Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.

O Papa Bento XVI inicia hoje uma viagem apostólica de dois dias ao Benim, África. Durante o vôo, o Santo Padre respondeu às tradicionais perguntas dos jornalistas presentes em sua delegação. Entre elas, uma a respeito do crescimento das seitas pentecostais no continente africano:

Essas comunidades são um fenômeno global, em todos os continentes. Naturalmente, elas estão presentes sobretudo, de formas diferentes, na América Latina e na África. Diria que seus elementos característicos são muito pouca “institucionalidade” e poucas instituições, dando pouco peso a instituições; uma mensagem que é simples, fácil e compreensível, e aparentemente concreta; e, como você disse, uma liturgia participativa expressando os sentimentos da cultura local, com uma abordagem da religião um tanto sincretista. Tudo isso lhes garante, por um lado, algum sucesso, mas também implica uma falta de estabilidade. Sabemos que alguns [seguidores desses grupos] voltam à Igreja Católica, ou se mudam de uma dessas comunidades para outra.

Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. […]

Segundo, é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa. Finalmente, eu diria que uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental. A liturgia não deve ser simplesmente uma expressão de sentimentos, mas deve emergir a presença e o mistério de Deus no qual ele entra e pelo qual nós nos permitimos ser formados.

Por último, com relação à inculturação, diria que é importante não perdermos a universalidade. Eu preferiria falar de “inter-culturação”, não tanto inculturação. É uma questão de um encontro entre culturas na verdade comum de nossos seres enquanto humanos, em nosso tempo. Então, crescemos numa fraternidade universal. Não devemos perder essa grande coisa que é a catolicidade, de que em todas as partes do mundo somos irmãos e irmãs, somos uma família, onde conhecemos cada um e colaboramos num espírito de fraternidade.

A introdução ao missal das celebrações pontifícias (pág. 11) demonstra como Bento XVI pretende enfatizar essa catolicidade, particularmente na liturgia da Santa Missa a ser celebrada no domingo, no Estádio da Amizade:

Neste grande dia de encontro eucarístico do Santo Padre com toda a África múltipla em seus costumes e em suas línguas, não hesitamos em empregar a língüa da Igreja Universal, o latim, que tem a vantagem de unificar a oração de nossa assembléia tão diversificada e de manifestar assim a união das vozes e dos corações no canto gregoriano (Missa de Angelis) e na escolha do cânon romano (Oração Eucarística I).

28 comentários sobre “Bento XVI: Não precisamos imitar os pentecostais. “Uma liturgia participativa é importante, mas uma que não seja sentimental”.

  1. Ué!?

    Por que então Bento XVI aprovou a tal RC”C”?!

    Por que então Bento XVI disse para o tal Marcelo Rossi continuar fazendo o que ele faz?

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  2. “Então, nós não precisamos imitar essas comunidades, mas devemos nos perguntar o que podemos fazer para dar nova vida à fé Católica. Eu sugeriria, como um primeiro ponto, uma mensagem que é simples e compreensível, mas também profunda. […]” * Não entendi.

    Santo Padre, permita-me!
    Eu tenho uma sugestão para dar vida à fé dos fiéis: A Fidelidade a Tradição Católica, dá vida e salva a alma =D

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  3. Sobre a liturgia não ser algo sentimental, há poucos dias atrás encontrei um sermão de um padre norte-americano muito interessante em que ele falava justamente isso ao tratar da oração. Vejam:

    Prayer is Omnipotent, Sermon of October 17th

    “Does this seem a bit too pious and devotional for you, a bit sentimental? Perhaps it is pious (and there is nothing wrong with being pious) but I assure you that true prayer is not the least bit sentimental. True prayer has nothing to do with sentimentality. Prayer is not some warm and fuzzy feeling inside.”

    Tradução:

    Isso lhes parece um pouco pio demais, um pouco devoto demais, um pouco sentimental? Talvez seja pio (e não há nada de errado em ser pio) mas eu lhes asseguro que a verdadeira oração não nem um pouco sentimental. A verdadeira oração não tem nada a ver com sentimentalismo. A verdadeira oração não é ter a sensação interior de um calor indefinido (quer dizer, não é sentir um ardor, um entusiasmo interior).

    Cf. http://fatherryanssundaysermons.blogspot.com/2010/10/prayer-is-omnipotent.html

    Sentimentalismo é uma das principais características do protestantismo neopetencostal. A verdadeira espiritualidade católica é algo sereno e que leva a serenidade. Não essa exatação histérica que se vê em grupos petencostais e pseudo-católicos!

    P.S.: Agradeço correções à minha tradução do trecho do sermão que citei.

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  4. Sinceramente, não entendo Bento XVI. Ele faz um discurso contra o sentimentalismo, contra as atitudes dos pentecostais, mas por outro lado diz um negócio desses: “é importante que nossas instituições não sejam pesadas. O que deve predominar é a iniciativa da comunidade e da pessoa.” Como assim??? isso não contraditório??? Na liturgia deve prevalecer o desejo da comunidade e a iniciativa das pessoas???
    Sinceramente, não entendo.

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  5. Creio que o Papa percebe o mal que fez o “aggiornamento” conciliar…

    Infelizmente não há que se falar em “imitar” as celebrações dos hereges, uma vez que a missa nova é “filha” da apostasia conciliar e, tragicamente “inspirada pelos hereges, para que se “facilitasse” o ecumenismo…

    Agora se mostra muito tarde: o rebanho já se mostra totalmente confuso…qual pastor seguir? Os Bispos e o clero, afinal estão mais próximos do “povo de Deus” ou do Papa, que vive em Roma?
    Pois é… criaram as “coferências episcopais” e, deram a elas poderes outrora delegados pelo Divino Fundador da Igreja ao Bispo de Roma, o Santo Padre o Papa.

    Há que se repensar este triste período da Santa Igreja, após este malfadado concílio, hoje tida como “santa e pecadora”, mas a nós que cremos e confiamos em Cristo, nosso Senhor, a Igreja nunca, jamais errou ou errará! Ela é Santa, pois seu Divino Fundador é o próprio Deus que se tornou carne no Seio ditoso da Virgem Maria!

    Os seres humanos erramos, uma vez que somos limitados e sujeitos ao pecado.

    Que Deus conceda forças ao Santo Padre a fim de que possa, sem demora, repensar, rever e extirpar os erros do concílio!

    Que o Santo Padre traga as ovelhas de volta ao redil e as conduza pelo único Caminho que nos leva ao Coração de Jesus!

    Quanto a nós, simples fiéis, resta-nos repetir o gesto de coragem dos mártires ingleses, que guardaram a Santa Fé Católica, não comparecendo a estes tristes espetáculos blasfemos e heréticos que, infeliz e satanicamente, foram introduzidos na Igreja de Deus.

    Tenhamos força, e nos coloquemos sob o manto Virginal da Imaculada Mãe de Deus, a Medianeira de todas as Graças e Corredentora do infeliz gênero humano.
    Afinal, Ipsa conteret! Ela esmagará o poder das trevas!

    Peçamos ao Coração de Jesus que seja breve esta noite triste da Igreja e, por intercessão da Virgem Santíssima, possamos ter novos Bispos, tais como Dom Antônio e Dom Lefébvre, a fim de santificar o Rebanho do Altíssimo!

    Por amor ao Imaculado e Doloroso Coração de Maria, livrai-nos ó Jesus do mal da apostasia!

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  6. Se n “precisamos” imitar os pentecostais, pq o Vaticano aprova a rc”c” e suas comunidades? E pq há padre em plena comunhão, claro, com convicção que comunidade da rc”c” é necessária para a situação n estar pior? Em dom de “dúvida”.

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  7. O Santo Padre está cercado de lobos, lembrem-se disso. É por conta dessa realidade que muitas ele sofre por ser obrigado a ficar em silêncio vendo tantos erros e abusos. Contudo essa vez foi uma oportunidade muito boa para ele curar as feridas do modernismo com o santo ensinamento da Igreja, ensinamento esse sóbrio e prudente, por isso dificilmente é envenenado por doenças trazidas pela euforia da sociedade por uma nova forma de pensar. Um outro homem, exemplo da luta contra os vícios do modernismo foi o beneditino francês D. Próspero Guéranger. Alguém se lembra dele? Esse é outro herói de Cristo! A Igreja precisa de mais desses. VIVA IL PAPA!

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  8. se pudesse, tbm perguntaria ao Papa? hj a sociedade é carente de Deus, de ver Deus,de sentir Deus…. já n dar m para irmos a igreja e sairmos do mesmo jeito…..a liturgia por m bonita q seja tem q levar-nos a Deus….e só issso basta…..

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  9. Pax vobiscum,

    Boas noticias é muito bom. Mas gostaria de divulgar uma pessima, mas não é novidade vindo de quem veio mas é escandalizante.

    http://noticias.gospelmais.com.br/programa-domingo-legal-sortear-bencao-padre-marcelo-rossi-27352.html

    Ferreti dá uma olhada nesta noticia e nos dá aquela lista de endereços. É preciso fazer algo.

    Mais um desafio para o Fratres.

    Ave Maria Immaculata

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  10. Flávio, quem conhece Bento XVI (Joseph Ratzinger) sabe a opinião dele sobre o que seja uma verdadeira liturgia participativa, que pra ele depende: a) do respeito pelas rubricas e orações do Missal Romano; b) da ciência do fiel leigo sobre a natureza da Santa Missa. Ou seja, depende da boa formação do clero e dos leigos.

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  11. o que diria o papa deste fenômeno tão comum nos grupos carismáticos?

    http://sentinelanoescuro.com/2011/11/16/ponto-para-a-rede-record/

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  12. Bruno, na liturgia, somos nós que nos dobramos a vontade de Cristo e não o contrário. Naturalmente que na liturgia, existem coisas da cultura da região, mas deve ser bemmm simples e sem ferir a liturgia, veja esse vídeo aqui: http://www.youtube.com/watch?v=9oL1oq4daRg

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  13. Obrigado,Thiago e Marcos.Mas veja Thiago,como estamos longe,na vida real,do que tu falas sobre a posição do Papa.Ai católicos,com razão,perguntam:Mas se o Papa é contra essa bagunça litúrgica,por que não faz algo mais contundente contra tudo isso? Ai,por outro lado,muitos dizem que o Papa está cercado de lobos e não pode agir como quer.

    E veja que me parece que o Bruno está certo quando aponta dubiedades na fala do Santo Padre.Não seria de sua Santidade,ao contrário,ser incisivo,e não deixar margem para interpretações por causa de uma linguagem contraditória? Ai volta-se aquele argumento: Não é fácil,o papa está cercado de lobos,etc…Tem-se que fazer as coisas com prudência,etc…

    Enfim,é esta confusão em que vivemos e que nós,como católicos,estamos no olho do furacão.

    Acho que foi aqui no Fratres que saiu a declaração de D.Fellay de que só vê uma solução da crise como esta,deste tamanho,atravês de uma intervenção divina.Humanamente é impossivel uma solução.Se não me engano foi isso que ele disse,se estiver errado me corrigam.Tendo a concordar com D.Fellay.

    Este ano fiquei boquiaberto quando me deparei com a seguinte cena na rede vida durante a missa: O padre Marcelo Rossi,de cima do palco,lançava um balde cheio de água sobre as muitas pessoas que estavam mais abaixo na platéia.Alguns de vocês já tinha visto isso?

    Fiquem com Deus.

    Flavio.

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  14. Caro Flávio, recomendo-lhe a leitura de um livro bastante revelador sobre a crise que vivemos. No sítio Alexandria Católica, procure pelo livro “As revelações através dos padres exorcistas”.. Neste livro você vai compreender que de fato o Santo Padre está cercado por lobos e que, como você citou D. Fellay, haverá uma intervenção divina sim, que acabará de vez com essa palhaçada. Rezemos para que Deus venha o quanto antes para que mais almas não se percam.
    Imaginem que há uma menina que estuda comigo e não frequenta a Santa Missa faz 7 anos. Um dia, eu disse a meu professor que a Missa Tridentina deveria voltar em todas as paróquias e esta menina discordou com bastante euforia. Como mostrar para ela de que precisa fazer um encontro urgente com Jesus Cristo? Como falar de sacralidade, pudor no vestido, silêncio na Igreja se ela está acostumada às baterias e guitarras durante a Missa? OH Deus, me ajude!

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  15. Eu lamento que pessoas de boa índole como são alguns que fizeram comentários da matéria antes de mim, pelo fato de serem amigos da Tradição, isto é ótimo, mas …..mesmo que tal atitude do Papa ou de algum clérigo, não seja tão do nosso agrado, eu acho que deveríamos ser sempre muito reverentes……isto demonstraria o nosso verdadeiro amor à Hierarquia da Santa Igreja!

    Sobre a matéria eu acho que já é uma nova graça; o Papa ….antes de tudo é uma pessoa muito política. Ele não pode ficar respondendo perguntas em uma entrevista e emitindo opiniões, que antes precisam serem muito abalisadas, devido à situação.

    Houve situações dentro da Igreja, que duraram séculos para serem solucionados.

    Eu acho que mais importante que emirtirmos comentários é REZAR. Eu rezo todos os dias o rosário, vou à missa ……procuro agir com oração, pois é o melhor modo de combater os erros e as heresias.

    Quem costuma “só” criticar eu não vejo com bons olhos.

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  16. Paz e bem!

    Vejo que muitos não concordam com a existência da RCC, ou do fato dela ser um movimento católico. Vejo também que veem a citação do Papa acima (em destaque) é uma forma de mostrar que a RCC não deve “prosseguir”. Primeiramente, gostaria de dizer que entendo o sentimento de muitos de vocês com respeito a isso. Parece que muitos de vocês buscam realmente a verdade, dentro do tripé da Igreja (Escritura, Tradição e Magistério) e conhecem muita coisa da doutrina católica. Desse modo, quando veem algo contra isso ficam ofendidos, pois a Fé foi ofendida. Glória a Deus por vocês. Assim, permitam-me evitar explicações explicitas de doutrina citadas aqui e qualquer dúvida de referência podem me falar que posto depois, ok!.

    Como missão o Papa busca a unidade da Igreja e a fidelidade a esta. Infelizmente não somos perfeitos e nunca isso será total, pois ainda não sabemos de tudo e somos humanos. Do mesmo modo, o movimento da RCC, busca a unidade entre os Grupos de Oração (GO) de modo que seus membros vivam a fé da Igreja com a Identidade da RCC, que é a efusão no Espírito Santo, o uso dos Carismas e a vivência em comunidade (não necessariamente de vida ou aliança, mas como toda comunidade cristã). Todos estes fazem parte da doutrina da Igreja e no CIC pode-se pesquisar melhor. Deste modo assim como veremos “gafes” dentro da RCC, todos os grupos ou movimentos da Igreja que possuem muitos membros viverão. Isso não justifica, mas nossa missão é, com CARIDADE, ensinar a Fé católica a todos e corrigir o irmão quando errado. Infelizmente muitos apenas criticam (não só a RCC) que, querendo ou não, faz parte do Corpo Místico de Cristo. Ofende-los, sem ensinar, sem amar e até rezar por eles é ofender a Cristo. Por exemplo, muitos criticam os fieis que vão a uma Igreja e se prostram diante de uma imagem, sendo que o Senhor se faz presente na Eucaristia. Com efeito, muitas vezes em vez de irmos ao Senhor numa capela vamos a casa de um amigo desabafar e partilhar. Lógico que a adoração é algo sublime e é o primeiro mandamento de Deus, mas amizade, as devoções também são formas de adorar a Deus, sendo ele o fim último de tudo isso.

    Antes de terminar, vejo que sentimentalismo não é Amor, como o próprio São João diz em 1Jo 3, 18 : “Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade”. Porém a razão não anda só. Jesus converteu muitos pela cura, pelo Amor, pela compaixão. Mas é claro que estes seguiram Jesus não apenas pela cura, diferente de outros que só buscam o bem próprio [“Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: buscais-me, não porque vistes os milagres, mas porque comestes dos pães e ficastes fartos. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até a vida eterna, que o Filho do Homem vos dará. Pois nele Deus Pai imprimiu o seu sinal.” (Jo 6, 26-27)]. Muitos precisam ter um encontro como Cristo vivo, como São Paulo teve. Quem conhece a RCC, sabe que levamos essa experiência a muitos, porém depois damos o alimento sólido, ou seja, a Fé, a doutrina, a catequese. Amados, realmente o sentimentalismo não o principal, especialmente na liturgia., pois o Amor é sim o principal. Papa ensina porque ama. Os carismas são para a Caridade. Assim, acolhemos os ensinamentos e buscamos ensinar também. Garanto ser essa uma das missões da RCC.

    Por fim, assim como o Papa pede desculpas pelos erros de padres, bispos e de toda a Igreja; mesmo eu não sendo representante da RCC, mas como membro efetivo, peço desculpa pelos erros de muitos “ignorantes” que, querendo fazer o certo e evangelizar, acabam errando como todo humano. Humildemente peço orações a vocês pela RCC e por toda a Igreja, para que a cada dia sejamos mais fieis e humildes.

    Abraço em Cristo a todos e perdoem se me alonguei.

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  17. Kelson Vieira, eu fui rccista, falo com propriedade de conhecimento: a rc”c NÃO É Católica.
    Sei que teve mudança no site oficial quanto a origem protestante, mas vcs se meteram numa seita e o Vaticano aprovou a seita.
    Gafes há em todo lugar, o caso que criticamos aqui, n é de gafes n senhor, mas são erros gravíssimos e prática de protestantismo dentro da Igreja. Muita coisa a refutar no seu comentário, vou deixar o resto pra quem tem paciência!

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