O Novus Ordo como arma para promover “outra fé”?

Hoje publicamos a parte final do estudo de José Antonio Ureta sobre a  Desiderio desideravi. Para posts anteriores, veja a Parte 1; Parte 2; Parte 3; Parte 4

Uma pergunta incômoda

Nos quatro itens analisados ​​acima – (1) a finalidade do culto litúrgico, (2) o mistério pascal como centro da celebração, (3) o caráter memorial da Santa Missa e, por fim, (4) a presidência da assembleia litúrgica – fica bastante claro que a visão da Liturgia de Desiderio desideravi é unilateral, pois coloca todos os acentos nas sílabas erradas, embora suas palavras, consideradas individualmente, possam parecer justas a ponto de merecerem elogios de alguns tradicionalistas, mesmo entre os mais instruídos. O que o Papa Francisco parece querer enfatizar são as teorias e preferências dos liturgistas inovadores, não a doutrina tradicional da Igreja.

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Debate pós-Universae Ecclesiae [III]: A eficácia do rito “ordinário”.

Estamos apresentando uma série de artigos para desenvolver um debate sadio e respeitoso na sequência da publicação da Instrução Universae Ecclesiae. A caixa de comentários estará aberta aos que desejarem contribuir exclusivamente com argumentos, i.e., sem ofensas, provocações ou zombarias.

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Pelos padres do Priorado Padre Anchieta, FSSPX

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Padre Antonio Pino Caiazzo, pároco da Arquidiocese de Crotone e Santa Severina (Itália)

Não são poucos os que insistem, talvez de boa-fé, que a missa nova é tão católica quanto a missa que chamamos tridentina, e isso se vê refletido no modo habitual de falar com a já conhecida expressão “rito ordinário-extraordinário”. Mas, como já se disse no artigo anterior sobre o tema, detrás da missa nova achamos uma outra teologia que não pertence ao depósito da revelação e que lhe é estanha; tal teologia é chamada pelos seus mesmos criadores de Mistério Pascal. Já não é possível negar a existência desta teologia posto que os mesmos papas, começando por Paulo VI até o atual a reconhecem abertamente e a consideram o primeiro princípio da liturgia. Como o MP não é uma idéia única, mas um sistema completo de pensamento, é necessário estudá-lo por partes à luz da doutrina católica para que aos poucos nos vá revelando seus secretos pensamentos.

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Debate pós-Universae Ecclesiae [I]: o mesmo e único rito romano?

Nos próximos dias, proporemos uma série de artigos para desenvolver um debate sadio e respeitoso na sequência da publicação da Instrução Universae Ecclesiae. A caixa de comentários estará aberta aos que desejarem contribuir exclusivamente com argumentos, i.e., sem ofensas, provocações ou zombarias.

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Oblatvs – Foi publicada hoje a instrução Universae Ecclesiae (UE) da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei sobre a aplicação da Constituição Apostólica Summorum Pontificum (SP) do Papa Bento XVI.

Volto então a um tema que suscita caloroso debate e dá azo a variadas conclusões: são o Missal de 1962 e o Missal de 1970 (e os demais Livros Litúrgicos) o mesmo e único Rito Romano?

Na Summorum Pontificum, Bento XVI afirma que são “dois usos do único Rito Romano” (art. 1º) e, na carta aos bispos que acompanha a constituição apostólica, diz que “não é apropriado” falar em dois ritos. Por outro lado, a própria existência da Summorum Pontificum denota o exato contrário. Se o Missal de 1970 é apenas um “uso mais recente” do Missal anterior, ele o teria ab-rogado, como o Missal de 1962 ab-rogou as edições anteriores do mesmo Missal. Se o Missal de 1970 não ab-rogou nunca o Missal anterior, como se afirma no mesmo artigo primeiro, é porque não é o mesmo Rito Romano.

Por que o documento parece contradizer-se?

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Dom Angelo Amato, novo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos

Substituindo o Cardeal Saraiva Martins. Amato desempenhou importante papel como secretrário do então Cardeal Ratzinger na Congregação para a Doutrina da Fé, especialmente em Dominus Iesus e nas últimas respostas da Congregação sobre aspectos controvertidos do Concílio Vaticano II. Seu lugar na secretaria do Santo Ofício será assumido por um jesuíta, agora arcebispo, Luis Francisco Ladaria Ferrer, importante representante da Comissão Teológica Internacional, cujo último trabalho sobre o destino das crianças falecidas sem batismo causou grande alvoroço entre os católicos.

O futuro Cardeal Angelo Amato com o então Cardeal Ratzinger
O futuro Cardeal Angelo Amato com o então Cardeal Ratzinger

Ainda não se tem novidades sobre o novo Prefeito para a Congregação para o Culto Divino, hoje comandada pelo Cardeal Francis Arinze que há poucos meses apresentou sua renúncia ao atingir a idade limite. Amato era um dos fortes concorrentes ao cargo, que agora tem como principal candidato o Cardeal Cañizares Llovera, arcebispo de Toledo e primaz da Espanha — também conhecido como “little Ratzinger”.

Esperamos que Mons. Ranjith, atual secretário da Congregação, não retorne ao seu Sri Lanka como arcebispo de Colombo, cuja Sé vacante aguarda seu novo prelado.
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Jean Madiran escreve um excelente artigo que demonstra a mentalidade e as trapaças do episcopado Francês diante do Motu Proprio, especialmente representado pelo Cardeal Vingt Trois, arcebispo de Paris. Quase tudo que é dito lá pode ser visto na aplicação de Summorum Pontificum no restante do mundo.

É importante analisar a próxima viagem do Papa à França. Noticia-se já atritos entre o episcopado Francês e o mestre de cerimônias do Papa. Há um desconforto com a idéia de distribuir comunhão na boca dos fiéis ajoelhados… Fiquemos de olho!