Allegro ma non troppo.

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Era uma vez uma diocese no sul do Brasil. Destacava-se por ter um bispo preocupado com aspectos pastorais e litúrgicos e também por incluir em seu quadro de clérigos alguns padres que apresentavam sinais de lucidez e esperança, o que muito alegrava os fiéis. Dizia-se à boca pequena que o senhor bispo era ortodoxo, dedicado e que dava um bom exemplo de vida de oração, além de não opor obstáculos à aplicação do Motu Proprio Summorum Pontificum em sua diocese, como fazem alguns de seus confrades.

Acontece que além da diocese disponibilizar missas no Rito Antigo, certa vez o senhor bispo achou por bem assistir a uma tal celebração. Dizem que ele saiu bastante contente e edificado e já estava até falando em “enriquecimento mútuo”.

Ademais, a Missa Tradicional foi excepcionalmente celebrada em outro local da diocese, na verdade, um enorme santuário, e contou com a participação de centenas de fiéis — alguns relatos dão conta de que eram cerca de mil, em plena segunda-feira!

Ainda que com as cautelas comumente adotadas pelas dioceses brasileiras, o evento foi noticiado no site diocesano, com várias fotografias.

Infelizmente, nem todos estavam gostando dos novos ares que pairavam sobre a diocese. Era preciso reagir àquela “onda de integrismo”… E assim, um mês depois da Missa Tradicional ter sido rezada no famoso santuário, o jornal diocesano publicou uma matéria iracunda e preconceituosa (imagens), digna dos velhos expoentes da moribunda e estéril teologia da libertação; aqueles que não querem “largar o osso” das benesses eclesiásticas que gozam e se recusam a reconhecer a sua falência e senilidade – de fato, verdadeiros obscurantistas e retrógrados que vivem em uma eterna década de 60.

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“Quem quer voltar, que retorne para os Evangelhos, para o Novo Testamento e não para distorções que ocorreram por causa do esquecimento da Escritura”! Fora com essa “coisa particular, onde o padre faz tudo sozinho numa língua desconhecida”. Afinal, a diocese “não pode andar na contramão do Concílio e nem muito menos da história!” – eram os brados de indignação de um dos antigos padres da diocese que rasgava suas vestes de desespero ao constatar a volta da Missa Tradicional. Pensando ridicularizar os fiéis que amam a Missa Tridentina, acabou-se por espezinhar a Fé da Igreja: pois “aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós, e não pode ser de improviso totalmente proibido ou mesmo prejudicial”, já recordou o Papa Bento XVI.

Não bastasse a publicação no jornal oficial da diocese, causa ainda maior perplexidade o fato de o sacerdote em questão ser reitor do Seminário diocesano de Teologia.

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Assim sendo, desde então, os fiéis dessa diocese vêm rezando constantemente nas intenções de que a imemorial Missa Latino Gregoriana seja sempre celebrada pelo piedoso sacerdote, que o senhor bispo se mantenha firme no desejo de fazer o melhor pelas almas que lhe foram confiadas e que os seminaristas não sejam contaminados pelo modernismo. Logicamente, os leitores do Fratres in Unum se unirão às preces desses nossos irmãos.

Pois, em última análise, não se trata simplesmente de voltar a um tempo antigo, Padre. Trata-se de deixar para trás, de apagar das memórias (já que na vida real ainda há muitos estragos a reparar), uma geração de sacerdotes como o senhor: preconceituosos, ignorantes, e que, no fim das contas, odeiam a Santa Igreja Católica e exultam com sua aparente destruição, para colocar em seu lugar uma Outra, uma Nova Igreja. Nós ficamos velhos, nós passamos, Padre… Mas a Santa Missa, a Santa Igreja, a Santa Lei de Deus, estas permanecem e continuarão sempre sendo a alegria da nossa juventude. Non praevalebunt!

* * *

Os leitores podem enviar sua mensagem de apoio ao senhor bispo pelos e-mails domcelso@diocesedeapucarana.com.br e docelmar@gmail.com.

23 comentários sobre “Allegro ma non troppo.

  1. Que o bispo, por sua vez, intensifique os pedidos para que os padres e seminaristas aprendam e venham a celebrar o rito tridentino.

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  2. Já encaminhei meu email de apoio. A situação é tão precária e grave que um simples leigo precisa animar um bispo a agir conforme sua missão no seio da Igreja!

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  3. O Pe. Michael Pace na seu texto afirma:

    “Antes do Concílio aprendíamos no catecismo que a Igreja é o Papa, os bispo e os padres. E parava aí. Eis a grande novidade: a Igreja é o Povo de Deus.”

    Vejamos o texto do Catecismo de São Pio X:

    “149) Que é a Igreja Católica?
    A Igreja Católica é a sociedade ou reunião de todas as pessoas batizadas que, vivendo na terra, professam a mesma fé e a mesma lei de Cristo, participam dos mesmos Sacramentos, e obedecem aos legítimos Pastores, principalmente ao Romano Pontífice. ”

    Ou esse padre nunca leu o Catecismo de São Pio X, ou é um maldito mal caráter. Infelizmente a primeira opção é improvável.

    Pe. Michael Pace converta-se! Deixe de ser um presbítero de satanás e torne-se um sacerdote do Altíssimo!

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  4. Interessante observar como a participação de fiéis em missas no Rito Antigo incomoda tanto! Faço esta reflexão, isto sempre me chama muita atenção. Até parece que estamos falando que estes fiéis católicos resolveram fazer um culto qualquer e não a participação do Santo Sacrifício na única forma que conseguimos realmente entrar em oração pois na missa moderna são tantas distrações que dá até pra esquecer que estamos na missa.

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  5. Dom Lefebvre tranquilizava a neo-hierarquia lhe assegurando que não era preciso cancelar o Novus Ordus: “Apenas deem espaço à Missa de sempre, e ela suplantará a missa nova”. A neo-hierarquia entendeu muito bem o recado e, cada vez que a “velha senhora” é notada em suas discretas visitas, Padre Miguel, Canção Nova e o panteão da modernidade caem num público e indiscreto desespero.

    O decrépito padre de Malta me lembrou um frade dominicano que serviu aqui na minha cidade e que também era maltês. Quando se preparava para voltar à ilha de origem, numa entrevista na rádio lhe perguntaram do que ele mais sentiria saudade do Brasil. Ele respondeu: “Do churrasco e da LITURGIA brasileira. A liturgia brasileira é espetacular! Na minha terra as cerimônias são mais solenizadas (suspiro), a liturgia é bem mais conservadora…”

    O que mais me chamou a atenção na entrevista do angustiado moderno foi isto, que para nós os perigosos “rad-trads”, é uma confissão:

    “O papa e os bispos diante da necessidade de mudanças e não querendo romper com os que eram contra, deixaram passar ALGUNS TEXTOS AMBÍGUOS. Por isso que, às vezes, após um parágrafo inovador, vem um outro conservador dizendo totalmente o contrário e prejudicou muito a aplicação do Concílio”.

    Na constituição “Sacrosanctum Concilium” sobre a liturgia, isto é mais do que patente. Ali o parágrafo seguinte desautoriza o parágrafo anterior. Se o documento fosse escrito por um indivíduo só, este seria sem dúvida um transtornado bipolar, mas bipolaridade de fato consiste em levar o tal documento a sério.

    Um defensor desesperado do Concílio reconhecendo o principal defeito do próprio Concílio – sua AMBIGUIDADE.

    Com a palavra, os neoconservadores!

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  6. Excelência, fica onde senhor está. Se mandarem o senhor pra qualquer lugar, certamente neste lugar haverá Católicos rezando por um bispo como senhor.

    ************N se esquecam do caso do padre Michel, ele foi mandado para um lugar ermo, mas lá tinha senhoras rezando pela Missa. Em lugares ermos, curvas, esquinas e becos deste pais e do mundo HÁ CATÓLICOS e eles tb têm o direito de ter padres e bispos bons.

    Se muitos tem a Missa e frequência nos sacramentos, n custa pensar nos que n tem e sofrem com isso!

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  7. Se a Igreja abandonasse tudo que fosse “ante-conciliar”, deveria abandonar as Escrituras, os sacramentos, a tradição, os escritos dos santos padres, os exemplos dos santos, etc, e virar um mingau maçônico (não é isso que eles querem?).

    Imagino o Magnífico Reitor dizendo isso a São Vicente de Paulo ou Santo Afonso de Liguori, que rezavam a Missa tridentina. Que lição ele receberia dos mesmos!

    O Sr. Reitor nem mesmo conhece os documentos do Vaticano II, como o Sacrosanctum Concilium:

    Sobre os ritos litúrgicos:

    “4. O sagrado Concílio, guarda fiel da tradição, declara que a santa mãe Igreja considera iguais em direito e honra todos os ritos legitimamente reconhecidos, quer que se mantenham e sejam por todos os meios promovidos (…)”

    Sobre o latim:

    “36. § 1. Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito particular.”

    Sobre a oração, a mortificação e a penitência, além da piedade popular, algo que horroriza os modernistas, que acham que o Vaticano II aboliu tudo isso:

    “12. A participação na sagrada Liturgia não esgota, todavia, a vida espiritual. O cristão, chamado a rezar em comum, deve entrar também no seu quarto para rezar a sós (29) ao Pai, segundo ensina o Apóstolo, deve rezar sem cessar (30). E o mesmo Apóstolo nos ensina a trazer sempre no nosso corpo os sofrimentos da morte de Jesus, para que a sua vida se revele na nossa carne mortal (31). É essa a razão por que no Sacrifício da Missa pedimos ao Senhor que, tendo aceite a oblação da vítima espiritual, faça de nós uma «oferta eterna» (32) a si consagrada.

    13. São muito de recomendar os exercícios piedosos do povo cristão, desde que estejam em conformidade com as leis e as normas da Igreja, e especialmente quando se fazem por mandato da Sé Apostólica.”

    “29 Cfr. Mt. 6,6.

    30. Cfr. 1 Tess. 5,17.

    31. Cfr. 2 Cor. 4, 10-11.

    32. Missal Romano, 2ª feira da Oitava de Pentecostes, oração sobre as oblatas.”

    O Sr. Reitor deve encarnar aqueles “sábios” ,cuja ignorância era desmascarada por NSJC , mas que ensinam nos seminários.

    Pobres seminaristas, pobres leigos iludidos pelo clero ignorante e enganados pelos maçons!

    Os tradicionais poderiam usar isso como argumento contra os modernistas. É como a oração da Medalha de São Bento: “o veneno que tu me ofereces, bebe-o tu mesmo!”

    Viva a Missa tridentina, viva a piedade, viva a oração, viva a penitência, viva a mortificação, viva a Igreja!

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  8. “Trata-se de deixar para trás, de apagar das memórias (já que na vida real ainda há muitos estragos a reparar), uma geração de sacerdotes como o senhor: preconceituosos, ignorantes, e que, no fim das contas, odeiam a Santa Igreja Católica e exultam com sua aparente destruição, para colocar em seu lugar uma Outra, uma Nova Igreja. “…

    Sem nenhuma dúvida, uma geração, com raras exceções, asquerosa e frustrada, ardilosa, infeliz, que não se conforma com a mar de lama que invadiu a Igreja nas décadas de 60 e 70, décadas horrorosas e destruidoras para a Igreja de Deus, e não aceitam que essa lama pútrida chama-se “teologia” da “libertação”…
    Coitadinho do pe.Michel…
    Está estrebuchando por ver seu reino “liberteiro” e inferneiro agonizando…ainda que tarde…

    “Antes do Concílio aprendíamos no catecismo que a Igreja é o Papa, os bispo e os padres. E parava aí. Eis a grande novidade: a Igreja é o Povo de Deus.”

    Que pérola raríssima…
    É assim que esses baderneiros infelizes fazem com os textos e documentos da Igreja…Deturpam, mentem, mentem, dizem o que não está neles, distorcem e vomitam seus excrementos com base em suas idéias caducas e frustadas em palestras, em “análises”, em “subsídios”…
    Imaginem o que esse reitor ensina para seus seminaristas…
    Qual concílio esse padre segue, é difícil saber, mas, ele afirma com todas as letras ser “fiel” ao Vaticano II…
    Mais de 80% da hierarquia e dos religiososas(as) atuais fazem isso, usam o Vaticano II para fazerem as maiores aberrações na Igreja…
    Apoiemos o Sr. Bispo com nossos emais e sobretudo nossas orações, ademais, o Mal está usando toda sua astúcia por ver suas investidas cairem por terra…
    Todos sabemos que a Santíssima Virgem nunca falhou nem falhará; ela disse em Fátima: “POR FIM MEU IMACULADO CORAÇÃO TRIUNFARÁ”. Esse triunfo já brilha no horizonte da Igreja…

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  9. Neste cinquentenário do Concílio Vaticano II , ao invés de uma análise objetiva , uma avaliação séria , um apanhado meticuloso , enfim , um estudo com a necessária isenção, dos resultados e consequências advindos , o referido artigo publicado no jornal diocesano de Apucarana, no Paraná , em ferrenha oposição à SANTA MISSA DE SEMPRE , esboça nada menos que uma defesa ardorosa , apaixonada e unilateral da ” Neo Missa ” e do CV II . A tal ponto , que ambos são ali apresentados como o verdadeiro supra sumo de tudo que possa haver de mais louvável , positivo e enriquecedor no seio da Igreja . Até , como que , impassíveis de qualquer mácula ou do que quer que possa haver de desabonador . Até quando prosseguirão tais bombardeios desta retórica falsa ? Tudo isso chega a ser , no mínimo , desconcertante , pois que , na verdade , a realidade dos fatos , demonstra claramente , a olhos vistos , uma situação diametralmente inversa . Não há mais quem aguente tanta tendenciosidade , desonestidade intelectual e falseação da verdade . O descompasso entre o corolário do CV II , entusiasticamente apresentado como verdadeiro “mar de rosas” , no referido artigo , e o doloroso cenário de suas nefastas consequências na Igreja, chega a tal amplitude, que torna cada vez mais necessária uma real tomada de posição por parte dos fiéis . Que ninguém se abstenha de seu papel . SAPIENCIAL E IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA , VINDE EM NOSSO AUXÍLIO !

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  10. Para os catóticos verdadeiros restaram apenas migalhas nesta igreja conciliar.

    E até essas míseras migalhas querem nos retirar?

    Que tristes tempos…

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  11. Nunca se ouviu dizer que, algum médico, a quem quer que alguém tenha solicitado o exercício de seu mister, tenha retrucado, ao indivíduo que o tenha procurado, que, para tanto, esta pessoa tenha de ter conhecimento de medicina. Nenhum advogado impõe, aos clientes, como condicionante para seus préstimos, que estes tenham de conhecer o Código Civil, ou o Penal , o Processual , o Tributário ou o Trabalhista. Um músico jamais exige que os que buscam seu trabalho, obrigatoriamente conheçam teoria musical, ou saibam tocar este ou aquele instrumento. Sucessivamente, assim, o mesmo ocorre em cada área da atividade humana. A não ser, a exceção agora protagonizada pelo Sr. Michael Pace, infelizmente justo na mais dignificante e elevada delas, o exercício ministerial do sacerdócio católico, quanto a celebração do Santo Sacrifício da Missa, segundo a fidelidade à multimilenar tradição da Santa Igreja. É que ele faz exigência de credenciais de conhecimentos. Nada de mais : Novos Tempos … Um tempo de abertura e acolhimento , sabe como é …

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  12. Na década de 60, vários padres brasileiros atuavam como autênticos emissários de Satanás. Padres terroristas, padres libertinos, padres comunistas… Que passe esta geração de uma vez, que apodreçam em suas próprias imundícies…

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  13. Não acredito nas sandices deste venerável sacerdote! Fala como se fosse o dono da verdade! Cita o Evangelho de Mateus com as ordens do Senhor, e se contradiz! A volta do Rito (extra) ordinário da Santa Missa nada mais é o anseio do próprio povo de Deus! Não é fantasia! Muitos neo sacerdotes que temos hoje vivem sedentos de trazer Deus aos homens imersos no seu egoismo e materialismo! A humanidade está sedenta de Deus! Vemos a cada esquina as inúmeras seitas pentecostais crescerem nas nossas cidades e muitos dos nossos católicos que respondem o que está no folheto, fazem gestos, batem palmas, e o blábláblá de hoje destes “missionários” de nossos tempos estão lá porque não sabem onde está o divino! O novo rito é agradável aos “participantes” sim! Mas até que ponto? Vivemos uma nova Revolução! Como foi em 1537 quando Lutero, para sempre lacerou o coração da Igreja, por seus mesquinhos desejos, hoje temos este retorno de também o homem sair deste egocentrismo e buscar a Deus! O Terceiro Milênio deve ser encarado como o lema de São Pio X ” Fazer nova todas as coisas!”

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  14. Esse padre que escreveu esse artigo seria com certeza receptivo aos homossexuais, MST e congeneres (considerado vício pela Sta. Igreja), pregando compreensão e tolerância para com o pecado e pecadores, pois são todos filhos de Deus.
    Mas, para aqueles que querem seguir um direito legítimo dos católicos de assistir a Missa de São Pio V, sancionado pelo Papa no Motu Próprio, uma verdadeira rebeldia, inquisição, ameaça, coação e tentativa de humilhar os que obedecem ao Sto.Padre. Esses são os padres que vivem falando em democracia, liberdade e tolerancia. É evidente que é para os vícios e pecados.
    São fariseus da verdadeira liberdade, caridade e submissão à Sé de Pedro.
    Vamos ver se o Bispo se mantem firme e resiste como o Apóstolo São Paulo, que a tudo resistiu até a S. Pedro em questão que ele, S.Paulo, tinha razão. E como o outro, S.Pedro, era Santo, reconheceu e seguiu-se o caminho reto. Mas esses ou esse padre receber com humildade alguma ação corretiva do Bispo, duvido.

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