Reza e jogo de capoeira em porta de igreja onde missa foi proibida.

Por Correio do Estado

fotoVestidos com trajes que remetem às raízes africanas, religiosos da umbanda e do candomblé promoveram no final da tarde de ontem (29), a “1ª “Caminhada em defesa da liberdade religiosa”. O ato foi uma forma encontrada pelos religiosos para exporem a indignação com a decisão tomada pela Diocese de Corumbá de não realizar a já tradicional missa do dia 30 de dezembro com a presença de candomblecistas na igreja Matriz de Nossa Senhora da Candelária, seguida da lavagem da escadaria.

A caminhada teve concentração no Jardim da Independência e partiu de frente da Igreja de Nossa Senhora Auxiliadora, na rua Dom Aquino, percorrendo as ruas Frei Mariano, Delamare, Antônio Maria Coelho, chegando até à frente da Igreja Matriz Nossa Senhora da Candelária. Apesar de a igreja estar com as portas abertas, pois se preparava para receber fieis para uma missa, os religiosos não entraram no prédio e, do lado de fora, deram as mãos e rezaram o “Pai Nosso”. Na sequência, uma roda de capoeira foi aberta.

“O jogo de capoeira não é uma afronta, é para sentir Ogum, o orixá guerreiro, chegar, para sentir os orixás homens e mulheres alentaram essa carga negativa que foi gerada e limpar esse espaço de discussão para que seja feita a lavagem das escadarias não somente em nome da tradição, mas por amor no coração”, disse o babalorixá Zazelakun Clemílson Medina que aproveitou para afirmar que nesta sexta-feira, 30 de dezembro, repetirá o ato da lavagem da escadaria da igreja como vem fazendo desde 2002. “Eu respeito a casa de Deus, e sei que esse Cristo vivo estará do lado de fora, olhando os fiéis que estarão ali para adorá-los”, disse ao Diário.

Representando os umbandistas, o babalorixá Hamilton de Xangô, disse que a decisão tomada pela Diocese de Corumbá em não realizar a missa no dia 30, para não abrir as portas da igreja aos candomblecistas, será levada ao conhecimento de outras instâncias da Igreja Católica.

“Nós podemos fazer um apelo aos cardeais, ao arcebispo em Campo Grande, e caso ele não tome nenhuma providência, podemos recorrer à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para que eles também tomem ciência do fato que está acontecendo em Corumbá. O que fazemos nada mais é do que uma cultura, uma homenagem, um sinal de humildade”, falou, ao ressaltar a postura dos adeptos de religiões de matrizes africanas.

“Nós não queremos ofender dogmas do Cristianismo, mas sim receber a bênção do padre para que tudo isso se tornasse uma unificação, dar as mãos porque estamos em tempo de paz, em tempo de buscar união para que o país se desenvolva, para que Corumbá cresça”, avaliou Hamilton, que é presidente da seccional da FECAMS na cidade.

Depois da roda de capoeira que durou cerca de 10 minutos, os religiosos seguiram descendo a ladeira Cunha e Cruz em direção ao Teatro de Arena do Porto Geral de Corumbá, para o evento “Ritmos do Atabaque”. Além de representantes de várias casas religiosas, entidades ligadas à cultura afro, também participaram da manifestação.

O outro lado

Durante a manifestação, a reportagem procurou o pároco da Matriz, padre Fábio Vieira, e foi informada por membros da igreja que o líder religioso não se pronunciaria sobre a mobilização.

Já o bispo diocesano Dom Martinez Álvarez ratificou a decisão esta semana ao Diário. “Não é que haja animosidade, em absoluto, mas nosso nível de comunhão ainda não é tão profundo para podermos compartir (partilhar) a eucaristia que, para nós, é momento de comunhão mais profundo dentro da igreja católica Quando tomamos uma decisão, ela não é leviana, é fruto de ponderação. Tomamos não pensando em voltar atrás. Repito que, com base na opinião de alguns fieis, e no que acontece na Bahia, que também não abre as portas (da igreja), nós decidimos por não realizar a missa no dia 30 de dezembro na igreja Matriz. Nós não queremos ser diferentes do Brasil, não queremos inventar moda”, declarou.

9 comentários sobre “Reza e jogo de capoeira em porta de igreja onde missa foi proibida.

  1. Me pareceu bastante prudente a postura do bispo, esses fatos ocorrem graças ao ecumenismo tão trombeteado pelo CVII, e que nunca surtiu efeitos a não ser como esses e muitos outros mundo afora, no tocante a CNBB quem sabe ela que é tão ecumênica não se mostre profundamente favorável a tais práticas.

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  2. a CPDR, comissão pastoral para a doutrina (sic) do relativismo da CNBBdoB informa que o pároco e o sr bispo diocesano serão punidos rigorosamente por faltar com o amor aos nossos irmãos das outras religiões, que como sabemos é a essência da fé cristã.

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  3. Os candomblecistas e umbandistas, não se contentando em cultuar seus falsos deuses e praticar o grave pecado de magia e espiritismo em seus terreiros, teimam em profanar o Templo de Deus, como fazem na Bahia. E quando a Igreja faz um esforço (mesmo tímido como esse) para defender a honra de Deus, para defender a Fé Católica e evitar que os fiéis pensem que tudo é a mesma coisa, seus inimigos apelam para o “dogma” modernista da “liberdade religiosa”, aqui traduzido como direito de fazer adoração a “deuses” pagãos dentro da Igreja de Cristo. Quem conhece a Sagrada Escritura e o catecismo católico, sabe muito bem que os deuses dos pagãos são demônios. E não pode haver acordo entre Deus e os demônios, nem entre os filhos das trevas e os filhos da luz. Tentar misturar as duas coisas só serve para enganar os bons e atrai-los para o precipício e a perdição de suas almas. Celebrar uma Missa para aqueles que praticam abertamente o pecado de idolatria e magia, e não querem abandonar tais pecados (antes, estão ali como representantes disso), é não apenas uma afronta e uma ofensa grave a Deus, que abomina e condena tais coisas. É também um grande prejuízo para muitos fiéis bem intencionados (mas não suficientemente instruídos na Fé), que saem dessas Missas sincretistas pensando que cultuar deuses pagãos é o mesmo que cultuar o Deus Único. E ficam pensando que as práticas de espiritismo e de magia nos terreiros são algo bom, desconhecendo que Deus condena tais práticas como abomináveis e malignas. Não admira que, diante do posicionamento corajoso do Bispo de Corumbá, os candomblecistas e umbandistas digam que irão apelar para a CNBB e até para os Cardeais da Santa Igreja. É de temer que consigam alguma coisa. Afinal, não foi o Concílio Vaticano II que consagrou a “liberdade religiosa”? (esta, alías, é diferente da “tolerância religiosa”). A firmeza do Bispo de Corumbá em recusar esse horrendo sincretismo religioso merece elogio. No entanto, ele diz: “… nosso nível de comunhão ainda não é tão profundo para podermos compartir (partilhar) a eucaristia”. Ainda não é? Isso significaria que um dia vai ser profundo a ponto de “partilhar a eucaristia” com os cultuadores de deuses pagãos? Essa palavrinha “ainda” deixou uma porta aberta, Eminência. Mas, que Deus o conserve nessa atitude firme e corajosa, ainda que tímida.

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  4. Como diz o Felipe Leão: ui ui ui

    Isso mesmo reclamem com a cnbb, vamos ver a cnbb ir contra as recomendações do papa, pq nas visitas ad limina só tem santo na cnbb. Se a cnbb ficar contra o bispo, o bispo vai se defender aaaaa to louca para ver o circo pegar fogo. Criaram uma boçorroca na Igreja, e os irmãos separados (SIC) querem seus direitos. Uma dica, usem o CVII para falar com a cnbb!

    Fogo no ecumenismo!

    Acho lindo labaredas!

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  5. Além de querer cometer esse sacrilégio dentro da Santa Missa ainda querem reclamar? Pelo jeito eles já são conhecido da CNBB, ou sabem do relaxo que é essa dita conferência. Porque não vão reclamar pra Santa Sé? Porque não recorrem a Sagrada Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos sacramentos? Que Deus conserve esse Bispo em seu ideal, que ele continue sendo pulso firme… Gostei da atitude da Diocese!!!

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  6. Parte II

    Aí quero ver o papa reforçar as suas recomendações e conciliar com o Assis III, n só n sei que moral.

    Fogo no circo!!

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  7. Para onde estamos caminhando? Quem acreditaria que íamos chegar a tão longe. Os frutos de um modernismo generalizado chegou a este ponto.
    Uma ramificação do Concílio Vaticano II. Onde o mesmo diz: “Todo mundo tem o direito de seguir a religião que melhor lhe convier”. O seja: Nosso Senhor perdeu Seu tempo, fundando uma Igreja. Una Santa Católica Apostólica Romana.
    Se qualquer religião salva, para que seguir a católica? È melhor seguir as falsas, é muito mais fácil.
    Para estes, modernistas não tem nenhum valor estas palavras do Divino mestre: “Tu és Pedro, sobre esta Pedra, edificarei a Minha Igreja”.
    O deus de baal, é o mesmo Deus do Profeta Elias. Já pensou se o Profeta Elias pensassse assim. Vamos fazer um acordo: Cada um segue o seu deus, o negócio é viver em paz, baal tem seus seguidores e nós temos o nosso.
    Não! e não! O Deus dos católicos é Uno e Trino, Ele não admite nenhum rival. Só Ele quer reinar sozinho, toda glória e honra deve ser dada a todo momento.
    Nada se constroi, tendo como base; meias verdades.
    JOELSON RIBEIRO RAMOS.

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