Dom Manuel Clemente é nomeado novo Patriarca de Lisboa.

O Papa nomeou hoje como patriarca de Lisboa D. Manuel Clemente, de 64 anos, até agora bispo do Porto, sucedendo a D. José Policarpo, que renunciou ao cargo por atingir a idade limite de 75 anos.

Os nossos amigos do Porto poderão traçar o perfil do novo Patriarca de Lisboa em nossa caixa de comentários.

11 comentários sobre “Dom Manuel Clemente é nomeado novo Patriarca de Lisboa.

  1. Não sou da diocese do Porto, mas de Portugal.

    Para o que interessa ao tradicionalistas, o retrato de D. Manuel Clemente pode começar a ser feito da seguinte forma: número de Missas Tradicionais de rito latino-gregoriano celebradas publicamente na diocese do Porto, desde 2007, ao abrigo de Motu Próprio “Summorum Pontificum” – ZERO! Sem prejuízo, a mesmíssima diocese e o mesmíssimo bispo, no ano de 2010, não hesitaram em organizar o Encontro Ibérico da Comunidade Ecuménica de Taizé, como se comprova pelo vídeo seguinte – http://www.youtube.com/watch?v=N7sdLY-yQp0

    Em resumo: D. Manuel Clemente será mais discreto do que D. José Policarpo, não será o progressista público e notório que D. José Policarpo é, mas o mesmo D. Manuel Clemente está muito longe de ser um tradicionalista ou sequer um simpatizante da tradição, como por exemplo, os Cardeais Burke ou Ranjith, o Arcebispo Athanasius Schneider ou o Bispo francês Rey. E desgraçadamente, ainda assim, é do menos mau que Portugal tem. Triste fado o de um país que outrora foi uma das luzes do Catolicismo…

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  2. Contudo, D. Manuel Clemente é o único bispo português da actualidade a permitir (ainda que de forma tácita, pela sua não intervenção) que a FSSPX celebre a Santa Missa numa capela pertencente a uma paróquia da sua diocese, uma vez por mês.

    Dom Manuel Clemente é doutrinalmente ortodoxo, liturgicamente conservador, sem ser um “tradicionalista”. Poderíamos dizer que se encontra perfeitamente alinhado com João Paulo II, Bento XVI ou Francisco. É de uma enorme sensibilidade pastoral – na verdadeira acepção da palavra – e goza de um profundo respeito da sociedade civil pela sua grande erudição, tendo recebido recentemente um importante prémio literário.

    Considero que é um sério papabile para o próximo conclave.

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  3. Algumas arquidioceses importantes talvez terão novos arcebispos em breve: Madrid, Chicago, Barcelona, Colônia e, menores, mas igualmente influentes, Mainz e Aparecida. Ainda arquidioceses importantes sem tradição cardinalícia terão novos arcebispos em breve, como Liverpool, a maior arquidiocese da Inglaterra em número de fieis.

    Por outro lado, no próximo consistório deverão ser feitos cardeais os arcebispos de Seul, Cebu, Veneza, Mechelen-Bruxelas (do corajoso André-Joseph Leonard), Salvador, Buenos Aires, Washington, Rio de Janeiro, Quito, Santiago do Chile, Turim, Lisboa, o arcebispo-maior de Kiev-Galicia dos católicos-ucranianos, além do mui “amado” prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, dom Gerhard Muller.

    Talvez Francisco conceda também o barrete a algumas arquidioceses sem tradição cardinalícia, mas com população católica em franco crescimento, como Luanda, Lusaka e Kampala, na África. Ou à arquidioceses com grande população católica na América Latina, como Monterrey, Puebla, Rosário, Fortaleza, Belo Horizonte ou Porto Alegre. Ainda há as arquidioceses primaciais, algumas com longa tradição cardinalícia: nestas, poderiam ser incluídas Baltimore e Westminster.

    Algumas arquidioceses “esquecidas” nos últimos anos na concessão da púrpura ainda podem ser lembradas: Marseille, Detroit ou Dublin.

    Talvez alguma surpresa, como o barrete vermelho ao Patriarca Latino de Jerusalém.

    Ou seja, em breve constataremos uma mudança bastante significativa no perfil dos príncipes da Igreja, Que a Graça assista à consciência do nosso Santo Padre Francisco e que ele escolha os mais zelosos e piedosos bispos aqueles que guiarão as dioceses mais importantes da Igreja.

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  4. Correcção: na diocese do Porto celebra-se uma missa no rito tridentino na minha paróquia (Argoncilhe) :D Mas penso que não é do conhecimento do Bispo…

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  5. Relativamente ao comentário que antecede, identificado apenas por : Miles, Não sou da diocese do Porto, mas de Portugal. cumpre-me informar que estou um pouco em desacordo, porquanto dizendo-se tradicionalista (e não duvido que o seja, nem o quero criticar) mas pessoalmente acho que o ser ou não tradicionalista, não deveria para aqui ser chamado, pois não é isso que está em causa. O Senhor D. Manuel Clemente é um Bispo Católico, Apostólico e Romano, que respeita as directrizes advindas do Vaticano (ou melhor do Papa) e não as dos Cardeais Burke ou Ranjith, ou o Arcebispo Athanasius Schneider, ou o Bispo francês Rey, e sendo assim, também não é tradicionalista ou simpatizante da tradição, como esse Comentarista queria que ele fosse. Poderia dizer mais alguma coisa, mas seria muito longo e fastidioso, mas não o farei. Apenas queria chamar a atenção do Senhor Miles, que nem todos têm que ser como ele é, nem como pretende que sejamos todos nós. Basta cumprir o ANO DA FÉ – CREIO NA IGREJA CATÓLICA E APOSTÓLICA..

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  6. Longe de ser um dos mais desejados pelos ‘tradicionalistas’, é o Bispo menos mau que o Episcopado português tem.

    Rezemos muito por ele!

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  7. Meu caro António Fonseca, sem pretender polemizar, porque nem sequer tenho tempo para isso, a sua intervenção merece-me as seguintes breves observações:

    – num espaço como o “Fratres in Unum”, com uma linha editorial afecta ao tradicionalismo católico e frequentado na sua maioria por tradicionalistas católicos, creio fazer todo o sentido realçar o que interessa – pela positiva ou negativa – à generalidade dos tradicionalistas – foi o que fiz;

    – diz V. que o Senhor D. Manuel Clemente é um Bispo Católico, Apostólico e Romano porque respeita as directivas papais e eu pergunto, porque em causa está a aferição do respeito por uma directiva papal concreta: na diocese do Porto, sob o governo do Senhor Dom Manuel Clemente, foi dado cumprimento, ou não, ao Motu Próprio “Summorum Pontificum”, promulgado por Sua Santidade o Papa Bento XVI? Ou, neste caso particular, porventura o Senhor Dom Manuel Clemente suspendeu a sua comunhão com Roma?…

    – enfim, esclareço-o de que não tenho a pretensão de que todos sejam como eu, mas, salvaguardado o devido respeito, esses todos que também não tenham a pretensão de que eu seja como eles, porque crer na Igreja Católica é crer na sua tradição bimilenar, é crer que a Igreja não começou apenas depois do Concílio Vaticano II, no ano de 1965.

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  8. D. Manuel Clemente, antes de ser bispo do Porto, foi bispo auxiliar de Lisboa. Durante esse tempo, D. Manuel Clemente foi incansável no apoio aos católicos que, no mundo da política, se bateram contra o aborto e as tentativas de destruição da família. Em todos esses assuntos, a sua voz foi, de entre as de todos os bispos portugueses, a que mais forte e claramente se fez ouvir.

    Como bispo do Porto, fez um trabalho pastoral notável, que reaproximou muitos da Igreja.

    Nas suas relações com a sociedade civil, pode ser caracterizado por uma abertura admirável ao mundo da cultura aliada a uma impenetrável fidelidade à doutrina da Igreja (seguramente com muito menos brilhantismo, mas ainda assim pode dizer-se que, neste ponto, tem muito em comum com o Papa emérito).

    Citando um post de outro comentador, “Dom Manuel Clemente é doutrinalmente ortodoxo, liturgicamente conservador, sem ser um tradicionalista”. Acrescentaria teologicamente muito bem preparado e pastoralmente de uma enorme sensibilidade. As acusações de progressista encapotado ou de inimigo da tradição são, no mínimo, muitíssimo imaginativas.

    Contudo, não seria, de facto a minha primeira escolha. Isto porque, ao contrário do que vi escrito, d.Manuel Clemente não é “o menos mau”. Não é o menos mau, em primeiro lugar, porque é bom. Em segundo lugar, também, porque há melhores.
    Pode dizer-se que os bons nunca estariam posicionados para ser Patrircas de Lisboa por serem de pequenas dioceses ou por serem bispos auxiliares (como o d. Pio Alves, bispo auxiliar do Porto, vindo de Roma para ser bispo, enviado por Bento XVI) e que, por isso, ele é o menos maus dos possíveis. Mas nem isso é bem verdade: d. Nuno Brás, bispo auxiliar de Lisboa seria, com certeza, extraordinário. Seria um novo Cardeal Cerejeira (que foi verdadeiramente um princípe da Igreja).

    De facto, percebo que se diga que é o menos mau. Mas só percebo, porque sei que seguramente quem o diz não conhece com profundidade suficiente os outros bispos todos. Só conhecem os piores (o que é normal, visto que são os mais conhecidos). Porém, a existência do d.José Policarpo, ou do d. Gilberto Canavarro dos Reis, ou do d. Januário Torgal Ferreira, não contamina, por osmose, todo o episcopado português. Seguramente, não há nenhum tradicionalista, mas também esse não é o principal critério para aferir se os bispos são bons.

    A mim, parece-me que d. Manuel é uma boa escolha, embora me pareça que houvesse outras que seriam óptimas!

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  9. Sou de Lisboa. Em Portugal os bispos têm tacitamente um acordo para obstar a celebração da missa segundo o “Summorum Pontificum”. Penso que o grande mentor que estava, e está, por detrás é o actual Cardeal D.Policarpo. D.Manuel digamos que é um diplomata. É preciso ver que os actuais bispos, como D.Manuel, foram formatados pelo tal “espirito” do Vaticano II que fez muitos estragos na Igreja. Eu conheço D.Manuel desde que era seminarista. A sua formação foi nessa onda. Contudo Deus é que molda os corações. Vamos rezar pelo D.Manuel pois é bem melhor que D.Policarpo.

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  10. Em relação às minhas anteriores intervenções, acrescento tão-só que concordo em linhas gerais com tudo o que o comentador Hugo Pinto Abreu afirma.

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