Dom Beni: “O ‘Apelo a todos os brasileiros e brasileiras’, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida, do Regional Sul 1, é um texto legítimo e não falso. […] A sua divulgação é legítima”.

Declaração de Dom Beni dos Santos

Bispo Diocesano de Lorena – SP

à Declaração do Regional Sul 1 da CNBB sobre o

“APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”

 

Sou D. Benedito Beni dos Santos, Bispo de Lorena

Estou gravando esta mensagem no dia 18 de outubro do presente ano.

A Igreja do Brasil, há décadas, vem lutando em prol da defesa da família e do respeito a seus direitos.

A mobilização contra a descriminalização e a legalização do aborto faz parte dessa luta.

A questão do aborto tornou-se tema importante na campanha política em preparação para as eleições deste ano, 1º e 2º turno.

Além da CNBB Nacional, Assembléia e Presidência, os Bispos do Estado de São Paulo chamaram a atenção sobre a importância do tema do aborto como parte da discussão em preparação para as eleições.

Na Assembléia Ordinária do episcopado paulista, realizada entre os dias 29 e 30 de junho, e 1º de julho deste ano, aprovaram uma espécie de Dez Mandamentos para votar bem.

O 3º mandamento diz o seguinte:

Veja se os candidatos e seus partidos estão comprometidos com o respeito pleno pela vida humana desde a concepção até a morte natural.

No dia 26 de agosto deste ano, a Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Sul 1 da CNBB – Estado de São Paulo, emitiu uma nota em favor do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1.

Eis o teor da nota:

A Presidência e a Comissão Representativa dos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, em sua Reunião Ordinária, tendo já dado orientações e critérios claros para votar bem, acolhem e recomendam a ampla difusão do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida do Regional Sul 1.

Assinam a nota D. Nelson Westrupp, presidente, D. Benedito Beni dos Santos, vice-presidente, D. Airton José dos Santos, secretário-geral.

O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, cuja difusão ampla é recomendada pelos Bispos, cita fatos concretos, em que o Governo brasileiro e o Partido dos Trabalhadores propõem a descriminalização e a legalização do aborto durante todos os nove meses da gravidez.

Trata-se do substitutivo do PL 1135/91, apresentado pelo atual Governo, em 2005, e ainda tramitando no Congresso.

O “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS” termina deste modo:

Recomendamos encarecidamente a todos os cidadãos e cidadãs brasileiros e brasileiras: dêem seu voto somente a candidatos e candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto.

Portanto, o “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida, do Regional Sul 1, é um texto legítimo e não falso.

Contém fatos e não boatos.

É expressão legítima da cidadania democrática.

Os Bispos do Estado de São Paulo reunidos em Assembléia das Igrejas, neste 16 de outubro, fizeram um alerta com respeito a folhetos que estão sendo distribuídos sem a aprovação da legítima autoridade diocesana.

Este não é o caso do “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”, elaborado em vista do 1º e do 2º turno das eleições.

Na Diocese de Lorena, esses folhetos continuam sendo distribuídos nas 31 paróquias.

Não se trata de interesse partidário ou ideológico, mas da defesa da vida através de instrumentos legítimos da expressão da cidadania e, portanto, de participação na promoção do bem comum da nação.

As pessoas que estão divulgando o documento fizeram apenas o que nós Bispos lhes pedimos.

As informações do “APELO” são fatos amplamente documentados.

Contra fatos, não há argumentos.

Os fatos, pois, são a parte mais importante do “APELO”.

A sua divulgação é legítima.

Esses fatos devem chegar ao conhecimento do povo e devem continuar a ser divulgados o mais amplamente possível.

Recomendo isso, sobretudo, à Diocese de Lorena, que presido.

7 comentários sobre “Dom Beni: “O ‘Apelo a todos os brasileiros e brasileiras’, elaborado pela Comissão em Defesa da Vida, do Regional Sul 1, é um texto legítimo e não falso. […] A sua divulgação é legítima”.

  1. Pois bem, D. Beni não se curvou às ameaças lideradas por D. Valentini e companhia, mantém, mesmo depois da tal Assembléia das “igrejas”, onde D. Nelson Westrupp amarelou diante da pressão, coisa vergonhosa para um Bispo.
    Ainda bem que existe xerox, internet, etc. O que ele assinou está assinado; se covardemente se curvou diante do mal, problema é dele…
    E para piorar sua situação de covardia de D. Westrupp, o Regional do RJ Leste 1 lançou um manifesto no mesmo teor daquele assinado, anteriormente, por ele.
    Eu só fico pensando como será a Assembléia Geral da CNBB ano que vem, momento da eleição da nova presidência…
    D. Valentini já soltou um gota de veneno numa entrevista dizendo que “acredita na reeleição de D. Geraldo Lyrio para presidente, por ser um homem equilibrado e firme”. Todos já sabemos o que é equilibrado para D. Valentini, ou seja, que o tema e se deixe manipular por ele e por toda a corja imunda e marxista da tl, adversários viscerais do Papa atual, admiradores inveterados do tal Genésio Bofento, que poluem a CNBB, com suas assessoras e assessores, com suas comissões e sub-comissões, e mais uma parafernália insidiosa da esquerda festiva que arrasou, que acabou com a vida religiosa no Brasil, que pulverizou a formação nos Seminários.
    Ganhe quem ganhar essas eleições, pelo menos ela teve o mérito de expor a situação calamitosa de total e vergonhosa divisão em que se encontra a CNBB.
    A situação é tão grave que o Núncio tem uma reunião hoje com um grupo de Bispos em Itaici.
    Rezemos nossos terços, peçamos a proteção de Nossa Mãe Aparecida para a Igreja do Brasil que não vive, há décadas, seus melhores dias.
    Uma vez foi dito aqui que não gosto de recordar os mortos…
    Mas, lembro com saudades os tempos de nossos Bispos unidos, tempo de D. Geraldo Proença Sigaud, D. Afonso Maria Ungarelli, D. Helvécio Gomes de Oliveira, D.Emanuel Gomes de Oliveira, D. Antônio de Castro Mayer, D. Sebastião Leme, D. Carlos Carmelo Vasconcelos Mota, D. Augusto Álvaro da Silva, etc.
    Não havia a CNBB mas era uníssono o pensamento dos nossos prelados, era a verdadeira UNIDADE NA DIVERSIDADE, tão propalada depois do Concílio mas nunca conseguida na prática, ao contrário, totalmente arrasada.
    De vez em quando vemos a ponta do iceberg de desunião que reina entre nosso Episcopado, no seio da CNBB, como por causa dessa malfadada eleição.
    Ainda temos coragem de falar em unidade entre os cristãos? Em diálogo com outras religiões? Em CONIC, etc.???? Sejamos honestos conosco mesmo.
    Que nossos Bispos falem num só tom, não numa só nota, NUM SÓ TOM, epois procurem falar em unidade com os de fora.

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  2. Parecer sobre a questão aborto, Igreja e PT.

    O VETO TOTAL A UMA COLIGAÇÃO POR UMA MATÉRIA ISOLADA DE DE SEUS DOCUMENTOS É MAIS DANOSO DO QUE FACILITAR O ABORTO.

    O documento “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras” foi “acolhido” e teve a difusão recomendada pela “Presidência” e pela “Comissão Representativa” do “Conselho Episcopal Regional Sul I” da “CNBB” . Por mera convenção, chamaremos “homologadores” a essa “Presidência” e “Comissão Representativa”. Entre outros lugares, o documento consta, em 21/10/2010 em https://fratresinunum.com/2010/10/19/dom-beni-o-apelo-a-todos-os-brasileiros-e-brasileiras-elaborado-pela-comissao-em-defesa-da-vida-do-regional-sul-1-e-um-texto-legitimo-e-nao-falso-a-sua-divulgacao-e-legitima/ e o seu acolhimento, em http://contra-o-aborto.blogspot.com/2010/10/apelo-todos-os-brasileiros-e.html.

    Esse documento, pelos seus “considerandos”, visa expressamente o PT.
    Analisemo-lo no contexto do 2º turno das eleições:

    Seus autores e “homologadores” erraram por:
    a) orientar os eleitores como se a eleição se destinasse apenas a escolher uma comissão para decidirem sobre o aborto;
    b) absolutizar a formalidade (cláusulas abortistas não assinadas pelo lado Serra e assinada pelo lado Dilma); ora o critério de voto é o “como irá atuar o eleito”; promessa ou assinatura ou ausência desta não dão certeza de como irá atuar, no máximo dão probabilidade;
    c) no referido “apelo” e suas derivações, vemos um silêncio sepulcral sobre o lado Serra, como se vetar o lado Dilma não fosse apoiar o lado Serra e, portanto, este não precisasse ser sopesado.

    CONCLUSÃO 1: Para terem o direito (pastoral) de dizer “não vote neste (favorecendo aquele)” os autores e homologadores tinham obrigação de:
    a) porem na balança o inteiro universo das graves matérias que competem aos governantes, não só o aborto (e se em outras graves questões a balança pender totalmente para outro lado?);
    b) porem esse inteiro universo nos dois pratos da balança: um para o lado Dilma, outro para o lado Serra, não trabalharem um só lado;
    c) TEREM CERTEZA de como cada lado, se eleito, IRÁ EFETIVAMENTE ATUAR e não apenas a inexistência de assinatura do lado Serra num documento pro-aborto e sua existência do lado Dilma.

    CONCLUSÃO 2: Como na graça da ordenação sacerdotal não está compreendida a capacidade para tal certeza, os autores e homologadores erram ao dar recomendações categóricas que só seriam válidas se tivessem tal certeza. Veja-se Concílio Vaticano II. Constituição Gaudium et spes, 43b (item 43, 2º parágrafo). Na falta dessa certeza os autores dessa orientação incidem em juízo temerário, e possível indução dos fiéis a erro.

    S.m.j., e na humildade a que nos obriga nossas limitações, é o que me parece.

    Antonio de Lima Mesquita
    Licenciado em Filosofia e graduado em Teologia pela PUC/MG; Bacharel em Direito pela UFMG

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