, os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santa Igreja sobre a natureza divina e irreformável do matrimônio, seu caráter indissolúvel, à primazia da procriação sobre as demais finalidades do casamento, a estrutura hierárquica da família, e “a impossibilidade de se dar a absolvição sacramental e a Sagrada Comunhão aos que se obstinam em viver publicamente numa situação objetiva de pecado”

Leia o Documento na íntegra aqui.

Igreja Militante, eis o que somos!

Parabéns aos bravos jovens do IPCO que, com sua fortaleza e civilidade, escancararam ao Brasil a verdadeira face do movimento gay. E que isso sirva aos católicos de lição: é hora de despertar! Não, não somos meramente “igreja peregrina”, ou “povo de Deus a caminho” seja lá do que… Somos católicos, somos Igreja Militante!

Nossa solidariedade e orações ao Sr. Coutinho, alvo da pedrada covarde.