Bento XVI, Fidel e a Revolução [Litúrgica].

Estaria Fidel Castro interessado em conhecer os estratagemas das autoridades da Igreja para perpetrar uma revolução tão avassaladora contra a liturgia católica como a realizada no pós-concílio?

Agência France Press | O pai da revolução cubana, Fidel Castro, teve uma “conversa muito animada” nesta quarta-feira, em Havana, com o Papa Bento XVI, a quem fez algumas perguntas, entre elas sobre o sentido das mudanças litúrgicas nas missas, relatou o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi.

“Soube pelo próprio Papa como se desenvolveu o encontro. Segundo Bento XVI foi uma conversa muito animada, com muitas trocas de argumentos”, disse o padre Lombardi aos jornalistas, sobre o encontro de 30 minutos entre os dois líderes, na sede da Nunciatura Apostólica. “O diálogo foi intenso e cordial”, comentou.

“Fidel queria conhecer o pensamento do Papa sobre diversos temas”, disse Lombardi, destacando que o “Comandante”, ex-aluno dos jesuítas, leva “uma existência dedicada à reflexão sobre a cultura e o mundo de hoje”.

Ele (Castro) perguntou ao Papa, em primeiro lugar, sobre as mudanças litúrgicas na celebração da missa, ouvindo de Bento XVI as explicações sobre o sentido dessa renovação“, segundo o padre Lombardi.

“Depois, Fidel Castro quis saber sobre o trabalho apostólico de um Papa, sua missão e tarefa.

“Ao final, indagou sobre as dificuldades vividas pela Igreja nos tempos de hoje“. O Santo Padre mencionou a complexidade das religiões em responder aos “desafios” da modernidade.

“Disse também que as dificuldades enfrentadas pela humanidade são causadas pela ausência de Deus. E expôs seus temas de reflexão: as relações entre a fé e a razão, entre a liberdade e a responsabilidade”, acrescentou o porta-voz.

Fidel Castro disse que acompanhou toda a vista pontifical a Cuba pela televisão. Os dois puseram em destaque suas idades avançadas (Castro tem 85 anos e o Papa, 84) e Bento XVI disse a Castro: “já estou velho, mas de qualquer forma, ainda posso cumprir com os meus deveres”.

O encontro ocorreu perto do fim da visita de três dias do pontífice à ilha comunista. Durante a viagem, Bento XVI pediu mais liberdade e um maior papel para a Igreja Católica na sociedade cubana.

O Vaticano sabia há algum tempo do “grande desejo de Fidel Castro de se encontrar com o Papa”, acrescentou o porta-voz.

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Informações de Zenit: Castro dirigiu ao Pontífice algumas perguntas sobre mudanças na liturgia da Igreja e lhe expressou a sua própria preocupação sobre os problemas da humanidade. O ex-presidente cubano também afirmou ter desejado de coração as beatificações de Madre Teresa de Calcutá – grande benfeitora de Cuba – e de João Paulo II, que ele conheceu, em 1996 no Vaticano e em 1998 na Havana.

6 comentários sobre “Bento XVI, Fidel e a Revolução [Litúrgica].

  1. A missa católica foi tão tiranicamente desfigurada que até um perito em tirania e revolução (Fidel) precisou ser esclarecido acerca do sentido dessa “revolução” na liturgia da Igreja.

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  2. Rodrigo Ruiz faço minhas as suas palavras! A Reforma Litúrgica mudou tanto o Rito Romano que até Fidel Castro questionou os motivos da reforma! rrsrs

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  3. “Ele (Castro) perguntou ao Papa, em primeiro lugar, sobre as mudanças litúrgicas na celebração da missa, ouvindo de Bento XVI as explicações sobre o sentido dessa renovação“(sic)

    Ou seja acabar com aquilo que de mais Católico existia, o Santo Sacrifício, odiado por Lutero e seus seguidores não conseguirão. Graças a Deus.

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  4. O Papa recebeu os dissidentes, ao que me consta são católicos, perseguidos pelo regime comunista dos irmãos castro?
    Se não os recebeu, fica incompreensível que tenha recebido o algoz deles. E mais. Que não tenha feito uma dura increpação por manter aquele regime de iniquidade e de perseguição aos católicos.

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