Os cardeais Roche e Cantalamessa confirmam:o rito de Paulo VI corresponde a uma nova teologia.

Por José Antonio Ureta

Os cardeais Arthur Roche e Raniero Cantalamessa reconheceram indiretamente, e talvez sem querer, o que os críticos do Novus Ordo Missae de Paulo VI vêm dizendo há mais de cinquenta anos: que o novo rito corresponde a uma nova teologia que “representa, tanto no seu conjunto como nos detalhes, um impressionante afastamento da teologia católica da Santa Missa, tal como foi formulada na sessão XXII do Concilio Tridentino” [1].

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Em 19 de março, questionado por seus compatriotas na rádio BBC sobre as restrições à celebração do rito tradicional latino, o prefeito do Dicastério para o Culto Divino declarou: “Como vocês sabem, a teologia da Igreja mudou. Antes, o padre representava, à distância, todo o povo: [os fiéis] eram canalizados por uma pessoa que sozinha celebrava a missa. Não é apenas o sacerdote que celebra a liturgia, mas também aqueles que são batizados [junto] com ele; nada menos!” [2] (Os destaques em negrito são sempre nossos).

Alguns dias depois, no quarto sermão da Quaresma para a Cúria Romana, o cardeal Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia, destacou:

“A liturgia católica se transformou, em pouco tempo, de ação com forte traço sacral e sacerdotal, a ação mais comunitária e participada, onde todo o povo de Deus tem a sua parte, cada um com o próprio ministério. […]

No início da Igreja e para os três primeiros séculos, a liturgia é realmente uma “liturgia”, isto é, ação do povo (laos, povo, está entre as componentes etimológicas de leitourgia). De São Justino, da Traditio Apostolica de Santo Hipólito e outras fontes do tempo, obtemos uma visão da Missa certamente mais próxima àquela reformada de hoje, do que aquela dos séculos que temos às costas. O que aconteceu depois de então? A resposta é, em uma palavra que não podemos evitar, mesmo se exposta a abuso: clericalização! Em nenhum outro âmbito ela agiu mais vistosamente do que na liturgia.

“O culto cristão e, particularmente, o sacrifício eucarístico, transformou-se rapidamente, no Oriente e no Ocidente, de ação do povo em ação do clero.” [3].

É consistente com o dogma católico dizer que o sacrifício eucarístico é uma ação realizada pelo povo e que se tornou primordialmente uma ação do clero devido a uma clericalização despropositada? Claro que não. Na Santa Missa, o celebrante não é um mero presidente da assembleia, mas o único sacerdos que oferece o sacrifício in persona Christi.

Para dirimir qualquer dúvida, basta ler o que Pio XII disse sobre isso em sua encíclica Mediator Dei: [4]

“Somente aos apóstolos e àqueles que, depois deles, receberam dos seus sucessores a imposição das mãos, é conferido o poder sacerdotal em virtude do qual, como representam diante do povo que lhes foi confiado a pessoa de Jesus Cristo, assim representam o povo diante de Deus”(n° 35).

Por isso, na Santa Missa, “o sacerdote faz as vezes do povo porque representa a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo enquanto é Cabeça de todos os membros e se oferece a si mesmo por eles: por isso vai ao altar como ministro de Cristo, inferior a ele, mas superior ao povo (São Roberto Belarmino, De missa II c.l.). O povo, ao invés, não representando por nenhum motivo a pessoa do divino Redentor, nem sendo mediador entre si próprio e Deus, não pode de nenhum modo gozar dos poderes sacerdotais” (n° 76).

Sem dúvida, é importante que os fiéis presentes participem do sacrifício do altar com os mesmos sentimentos que Jesus Cristo teve na Cruz, e que ofereçam esse sacrifício juntamente “com Ele e por Ele, santificando-se com Ele” (nº 73).

Mas, para evitar qualquer mal-entendido, Pio XII reitera que “o fato de os fiéis tomarem parte no sacrifício eucarístico não significa todavia que eles gozem de poderes sacerdotais”. A insistência do Papa Pacelli foi necessária, porque mesmo assim alguns afirmaram erroneamente “que o preceito que Jesus Cristo deu aos Apóstolos em sua última ceia, para fazerem o que Ele mesmo havia feito, se refere diretamente a todos os fiéis”, e julgaram que “o sacrifício eucarístico é uma concelebração estrita” (n° 75).

Contra este erro, ensinava a Mediator Dei que “a imolação incruenta por meio da qual, depois que foram pronunciadas as palavras da consagração, Cristo está presente no altar no estado de vítima, é realizada só pelo sacerdote enquanto representa a pessoa de Cristo e não enquanto representa a pessoa dos fiéis” (n° 83).

Não se pode assim condenar missas privadas sem a participação do povo, nem a celebração simultânea de várias missas privadas em altares diferentes, invocando erroneamente “a índole social do sacrifício eucarístico” (n° 86).

Estes trechos da grande encíclica litúrgica de Pio XII mostram que, independentemente do que pensa o cardeal Cantalamessa, a vituperada “clericalização” da Santa Missa não foi fruto de uma adulteração humana produto da história, mas de um desígnio divino. Jesus instituiu o sacrifício eucarístico e o sacerdócio ministerial simultaneamente, e concedeu a seus ministros o privilégio exclusivo de renová-lo nos altares de maneira incruenta até a consumação dos tempos.

Deve-se também notar que o Pregador da Casa Pontifícia colocou suas sandálias de capuchinho em areia movediça ao declarar que as primeiras comunidades cristãs tinham “uma visão da Missa certamente mais próxima àquela reformada de hoje, do que aquela dos séculos que temos às costas”. Se isso fosse verdade, haveria duas possibilidades:

  • No melhor dos casos, a visão da Missa corporificada no novo rito de Paulo VI representaria uma regressão teológica, porque do começo do século terceiro à segunda metade do século XX houve um “desenvolvimento orgânico” do Depósito da Fé (isto é, uma melhor compreensão teológica) no que diz respeito ao sacerdócio e ao Sacrifício do Altar. Por isso, a “superação do passado recente para recuperar o mais antigo e originário” não é um “enriquecimento” [5], como afirmou o cardeal Cantalamessa, mas sim um empobrecimento, pois priva a Igreja da luz que emanou das definições dogmáticas de vários concílios ecumênicos sobre a Missa e o sacerdócio (o Segundo de Nicéia, o IV de Latrão, o de Florença, e principalmente o de Trento), assim como das fulgurações de alguns gigantes da teologia e da devoção eucarística como Santo Tomás de Aquino, São Roberto Belarmino, São Leonardo de Porto Mauricio e São Pedro Julião Eymard.
  • No pior dos casos, a visão da Missa corporificada no novo rito de Paulo VI representaria uma ruptura teológica com os dogmas de fé definidos nos “séculos que temos às costas”, os quais escoram a concepção supostamente clericalista do sacerdócio e da Eucaristia corporificada na Missa tradicional, cuja estrutura, até o Novus Ordo Missae do Papa Paulo VI de 1969, permaneceu praticamente inalterada desde as modificações feitas pelos Papas São Dâmaso I (m. 384) e São Gregório I (m. 604).

O cardeal Arthur Roche parece optar por esta segunda solução, já que, para ele, “a teologia da Igreja mudou”.

Porém, o novo rito de Paulo VI não representou uma mudança na teologia somente em relação à suposta clericalização da antiga liturgia. Após a publicação de Desiderio desideravi, mostrei que os princípios invocados pelo Papa Francisco em defesa da reforma litúrgica contradizem a Mediator Dei em vários aspectos. Em particular, destaquei os seguintes:

  1. A inversão sistemática entre o objetivo primário de adorar a Deus e o objetivo subsidiário de santificar as almas [6];
  2. O obscurecimento da centralidade da Paixão redentora, em benefício da Ressurreição gloriosa [7];
  3. A acentuação do memorial em detrimento do sacrifício [8]; e
  4. A diminuição do sacerdote celebrante, que se torna presidente da assembleia [9].

Diante dessas mudanças radicais, eu perguntava se a nova missa de Paulo VI ainda correspondia à fé de sempre [10]. Os cardeais Roche e Cantalamessa acabam de reconhecer que de fato ela corporifica uma “visão” diferente da liturgia, porque a teologia da Igreja teria mudado.

Antes que esses ilustres cardeais, dois conspícuos representantes do progressismo francês, Alain e Aline Weidert, haviam declarado a mesma coisa. Eles publicaram no jornal La Croix uma apologia do motu proprio Traditionis custodes, sob o expressivo título: “La fin des messes d’autre ‘foi’, une chance pour le Christ!” (O fim das missas de outra fé, uma oportunidade para Cristo).

Eles não abordaram a suposta clericalização da liturgia tradicional em detrimento do povo, mas se centraram na transição da Missa como sacrifício propiciatório para a Missa como celebração eucarística e jubilosa da Aliança:

O espírito da liturgia de outra fé, a sua teologia, as normas da oração e da missa de antes (a lex orandi do passado), não podem mais, sem discernimento, continuar a ser as normas da fé de hoje, o seu conteúdo (nossa lex credendi). […]

“Uma fé que ainda deriva da lex orandi de ontem, que fez do catolicismo a religião de um deus perverso que mata o filho para aplacar sua cólera, religião de perpétuo mea culpa e reparação, levaria a um antitestemunho da fé, a um imagem desastrosa de Cristo. […]

“Nossas Missas, infelizmente, ainda estão marcadas com um forte caráter sacrificial ‘expiatório’ com finalidade ‘propiciatória’ para aniquilar os pecados (mencionados 20 vezes), para alcançar nossa salvação e salvar almas da vingança divina. ‘Propiciação’ que as comunidades Ecclesia Dei defendem com unhas e dentes, com seus sacerdotes votados ao sacrifício, treinados para rezar o Santo Sacrifício da Missa, verdadeira imolação”. […]

Prosseguem os Weidert:

“Se quisermos poder oferecer no futuro uma fé e uma prática cristã atraentes, devemos nos aventurar, através da reflexão e da formação, a descobrir um fundo ainda desaproveitado (e inexplorado) de salvação por Jesus, não colocando em primeiro lugar sua morte contra (‘pelos’) pecados, mas sua existência como uma Aliança. Porque ‘a sua humanidade foi, na unidade da pessoa do Verbo, o instrumento da nossa salvação’ (Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 5). A opção é clara! Não entre sensibilidades e estéticas religiosas diferentes, mas entre intermináveis sacrifícios para apagar os pecados e Eucaristias que selam a Aliança/Cristo” [11].

Quanta razão teve o Papa Francisco ao afirmar em Desiderio desideravi que “seria trivial ler as tensões, infelizmente presentes em torno da celebração, como uma simples divergência entre diferentes gostos em relação a uma determinada forma ritual”. [12]

De fato, os cardeais Roche e Cantalamessa acabam de unir suas vozes, volens nolens, à de modernistas enragés como o casal Weidert, julgando que o rito de São Pio V é a missa de “outra fé.

Assim sendo, o Vaticano não pode estranhar que a fidelidade ao Depósito da Fé obrigue os católicos tradicionalistas a resistir resolutamente a uma legislação litúrgica ilegítima, porque procura impor uma construção litúrgica artificial (Ratzinger dixit), a qual se desvia em pontos essenciais dos dogmas definidos no Concílio de Trento, e porque visa restringir progressivamente, até à sua extinção, um rito sagrado da Missa que se desenvolveu harmoniosamente ao longo dos séculos.

Notas

  1. Cardeais A. Ottaviani e A. Bacci, carta a Paulo VI, introdução ao Breve Estudo Crítico do Novus Ordo Missae
  2. “Sunday”, B.B.C., 19 de março de 2023, https://www.bbc.co_uk/sounds/play/m001k7kb, entre os minutos 10:37 e 11:02.
  3. https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2023-03/iii-pregacao-da-quaresma-2023-mysterium-fidei-texto-integral.html
  4. Pio XII, encíclica Mediator Dei (20 de novembro de 1947), https://www.vatican.va/content/pius-xii/pt/encyclicals/documents/hf_p-xii_enc_20111947_mediator-dei.html
  5. Cantalamessa, https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2023-03/iii-pregacao-da-quaresma-2023-mysterium-fidei-texto-integral.html
  6. Uma crítica doutrinária de Desiderio desideravi: A primazia do culto de adoração. https://fratresinunum.com/2022/08/18/uma-critica-doutrinaria-de-desiderio-desideravi/
  7. O obscurecimento da centralidade da Paixão redentora, https://fratresinunum.com/2022/08/20/obscurecimento-da-centralidade-da-paixao-redentora/
  8. Do sacrifício do Calvário ao memorial da Presença, https://fratresinunum.com/2022/08/26/do-sacrificio-do-calvario-ao-memorial-da-presenca/
  9. De sacerdotes do Sacrifício a presidentes de assembleias, https://fratresinunum.com/2022/08/30/de-sacerdotes-do-sacrificio-a-presidentes-de-assembleias/
  10. O Novus Ordo como arma para promover “outra fé”?, https://fratresinunum.com/2022/09/10/o-novus-ordo-como-arma-para-promover-outra-fe/
  11. Aline e Alain Weidert, em La Croix, 10/02/2022,
  12. https://www.vatican.va/content/francesco/es/apost_letters/documents/20220629-lettera-ap-desiderio-desideravi.html, nº 31.

Publicado originalmente em inglês no site Rorate Caeli.

Eleito o secretário geral da CNBB. “Bispos da caminhada” em depressão.

Por FratresInUnum.com, 25 de abril de 2023: Dia difícil para os bispos da caminhada! Apesar de se terem mobilizado totalmente para a presidência da CNBB, não conseguiram fazer o 2° vice-presidente e muito menos o secretário geral.

Todos sabemos que quem comanda a CNBB é o secretário geral: é ele que organiza os trabalhos, coordena as comissões, realiza uma missão verdadeiramente exigente. Em geral, não é titular de uma diocese, mas um bispo auxiliar.

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O candidato da facção da esquerda retrô era ninguém menos que Dom Luiz Fernando Lisboa, um passionista que foi bispo em Moçambique, mas que se envolveu com a política local e acabou sendo transferido para a Diocese de Chachoeira do Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, e, como é ultra-esquerdista e da teologia da libertação mais radical que existe, acabou sendo nomeado pelo Papa Francisco arcebispo ad personam, o que significa que ele não é o titular de uma arquidiocese, mas, mesmo assim, tem dignidade arqui-episcopal – o progressismo do Papa Francisco, às vezes, vale-se do restauracionismo de certas dignidades que já estavam em desuso na Igreja.

Os “bispos da caminhada” o queriam para secretário geral. O site ultra-progressista de notícias da Unisinos chegou a publicar hoje um artigo em que já estava por amargar a derrota nessa eleição. 

“A secretaria geral é uma função estratégica na estrutura da CNBB, porque a conduz em seu cotidiano. Há um bispo experiente nessa função, porque já a executou com propriedade em Moçambique. Foi bispo no norte do país, na região mais pobre daquela nação. (…) Talvez seja o nome certo para a hora. A CNBB precisaria de um secretário geral com essa coragem. Para quem já lidou com jihadistas, não seria tão complicado para ele lidar com ‘catolibãs’ em território nacional”.

Mais acima, o mesmo articulista reclama de uma “guerrilha digital” que tenta fazer o “assassinato de reputação da CNBB” e, quando não ataca explicitamente, ao menos “desqualificar o magistério do Papa Francisco”. Ele lamenta que “a maior parte do clero” crê que a Conferência Episcopal nada tem acrescentar em seu ministério e que os jovens seminaristas “torcem o nariz” para a tal “Igreja em saída”. Ele afirma literalmente que, “se isso ocorre é porque, mesmo dentro do episcopado, há essa visão a respeito da entidade”.

A preocupação do articulista, por fim, se volta ao tema que lhe parece ser o mais gritante de todos: “fariam da conferência episcopal espaço de oposição ao atual governo federal”! Em suma, o que eles queriam é manter a CNBB totalmente subserviente a esse governo de esquerda que tomou o poder no Brasil!

A que ponto chega a devoção por Lula!

Acontece, porém, que Dom Luiz Fernando Lisboa perdeu de lavada! A eleição foi ganha com ampla maioria de votos por Dom Ricardo Hoepers, bispo da Diocese do Rio Grande-RS, até agora presidente da Comissão Vida e Família.

Embora o novo secretário geral não seja propriamente um conservador, nem se compara com o progressismo desmedido do seu oponente. Ao mesmo tempo, diferentemente do anterior secretário geral, excessivamente moderado, ele se manifestou mais veementemente sobre os temas que são mais delicados para a maioria da população católica, que dizem respeito à defesa da vida e da família.

A eleição da atual presidência da CNBB nos apresenta o quadro de uma resistência interna dos bispos de boa orientação que parece ser mais forte do que se pensava. Eles conseguiram convencer a maioria, que são bispos mais centristas, e obtiveram considerável protagonismo nessa nova fase da entidade.

Como prognosticava o articulista da Unisinos, “dependendo de quem ocupe as funções-chaves da conferência, neste momento se decide o rumo desta importante instituição católica”. Uma verdadeira confissão de derrota e a demonstração de uma esquerda episcopal exausta e sem vislumbres de renovação!

 

Eleito presidente da CNBB: Jaiminho.

Por FratresInUnum.com, 24 de abril de 2023 – Como anunciamos anteriormente, foi eleito presidente da CNBB, no terceiro escrutínio, por maioria simples, o arcebispo de Porto Alegre-RS, Dom Jaime Spengler – chamado carinhosamente pelos seus não-admiradores, dentre os quais orgulhosamente nos incluímos, de Jaiminho.

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Dom Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre, é eleito presidente da CNBB.

O clima na Assembleia era muito obscuro. Diferentemente das vezes anteriores, os nomes propostos não circularam anteriormente nos Regionais e não houve grande mobilização, a não ser de modo fechado e entre os chamados “bispos da caminhada”, um coletivo de bispos esquerdistas da linha mais sindical, que marcou oposição cerrada e discreta contra a outra linha esquerdista, a da “máfia rosa”.

A estratégia dos “bispos da caminhada” foi a de desmobilizar qualquer movimentação contrária, espalhando desinformação (vulgo fake news) entre os bispos, sugerindo candidatos falsos para despistar os bons, retirando votos, e ter êxito na revanche contra o outro grupo de esquerda.

Apesar de ser amigo pessoal do Papa Francisco e de Dom Ilson Montanari, arcebispo secretário da Congregação para os Bispos, o cardeal arcebispo de Brasília, Dom Paulo César da Costa, não obteve grande êxito, mantendo-se, porém, com significativa liderança política no episcopado e sendo um ponto aglutinador daqueles que têm uma perspectiva alternativa à da “máfia franciscana”.

Embora não possa participar da presidência, é muito plausível perceber que exercerá grande influência sobre ela o Cardeal Steiner, também franciscano.

O fato de ter havido um terceiro escrutínio mostra muito bem que a situação da esquerda episcopal é menos hegemônica e controlada do que parece: Spengler só conseguiu ganhar na maioria simples, disputando contra um candidato que teve uma ascensão meteórica – o que decerto deve atrair muita inveja dos arrivistas de plantão.

A eleição dos vice-presidentes acontece amanhã e a escolha do secretário geral na quarta-feira

Tiro no pé: O efeito bumerangue da análise de conjuntura da cnbb.

Por FratresInUnum.com, 21 de abril de 2023: A miopia cnbbísta está no seu nível máximo! O grupo dirigente da entidade a enclausurou numa autorreferencialidade doentia, incapaz de lidar com a realidade que a circunda. Eles estão completamente cegos pela sua ideologia e não conseguem interagir com o mundo real! A realidade funciona, a CNBB não.

CNBB 2023

Análise desconjunturada é apresentada na Assembleia da CNBB de 2023 em Aparecida, SP.

A maior prova disso é o imenso escândalo produzido pela divulgação das análises de conjuntura, publicadas no dia de ontem. O povo está atônito!

Temos recebido diversas mensagens de clérigos que nos descrevem o impacto negativo que a difusão desse texto causou nos fiéis. E não é para menos! De fato, quem são os fiéis católicos que realmente engordam as paróquias e dioceses de serviços pastorais e contribuição financeira? Quais são as iniciativas que mais aglomeram pessoas no catolicismo Brasileiro?

Ora, são justamente os que a CNBB ataca, xinga, despreza, humilha e… chama para a briga! São os carismáticos, os católicos conservadores, os devotos, os piedosos, os militantes de diversas frentes, enfim, são justamente os grupos que o povo católico que frequente as paróquias mais aprecia.

A CNBB não se deu conta de um problema real: o seu discursinho esquerdista apenas agrada àqueles que estão FORA da Igreja. Eles estão falando para os infieis, enquanto hostilizam seus fiéis de maneira impiedosa! A mais completa burrice organizacional!

Qualquer pessoa minimamente equilibrada pensaria em travar algum tipo de diálogo que gerasse aproximação entre esses grupos e a Conferência Episcopal, que produzisse amizade, cooperação, entendimento ou a tão alardeada “comunhão”. Mas, não! Eles não têm bom senso! A sua ideologia os enlouqueceu e deixou completamente fanatizados.

Eles sabem que a sua TL é estéril: não produz vocações, destrói a fé das pessoas, não fez outra coisa senão esvaziar as igrejas, perdeu toda a credibilidade… Mas, como eles são fundamentalistas fanáticos de esquerda, sentem-se ungidos por uma loucura profética que os faz assumirem a missão impossível de kamikazes que se consideram mártires. Eles vão morrer, vão destruir tudo, vão se acabar e acabar com tudo, mas, como pensam ser portadores de uma missão divinamente comunista, irão até o fim, ainda que seja suicida.

É verdade que o prestígio da CNBB está abaixo de zero, mas, mesmo assim, eles não conseguem evitar o prodígio de se autossuperar naquilo que é escandalosamente vergonhoso! Realmente, os fiéis se assustaram!

Parabéns à CNBB, que conseguiu jogar gasolina na fogueira de sua própria combustão popular. Assim, dão muito gás para os seus opositores e se requalificam como objeto do ódio do povo católico. Parabéns à CNBB por fazer a sua própria máscara cair! Agora, mais do que nunca, o povo percebeu que isso é uma guerra!

Aonde anda a cabeça dessa gente? Eles resolveram comprar briga com o povo! E quem é que paga as estadias luxuosíssimas dos bispos no hotel Rainha do Brasil durante todos os dias da Assembleia Geral?…  

Começou a 60ª Assembleia Geral da CNBB.

Por FratresInUnum.com, 20 de abril de 2023: Começou ontem, quarta-feira, 19 de abril, dia do índio, a 60ª. Assembleia Geral da CNBB. O evento, muito destacado nos últimos anos pela sua estridente irrelevância, tem essa fama solenemente confirmada em sua sexagésima edição.

Julho de 2011: Steiner recebe comitiva cismática chinesa. Não se tem notícia de broncas na CNBB em bispos sorridentes que recebem torturadores carrascos de cristãos.
Julho de 2011: O então secretário da Cnbb, Dom Leonardo Steiner, recebe comitiva cismática chinesa. 

Dessa vez, deve-se fazer a escolha para a presidência do coletivo episcopal brasileiro. Correram boatos de que Dom Leonardo Steiner tentaria a eleição para presidente, visto que foi nomeado até cardeal… Em tempos de “Amazoniza-te!”, a frieza jurássica de Steiner, não obviamente vencida pelo seu esquerdismo raiz, não seria grande obstáculo para a sua eleição. Contudo, pelo que se diz nos corredores, o pedido de dispensa que poderia ter sido feito à Santa Sé — dado o impedimento regimental de que se eleja alguém que está no quadriênio em que completará 75 anos, efeméride em que o candidato é obrigado a apresentar seu pedido de renúncia — foi descartado completamente.

A poleposition seria mantida, portanto, pelo arcebispo de Porto Alegre, Dom Spengler, carinhosamente chamado pelos seus não-admiradores, dentre os quais nos incluímos na primeira fila, de Jaiminho, sem referência ao personagem do seriado “Chaves”, o qual carregava uma bicicleta que não usava, justamente porque não sabia pedalar — no caso, a honrosa referência se lhe dá pelo nome de batismo, Jaime, declinado no diminutivo, dado que é da Ordem dos Frades Menores, também carinhosamente apelidada entre os bispos de “máfia franciscana”. Que fraternidade!

Para contrabalancear a esquerda verde, o secretário geral seria oriundo da esquerda identitária, chamada também de “máfia rosa” (aqui, cremos que quase nenhum leitor conseguirá pegar a sutilíssima referência). O ilustre representante desse partido que estaria em melhores condições de voto seria Dom Joaquim Mol, apelidado pelos seus não-admiradores de Dom Mole, em referência à ausência de rigidez em meus maneirismos.

Na eleição anterior, haviam tido o escrúpulo de eleger o esquálido Dom Joel Portela, um bispo neutrão, cujo centrismo isentista não deixou de favorecer a predominância da esquerda.

Essa eleição, portanto, reforçaria ainda mais o esquerdismo da instituição, a qual, em tempos de Lula, decerto será muito ansiosa de restabelecer contatos no Planalto, colocando em sua linha de frente algum “amigo da corte”.

Ontem, também, foi apresentada a análise de conjuntura política e eclesiástica, a qual confirma a essência religiosamente lulo-petista da nossa Conferência Episcopal. A CNBB, de fato, conformou-se em ser um partido político, um “puxadinho” do PT. Não se envergonha mais em dizer abertamente que o início de 2023, em que Lula tomou posse da presidência do Brasil, foi para eles uma “espécie de kairós”, o que vale a dizer: um momento de graça!

As palavras mais mencionadas na análise de conjuntura são: política (118) e Lula (31). Só isso, já nos diz muito.

Se palavras como Deus, Jesus Cristo, Missa, Nossa Senhora são completamente ausentes nestes textos, o que certamente os salva do pecado de blasfêmia, sua ausência não é menos presente na mente daquele vácuo que existe entre as duas abas das “mitras brasileiras.” Na primeira coletiva de imprensa, Dom Walmor, cujo apelido preferimos omitir por razões de decoro, qualificou os quatro últimos anos – a saber, os anos do governo Bolsonaro – como os mais difíceis da história da CNBB.

Na análise de conjuntura eclesiástica, apresentou-se a Igreja sob as mesmas categorias sociológicas que a dividiram. Eles partem, mesmo, de um partidarismo eclesial, mas tendo nele a sua própria “fatia”. Eles são libertadores, são progressistas declarados, são socialistas, petistas, enviesados; não estão interessados em nenhuma unidade que não seja a pura subserviência à sua ideologia. As fontes consultadas na análise são todas de esquerda: IHU, Globo, UOL, Folha etc. E isso demonstra que eles estão completamente desinteressados por qualquer contraditório. São obstinados, voluntariamente cegos e totalmente impermeáveis a qualquer tipo de diálogo que não seja a simples concordância com eles.

Todo esse conjunto nos mostra que essa instituição vive, realmente, num mundo paralelo, feito de utopismo esquerdista e de um vocabulário hermético e sectário. O povo católico nada tem a ver com isso.

Enquanto a CNBB desengaveta esse esquerdismo nojento – aliás, para o qual ela não precisaria existir: já temos a Globo, o UOL, a Folha, a CNN e tutti quanti para fazê-lo –, o êxodo de católicos para as seitas evangélicas só aumenta, o número de vocações para os seminários e congregações só diminui e a fé perde espaço no cenário público para todas as ideologias. Ah, sim! Mas acontece que eles justamente estão do lado de lá: consideram bom o crescimento dos evangélicos, pois eles mesmos odeiam tudo que é católico; querem que o número de sacerdotes decaia, pois aí terão desculpas para ordenar homens casados, mulheres e, enfim, a todos, a todas e a todes; querem a vitória da ideologia sobre a fé, pois a detestam e a substituíram justamente por essas mesmas ideologias.

É verdade que existem alguns bispos que resistem e que eles não são poucos, apesar de serem a minoria.

Naquele ambiente feito de mútua lisonja, em que todos querem ostentar uma comunhão feita de vaidades toscas e de sorrisos fingidos, os fiéis católicos não estão realmente representados. A maior prova disso é que os verdadeiros interlocutores da CNBB, as ONGs e coletivos de esquerda, aplaudem-na, mas jamais esquentarão um banco para assistir uma só sequer das suas missas.

E o povo católico que aguente, e os padres e seminaristas católicos que tenham paciência!

Mas a pergunta que não quer calar é esta: quanto dinheiro custa uma Assembleia Geral para produzir coisa alguma de valor? Não seria melhor distribuí-lo para ajudar os pobres que a CNBB vive dizendo que defende e representa?

Hora Santa: Quinta-Feira Santa e a prisão do Sacrário.

Accipite, et manducate ex hoc omnes...

Temos a honra de publicar esta belíssima Hora Santa composta especialmente para o dia de hoje pelo Padre Mateo Crawley-Boevey, membro da Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria. Tendo sido curado milagrosamente no Santuário das aparições do Sagrado Coração a Santa Margarida Maria em Paray-le-Monial, França, Pe. Mateo decidiu então conquistar os lares, sociedades e nações para o Sagrado Coração. Com ordens de São Pio X, iniciou sua cruzada pela Entronização do Sagrado Coração nos lares. Por quarenta anos percorreu o mundo promovendo suas famosas Horas Santas, implorando às famílias cujos lares já eram consagrados ao Sagrado Coração que não deixassem Nosso Senhor solitário, especialmente nas quintas-feiras que antecediam a primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração. Até sua morte em 1960, Padre Mateo, o grande Apóstolo do Sagrado Coração, lançava em suas publicações apelos pela Comunhão reparadora, freqüente e diária, a devoção ao Santo Rosário e até mesmo o reconhecimento pela ONU dos direitos de Cristo Rei.

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