Capela Santa Maria das Vitórias: Missa Solene em Anápolis, Goiás.

Nossos amigos do Missa Tridentina em Brasília noticiam a Santa Missa Solene celebrada no domingo, dia 14 de agosto, pelo revmo. Pe.  João Batista Costa, da Associação Santa Maria das Vitórias, de Anápolis, com a assistência de seminaristas do Instituto do Bom Pastor.

Segundo nossos colegas, “essa foi a primeira vez que o padre rezou uma Missa Solene; a chamada Missa Solemnis distingue-se da Missa Cantata (como é comumente feita aos domingos na capela) pela presença de ministros sagrados em assistência ao padre: diácono e subdiácono (embora a substituição de um subdiácono por um outro membro do clero seja tolerada). O papel de subdiácono foi desempenhado pelo seminarista Luis Carlos; o brasiliense Diácono Daniel Pinheiro – primeiro diácono brasileiro do IBP, ordenado recentemente em Bordeaux (França) pelo eminentíssimo Cardeal Dario Castrillón Hoyos“.

Dê um pulinho no site deles e veja mais fotos.

Washington, Oslo, Roma, Pequim. Inquietações pelo mundo afora.

Por Pe. João Batista Costa

Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam. Se o Senhor não guardar a cidade, inutilmente se desvela a sentinela. Sl. 126.

O noticiário sempre causou espanto. Até mesmo os jornais mais sóbrios sempre tiraram a paz, tal o gosto que os domina de, por meio do artifício da exageração, impressionar a imaginação dos leitores e atrair-lhes o interesse.

No entanto, é preciso reconhecer que ultimamente os acontecimentos são mais alarmantes e merecem uma ponderação especial.

Sem dizer que seja o fim do mundo, que significado terá a crise econômica dos EUA que empurra a maior potência à beira do calote? Quais suas causas e conseqüências? E não são apenas os EUA que estão na lona, a União Européia também está ameaçada pela fragilidade do euro diante da enorme dívida pública de vários países do Velho Continente. Há quem diga que não se trata de mera crise econômica mas de uma crise das instituições políticas da democracia moderna. Seria um sinal de que a democracia e o chamado estado de bem estar social se esgotaram.

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Eleições e aborto (irracionalidade, mentira e traição).

Por Pe. João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

As eleições deste ano nos oferecem um espetáculo particularmente deplorável: o aborto reduzido pela mídia a uma questiúncula religiosa das várias seitas que disputam o mercado da fé. Mas uma questiúncula a ser levada a sério pelos candidatos se não quiserem ter prejuízo eleitoral.

É uma prova cabal da tremenda decadência intelectual e moral da nossa sociedade.

Embora, tradicionalmente, moral e religião tenham sido sempre coisas ligadas entre si, são realidades distintas. E a questão do aborto, antes de ser uma questão teológica, é um problema filosófico e ético.

Por que se reduz a questão do aborto a uma questão de fé? Simplesmente porque não se reconhece mais o feto como um ser vivo dotado de uma alma. Porque não se admite mais o conceito metafísico da alma, como a forma do ser vivo. Porque não se conhece mais a explicação filosófica do conceito de vida. A vida é considerada um fenômeno resultante da própria matéria inerte. E, evidentemente, porque já não se concebe mais a existência de Deus como um dado da razão.

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Política: desolação e esperança.

Pe. João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

Todos nós católicos estamos angustiados com a perspectiva de, dentro de poucos meses, ver instaurado no Brasil o pior e mais pernicioso governo que já tivemos. Uma criminosa terrorista na suprema magistratura da nação manobrando todos os recursos para implantar um regime completamente hostil a tudo aquilo que consideramos mais sagrado e santo na nossa vida, os valores fundamentais da nossa civilização.

Observo reações e alertas vindos dos mais diversos setores. Mas infelizmente até agora não vejo e não ouço ninguém dizendo que é preciso esmagar com um porrete a cabeça da serpente. Não vejo ninguém dizer que colhemos os mais sazonados frutos da democracia nascida da revolução dita francesa. Pelo contrario, vi há pouco um confrade dizendo que é preciso organizar um movimento em defesa de democracia e da liberdade.

Sinceramente, creio que vamos sofrer muito ainda, mas vejo um sinal de esperança. Vejo, através da Internet, inúmeros grupos fartos da realidade dolorosa que vivemos e descobrindo quanta fraude, quanta mentira foi dita nos últimos anos em matéria de religião e política.

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“Santo Padre, coragem! Santo Padre, fale!”. Segunda carta aberta do Pe. João Batista ao Papa Bento XVI.

Padre João Batista - Consagração da Capela Santa Maria das Vitórias
Pe. João Batista - Consagração da Capela Santa Maria das Vitórias em Anápolis, GO.

Beatíssimo Padre.

Há mais de um ano dirigi-me a Vossa Santidade para expressar-lhe meu apoio diante dos ataques desfechados contra sua augusta pessoa por haver praticado um ato de justiça ao anular o decreto de excomunhão contra os quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.

Agora dirijo-me com o propósito de encorajar Vossa Santidade a continuar sua obra iniciada apesar de toda ira e sanha que se levantam contra Vossa Santidade por parte dos inimigos da Igreja (internos e externos). Estão furibundos porque percebem que Vossa Santidade,  pouco a pouco, repõe a Igreja em seu devido lugar.

Permito-me, com todo respeito, compartilhar com Vossa Santidade algumas idéias que me acodem à mente diante de fatos recentes.

Em primeiro lugar, desejaria dizer a Vossa Santidade que estive em Roma em maio último (quando rezei especialmente por Vossa Santidade na Basílica de São Pedro) e ouvi de um prelado digno do maior respeito e confiança que os rumores sobre as conversações doutrinais entre a Santa Sé e a Fraternidade Sacerdotal São Pio X são positivos, mas, ao que parece, Vossa Santidade não tem a intenção de pronunciar-se a respeito. Porque uma palavra de Vossa Santidade iria agravar a divisão  da Igreja. Vossa Santidade, disse-me o prelado, espera que se encontre uma saída honrosa para ambas as partes. Devo dizer-lhe que isto me parece muito dificultoso.

Mas sendo assim as coisas, é necessário aplicar um remédio para sarar uma ferida que gangrena a Igreja. Refiro-me à arbitrária supressão canônica da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, levada a efeito de forma ilegal, draconiana, à maneira como Stalin pôs fim às repúblicas bálticas.

Se as conversações entre a Fraternidade correm o risco de não se concluir com uma palavra do Papa que esclareça os problemas do Vaticano II (como, aliás, deseja o eminente teólogo Brunero Gherardini em sua importante obra Vaticano II, um disurso da fare), é necessário que ao menos a Santa Sé repare aquela tremenda injustiça cometida contra Mons. Lefebvre, sua obra e milhares de católicos apegados à tradição. Com efeito, sua obra foi brutalmente posta na ilegalidade porque ele dizia o que Vossa Santidade diversas vezes disse. Ele criticava a missa nova. Vossa Santidade também apóia uma crítica severa à reforma litúrgica, tal como no prefácio ao livro de Mons. Gamber, o qual disse que a reforma de Paulo VI foi mais radical que a de Lutero! Ele dizia que a missa tradicional jamais poderia ser abolida. Vossa Santidade disse a mesma coisa por ocasião do motu proprio.

Por outro lado, Vossa Santidade com freqüência enaltece a memória de seu predecessor João Paulo II, o qual ,devo dizer-lhe, teve diversas atitudes que me parecem chocantes e pasmosas como, por exemplo, o encontro de Assis, o beijo do Corão etc, etc. Pois bem. Uma das atitudes chocantes de João Paulo II foi quando no jubileu do ano 2000 pediu perdão público pelos pecados e erros cometidos pela Igreja ao longo de sua história. Um anacronismo censurado por intelectuais católicos respeitadíssimos como Paul Johnson (Quando Deus pedirá perdão por haver destruído Sodoma?, escreveu ele então) e por Romano Amério em Stat Veritas.

Se João Paulo II pediu tal perdão, porque não pedir perdão agora aos tradicionalistas da Fraternidade São Pio X por haver cometido contra eles uma abuso de poder ao decretar  extinção canônica da Fraternidade e restituir-lhes o estatuto jurídico que lhes compete conforme o melhor direito?

Ademais, desejaria dizer a Vossa Santidade que não me parece coerente um discurso que admite uma crítica à reforma litúrgica e ao mesmo tempo isenta o Vaticano II do desastre que vivemos na Igreja em todos os campos. Lex orandi, Lex credendi. O cardeal Benelli disse uma vez que a missa tradicional jamais poderia ser restabelecida na Igreja porque correspondia a uma eclesiologia ultrapassada. Agradeço-lhe a sinceridade mas não lhe perdôo a heresia.

Pelas palavras do cardeal, fica demonstrado que o Vaticano II tem seus problemas. A reforma litúrgica com tuas suas ambigüidades não nasceu do nada. Ela expressa uma nova teologia. De onde?

Santo Padre, coragem! Santo Padre, fale! São Pedro condenou à morte Ananias e Safira por haver fraudado a comunidade dos primeiros cristãos. Santidade, exerça sua autoridade: faça que a terra engula também os fraudadores, não de bens materiais, mas da doutrina sagrada, esses hereges que se recusam a obedecer-lhe não corrigindo, por exemplo, a forma da consagração do cálice na santa missa, conforme ordenado por Vossa Santidade há alguns anos já.

Para nossa tranqüilidade, Vossa Santidade tem reiteradas vezes condenado o relativismo hodierno. Mas devo dizer-lhe que, não obstante o discurso de Vossa Santidade, o ecumenismo e  o dialogo inter-religioso hoje praticados favorecem sobremaneira um clima de relativismo e indiferentismo em toda sociedade. Bispos e padres com a maior desfaçatez, dizendo-se acobertados por Vossa Santidade, promovem as mais escandalosas cerimônias em que se realiza abominável communicatio in sacris. O mal causado às almas é enorme, incalculável. Hoje, a quase totalidade dos católicos acha que todas as religiões são boas; que é uma discriminação e intolerância dizer que a única religião verdadeira é a Igreja Católica.

Por derradeiro, Santo Padre, como um filho que confia em seu pai, quero dizer-lhe que uma das coisas mais tristes que vivemos na Igreja hoje é a falta de amor à verdade. Ama-se tudo menos a verdade. Ama-se o poder, amam-se as vantagens materiais, cargos, prebendas, prestigio, adulam-se os poderosos, mas não se ama a verdade. Ama-se um falso amor pentecostal, mas não se ama a verdade. O dístico de Vossa Santidade, Cooperatores Veritatis, representa para mim um consolo.

Não sei o que me custará essa carta. Talvez nada, talvez passe despercebida. Talvez me custe a cabeça, como a meu santo e venerado patrono São João Batista. Mas cumpro meu dever de consciência. Não suporto ver a injustiça que se cometeu contra Mons. Lefebvre, o bispo que preservou minha fé no deserto da Igreja pós-conciliar.

Rogando a bênção de Vossa Santidade, asseguro-lhe minhas orações.

Cor Mariae Imaculatum, spes nostra esto.

Padre João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

Anápolis, 28 de junho de 2010

Vigília de São Pedro e São Paulo

Fonte: Santa Maria das Vitórias

Bento XVI, Santo Agostinho e os Judeus.

Pe. João Batista Almeida Ferraz Costa

Tendo em vista a próxima viagem de Bento XVI à Terra Santa e os debates teológicos entre a Fraternidade São Pio X e os dicastérios competentes da cúria romana em torno dos temas mais controvertidos do Concílio Vaticano II, desejaria fazer um cotejo entre o ensinamento de Santo Agostinho e uma passagem do Catecismo da Igreja Católica.

Há notícias de que os judeus estão descontentes com Bento XVI porque este ainda não disse claramente que eles, por professarem a lei de Moisés, têm a salvação.

Todo esse problema, essa confusão reinante, seria perfeitamente evitado se a tradição da Igreja não tivesse sido  atirada às urtigas nesses últimos anos. Na verdade, os modernistas iludiram os judeus de hoje com um falso ecumenismo, um diálogo inter-religioso irresponsável, que não tem como preocupação central a questão doutrinária, mas apenas fomenta um sincretismo, um irenismo com vista a um projeto filantrópico mundial. De maneira que, quando desponta o problema doutrinário – por que hoje temos um papa teólogo que não descuida do dogma – essas pessoas sentem-se enganadas achando que a Igreja tinha renunciado a sua missão de proclamar Cristo como único Salvador e a ela própria, Igreja Católica Apostólica Romana, como a única verdadeira Igreja de Cristo.

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Carta aberta do Pe. João Batista ao Papa Bento XVI.

Carta Aberta ao Santo Padre Bento XVI

 

 

Beatíssimo Padre.

 

Padre João Batista - Consagração da Capela Santa Maria das VitóriasProstrado aos pés de Vossa Santidade, venho, respeitosamente, por meio desta, manifestar-lhe minha fidelidade incondicional na qualidade de sacerdote católico incardinado na Diocese de Anápolis.

 

Tenho acompanhado com tristeza e indignação todos os ataques dirigidos contra Vossa Santidade, verdadeiros atos de rebeldia, por parte de pessoas que perderam a fé católica ou se deixaram enredar por falsas doutrinas e, assim, são incapazes de avaliar com justeza as medidas prudentes e zelosas de Vossa Santidade com o intuito de promover o bem da Igreja e preservar a integridade da fé católica.

 

Desejaria dizer a Vossa Santidade que lhe sou particularmente grato pelo motu proprio Summorum Pontificum e pelo decreto de revogação das excomunhões declaradas em 1988 contra Mons. Marcel Lefèbvre, D. Antonio de Castro Mayer e os 4 bispos então consagrados.

 

Com a liberdade de um filho que confia em seu pai, devo dizer a Vossa Santidade que, tendo nascido em 1962 em uma diocese do interior do Estado São Paulo, assisti à degradação da vida espiritual católica promovida pela teologia da libertação e em nome do Concílio Vaticano II: igrejas destruídas e profanadas, a liturgia completamente dessacralizada, a educação católica, garantia da transmissão dos valores perenes, abolida com o fechamento de antigos colégios, porque se dizia serem apenas  instituições a serviço da  burguesia e contra as classes oprimidas. Um número incalculável de publicações  (cartilhas, panfletos, folhetinhos de missa) espalhou todos esses anos entre os católicos a grosseria, a  imoralidade e a heresia, de modo que se gerou um ambiente insuportável. É inútil e impossível mencionar todas as calamidades que se abateram sobre os católicos, e Vossa Santidade tem pleno conhecimento da realidade.

 

Digo isto apenas para confessar a Vossa Santidade que, se eu e minha família preservamos a fé católica, foi graças ao combate travado por sua S. Exa. Revma. Mons. Lefèbvre. Com efeito, verificamos que ele tinha razão em convocar os católicos para lutar contra tantos desmandos e abusos.

 

Em 1988, quando foi assinado um protocolo de “acordo” entre a Fraternidade Sacerdotal São Pio X e a Santa Sé, no qual se previa a conveniência de que fosse sagrado um bispo eleito entre os padres da Fraternidade e, como não se superasse o obstáculo da fixação de uma data para tal sagração, pareceu-nos que Mons. Lefèbvre tinha o direito de proceder ao rito sagrado.

 

Decorridos tantos anos, estou convencido de que o venerável bispo agiu bem. Os frutos de sua obra são bênçãos e graças para toda a Igreja. Não tivesse ele agido com prudência e fortaleza então, certamente não existiria a Fraternidade Sacerdotal São Pedro e muitos outros institutos ligados a Ecclesia Dei Adflicta. Eu mesmo não teria sido ordenado presbítero no rito tradicional em 1996 pelo cardeal Stickler em atenção às letras dimissórias de meu antigo bispo D. Manoel Pestana Filho. E, certamente, o “progressismo católico” teria avançado muito mais como força devastadora da Vinha do Senhor.

 

Por isso, expresso hoje minha gratidão a Vossa Santidade e reverencio a memória dos dois bispos que ajudaram tantos católicos a conservar a fé em tempos tão atribulados.

 

Gostaria ainda de dizer a Vossa Santidade que são numerosíssimos os padres que o apóiam por ter, por exemplo, ordenado a correção da tradução da forma da consagração do cálice na Santa Missa e não se conformam com o descaso da hierarquia em cumprir a ordem emanada de Roma. O zelo de Vossa Santidade pelo decoro da sagrada liturgia nos conforta. Há muitos padres que desejariam seguir o exemplo de Vossa Santidade em suas paróquias, mas temem represálias da parte dos seus ordinários.

 

Igualmente, quero assegurar a Vossa Santidade que foi enorme a satisfação dos verdadeiros católicos com a atitude digna do arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho OC, por ter recordado que os católicos que cooperaram com a prática do aborto naquela cidade incorreram em excomunhão latae sententiae. São gestos como este que confirmam os católicos em sua fé. Foi, por outro lado, vergonhoso e lamentável ver outros bispos censurarem a atitude coerente do arcebispo D. José Cardoso Sobrinho.

 

Seja-me permito, finalmente, rogar a Vossa Santidade uma providência especial para proteger o Brasil, o maior país católico do mundo, de uma gravíssima ameaça que paira sobre a Terra de Santa Cruz. Vivemos há quase oito anos sob um governo socialista que tem adotado uma política anticristã na área do direito da família e da vida. O atual governo tem o propósito de introduzir a legalização geral do aborto e da união civil homossexual. Tudo isto está previsto no programa político do Partido dos Trabalhadores, partido do governo. A candidata do governo à presidência da República no próximo ano já fez declarações neste sentido. Apesar da absoluta incompatibilidade de suas propostas políticas, a referida senhora tem exercido nas concentrações carismáticas o ministério de leitora nas missas, em franca campanha política. Com efeito, isto nos desconcerta.

 

Quando se trata de assuntos de grande relevância moral e para a salvação das almas, não se observa da parte da hierarquia tanto empenho para não dizer que há dolorosa omissão ou cumplicidade. Atitude como a de D. Cardoso é uma gota de água pura no mar morto. Mas quando se trata de assuntos técnicos ou sócio-economicos observa-se uma indiscreta ingerência, que só redunda em descrédito da Igreja. Permito-me recordar a Vossa Santidade o episódio da transposição do rio São Francisco ou mais recentemente a absurda demarcação de território indígena em região rica em minérios (uma ameaça à soberania nacional), com apoio do Conselho Indigenista Missionário, órgão ligado à CNBB.

 

De maneira que, diante da gravidade da situação atual do Brasil, rogo a Vossa Santidade que, assim como Pio XII (cuja memória Vossa Santidade tem reverenciado) salvou a Itália do perigo comunista arregimentando os católicos, assim também agora ajude a salvar o Brasil da perpetuação de uma tirania socialista e anticristã, que se instaurou entre nós com os préstimos da “esquerda católica”

 

Rogo a bênção de Vossa Santidade sobre minha pessoa e sobre todos fiéis da Capela Santa Maria das Vitórias em Anápolis, consagrada por Dom Pestana em dezembro do ano passado. Asseguro a Vossa Santidade nossas fervorosas orações ao Imaculado Coração de Maria para que Nossa Senhora o proteja da maldade dos seus inimigos.

 

Anápolis, 27 de março de 2009

Festa de São João Damasceno

Pe. João Batista de A. Prado Ferraz Costa

 

Fonte: Associação Civil Santa Maria das Vitórias

 

Franciscans, Dominicans and Lefebvrists, An Open Letter to Progressivists and Modernists – Pe. João Batista

A versão inglesa do artigo “Franciscanos, Dominicanos e Lefebvrianos” foi publicada em The Remnant tanto em sua versão online como em sua versão impressa. Agradecemos a dois colaboradores do blog pela tradução e revisão, a Michael J. Matt pela gentileza em publicar o artigo e ao Reverendíssimo Padre João Batista pela autorização concedida.

Link para o original

Forum AngelQueen repercute artigo de Pe. João Batista.

Franciscanos, dominicanos e lefebvrianos.

Por Padre João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa

 

A obra de restauração da Igreja empreendida com sabedoria e fortaleza pelo Santo Padre tem encontrado mil obstáculos da parte dos progressistas ignorantes e dos modernistas fátuos de sua pseudociência. Estes homens inimigos de todo o bem têm feito de tudo para impedir a regularização canônica da Fraternidade Sacerdotal São Pio X.  Por exemplo, o herege anarquista Hans Küng não só criticou o papa por se aproximar dos tradicionalistas, mas sublevou o clero e os leigos da Áustria contra a nomeação de um bispo para auxiliar de uma diocese daquele país.

 

Cheios de hipocrisia, inconformados com o decreto de 21 de janeiro de 2009, que anula a injusta excomunhão de 1988, os modernistas, quando se referem aos quatro bispos consagrados por Mons. Lefèbvre, em tom pejorativo dizem “os bispos lefebvrianos” ou o “chefe dos lefebvrianos” ou ainda “os bispos lefebvrianos não podem celebrar missa nas igrejas católicas.”

 

É revoltante ver tanta hipocrisia. Como se sabe, os progressistas profanam e destroem nossas antigas igrejas, derrubam os altares, colocam  mesas luteranas na frente dos presbitérios, emprestam o lugar sagrado até para ritos satânicos (como ocorreu em Assis) fazem todo tipo de “communicatio in sacris”. Tudo isso em suas consciências deformadas está permitido. Mas oferecer aos “lefebvrianos” um altar para dizer a missa no rito romano tradicional, não, isto não. É pecado mortal!

 

Raça de víboras! As meretrizes vos precederão no reino dos céus!

 

Saibam os senhores que a obra fundada por Mons. Lefebvre teve todas as licenças canônicas. Recebeu carta de louvor da Sagrada Congregação para a Educação Católica, contou com o apoio de um dos teólogos mais respeitados do século XX, o cardeal Charles Journet. A dissolução canônica da Fraternidade Sacerdotal São Pio X  – se é que se pode empregar a palavra canônica – foi ilegal, não obedeceu à norma prevista em lei. Nullius júris. Se a excomunhão dos quatro bispos foi revogada, com muito maior razão os atos aprobatórios da fundação da Fraternidade Sacerdotal São Pio X têm de ser revalidados.

 

Tudo isto fica claríssimo a partir da carta do Santo Padre que apresenta aos ordinários o motu proprio Summorum Pontificum, na qual diz que a missa tradicional jamais foi proibida e que houve omissão por parte da Igreja em preservar sua unidade.

 

Que quis dizer o papa? Para bom entendedor, meia palavra basta. Em outras palavras quis dizer que os progressistas mentiram todos esses anos dizendo que a missa de sempre estava proibida e abusaram do poder querendo escorraçar da Igreja os católicos apegados à tradição da Igreja.

 

Algum progressista um pouco mais dotado intelectualmente talvez me objete: os lefebrianos foram repelidos porque rejeitaram o Vaticano II.  Respondo: e os senhores, que fizeram do Vaticano II? De um concilio pastoral, cheio de ambigüidades, sem nenhuma definição doutrinária mas cheio de apelos ao diálogo com o mundo, desses documentos pastorais – alguns em flagrante contradição com o que a Igreja havia dito e feito até 1958 – quiseram os senhores fazer um super dogma, ou tomá-los como constituição fundamental de uma nova religião. A Igreja pos-conciliar de que falava o cardeal Benelli. Uma nova religião sem dogmas, ou melhor, seu único dogma é proibir afirmar qualquer dogma. Os senhores fizeram o concílio dizer o que não era intenção dos padres conciliares. Fizeram uma missa nova que fora expressamente rejeitada pelos padres do concílio.. Daí o ódio dos senhores a Bento XVI e a  Mons. Lefèbvre e a tudo o que eles representam.

 

Mas acontece que o então cardeal Ratzinger chegou a escrever em 1983 a Mons. Lefèbvre: “O senhor tem o direito de dizer que há pontos do Vaticano II que dificilmente se conciliam com a tradição da Igreja.” E disse também que a Gadium et Spes era o anti Syllabus.

 

 De modo que, hoje, antes de uma formalização canônica, a Fraternidade São Pio X tem razão de querer, com o beneplácito do Santo Padre,  um estudo doutrinário sobre alguns pontos questionáveis do Vaticano II para dissipar a confusão que reina na Igreja.

 

Os progressistas, ao contrário, dando mais uma demonstração de má-fé, dizem: “Os lefebvrianos têm de aceitar o Vaticano II do nosso jeito” E ao mesmo tempo, leiloam o primado de Pedro para agradar aos verdadeiros cismáticos!

 

Por isso, hoje o papa esforça-se por promover a hermenêutica da continuidade. Os senhores, ao contrário, querem a ruptura com o passado. Ou quando muito, mentem dizendo que estão em continuidade. Cabe-lhes o ônus da prova. Se não o conseguirem, tenham a honestidade de retirar-se da Igreja, dizendo que querem fundar uma Igreja moderna que aceite a ordenação de sacerdotisas, o uso de preservativo, o divórcio, o controle da natalidade, a união gay, uma religião aberta ao animismo, ao culto dos lugares altos, das árvores e das águas. Enfim, uma religião em que o homem seja Deus.

 

                               Algum progressista simplório e maldoso ao mesmo tempo talvez me diga: “Os lefebvrianos são nazistas. Veja só a declaração do bispo Williamson!” Concedo que o bispo britânico foi infeliz em confiar em um repórter (que depois o trairia a serviço dos progressistas) ao dizer-lhe sua opinião equivocada sobre o genocídio praticado pelo regime criminoso de Hitler não só contra os judeus (o que seria uma mentira) mas contra ciganos, poloneses, deficientes físicos e mentais. Mas é preciso dizer que a opinião equivocada do bispo Williamson se baseia em algumas leituras que ele está disposto a rever e cotejar com outras fontes. De qualquer modo, não se pode generalizar sua opinião. O próprio pai de Mons. Lefebvre morreu em um campo de concentração.

 

Mas se esse progressista simplório insistisse nesse tipo de argumentação eu teria a paciência de responder-lhe: por que o senhores defendem el paredon e a ilha prisão de Fidel Castro? Arns, Casaldaliga, Silva Henriques, Boff, Betto e tantos e tantos outros defenderam o maior genocídio da história praticado pelo comunismo. Os senhores fizeram pacto com Moscou para celebrar o Vaticano II! Sim, o Vaticano II fez um acordo secreto com o partido  comunista! Em troca da participação dos cismáticos russos – a quem os senhores não chamam como tais – os senhores se omitiram, de uma forma ignóbil e imoral, sobre a maior ameaça que pesava sobre a civilização, a opressão comunista. Quanta hipocrisia, meu Deus! Tudo em nome da unidade e da paz!

 

Que unidade os senhores querem? Em torno do que? Não há unidade sem verdade. Os senhores não crêem no Verbo Eterno. Dom João Evangelista Martins Terra SJ prova isto em seu livro Bento XVI Adversus Haereses (2007), livro que os senhores, numa inquisição às avessas, censuraram. Quanta hipocrisia! Não só as meretrizes, mas os publicanos vos precederão no reino dos céus, reino em que senhores não crêem mais. Os deputados do “mensalão” venderam os seus votos. Os senhores traíram a Igreja.

 

Os senhores progressistas podem espernear já que não conseguem argumentar. Podem troçar dizendo lefebvrianos. O fato é que eles são mais católicos do que muitos que hoje têm toda documentação e provisão canônica em ordem nas cúrias diocesanas. Uma prova lídima da  catolicidade dos lefebvrianos é a bela carta que os quatro bispos enviaram ao Santo Padre a 29 de janeiro último. São lefebvrianos autênticos. Que dizer de muitos franciscanos e dominicanos? Estão mais próximos dos luteranos, como honestamente confessou um bispo italiano há poucos dias.

 

 

Anápolis, 1º de março de 2009

 

Fonte: Associação Civil Santa Maria das Vitórias

 

Salve Bento XVI! Salve Mons. Lefèbvre!

Pe. João Batista de Almeida Prado Ferraz Costa
Associação Civil Santa Maria das Vitórias

A caridade não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. (I Cor, 13, 6)

Como se sabe, os modernistas têm um conceito falso de caridade. Separam o amor da verdade, a vontade da inteligência. São voluntaristas. Fanáticos. Caprichosos. Obstinados. Guiados apenas por suas paixões e preconceitos, sem a luz da razão e da fé, os modernistas costumam emitir juízos disparatados com a pretensão de justificar qualquer comportamento à margem da lei moral. Em nome da caridade defendem todos os vícios e pecados. Distorcem aquelas palavras do Apóstolo: “a caridade cobre a multidão dos pecados.”

Além de um falso conceito de caridade, os modernistas, como disse São Pio X, são hipócritas. E agora, com a anulação da excomunhão de Mons. Lefèbvre por decisão do Papa Bento XVI, temos mais uma prova disso.

Contradizendo suas próprias idéias teológicas que alargam indefinidamente as fronteiras da Igreja, quase que identificando-a com a humanidade, os modernistas hipocritamente taxavam a Fraternidade Sacerdotal São Pio X de cismática, fascista e não sei quantos epítetos mais.

Pois bem. Ao interpretar o decreto do papa de anulação das excomunhões dos chamados bispos tradicionalistas, os modernistas querem aplicar ao papa Bento XVI o conceito herético e liberal de caridade. Quer dizer, o papa teria agido por uma misericórdia acima de toda justiça, por um puro gesto de perdão, ao retirar a pena sem que houvesse uma manifestação de arrependimento da parte dos “cismáticos”. A ação de Bento XVI seria inexplicável logicamente.

Ora, isto constitui uma injúria ao papa. Equivale a atribuir-lhe um procedimento irresponsável no governo da Igreja. O papa jamais poderia revogar uma excomunhão justa. A excomunhão é uma pena medicinal para emenda do autor do delito e preservação do bem comum da Igreja. Enquanto subsiste a culpa do delito ou o requer o bem da Igreja, a pena deve subsistir.

Bento XVI revogou as excomunhões declaradas em 1988 porque tem consciência de que eram injustas. Isto está patente em sua carta de apresentação do motu proprio Summorum Pontificum em que ele diz aos bispos que houve omissão da Igreja no zelo pela sua unidade. E em outras ocasiões criticou aqueles que pretendem fazer do Vaticano II um “super concílio” acima de todos os outros.

Se a posição crítica de Mons. Lefebvre às reformas emanadas do Vaticano II fosse um pecado, se o Vaticano II fosse um concílio dogmático que obrigasse os católicos a acatá-lo em sua inteireza, se não fosse lícita uma objeção de consciência às passagens ambíguas e contraditórias do Vaticano II comprovadas por teólogos e estudiosos das mais diferentes tendências, a autoridade suprema da Igreja não poderia levantar as excomunhões dos quatro bispos reabilitando assim a memória de Mons. Lefèbvre e de D. Castro Mayer.

Em suma, Bento XVI agiu, sim, com caridade. Mas com caridade católica, verdadeira, tradicional, aquela que se rejubila com a verdade. Ele sofria com a injustiça cometida contra Mons. Lefèbvre e os tradicionalistas e quis repará-la. Ao contrário, os modernistas hipócritas tinham prazer em apodar os tradicionalistas como seita excomungada, alegravam-se com a injustiça, porque a excomunhão atendia aos seus interesses diabólicos de afastar os católicos da tradição da Igreja.

Para remate dessas considerações, acode-me à memória o comentário de Santo Agostinho ao Salmo 128: Saepe expugnaverunt me a iuventute mea. Explica Santo Agostinho que essas palavras se referem à Igreja sempre combatida pelos maus elementos que nela vivem, tentando seduzir e enredar os bons em seus maus caminhos. Assim os modernistas infiltrados na Igreja. Mais adiante diz o salmo: Etenim non potuerunt mihi. Supra dorsum meum fabricaverunt peccatores, prolongaverunt iniquitatem suam. Explana o Santo Doutor: “Quantos males suportamos, quantos escândalos suportamos por parte dos maus dentro da Igreja (…) Mas não conseguiram que os bons consentissem com eles no mal.” Assim também hoje os modernistas enfurecidos com o papa o difamam, ameaçam, dizem que é nazista etc, ma não o dobram (potuerunt mihi). Em seguida diz o Salmo: Fiant sicut faenum tectorum quod priusquam evellatur exaruit. Assim são os modernistas na Igreja: como erva que nasceu sobre o telhado de uma casa e secou antes de arrancada. Os modernistas no alto de sua insolência secaram, murcharam sem necessidade de ser arrancados do telhado da Igreja. Embora excomungados por São Pio X, conseguiram permanecer no interior da Igreja fazendo o mal, mas por fim secaram porque não tinham raízes. Basta agora um vento mais forte soprado por Deus para caírem como erva seca a ser queimada.

Portanto, salve o Papa! Salve Mons. Lefèbvre! Parabéns aos bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X!

Anápolis, 27 de janeiro de 2009
Festa de São João Crisóstomo, Bispo e Doutor da Igreja.