Cardeal Castrillón Hoyos em Ecône em 29 de junho?

Excertos do artigo publicado pelo Abbé Claude Barthe em Présent de 28 de maio:

Audiência concedida pelo Papa Bento XVI a Dom Fellay - Agosto de 2005O Cardeal Dario Castrillón, que mostrou ao longo de toda a sua existência pastoral na América e em Roma que não hesitou a ter certos gestos fortes, poderia muito bem responder positivamente à questão que serve de título a este artigo e que ele realmente examinou. Ele assim encerraria de maneira espetacular a sua missão no comando da Comissão Ecclesia Dei antes de se aposentar (atingirá a idade de 80 anos em 4 de julho).

Se eu evoco esta hipótese, é para sublinhar as preocupações de ‹‹ restauração ››  dos elevados personagens romanos concernentes à vida eclesial, sacramental, pastoral, missionária, de uma porção da Igreja que “pesa” quase mil clérigos, religiosos e religiosas.

Não viso aqui o problema de um estatuto oficial definitivo da Fraternidade São Pio X, do qual o Papa, em sua carta de 13 de março de 2009, coloca como condição para obtenção o esclarecimento das posições doutrinais desta Fraternidade (‹‹ Enquanto as questões relativas à doutrina não forem esclarecidas, a Fraternidade não tem nenhum estatuto canônico na Igreja […]. Os problemas que devem ser tratados atualmente são de natureza essencialmente doutrinal e dizem respeito sobretudo à aceitação do concílio Vaticano II e do magistério pós-conciliar dos papas ››).  Aqui, portanto, deixo de lado a questão doutrinal, que é, em suma, de duas etapas:

— desativar o problema da “aceitação do Vaticano II”, a saber, no meu humilde parecer, afastar uma cortina de fumaça;

— mas sobretudo pôr em ação o estudo dos pontos do Vaticano II que geram dificuldade, no fundo e/ou em sua formulação, que necessitará à evidência um tempo muito longo, um exame calmo, e bem de outros atores.

Mas parece que, desde o decreto de 21 de janeiro que libera da excomunhão os quatro bispos da Fraternidade São Pio X, é mais urgente ainda reunir o que resta de forças vivas na Igreja, que reunidas, especialmente na França, infelizmente não representam mais que batalhões muito magros. Em outros termos, parece conforme o bom senso agir de modo que esta Fraternidade, antes de mesmo de ascender a um pleno reconhecimento oficial, possa doravante viver e fazer viver espiritualmente de maneira “normal” para o bem de todos (e para o seu próprio desenvolvimento). De onde a questão que se foi posta ao cardeal Castrillón.

Pois à primeira fila desta vida estão as ordenações sacerdotais: Mons. Fellay procederá em 29 de junho próximo, em Ecône, tais ordenações. Certamente, entre 21 de janeiro e esta data, ele já terá ordenado outros padres na França, mas a cerimônia de Ecône, em 29 de junho, terá um valor particularmente marcante.

[…]

Com efeito, o decreto de 21 de janeiro passado instalou a Fraternidade Sacerdotal São Pio X numa situação jurídica completamente atípica e por essência provisória: embora a catolicidade dos seus membros bispos, e especialmente de seu superior geral, seja doravante atestado pelo menos negativamente (não há censura), ela não tem estatuto oficial e os seus padres, como explicava o Papa em sua carta do 13 de março de 2009, não têm mandato pastoral (‹‹Enquanto a Fraternidade não tiver uma posição canônica na Igreja, os seus ministros também não exercem ministérios legítimos ››).

[…]

Em contrapartida, a presença do Cardeal Castrillón em Ecône teria o benefício de um precedente de peso. Com efeito, terminando a visita canônica das casas da Fraternidade São Pio X, para a qual tinha sido mandado pela Santa Sé (embora esta sociedade fosse vista como canonicamente dissolvida), o cardeal Edouard Gagnon presidiu (nota: assistiu do trono), acompanhado por Mons. Perl e pelo abbé du Chalard, na capela do seminário de Ecône, em 8 de dezembro de 1987, uma missa pontifical celebrada por Mons. Marcel Lefebvre. Ora, nessa época, Mons. Lefebvre era considerado oficialmente como suspenso a divinis. (…)  Não seria, portanto, absurdo que um ‹‹ passo ›› deste tipo possa ser projetado para 29 de junho de 2009. Para dizer a verdade, este gesto público serviria para concretizar uma convalidação pedida por Mons. Fellay, como previamente pediu o levantamento das excomunhões, convalidação concedida pela Santa Sé de modo que as ordenações nesta sociedade se beneficiem de uma regularidade mínima, no aguardo de um regulamento definitivo.

Um comentário sobre “Cardeal Castrillón Hoyos em Ecône em 29 de junho?

  1. Se já estão lançando “sugestões” quanto à presença de D. Hoyos na cerimônia de Êcone, é porque esta presença já deve estar confirmada, ainda que seja somente “de boca”.
    A Cruzada de orações continua…
    Lepanto, tua glória não morreu…

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