Obra polêmica faz retrato devastador do papa acusado de ter optado pelo silêncio diante dos horrores do Holocausto.
Por Hermes Rodrigues Nery
Fratres in Unum.com – Desde 1963, com o aparecimento da peça teatral O Vigário, do escritor alemão Rolf Hochhuth, que a polêmica em torno da ação do papa Pio XII durante a 2ª Guerra Mundial foi crescendo, ao ponto de criar sérios embaraços para o Vaticano, que deseja beatificar (e posteriormente canonizar) Eugênio Pacelli (cujo pontificado foi um dos mais difíceis do século XX, por coincidir com as trevas do Holocausto).
A grande questão apresentada pelos críticos de Pio XII (papa de 1939 a 1958) é a seguinte: Pacelli deveria ou não ter denunciado publicamente o Shoah? O protesto formal teria tido força suficiente para debelar a insanidade em execução? Sua denúncia teria sido capaz de evitar ou diminuir o genocídio que exterminou cerca de 6 milhões de judeus? Quais teriam sido as razões pelas quais Pio XII teria feito a “opção diplomática” pelo silêncio?
Ninguém até hoje saberia dizer o que poderia ter acontecido se Pacelli tivesse condenado publicamente as barbaridades cometidas por Hitler (apesar de ter tocado no assunto na sua mensagem de Natal de 1942; de ter auxiliado Pio XI a redigir a encíclica Mit Brennender Sorge (Com Profunda Preocupação) – a primeira condenação direta do racismo e do nazismo, divulgada em 1937; de ter ajudado concretamente os judeus da Hungria, e de ter se envolvido diretamente num perigosíssimo complô contra Hitler, em 1939-40; e de ter sido quase seqüestrado pelo Führer, que pensou em levá-lo para a Alemanha ou Liechtenstein, e chegou a dizer, em julho de 1941, que a destruição da Igreja Católica fazia parte de seus planos (“Minha última missão – declarou Hitler – será resolver o problema da Igreja. Na juventude, tive a visão: dinamite tudo”).
Julgar Pio XII por sua ação num contexto até hoje altamente problemático não é tarefa fácil. Simplesmente acusá-lo de covardia pode ser uma atitude imediatista e até irresponsável, tendo em vista a enorme complexidade da conjuntura histórica em que viveu e teve de atuar.
Na realidade, como afirmou Henry L. Sobel, é necessário investigar. “O Vaticano criou (em 1998), a pedido de entidades judaicas uma comissão internacional de pesquisadores judeus e católicos, encarregada de reexaminar a documentação já divulgada pela Santa Sé referente a atuação da Igreja durante a 2a Guerra Mundial e, eventualmente, conseguir acesso aos inúmeros arquivos ainda mantidos em sigilo pelo Vaticano. O estudo desses documentos revelará a informação que nos permitirá encarar o passado, compreender a realidade daquela época e reagir construtivamente”.
No bojo da polêmica, o historiador inglês John Cornwell (professor, jornalista e pesquisador do Jesus College, Cambridge) surge com sua obra bombástica: O Papa de Hitler, simplesmente devastadora. “A omissão em dizer uma palavra franca sobre a Solução Final em execução proclamava para o mundo que o Vigário de Cristo não podia ser levado à compaixão e à raiva. Desse ponto de vista, ele era o papa ideal para o plano abominável de Hitler. Era um peão de Hitler. Era o papa de Hitler”, diz Cornwell.
Não é difícil sair da leitura do livro sem reconhecer que as colocações mais contundentes contra Pio XII e as candentes indagações de Cornwell são bem argumentadas. Resta saber se as conclusões tiradas têm realmente fundamentação e condizem com a verdade dos fatos. O “choque moral” que Cornwell diz ter tido ao recolher o material de sua pesquisa e constatar que os dados coligidos “não serviam para inocentar Pio XII; em vez disso, consolidava as acusações” diz respeito à sua interpretação dos documentos analisados (ao juízo que ele já tinha do problema) e não aquilo que realmente a documentação pudesse conter como verdade histórica. Como jornalista, habituado em lidar com versões dos fatos, Cornwell deixou-se enredar pela areia-movediça da parcialidade.
Não há certeza exata (documental) do quanto Pio XII sabia a respeito do Endlosung (A Solução Final). De qualquer forma, o que se questiona é o aspecto moral da atitude de Pio XII. Se ele tinha conhecimento dos detalhes da Solução Final, teria como dever moral impedi-la, até porque – como reza o Catecismo – “é pecado saber de um mal e não impedi-lo”. Porém, também observa: “se queremos impedir um mal, podemos provocar outro maior?” Terrível dilema moral. A responsabilidade de uma ação diz respeito às suas conseqüências.
Os defensores de Pio XII afirmam que o silêncio não representou omissão, mas ação estratégica para evitar a extensão do mal. Conhecendo a fundo o ideário e as motivações do governo nazista, Pio XII sabia do risco das retaliações e do quanto poderia agravar ainda mais a conturbação de uma época, em que os poderosos temporais, estavam decididos a pulverizar as nações, e não recuar enquanto não ao vissem “o mundo em chamas”. Diante de tão grande mal, somente no silêncio, a Igreja poderia “salvar vidas” e resistir.
O livro de John Cornwell causou sensação. No entanto, apesar de sua pesquisa ter sido, até agora, a mais consistente já realizada sobre o assunto (o autor teve acesso a documentos inéditos do próprio arquivo do Vaticano), a obra “carece de provas”, como afirma Gilles Lapouge: “O autor do livro, um católico inglês, iniciou suas pesquisas para reabilitar Pio XII, mas diz ter encontrado documentos tão importantes que sua obra ficou, ao contrário, muito incômoda. Não se vêem muitos desses documentos no livro de Cornwell. Com certeza, há muitas coisas que ‘não foram ditas’, por Pio XII, uma prudência extrema, mas nada que prove um consentimento com o nazismo. E as acusações de Cornwell freqüentemente não são amparadas pelos documentos oficiais (O Estado de São Paulo – 18.09.1999).
Se Pio XII não denunciou o Holocausto, também não o fizeram o governo inglês e norte-americano que (por estarem em guerra com a Alemanha, tinham também muitas informações do horror dos campos de concentração). O papa Paulo VI formou uma comissão de 3 jesuítas que vasculharam os arquivos do Vaticano e publicaram uma farta documentação, em 6 volumes, e nada encontraram que incriminasse Pio XII. Também, até os anos 60, como conta o Pe. José Oscar Beozzo, diversas instituições judaicas costumavam agradecer à Igreja pela ajuda que deu a milhares de judeus durante a guerra, socorro esse confirmado pelo próprio Cornwell: “Em 29 de novembro de 1945 (ao final da guerra), Pacelli reuniu-se com 80 representantes de refugiados judeus de vários campos de concentração da Alemanha, que expressaram ‘sua grande honra por serem capazes de agradecer ao Santo Padre por sua generosidade com os perseguidos durante o período nazi-fascista’. Não se pode deixar de respeitar um tributo feito por pessoas que sofreram a perseguição e sobreviveram. E não podemos depreciar os esforços de Pacelli no nível do socorro caritativo, ou seu estímulo ao trabalho de incontáveis religiosos e leigos católicos que proporcionaram conforto e segurança a centenas de milhares de pessoas”.
O valor da obra de Cornwell está nas perguntas que faz. O desmérito nas respostas que apresenta. Antonio Amaral de Sampaio, também em artigo publicado no Estado de São Paulo, acrescentou: “Ao Vaticano não cabe nenhuma responsabilidade direta ou indireta pelo crime do século, cujas raízes já se encontravam no anti-semitismo germânico”. Há, evidentemente, uma grande diferença entre anti-judaísmo e anti-semitismo. O fato é que, do ponto de vista racial, conforme a ideologia nacional-socialista, a Igreja, em nenhum momento, endossou ou estimulou uma política anti-semita. O anti-judaismo de caráter religioso gerou incompreensões, tensões e conflitos agudos em diversas circunstâncias na história da Igreja, mas sem motivação anti-semita.
John Cornwell não deu a última palavra sobre o juízo do pontificado de Pio XII. O tema, de dificílima abordagem, continua a exigir a responsabilidade de análises que não sejam generalistas, superficiais, tendenciosas e reducionistas. Tais características, infelizmente, fazem da obra de Cornwell um estudo (corajoso e de fôlego) cheio de gritantes contradições.
Hermes Rodrigues Nery é Coordenador do Movimento Legislação e Vida, da Diocese de Taubaté (SP).
“No Talmud, está escrito “Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro”, pois bem, mais do que qualquer outro, no século XX, Pio XII respeitou esse princípio. Nenhum outro papa foi tão magnânimo com os judeus. Toda a geração dos sobreviventes do holocausto testemunha que Pio XII foi autenticamente e profundamente um justo (…) Ao contrário do que escreve John Cornwell, segundo o qual Pio XII teria sido “o papa de Hitler”, eu creio que o papa Pacelli foi o maior defensor dos judeus.” (David Dalin, rabino chefe de Nova Iorque, 21 de fevereiro de 2011, em entrevista para a revista Weekly Standard)
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Sobre as relações entre a Igreja e a segunda guerra, os judeus, o holocausto e o modernismo, recomendo os livros “Complô contra a Igreja” de Maurice Pinay e “O Catolicismo Traído” de S. E. Castan.
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Apedrejar a Igreja Católica é um recurso infalível para obter ibope. Tudo de mau que se propalar contra ela granjeará sempre credibilidade instantânea e repercussão garantida na imprensa, sem o ônus da prova – a alegação é a sua própria prova. Que sucesso teriam tido Hochhut e o “católico” Cornwell (tão católico quanto as “católicas pelo direito de decidir”) se tivessem louvado Pio XII?
Nas acusações contra Pio XII sempre se alude a “documentos secretos do Vaticano”, que no entanto nunca são mostrados (deve ser porque são secretos). Mas, na verdade, quem sabia da “Solução FInal” antes de 1945? Certamente os aliados sabiam,com seus serviços de espionagem encravados na cúpula do Reich (Canaris), e o seu conhecimento dos códigos secretos alemães (Enigma). Mais que ninguém sabia-o Stalin, que forneceu a Hitler, além de combustível para sua máquina de guerra e seus fornos crematórios, a tecnologia dos campos de concentração, e celebrou com ele a partilha da Polônia. Sabiam – ou deveriam desconfiar – os banqueiros, inclusive judeus, que financiaram a ascenção do nazismo e o rearmamento alemão. Sabia-o – ou deveria supor – para citar um só caso, a empresa americana que criou os programas de computação usados pelos nazistas na adminsitração dos campos.
No entanto, ninguém cobra dos governos aliados, ou do partido comunista, ou das emrpesas que lucraram negociando com Hitler, a ausência de uma condenação “ante factum” do Holocausto. Só a Igreja – curiosamente a única entidade que na época preocupou-se em salvar concretamente inúmeros judeus – é a cúmplice universal dos crimes nazistas. Curiosamente, a omissão das igrejas protestantes,
dos espíritas, dos maçons, do Dalai Lama, das próprias sinagogas, não é nunca mencionada. Parece até que só o Papa foi omisso, ante o repúdio universal dos homens de bem, e os mais exigentes questionadores são precisamente os que sustentam que a Igreja não se deve imiscuir en questões do estado “laico”, e não perdem ocasião de condenar como reacionárias as exortações papais.
Sucede que, antes de 1945, o governo alemão era tido como legítimo (fora eleito em eleições livres) e como tal era universalmente reconhecido. As potências ocidentais negociaram com ele e cederam a todas as suas exigências até 1939.Os países neutros continuaram a reconhecê-lo até o fim da guerra. Que podia fazer o Papa? “Quantas divisões tem o Papa?” – perguntava ironicamente Stalin quando se sugeriu convidar o pontífice para as negiciações de paz.
No entanto, onde estão as “comissões mistas” judaico-protestantes, judaico-budistas, judaico-maçônicas, judaico-comunistas, “judaico-judaicas” para investigar omissões na denúncia do holocausto durante a guerra? Onde está a comissão mista judaico-católica para investigar quantos judeus foram salvos pela Igreja e por indivíduos católicos durante a perseguição, e resgatar a memória dos mártires católicos do nazismo?
Onde estão, por falar nisso, as resenhas de livros pró-católicos nos sites anti-católicos?
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Estranho o professor Hermes Nery (diga-se de passagem, grande promotor da beatificação da Princesa Isabel) afirmar que a obra do infame Cornwell tenha a “pesquisa mais consistente” e sequer citar o livro/resposta de Andrea Tornielli “O Papa dos Judeus” (algumas informações, ainda que aquém da pesquisa de Tornielli, aqui: http://livraria.seminariodefilosofia.org/Religiosos-e-Santos/Pio-XII-O-Papa-dos-Judeus/flypage.tpl.html ), o qual apresenta logo na introdução (ou prefácio, não me recordo como ele divide o livro) o registro vaticano da “exaustiva” pesquisa que Cornwell fez nos Arquivos Secretos, de nada mais do que algumas horas (suficiente para deixar fundamentadas dúvidas em qualquer leitor?)
Recomendo vivamente a leitura do livro de Tornielli, não só aos diletos leitores do Fratres mas, principalmente, ao professor Hermes, para que nós, católicos, embasemo-nos mais solidamente antes de emitirmos juízos que acabam mais por propagandear o inimigo do que expor a verdade e defender a boa fama dos santos homens do passado.
Rafael.
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Ps.1: Creio que, pela evidente superioridade do livro “O Papa dos Judeus” frente ao “Papa de Hitler”, seria justo que não ficasse tal livro restrito aos comentários mas recebesse o devido destaque com um artigo, que poderia ser o supracitado http://livraria.seminariodefilosofia.org/Religiosos-e-Santos/Pio-XII-O-Papa-dos-Judeus/flypage.tpl.html.
Ps.2: O livro do Andrea Tornielli parece estar esgotado na editora, mas costuma ser vendido na livraria do Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro, Lumen Christi, onde adquiri meu exemplar.
Rafael
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Rafael, ficaríamos muito contentes em publicar uma resenha sua ao livro citado.
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Eu não entendendo profundamente a questão do holocausto,dos judeus ou de matanças de cristãos.São guerras que nunca estudei ou entendi,sei apenas superficialmente sobre este assunto mas não entendo o por que a Igreja sempre quer beatificar ou canonizar consagrados.Falam tanto de família mas são raros os casais normais que ela canoniza como exemplo de virtude,a maioria está sempre ligado ao clero ou freiras.É apenas um detalhe que observo.Embora não faça diferença por que santos são todos os que estão no céu,mesmo os mais anônimos para o mundo.
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Caro Rafael, o artigo foi motivado para refutar os equívocos de Cornwell. Não tive ainda a oportunidade de ler o livro de Tornielli. Apenas solicitaram-me um parecer sobre o livro de Cornwell. Mas certamente procurarei fazer a leitura indicada. Gratíssimo!
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EM MEIO AO RELATIVISMO ATUAL CRÍTICAS À IGREJA POSSUI RETORNO GARANTIDO…
O que mais funciona como trampolim para alguém subir na vida é começar a vilipendiar a Igreja católica e na pessoa do S Padre achar 1001 defeitos e omissões.
O Jean Wyllys, por ex., já é conhecidíssimo no Brasil em defesa da classe gay graças á ação contestadora ao S Padre Bento XVI e à doutrina da Igreja quanto aos procedimentos gays e poderá até reeleger-se por simpatizantes dos movimentos afins; idem a questão do celibato sacerdotal e pedofilia: há muito mais pastores e leigos casados envolvidos mas evidenciam apenas os poucos sacerdotes; ao invés de nos considerarem intolerantes e homofóbicos agem como o PT e correlatos comunistas: nada assumem e para dissimularem, atribuem os erros aos outros e se não possuirem um inimigo fabricam-no para terem a quem acusarem e safarem-se ilesos, se possível.
Com o grande papa Pio XII foram ainda mais acres os escritores: se não foi obra encomendada pelo “poder das sombras” arquiinimigos da Igreja para dividir os cristãos e desestimular a fé na Igreja e a destruir NÃO É outra coisa; primeiro divulgam as mentiras e calúnias e quando descoberta a verdade calam-se e escondem.
Porém, o estrago já foi feito e o conserto ou retífica das farsas engendradas nunca é proporcional ao mal causado irreversível, e dele suboriginam-se outras versões idem de outros inimigos da Igreja, pois é cercada de inimigos, inclusive tais pessoas são sem dúvida alguma agentes de Satanás e atualmente em mais evidencia estariam os comunistas, protestantes e maçons.
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Meri, tem muitos leigos considerados santos, principalmente entre reis e rainhas católicas.
Quanto ao holocausto, principalmente na católica Polonia, foram os catolicos os perseguidos pela invasão nazi sovietica de 1939, ou seja, os regimes do nacional socialismo alemão e o socialismo soviético invadiram em conjunto a Polonia.
A segunda guerra vista sob a história contada atualmente sob a mentira marxista não mostra, mas desde a revolução francesa que todas as guerras vem perseguindo e destruindo o que as sociedades possuem de cristão.
Depois da segunda guerra um terço do mundo ficou comunista. Quem foi o maior beneficiado com a 2a. guerra foram os inimigos da igreja. Muita propaganda para falar dos judeus que tem gente que acha que a Polonia não é um país católico.
Vide a vida de São Maximiliano Maria Kolbe.
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Péssimo artigo! O livro de John Cornwell tem pouca importância para a História, ao contrário do que diz o Sr. Hermes, pois se baseia quase que exclusivamente em fontes indiretas. A importância do livro de Cornwell é apenas midiática. Um dos mais importantes estudos sobre esse assunto, que o Sr. Hermes nem chega a citar, é o livro de Pierre Blet,“Pio XII e a Segunda Guerra Mundial”, que organizou os documentos do Vaticano sobre a II Guerra Mundial, agora disponíveis na internet. Os artigos e livros de Gian Maria Vian são bons também.
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Não compreendo qual é o interesse de um católico “promover” esse assunto e, sobretudo, um livro anticatólico… sim, pq a ação imediata seria a leitura do tal livro para se certificar pessoalmente do que foi relatado pelo sr. Hermes… (pois não devemos ser reféns das informações dos outros, sobretudo qdo os ‘outros’ não são especialistas ou teólogos ou doutores da Igreja!).
Não temos outros autores, outros livros, outros assuntos mais úteis à nossa santificação?
E ainda por cima, facilita-se a beatificação de um papa que tem mais dúvidas do que virtudes heroicas comprovadas – Paulo VI – mas faz-se tudo para adiar o que já está patente…
E me parece estranho que um defensor da causa da uma possível santa perca seu tempo – e o nosso – em “promover” esse livreco de quinta, que, aliás, eu não vou perder meu tempo em ler…
Um santo ano novo a todos.
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“Quanto mais santa uma pessoa, mais perseguida pelo mundo ela é… essa perseguição injusta e cruel ao grande Papa Pio XII só reforça, para aqueles que conseguem enxergar o sobrenatural, que indubitavelmente ele é, junto com o Papa São Pio X, o maior papa do século XX. “Sancte Pie XII, ora pro nobis!” ( II )
Acescento: injusta e maldosa…
Por isso, peço a Deus, que nosso Santo Padre, o mais rápido possível, o declare BEATO e SANTO!
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“Acrescento”…..
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Obrigado Prof. Hermes Nery, por jogar um pouco mais de luz nas trevas que vivemos!
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Depois de São Pio X, o melhor papa do século XX foi Pio XII. Mesmo que essa questão sobre a 2ª Guerra seja completamente esclarecida, o malígno suscitará outra calúnia.
Cabe-nos, sempre, confiar que as atitudes tomadas por Pio XII foram as mais adequadas para o momento, pois sempre foram guiadas pelo Espírito Santo. É a fé católica que nos garante isso!
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O fim de uma longa farsa
Olavo de Carvalho
Jornal do Brasil, 1o de fevereiro de 2007
O ex-chefe da espionagem romena, Ion Mihai Pacepa, confessou recentemente que a onda de acusações ao Papa Pio XII, que começou com a peça de Rolf Hochhuth, O Vigário (1963), e culminou no livro de John Cornwell, O Papa de Hitler (1999), foi de cabo a rabo uma criação da KGB. A operação foi desencadeada em 1960 por ordem pessoal de Nikita Kruschev. Pacepa foi um de seus participantes diretos. Entre 1960 e 1962 ele enviou a Moscou centenas de documentos sobre Pio XII. Na forma original, os papéis nada continham que pudesse incriminar o Papa. Maquiados pela KGB, fizeram dele um virtual colaborador de Hitler e cúmplice ao menos passivo do Holocausto (leiam a história inteira http://www.nationalreview.com/articles/219739/moscows-assault-vatican/ion-mihai-pacepa# ).
Foi nesses documentos forjados que Hochhuth se baseou para escrever sua peça, a qual acabou por se tornar o maior succès de scandale da história do teatro mundial. O dramaturgo talvez fosse apenas um idiota útil, mas Erwin Piscator, diretor do espetáculo e aliás prefaciador da edição brasileira (Grijalbo, 1965), era um comunista histórico com excelentes relações no Kremlin e na KGB. Muito provavelmente sabia da falsificação.
Costa-Gavras, o diretor que em 2001 lançou a versão cinematográfica da peça, decerto cabe com Hochhuth na categoria dos idiotas úteis. Mas o mesmo não se pode dizer de John Cornwell, que mentiu um bocado a respeito das fontes da sua reportagem, dizendo que havia feito extensas investigações na Biblioteca do Vaticano, quando as fichas da instituição não registravam senão umas poucas e breves visitas dele. Cornwell é vigarista consciente. O conteúdo da sua denúncia já estava desmoralizado desde 2005, graças ao estudo do rabino David G. Dalin, The Myth of Hitler’s Pope, publicado pela Regnery, do qual o público brasileiro praticamente nada sabe até agora, pois o livro não foi traduzido nem mencionado na grande mídia. Com a revelação das fontes, nada sobra de confiável na lenda do “Papa de Hitler”, que, no Brasil, graças à omissão da mídia e das casas editoras, tem campo livre para continuar sendo alardeada como verdade pura. Da Grijalbo nada se pode esperar. É tradicionalmente pró-comunista e nem sei se ainda existe. Mas a Imago, editora de O Papa de Hitler, parece ser honesta o bastante para reconhecer sua obrigação moral de publicar o livro do rabino Dalin. Noto, de passagem, que eu mesmo, quando li a denúncia de Cornwell, acreditei em tudo e cheguei a citá-la em artigo. Que Deus me perdoe.
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Se o papa se opusesse abertamente a Hitler, em nada apoiaria a causa dos judeus e ainda poria em risco todos os católicos da Europa. Qualquer criança de boa-fé é capaz de inferir essa conclusão lógica. Qualquer historiador sério sabe perfeitamente O que nubla o beato nome de Pio XII, mas também do homem Eugenio Pacelli, é esse pendor ao conspiracionismo e à mentira que muito dos seus detratores se arrostam para tecer essas bibliografias delirantes.
No mais, uma obra desse perfil saída do punho de um católico reforça-me a convicção de que, mais do que a qualquer judeu, Pio XII incomoda certos “católicos”. Pio XII, o último papa antes do Vaticano II, o último papa plenamente aferrado à Tradição, a memória vívida de uma Igreja que alguns não querem mais. Quem são esses alguns?
Mas ela “vem”, pois que ela sempre aqui esteve, por mais que tenham tentado fazer dela uma página passada. Pio XII é um báculo de serenidade na fé católica que, à vista de “alguns”, parece por demasiado desagradável. Daí tanta polêmica. Daí tanta mentira.
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Acredito na Santidade e na inocência de Pio XII. Mas, entre todas essas acusações, fica latente o quanto a responsabilidade pelo falar e pelo silênciar vindo de qualquer Papa,possue um peso enorme!!A igreja é o pêndulo do mundo,se ela vai mal,o mundo vai pior.Se ela está bem,o mundo tem melhores chances.
Amigos: é o sucessor de Pedro e vigário de Cristo na terra!
Sim, ele não é o Dalai Lama,nem pastor de qualquer Igreja ou seita protestante,nem algum guru esotérico,muito menos um líder espírita.Ele é o vigário de Cristo na Terra!
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Pq Pio XII n consagrou a Rússia?
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O livro do jornalista e vaticanista Andrea Tornielli é muito mais bem embasado em documentos do que o tendenciosíssimo livro do Cornwell, uma tentativa canalha de sujar a memória do grande pontíficie Pacelli. Não devemos fechar nossos olhos para a campanha difamatória de certos setores do judaísmo mundial contra a Santa Igreja, justamente eles que tanto promovem a imagem de coitadinhos da humanidade, propalando aos quatro ventos a cifra “exata” de 6 milhões de judeus mortos.
Se as virtudes heróicas de Pio XII já estão comprovadas, que o mesmo seja beatificado, apesar da oposição e intromissão descabida e acintosa das autoridades judaicas que nada tem a ver com assuntos católicos.
Endosso a sugestão de um dos leitores para que se leia o excelente livro Complot contra a Igreja, de Maurice Pinay, muito se há para saber com essa obra que foi editada e distribuída entre os padres conciliares logo na primeira sessão do infame Vaticano II.
Um bom ano à todos!
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Quem lê o livro de Cornwell se impressiona… até saber que é quase tudo furada. O artigo não é bom. Tem muitas imprecisões (na verdade são 13 os volumes dos Actes et Documents du Saint Siège relatifs à la Seconde Guerre Mondiale – http://www.vatican.va/archive/actes/index_en.htm). Ainda não li o livro de Tornielli, mas o do Pe. Blet é perfeito e foi a fonte principal da minha monografia sobre o tema (Pio XII e a Segunda Guerra Mundial na Europa).
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Perdão, são 11 os volumes.
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Ana Nunes: Sua Santidade Pio XII chegou a fazer a cerimônia de consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria, mas não pôde contar com a presença dos Bispos (se não me falha a memória, isso sucedeu em 1941); fez-se então o seguinte: todos os bispos ficaram ordenados a repetir em suas dioceses a consagração, para que se completasse a Consagração da Rússia. Mas ela nunca se completou, e veio a “primavera fatídica” que declarou Fátima, ao menos implicitamente, anátema. E nas últimas 5 décadas, o peso deste anátema se fez sentir por toda a Igreja, pois ele é o único em vigor — ainda que não explicitamente enunciado.
Feliz Ano Novo a Todos, na paz de Nosso Senhor Jesus Cristo e da Santíssima Virgem Maria.
P.S.: A quem interesse:
http://www.4shared.com/file/bwb9SazG/Missal_Latim_Portugues_Beda_Ke.html
é uma cópia escaneada do Missal Latim-Português de traduzido por D. Beda Keckeisen, e publicado pelo Mosteiro Beneditino da Bahia, através da Editora Bolsilivro. Divulguem, pois sei o perrengue que foi pra conseguir o meu missal de bolso. E Feliz Natal (atrasado…) a Todos.
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Ana Maria Nunes,
Se consagrou ou não, isto é um assunto do Papa com Deus. Primeiro, porque a mensagem era PARA ELE e só Deus sabe se ele agiu bem ou mal. Segundo, que sendo ele o Papa, ninguém pode julgar sua consciência. Terceiro, que ele é a suprema autoridade na interpretação das revelações particulares. Só isso já deveria colocar nosso egozinho de molho e JAMAIS levantar a voz novamente contra qualquer Papa com relação a revelações particulares. A doutrina católica é muito clara desde sempre a esse respeito: NINGUÉM é obrigado a acreditar em revelações particulares. Esse negócio de ficar julgando os Papas por – imaginarem! que -deixaram a mensagem de Fátima de lado é nada menos que diabólico. O diabo se fazendo de anjo de luz.
São João da Cruz é muito claro a respeito de como se devem tratar as profecias. Mesmo as que Deus revelou com absoluta certeza NÃO necessariamente acontecem como foi revelado NEM quer dizer que devam ser obedecidas à risca. Sabendo disso e sabendo ainda que o Papa é o ÚNICO intérprete autorizado dessas revelações – nem a Ir. Lúcia o é! quanto mais você e eu -, deveria levar a um seríssimo exame de consciência. Se os leitores raivozinhos dessas teorias conspiracionistas REZASSEM, lessem e meditassem os escritos dos santos, ponho minha mão no fogo que lavariam muito bem a boca – no confessionário – por essas difamações sem conta dos Papas e entenderiam o nada de seu entendimento a esse respeito. Com Deus não se brinca: o castigo do orgulho obstinado é muito frequentemente a apostasia, o pecado contra o Espírito Santo e a impenitência final.
Rezo muito para que não seja o caso com ninguém. Só não posso pedir a Deus um milagre de graça como curso ordinário das coisas, pois seria tentá-lo. Vigiar é uma atitude obrigatória até a morte.
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Ana Maria, bom dia!
Pio XII, para poder consagrar a Rússia, precisaria da comunhão com todos os bispos (muitos modernistas).
Sendo assim, diante das circunstâncias, seria possível o cumprimento dessa condição?
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Thiago, boa noite! Sim seria, basta ter pulso!
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Ronald Pinheiro, obrigada pela resposta.
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