[282] Ouça, caro padre, os justos lamentos de nosso dulcíssimo Jesus: deixam-me sozinho de noite, sozinho de dia nas igrejas. Não cuidam mais do sacramento do altar; nunca se fala desse sacramento de amor; e mesmo os que falam, infelizmente, com que indiferença, com que frieza! (342)
[283] “O meu coração”, diz Jesus, está esquecido. Já ninguém se preocupa com o meu amor. Estou sempre triste. Minha casa tornou-se, para muitos, um teatro de divertimentos; mesmo os meus ministros, que sempre considerei com predileção, que amei como a pupila de meus olhos, deveriam consolar o meu Coração cheio de amargura, deveriam ajudar-me na redenção das almas. Em vez disso, quem o acreditaria?, devo receber deles ingratidão e falta de reconhecimento. Vejo, meu filho, muitos desses que… (aí se calou, os soluços lhe apertaram a garganta, chorou em segredo), sob aparências hipócritas, me traem com comunhões sacrílegas, esmagando as luzes e as forças que continuamente lhes dou…”. Jesus continuou ainda a lamentar-se. Padre, como me faz mal ver Jesus chorar! Também o senhor passou por isso? (342)
[284] Sexta-feira de manhã (28-03-1913) eu ainda estava na cama quando me apareceu Jesus, totalmente maltratado e desfigurado. Mostrou-me um grande número de sacerdotes regulares e seculares, entre os quais diversos dignatários eclesiásticos; destes, alguns estavam celebrando, outros se paramentando, e outros retirando as sagradas vestes. Ver Jesus angustiado causava-me grande sofrimento, por isso quis perguntar-lhe por que sofria tanto. Não obtive nenhuma resposta. Porém, o seu olhar voltou-se para aqueles sacerdotes. Mas, pouco depois, quase horrorizado e como se estivesse cansado de observar, desviou o olhar e quando o ergueu para mim, com grande temor, verifiquei que duas lágrimas lhe sulcavam as faces. Afastou-se daquela turba de sacerdotes, tendo no rosto, uma expressão de profundo pesar, gritando: Carniceiros! E voltando para mim disse: “Meu filho, não creias que a minha agonia tenha sido de três horas, não. Por causa das almas por mim mais beneficiadas, estarei em agonia até o fim do mundo. Durante o tempo da minha agonia, meu filho, não convém dormir. Minha alma vai a procura de algumas gotas de piedade humana; mas ai de mim! Deixam-me sozinho sob o peso da indiferença. A ingratidão e os meus ministros supremos tornam opressiva minha agonia. Ai de mim! Como correspondem mal ao meu amor! O que mais me aflige é que, à sua indiferença, esses homens acrescentam o desprezo, a incredulidade. Quantas vezes eu estive a ponto de fulminá-los, se não tivesse sido detido pelos anjos e pelas almas enamoradas de mim… Escreve ao teu padre narrando o que viste e ouviste de mim esta manhã. Diz a ele que mostre a tua carta ao padre provincial…”. Jesus ainda continuou mas o que disse não poderei revelar a criatura alguma deste mundo. Essa aparição me causou tal dor no corpo, porém ainda mais na alma, que durante o dia todo fiquei prostrado e acreditaria estar morrendo, se o dulcíssimo Jesus já não me tivesse revelado… Infelizmente, Jesus tem razão de nossa ingratidão! (350)
Padre Pio. Florilégio do Epistolário. Ps. 182-184.
Nosso agradecimento ao amigo Marcos Mattke pelo envio
Se na época do Glorioso Padre Pio já existiam sacerdotes e religiosos que faziam Nosso Senhor chorar de desgosto o que dizer de nosso tempo?
Jesus ao menos tinha o Santo Padre Pio para se queixar .
O que Jesus diz sobre as sacrílegas Missas Afro, Missas Rock , Missas carismáticas protestantóides onde o padre é um popstar um showman, onde comunistas e pró-abortistas fazem a leitura debaixo do nariz do Bispo e fica por isso mesmo?.
O que Jesus diz de tantos Bispos que são rápidos para esconder os abusos litúrgicos de seus padres (moderninhos exterminadores da liturgia – MEL), mas cruéis para colocar obstáculos ao Summorum Pontificum?
Os tempos mudaram muito de Padre Pio pra cá . Pior: mundaram pra pior! .
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Bendito homem!
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Há quem diga que o beato João XXIII chamou SÃO PIO DE PIETRELCINA de “um homem de fé medieval, que vivia com mulheres em situações escandalosas”; há outros que dizem que o Papa Bom foi mal influenciado por homens da Cúria porque Padre Pio se mostrava insatisfeito com o Vaticano II, mas que no leito de morte ele teria se arrependido e retirado os juízos que fez contra o frade.
Vale a pena lembrar que João XXIII chamava de “profeta da desgraça” qualquer pessoa que tivesse reservas ao Concílio. Alguém poderia comentar sem paixão? Grato!
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Que texto maravilhoso e ao mesmo tempo triste…
obrigado por postar esta verdadeira relíquia!
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Impossível não lembrar os acrobatas sem camisa dentro da Igreja se apresentando para o Papa Bento XVI. Como Jesus deve ter sofrido com isto…
O que não se entende é como os carismáticos conseguem ter devoção a Padre Pio… Mas ele conseguem perverter tudo. Eu já livros em que eles colocam Santa Teresinha como carismática e “precursora do Vaticano II”…
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Luiz, os rccistas(a massa de manobra) n sabe das verdades pq os imundos líderes n falam. A massa é orientada a n ler livros fora do rccismo, só os livros deles são bons.
A massa só sabe quem é santo, pq se fala: são XXXXX, santa XXXXX mas eles n sabem NADA sobre os santos.
Falo que do presenciei e vivi DEUS ME LIVRE!
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A espiritualidade do s. Padre Pio é a de um verdadeiro sacerdote, alter Christus, que foi ordenado para o sacrifício da Missa.
O P. Emmanuel-Andre define bem o ministério sacerdotal, primeiramente a meditação, a vida interior baseada na vida de nosso Senhor; em segundo lugar a pregação daquilo que meditou; e, finalmente, a administração dos sacramentos, onde tudo aquilo que anteriormente foi provado (na meditação e na pregação) produzem a graça em nossas almas.
S. Padre Pio, intercedei pelos sacerdotes, que eles sejam realmente sacerdotes, imitadores de Jesus, Sumo e eterno Sacerdote.
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Há muios anos leio tudo o que se refere ao padre Pio.
Aconselho a todos os seminaristas e sacerdotes a lerem a vasta biografia a respeito do querido santo padre Pio.
Recomento:
Renato Allegri – Padre Pio, um santo entrenós.
Ed. Paulinas.
Parabéns aos que se manifestaram.
Miguel f.castro
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Cabe a nós, tocados pelas queixas de Nosso Senhor, consolar o Seu Sagrado Coração, com as nossas orações e mortificações.
Louvado seja o Coração Divino, que nos trouxe a salvação!
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O Padre Ralph Wiltgen relata na sua obra, “O Reno deságua no Tibre”, que o Papa João XXIII usava essa expressão “Profetas da Desgraça” para se referir àqueles que anunciavam um tempo de apostasia na Igreja à época do CVII. Ouvir falar, no livro não é relatado, que ele falava assim dos pastorzinhos de Fátima.
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Caro Eduardo Gregoriano,
Procurei e encontrei um texto onde realmente o Papa JOão XXIII ao ler o segredo de Fátima chama as crianças videntes de “profetas de desgraça”.
Bem, ou ele chamou os pequenos de profetas de desgraças ou então ele chamou àqueles que acreditaram no segredo ..
http://www.montfort.org.br/index.php?secao=veritas&subsecao=igreja&artigo=revelado_segredo&lang=bra
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Discurso de Inauguração, João XXIII
“Não partilho a posição de almas, ardorosas sem dúvida no zelo, mas não dotadas de grande sentido de discrição e moderação. Nos tem-
pos modernos, não vêem senão prevaricações e ruí-
nas…Mas a Nós parece-Nos que devemos discordar
desses profetas de desgraças, que anunciam aconteci-
mentos sempre infaustos, como se estivesse iminente o
fim do mundo
João XXIII, O Programático Discurso de Abertura, in B. Kloppenburg, Concílio Vaticano II. V.II: Primeira Sessão (set.-dez. 1962), Petrópolis, Vozes,
1963, p. 308
.
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Christiano e Rogério, obrigado por seus comentários.
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Só quem for cego que não vê que o mundo caminha segundo as profecias! Só cego mesmo!!!
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Por isso que cheguei à conclusão que o problema não é o Concílio Vaticano II, mas a deturpação dos ensinamentos deste. Tanto que já haviam abusos muito antes dele (1913). Quanto aos que dizem que os documentos são ambíguos, hereges e apóstatas acham “ambiguidades” até nas Sagradas Escrituras (Lutero, Calvino, Beto, Boff etc.). A praga modernista que nos assola é bem anterior.
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Ana, além dos “líderes” da rcc não dizerem muitas coisas, tudo que falam é bla bla bla sentimental, superficial, com tom apelativo e alguns falam verdadeiras blasfêmias. Infelizmente, ninguém faz nada, e os indivíduos ainda são tidos por “ungidos” e aclamados nacionalmente. Como você diz (vou roubar sua frase rsrs): “dá-lhe plena comunhão”…
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Melissa, te contei que vi no shopping daqui la santiago, marido e um cara. Ôoo mulher antipática, cara de amarga… nada daquilo que mostra nos programas dela.
Ia chegar neles, mas o meu marido estava quase infartando na mesa kkkk e uma japa estabanada jogou refri no meu pé.
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A praga modernista n ousava tanto ANTES do CVII, esse foi a carta branca e, a beatificação de JPII será o estouro da boiada.
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Cara Ana Maria Nunes,
Certamente se tiver algum “carismático” lendo o que voce escreveu vão pensar que a japa do deixar o refri cair no seu pé, foi a providencia de Deus que não permitiu a voce chegar perto de uma ungida de Deus kkkkkkkkkkkkkkkk
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Prezado Pedro Rocha,
Salve Maria
O seu argumento de que nas Sagradas Escrituras se encontram ambiguidades não merece prosperar, já debati esse argumento com o Rafael Vitola Brodbeck, quando éramos do Veritatis Splendor.
É preciso verificar os autores dos textos sagrados e suas intenções.
Os Santos Apóstolos eram pessoas ignorantes, sem muita ou com nenhuma instrução, somente contavam com o Paráclito, o Espírito da Verdade (São João XVI, 13).
O Concílio Vaticano II foi realizado numa época de esplendor intelectual da Igreja, já contávamos com a Filosofia Tomista, a Igreja já havia fundado as Universidade. Portanto, é absurda a hipótese de que Padres com doutorados, mestrados e de um grande gabarito intelectual tenham, “sem querer, por acaso, acidentalmente”, redigido textos com tamanha ambiguidade. [cont…]
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[…]
Soma-se a isso o relato jornalístico “O Reno deságua no Tibre” do Padre Ralph Wiltgen. Fica claro pela leitura de suas 300 e poucas páginas, que o Concílio Vaticano II foi uma grande fraude executada pela chamada liga do Reno a qual constituía-se de prelados modernistas (incluindo o então Padre Ratzinger) que ocuparam todos os postos chaves de direção do concílio manobrando inclusive o seu funcionamento com alterações no seu regimento interno. O livro relata o exemplo do pedido feito pelos Bispos do Coetus Internationalis Patrum (ala Tradicional e minoria no CVII) de se condenar o Comunismo; o documento simplesmente desapareceu e o inquérito que apuraria, se foi aberto, caiu no esquecimento.
Em suma, o Concílio Vaticano II foi uma fraude para positivar no Direito Católico a heresia do modernismo. Foi uma grande desgraça para a Igreja.
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Para o sr. Pedro Rocha:
Conforme o teólogo modernista Eduardo Schillebeecks, o Concílio Vaticano II teria adotado uma linguagem propositadamente ‘diplomática’ — isto é, ambígua — a fim de conseguir o maior número de votos a favor das decisões conciliares. Entretanto, disse Schillebeecks, que, depois do Concílio, os modernistas saberiam tirar as conseqüências dos princípios enunciados ‘diplomaticamente’, isto é, ambiguamente.
Foi isto que causou a profunda divisão entre os próprios defensores do Concílio Vaticano II. Logo surgiram os defensores da “letra do Vaticano II”, e os defensores do “espírito do Vaticano II”.
Eis as palavras de Schillebeecks: à revista holandesa ‘De Bazuin’ no. 16, 1965, tais como foram reproduzidas por Romano Amerio:
‘Nós o exprimimos uma maneira diplomática, mas depois do Concílio, nós tiraremos as conclusões implícitas’ [‘Nous l’exprimons d’une façon diplomatique, mais, après le Concile nous tirerons les conclusions implicites’] apud Romano Amerio, Iota Unum, pag.93. Riccardo Ricciardi Editore. Milano – Napoli).
Também René Laurentin destacou essa ambigüidade fundamental dos textos do Concílio Vaticano II:
“Elucidar o papel do sucessor de Pedro na ordem da certeza e da verdade, eis um problema ‘pastoral’… [nota: Não é aqui o lugar para discutir a palavra ‘pastoral’ que foi o título-programa de nossa contribuição: ‘Reflexão pastoral’. Mantemo-nos distantes com relação às ambigüidades desta palavra. Ela foi, no Concílio, uma espécie de cavalo de Tróia. Os líderes das duas tendências, majoritária e minoritária, fizeram de conta que a pastoral era um domínio adequadamente distinto da doutrina. Assim, os primeiros fizeram passar, sob a cobertura desta palavra inocente, toda uma renovação teológica, infelizmente muito mal ajustada a um sistema doutrinal que em aparência permanecia intacto. Estamos longe, ainda hoje, de sair desta ambigüidade inerente aos textos do Vaticano II. Toda teologia é pastoral; e toda pastoral autêntica é teológica]”. (Fonte: R. Laurentin, O Fundamento de Pedro na Incerteza Atual, in Concilium – Revista Internacional de Teologia, n. 83, 1973/3: Dogma, p. 354).
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João XXIII, quando questionado sobre o porquê de se convocar o concílio, respondeu abrindo as janelas de seu gabinete que queria deixar entrar um pouco de ar na Igreja.
Mas, pelo visto, entrou a fumaça de Satanás, conforme atestou Paulo VI.
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Mas caro Rogério,
“…somente contavam com o Paráclito…”.
Precisa mais ? O que é um mestrado ou doutorado sem a assistência do Espírito Santo ? Da qual Nosso Senhor nos prometeu até o fins do tempo.
Abraços,
lucas
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Christiano, vão mesmo kkkkkkk ela ficou emocionada de ver la santiago.
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Há uns 200 (ou seriam 300?) doutores, santos, [T]eólogos que rechaçam a tese das “ambiguidades” nas Escrituras. Esse cavalinho de batalha de quem quer justificar as ambiguidades nos textos conciliares faz seus estragos. Não somos a autoridade que tem o poder e o dever de desambiguar o Concílio Primaveril, mas que elas existem já está mais que provado e exuastivamente clarificado.
Há sim ambiguidades propositais nos textos escriturísticos das mais que falíveis traduções da CNBB, TEB, Ave Maria, Pastoral e similares, afinal são filhas do Concílio. Filhos de peixe, peixinhos são.
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Lucas, quando disse “somente com o Paráclito”, não quis dizer que seria pouco, mas sim que os Apóstolos possuiam inspiração divina, mas, não tinham entendimentos ou capacidade suficientes para escrever textos precisos, o que exige certa capacidade intelectual. Isso mostra que o CVII, feito por doutores, foi, deliberadamente, convocado para dar prosseguimento à obra de demolição da Fé.
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Bem, quanto a existência de modernistas antes do CVII, ninguém contesta. Aliás eles já existiam e estavam se armando para “dar o bote” na hora certa, na oportunidade armada. O CVII serviu para isso: dar à heresia (o modernismo) o esplendor que seus hereges queriam. Não acuso os Padres conciliares em Geral (D. Lefebvre tbm foi Padre Conciliar), mas aqueles que arquitetaram o CVII, jogando fora os resumos, escrevendo ambiguidades… Os combatidos pelo Coetus Internationalis Patrum.
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Caro Rogério e Christiano, se lermos atentamente o discurso de abertura do Concílio, veremos que ele é uma permissão aos Padres conciliares, para rejeitarem os esquemas realizados pela comissão preparatória. Nisto já começa a ambigüidade conciliar, fruto da tentativa de associar a “antiga substância do depositum fidei”, a forma da nova teologia, que é uma tentativa de misturar água e óleo.
Dentro da questão das ambiguidades, se vocês lerem atentamente o capítulo “A “nova” filosofia” de Maurice Blondel do livro “A nova teologia, os que pensam que venceram” verão uma identificação entre os problemas do CVII e os problemas da obra de Blondel. Em certa altura de sua vida, o filósofo francês percebeu uma certa ruptura entre sua filosofia e a ortodoxia católica. Então ele tentou fazer uma hermenêutica da continuidade, que recebeu a seguinte crítica do Padre Tonquedec:
“Foi-me impossível, para meu desgosto, aceitar a interpretação atual que M. Blondel dá de suas obras. Sua exegese parece-me, com efeito, violenta, arbitrária, inspirada pela preocupação, muito honrosa sem dúvida, mas algo frenética, de defender a ortodoxia de seus textos. O desacordo entre antigamente e hoje em dia não incide somente sobre palavras e detalhes, mas sobre as linhas básicas do pensamento.
Há em L’Action, Lettre sur l’Apologétique etc. muita coisa além de uma ‘apologética do limiar’. Há uma filosofia geral, uma teoria do conhecimento, uma metafísica, uma lógica, fragmentos de teologia etc., impossíveis de reduzir àquela.
Nenhum dos que leram inteiramente os escritos de M. Blondel poderá aceitar essa equivalência, ainda que fosse sob a palavra do autor. Até essa ‘apologética do limiar’. A “Nova” filosofia de Maurice Blondel – http://lamentabili.blogspot.com/2011/02/nova-filosofia-de-maurice-blondel.html?utm_source=BP_recent
O mesmo Padre Tonquedec falando do debate com Blondel, dizia:
“Dei-me conta de que, apesar dos esforços para dar ao debate [com Blondel] uma base documentária tão grande quanto possível, ele só terminaria se o público tivesse sob os olhos as próprias obras de Blondel. Infelizmente isso é impossível. As obras de M. Blondel [que de Tonquedec possuía e citava largamente] esgotaram-se há muito tempo nas livrarias; as brochuras onde ele reuniu seus mais importantes artigos nunca foram comercializadas. Com isso a doutrina contida nesses escritos se acha numa condição singular: objeto de explicações, de retificações, de discussões sem fim, sustentada por uma ativa e ardorosa propaganda, é inacessível em seu texto original. A muitos dá a impressão de algo incompreensível e fugaz, cujo aspecto se modifica segundo o momento e as circunstâncias. Poucas pessoas, ainda entre as que, por profissão, estudam a filosofia religiosa, são capazes de controlar os dizeres do autor e de seus amigos sobre o sentido e o conteúdo de seus escritos.” A “Nova” filosofia de Maurice Blondel – http://lamentabili.blogspot.com/2011/02/nova-filosofia-de-maurice-blondel.html?utm_source=BP_recent
Na falta dos textos originais da obra de Blondel, a doutrina deste encontrava-se na condição singular de ser objeto de explicações, de retificações e discussões sem fim. Curiosamente, este é um problema no Concílio Vaticano II. Não que faltem os textos originais, mas sim pelo fato de estes textos aparecerem já como uma interpretação e não o registro daquilo que foi feito no Concílio.
Quando se apresenta o problema de um Concílio, como um problema de hermenêutica, é porque de certo modo, perdeu-se o Concílio original. Não existe sequer uma testemunha daquilo que foi ensinado no Concílio, tudo foi reduzido aos textos. Não devemos nos espantar que em tempos de magistério e tradição viva, também tenhamos um “Concílio vivo” e que também possua textos vivos. Nesta linha, como exemplo, lembro que já faz algum tempo, Bento XVI, falou em uma leitura do Concílio em clave pastoral. Isto havia sido observado pelo Padre Tonquedec na própria obra de Blondel, dizendo que ela “dá a impressão de algo incompreensível e fugaz, CUJO ASPECTO SE MODIFICA SEGUNDO O MOMENTO E AS CIRCUNSTÂNCIAS”. Onde “poucas pessoas, ainda entre as que, por profissão, estudam a filosofia religiosa, são capazes de controlar os dizeres do autor e de seus amigos sobre o sentido e o conteúdo de seus escritos.” Qualquer semelhança, será mera coincidência?
Por fim, para confirmar a identificação entre os problemas da obra de Blondel e os problemas do CVII, cito um trecho do Cardeal Ratzinger falando dos problemas do concílio:
“Isto significa que o próprio Concílio deve ser revogado? Certamente que não. Significa apenas que a recepção autêntica do Concílio ainda nem sequer começou. O que devastou a Igreja depois do Concílio não foi o Concílio em si mesmo, mas sim a recusa em o aceitar. (…) Portanto, a nossa tarefa não é suprimir o Concílio mas descobrir o autêntico Concílio e aprofundar a sua verdadeira intenção à luz da experiência presente”. Citado no capítulo 7 “Demolir os bastiões” do livro “O derradeiro combate do demônio”.
O Padre Tonquedec não aceitou Blondel, para depois descobrir o autêntico Blondel, ele fez o caminho inverso e não encontrou nele ortodoxia. Mas o então Cardeal Ratzinger fala na recusa em aceitar o Concílio, para depois descobrir o autêntico Concílio e aprofundar a sua verdadeira intenção, não a luz da tradição, mas a luz da experiência presente… complicado.
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“O seu argumento de que nas Sagradas Escrituras se encontram ambiguidades não merece prosperar, já debati esse argumento com o Rafael Vitola Brodbeck, quando éramos do Veritatis Splendor.”
Perdoe-me não ter sido claro em minha colocação. O que tentei afirmar foi que os hereges e apóstatas veem “ambiguidades” e somente o que querem mesmo nas Sagradas Escrituras (II São Pedro 3,16) que foram inspiradas pelo próprio Deus. Deturpar textos pastorais do Concílio não seria ousadia maior. Diferente dos heresiarcas, os que possuem humildade aprendem como Magistério da Igreja, detentora da autêntica Exegese Bíblica.
Mesmo que fosse um Concílio dogmático, não faltaria algum tipo de herege para impugnar.
Agradeço aos que se dignaram-se expor as falhas em meu primeiro texto. Vejam como nem sempre conseguimos nos expressar da melhor forma. :)
Salve Maria!
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Pedro Rocha,
No fim das contas, desculpe, mas não entendi o que você quis dizer. POr isso não consigo dizer se concordo ou discordo de você.
De qualquer foram quando você diz:
“os que possuem humildade aprendem como Magistério da Igreja, detentora da autêntica Exegese Bíblica.”
Pois é isto mesmo: Humildemente aprendemos com a Igreja durante todo o tempo,até que a mesma Igreja vem e diz coisas totalmente diferentes do que disse até ali.
Raciocinio:
– É possível que a Igreja diga coisas opostas? Não digo entre “Invadam a Peninsula Iberica” e “Não invadam a Peninsula Iberica”. Estou me referindo a questões que tem relação com a fé.
– Se é possível, então não sei se acredito na Igreja, pois amanhã ela pode dizer que o certo é o oposto de hoje.
– Se não é possível, então tem algo de errado no Concilio.
Humildes sim, mas também inteligentes, identificamos que ha algo estranho veio da Mãe e Mestra Igreja, queremos saber então porque os ensinamentos de 1900 e tantos anos mudaram tanto nos ultimos 50 anos.
Será que estes ensinamentos vieram mesmo da Igreja, ou teriam vindo de pessoas e eventos forjados de modo não infalível, mas fingindo ser?
Ou deixo de ser católico ou acredito na segunda colocação.
Um grande abraço,
Vladimir
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