Padre Bouyer e Paulo VI, o diálogo.

Padre BouyerPadre Louis Bouyer (foto): Escrevi ao Santo Padre, o Papa Paulo VI, para oferecer minha renúncia como membro da Comissão encarregada pela Reforma Litúrgica. O Santo Padre mandou me buscar imediatamente (e a seguinte conversa ocorreu):

Paulo VI: Padre, o senhor é uma autoridade inquestionável e inquestionada por seu profundo conhecimento da liturgia e da Tradição da Igreja e um especialista neste assunto. Eu não compreendo por que o senhor me enviou sua demissão, quando sua presença é mais que preciosa, é indispensável!

Padre Bouyer: Beatíssimo Padre, se eu sou um especialista neste assunto, digo de maneira muito simples que renuncio porque não concordo com as reformas que o senhor está impondo! Por que o senhor não dá atenção às observações que enviamos ao senhor e por que o senhor faz o oposto?

Paulo VI: Mas eu não compreendo: não estou impondo nada. Eu nunca impus nada neste campo. Tenho completa confiança em sua competência e em suas propostas. É o senhor que está me mandando as propostas. Quando o Pe. Bugnini vem me ver, ele diz: “Aqui está o que os experts estão pedindo”. E como o senhor é um expert nesta matéria, eu aceito seu julgamento.

Padre Bouyer: E enquanto isso, quando nós estudamos uma questão e escolhemos o que em consciência podermos propor ao senhor, o Padre Bugnini toma nosso texto e nos diz que, tendo consultado o senhor: “O Santo Padre quer que os senhores introduzam estas mudanças na liturgia”.  E já que não concordo com suas propostas, porque elas rompem com a Tradição da Igreja, então apresento minha demissão.

Paulo VI: De maneira alguma, Padre, creia-me, o Padre Bugnini me diz exatamente o contrário: eu nunca recusei sequer uma proposta sua. Padre Bugnini veio me encontrar e disse: “Os experts da Comissão encarregada pela Reforma Litúrgica pediram isso e aquilo”. E como eu não sou um especialista em liturgia, digo novamente, eu sempre aceitei seus julgamentos. Nunca disse aquilo a Monsenhor Bugnini. Eu fui enganado. Padre Bugnini enganou a mim e enganou o senhor.

Padre Bouyer: É assim, caros amigos, como a reforma litúrgica foi feita!

Fonte: Inside the Vatican

Catholics (The Conflict).

De Creer en México:

Vídeos do VodPod não estão mais disponíveis.

Una interesante película de 1973 con Martin Sheen.

… En un futuro cercano, la Iglesia Católica se ha reunido con otras religiones occidentales en un movimiento ecuménico que ha terminado con mucho del mensaje original de la verdadera religión. Un grupo de monjes irlandeses comienzan a decir la Misa en Latín y empiezan a tener seguidores a nivel mundial.- Martin Sheen es enviado desde Roma a solucionar el asunto.
La película está basada en el libro de 1972 “Catholics” de Brian Moore.

Catholics (The Conflict)
UK 1973

Director:
Jack Gold

Actuación:
Trevor Howard (Abbot),
Raf Vallone (Father General),
Martin Sheen (Father Kinsella),
Cyril Cusack (Father Manus),
Michael Gambon (Brother Kevin),
Andrew Keir (Father Matthew),
Godfrey Quigley (Father Walter),
Leon Vitali (Brother Donald)

La película está en ingles, desafortunadamente para los que no conocen el idioma, no tiene subtítulos.

Escenas memorables:
1.- Cuando el lanchero que esperaba al Padre para llevarlo al monasterio se enoja con Martin Sheen porque va vestido de rebelde y no le cree que sea sacerdote.

2.- Cuando Martin discute en la cocina con otro fraile y le dice que la Iglesia tiene la estructura necesaria para cambiar el orden social del mundo.

3.- Cuando Martin le dice al Abad que la Iglesia ahora enseña que se puede aceptar que la Eucaristía es una representación simbólica del cuerpo y la sangre de Cristo.

4.- La discusión del Abad y el P. Matthew sobre la obediencia, en la noche de la vigilia.

5.- Martin haciendo yoga mañanero mientras los frailes cantan las oraciones de la mañana.

Tiene otras tantas escenas memorables más. Salvo el extraño final del abad, es una película digna de verse. Dura 1:10.

Entrevista de Dom Ranjith ao La Repubblica – Papa Ratzinger tem um plano e Dom Ranjith o leva com eficácia

O Padre Zuhlsdorf publicou em seu blog uma entrevista de Dom Malcolm Ranjith, secretário da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos, ao jornal italiano La Repubblica, cuja tradução apresentamos.

“Porque Ratzinger está recuperando o sagrado”

Marco Politi

O sinal era claro. Primeiro Corpus Christi em Roma, depois visto ao vivo por todo o mundo em Sidney. Bento XVI está demandando que, diante dele, a Comunhão seja recebida de joelhos. É uma das muitas reclamações desse pontificado: latim, a Missa “Tridentina”, celebração de costas para o povo.

Papa Ratzinger tem um plano e o [Arcebispo] do Sri Lanka Malcolm Ranjith, quem o Pontífice quis consigo no Vaticano como Secretário da Congregação para o Culto Divino, o leva com eficácia.

Atenção à liturgia, ele explica, tem por objetivo uma “abertura ao transcendente”. A pedido do Papa, Ranjith adianta, a Congregação para o Culto Divino está preparando um Compendium sobre a Eucaristia para ajudar padres a “prepararem-se bem para a celebração e adoração Eucarística”.

A comunhão de joelhos aponta nessa direção?

“Na liturgia sente-se a necessidade de recuperar o sentido do sagrado, acima de tudo na celebração Eucarística. Já que cremos que o que ocorre no altar vai muito além do que nós podemos humanamente imaginar. E então, a fé da Igreja na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas é expressa através de gestos e comportamentos adequados diferentes daqueles da vida diária.”

Indicando uma descontinuidade?

“Nós não estamos diante de uma figura política ou de um personagem da sociedade moderna, mas diante de Deus. Quando a presença do Deus eterno desce no altar nós devemos nos colocar numa postura mais apta para adorá-Lo. Na minha cultura, no Sri Lanka, nós devemos nos prostar com a cabeça no chão como os budistas e os muçulmanos fazem em oração.”

Colocar a hóstia na mão diminui o sentido de transcendência da Eucaristia?

“Sim, num certo sentido. Arrisca-se que o comungante a sinta como um pão normal. O Santo Padre fala freqüentemente da necessidade de salvaguardar o sentido do “outro” na liturgia em todas as suas expressões. O gesto de tomar a Sagrada Hóstia e colocá-la nós mesmos na boca e não recebê-la reduz o significado profundo da Comunhão”.

Existe um desejo de se opor a tendências que banalizam a Missa?

“Em alguns lugares o sentido do eterno, sagrado ou celestial foi perdido. Existia uma tendência de colocar o homem no centro da celebração, e não o Senhor. Mas o Concílio Vaticano Segundo fala claramente sobre a liturgia como actio Dei, actio Christi. Ao invés, em certos círculos litúrgicos, seja por ideologia ou um certo intelectualismo, como preferir, a idéia espalha uma liturgia adaptável a várias situações, na qual tinha que se deixar espaço à criatividade para que ela fosse acessível e aceitável por todos. Então, particularmente, existiram aqueles que introduziram inovações sem ao menos respeitar o sensus fidei e os sentimentos espirituais dos fiéis.”

Às vezes até mesmos bispos pegam o microfone e vão a seus ouvintes com perguntas e respostas.

“O perigo moderno é que o padre pense que ele está no centro da ação. Dessa forma o rito pode tomar um aspecto de teatro ou de uma perfomance numa rede de televisão. O celebrante vê o povo que o vê como o ponto de referência e existe o risco de , para ter o maior sucesso possível com o público, ele fazer gestos e expressões como se ele fosse a figura principal.”

Qual seria a atitude correta?

“Quando o padre sabe que não é ele no centro, mas Cristo. No serviço humilde ao Senhor e à Igreja respeitando a liturgia e suas regras, como algo a ser recebido e não a ser inventado, significa deixar maior espaço para o Senhor, pois através do padre como o instrumento Ele pode despertar a atenção dos fiéis”.

Os sermões por leigos são também desvios?

“Sim. Pois o sermão, como diz o Santo Padre, é a forma na qual a Revelação e a grande Tradição da Igreja são explicadas, para que a Palavra de Deus possa inspirar a vida dos fiéis em suas escolhas diárias e fazer a celebração litúrgica rica de frutos espirituais. A tradição litúrgica da Igreja reserva o sermão ao celebrante. Aos bispos, padres e diáconos. Mas não aos leigos.”

Absolutamente não?

“Não porque eles não são capazes de fazer uma boa refelxão, mas porque na liturgia as funções devem ser respeitadas. Existe, como disse o Concílio, uma diferença “em essencial e não apenas em grau” entre o sacerdócio comum dos fiéis de todos os batizados e aquele dos padres”

Algum tempo atrás o Cardeal Ratzinger estava lamentando uma perda do sentido de mistério nos ritos.

“Freqüentemente a reforma conciliar foi interpretada ou considerada numa forma não inteiramente em conformidade com a mente do Vaticano II. O Santo Padre define essa tendência como o “anti-espírito” do Concílio.”

Um anós após a plena reintrodução da Missa Tridentina, qual é a avaliação?

“A Missa Tridentina tem seu profundíssimo valor interno que reflete toda a tradição da Igreja. Existe mais respeito pelo sagrado através de gestos, genuflexões, os períodos de silêncio. Existe maior espaço reservado à reflexão sobre a ação do Senhor e também para o senso de devoção pessoal do celebrante, que oferece o sacríficio não apenas para os fiéis mas também por seus próprios pecados e por sua própria salvação. Alguns elementos importantes do antigo rito podem ajudar também numa reflexão sobre a maneira de celebrar o Novus Ordo. Nós estamos no meio de uma jornada.”

Algum dia no futuro está previsto um rito que toma o melhor do antigo e do novo?

“Poderia ser,… mas talvez eu não vejo isso. Penso que nas próximas décadas nós iremos em direção a uma avaliação compreensiva tanto do antigo como do novo rito, salvaguardando o que for eterno e sobrenatural acontecendo no altar e reduzindo todo desejo de estar nos holofotes afim de deixar espaço para o contato efetivo entre os fiéis e o Senhor através da figura, mas não predominantemente, do sacerdote”.

Com posições alternativas do celebrante? Quando o padre se viraria para o abside?

“Você poderia considerar o ofertório, quando as oferendas são trazidas ao sacerdote, e dali em diante todo o caminho para a oração Eucarística, que representa o momento culminante da “transsubstantiatio” e “communio”.

O padre que volta suas costas desorienta o povo.

“É um erro falar dessa forma. Pelo contrário, ele está voltado para o Senhor junto com o povo. O Santo Padre, em seu livro O espírito do Concílio [ntd: creio ser um erro de digitação do pe. Zuhlsdorf. O livro do Cardeal Ratzinger chama-se O Espírito da Liturgia] explicou que quando o povo está sentado olhando cada um para si mesmo, um circulo fechado está formado. Mas quando o padre e os fiéis olham juntos ao Leste, em direção ao Senhor que vem, essa é uma forma de se abrir para o eterno”.

Nessa visão você coloca também a reabilitação (recupero) do Latin?

Eu não gosto da palavra ‘reabilitação’. Nós estamos implementando o Concílio Vaticano Segundo que explicitamente afirmou que o uso da língua Latina, exceto em caso de direito particular, era para ser preservado nos ritos Latinos. Então, se foi deixado também espaço para a introdução das línguas vernáculas, o Latim não era para ser completamente abandonado. O uso de uma língua sagrada é uma tradição em todo o mundo. No Hinduísmo a língua de oração é o sânscrito, que não está mais em uso. No Budismo o Pali [?] é usado, uma lingua que apenas os monges budistas estudam. No Islã o Árabe do Corão é usado. O uso da língua sagrada nos ajuda a viver uma experiência do “outro”.

O Latim como a língua sagrada da Igreja?

Claro. O próprio Santo Padre fala em sua Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis no parágrafo 62: “Afim de expressar mais claramente a unidade e a universalidade da Igreja, desejo endossar a proposta feita pelo Sínodo dos Bispos, em harmonia com as diretrizes do Concílio Vaticano Segundo, que, com exceção das leituras, homília e oração dos fiéis, é adequado que tais liturgias sejam celebradas em Latim”. Claro, “durante encontros internacionais”.

O que Bento XVI quer atingir dando nova força para a liturgia?

“O Papa quer oferecer a possibilidade de chegar à maravilha da vida em Cristo, uma vida que já na vida aqui na terra já nos leva a um sentido de liberdade e eternidade próprio dos filhos de Deus. E esse tipo de experiência é vivida poderosamente através de uma renovação autêntica da fé que pressupõe um antegozo da realidade celestial na liturgia em que se crê, se celebra e se vive. A Igreja é, e deve tornar-se, o poderoso instrumento e os meios para essa experiência litúrgica libertadora. E é sua liturgia que faz possível despertar tal experiência em seus fiéis”