Um Prefeito que defende a Teologia da Libertação ou o que a Igreja do Brasil pode dar à Igreja Universal.

Dom João Braz de Aviz e o Papa Bento XVI.
Dom João Braz de Aviz e o Papa Bento XVI.

O Concílio Vaticano II pediu às ordens e congregações religiosas uma “atualização”, que comportasse uma revisão das regras e das constituições, frente às novas circunstâncias culturais e históricas do século passado. O retorno às fontes, ou seja, ao coração do carisma dado à Igreja pelo fundador, e a atenção às novas circunstâncias, que comportavam diferentes sensibilidades, ofereceram a muitas famílias religiosas a oportunidade de se renovar e adquirir posterior vigor, com abundantes frutos. Hoje, várias ordens e congregações estão assistindo a uma diminuição das vocações, ao envelhecimento de seus membros e, em muitos casos, a uma diversidade de orientações no interior da própria família religiosa. Por outro lado, a influência do individualismo e do relativismo do nosso tempo alcançou, ao menos em parte, também alguns âmbitos da vida consagrada, diminuindo o seu vigor. Penso que seja, sobretudo, necessário penetrar mais a fundo no mistério de Deus, para poder renovar as relações.

[…] A opção preferencial pelos pobres é uma opção evangélica da qual dependerá, antes de tudo, a nossa salvação. A sua descoberta e a sua construção por parte da teologia da libertação significaram um olhar sincero e responsável da Igreja ao vasto fenômeno da exclusão social. João Paulo II afirmou à época – através de carta enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e entregue ao Cardeal Gantin – que a teologia da libertação não é somente útil, mas também necessária. Naquele tempo, as duas instruções enviadas por Roma sobre o tema corrigiam questões ligadas ao uso do método marxista na interpretação da realidade. Penso que ainda não foi suficientemente completado o trabalho teológico para desvincular a opção pelos pobres da sua dependência de uma teologia da libertação ideológica, como advertiu recentemente Bento XVI. Um dos caminhos mais promissores, penso, consiste em aplicar à interpretação da realidade a antologia e a antropologia trinitárias. Pessoalmente, vivi os anos de nascimento da teologia da libertação com muita angústia. Estava em Roma para estudar teologia. Por pouco não abandonei a vocação sacerdotal e até mesmo a Igreja. O que me salvou foi o compromisso sincero com a espiritualidade da unidade no movimento dos Focolares. Os religiosos e as religiosas, com a radicalidade da sua vocação evangélica, poderão colaborar muito neste novo percurso.

Palavras de Dom João Braz de Aviz, novo Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, ao L’Osservatore Romano.

26 comentários sobre “Um Prefeito que defende a Teologia da Libertação ou o que a Igreja do Brasil pode dar à Igreja Universal.

  1. O que mais esperar? O papa faria um favor enorme se imediatamente mandasse Dom João Braz de volta pra casa.

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  2. 1 – um bispo do clero secular prefeito do clero regular; diferente de seu antecessor;

    2 – um TL em Roma;

    3 – um amigo da maçonaria na Igreja de Cristo.

    Esse é dom Aviz. E há quem tenha coragem de dizer que “está tudo, especialmente a liturgia, ficando cada vez melhor”.

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  3. Certamente nosso querido Papa esta sendo enganado pelo Nuncio Apostólico do Brasil, pois estamos vendo nomeações de “certos” bispos que nao estao em plena comunhão teológica com a sua santidade. é sinal dos tempos!

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  4. Sinceramente, não vi nada na entrevista que justificasse o título do post. Além disso, também não vi nas palavras do Prefeito nada que seja contrário ao que está afirmado nas instruções da CDF (Libertatis nuntius e Libertatis conscientia).

    Como fiel de Brasília, nunca vi Dom João fazer apologia da Teologia da Libertação. Posso ter perdido alguma coisa, mas do jeito que esse pessoal gosta de aparecer, seria de surpreender que um adepto passasse tão desapercebido assim.

    Tenho várias críticas respeitosas a Dom João. Mas sua suposta adesão a TL não é uma delas.

    Na minha opinião, esse tipo de conversa seria mais um reflexo da tal “postura de diálogo” e do comportamento politicamente correto que assola grande parte do bispado brasileiro.

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  5. Concordo com o Hugo, está havendo más interpretações a respeito das declarações de Dom João Braz de Aviz. O que ele falou não é contrário às afirmações das instruções Libertatis Nuntius e Libertatis Conscientia. O olhar que se volta aos pobres é extremamente necessário e de acordo com o mandamento evangélico. Contudo, aplicaram, hereticamente, o método marxista de interpretação do Evangelho, destruindo toda a doutrina católica.
    Moro em Brasília e sei que Dom João foi uma das causas para a dissolução de grande parte Teologia da Libertação em Brasília, claro que sempre restam resquícios, e eu rezo para que o próximo bispo trate de estirpar esse mal da Igreja de Brasília, principalmente na Universidade Católica.

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  6. Sou de Brasília e digo aos senhores:
    O dano ao bom apostolado (i.e., Tradição, Magistério, Escritura) será diminuído aqui no DF (desconsiderando-se quem o irá substituir). Os prelados modernistas são menos prejudicias na cúria, do que nas dioceses. Lá, todo mundo sabe quem é quem, o pior é na diocese onde os fiéis tem a sua Fé destruída pelo clero modernista. Se o Papa Bento XVI pudesse, colocaria todo o clero modernista na cúria para poder amordaçá-lo. Salvo me engano, São João Maria Vianney dizia que é melhor uma paróquia sem Padre do que com um Padre corrupto (me corrijam, se eu estiver errado).

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  7. Rezemos pelo Papa Bento XVI, acalmemos nossa fúria. Também considero os encontros de Assis uma grave ofensa a Deus, mas nos coloquemos no lugar do Papa Bento XVI. Se não quiserem confiar no Santo Padre, então, confiemos em Nossa Senhora.

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  8. Queridos amigos, só quem conheceu D. Bras de Avis em Vitória e em Maringá sabe bem se ele era simpatizante da TL. É claro que era…esse discurso de Focolares é para consolar a carreira eclesiástica, dando caracter de bom moço. O inter-eclesial das CEB’S que o diga como D. Bras se dirigia a eles. Abraços.

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  9. Salve Maria!

    Ele parece contradizer-se, se não o faz de fato, no início cita, repetindo JPII, que a TL “não é somente útil, mas necessária”, depois, ao encerrar, diz que viveu “os anos de nascimento da TL com muita angústia” e que “por pouco não abandonou a vocação”, não diz explícitamente que o motivo seria a TL, mas, parece ser.

    É estranho mesmo ele fazer (se o faz) apologia da TL em Roma, logo em Roma!, pois, esta aberração não tem mesmo muita força por aqui, porém, é sabido que nos seminários há muitos adéptos desta demoníaca ideologia. Já ouvi falar de casos de seminaristas que têm em seus quartos até cartazes de Che, Boff…, mas nas paróquias apesar de haver, não é muito comum padres que a apoiem.

    Sra. Ana Maria, salve Maria!

    Creio que a senhora não tenha entendido bem o que alguém tenha afirmado, pois, de fato ele é focolar e isso é bem sabido. O que ocorreu é que ele permitiu ou até fomentou e muito o Neo na arquidiocese de Brasília, que é fortíssima aqui. É muito comum chegar em uma paróquia e dar de cara com cartaz ou faixa de convite para o Neo nas entradas ou sobre as portas das igrejas. Creio ser engano da senhora.

    Rezemos pela Santa Igreja… e pelos religiosos, se é que me entendem! rs

    Senhor Pedro Henrique, salve Maria!

    Espero que se refira à casa de origem, materna, não à arquidiocese! kkk

    Salve Maria!

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  10. Só mais uma coisinha: a TL é filha da Nouvelle Theologie, como mãe, muito mais terrível do que a TL, a qual gerou todo o “reformismo doutrinário e litúrgico” em direção a mais ampla apostasia. Ela se baseia em três pontos agonizantes para a fé católica:
    1) Nega que o Sangue de Jesus tenha sido preço da redenção ou servido de resgate de uma dívida para com Deus Pai, pois também nega tal dívida;
    2) Nega que o pecado despreze, desonre ou retire algo em relação a Deus e à sua propriedade ou pertença e, por via oblíqua, mal disfarçada, nega o pecado original;
    3) Por conseguinte, nega a Renovação do Sacrifício de Jesus Cristo na liturgia, assim como a extensão de Sua Paixão no sofrimento humano a Ele devidamente unido ou oferecido.
    Esta Teologia absorve toda a doutrina de rejeição à Cruz, da qual se escandaliza como verdadeira loucura, e pretende ser resposta à acusação modernista do suposto efeito neurótico da culpa, da humilhação ligada à contrição e, muitíssimo mais, da mortificação e da penitência.
    Ou seja, a teologia que vigora, quase como uma unanimidade confessional em todos os seminários católicos do mundo e muito mais ainda do Brasil, é diametral e agudamente oposta à imitação de Nossa Senhora ao pé da Santa Cruz e ao Reinado de Seu Imaculado Coração, por todas as suas palavras em suas reconhecidas aparições, mas tal coração triunfará e rejeitará, como Ela mesma disse, “aqueles que a despeito de ter religião católica, prestam culto apenas a si mesmos”, pois, como canta o povo que se segura na Virgem Maria: “O meu coração é só de Jesus e a minha alegria é a Santa Cruz”!

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  11. O nome do sujeito deveria ser Dom “Judas” Braz de Aviz!
    E depois vêem dizer que ele é “moderado”, “moderador”; que soube administrar os movimentos mais frenéticos; que soube bem pastorear o seu rebanho etc etc etc
    É aquele velha lenga-lenga de ser “respeitoso” com o sr. Bispo e fechar os olhos para a tragédia do “compromisso com as conquistas e avanços da `explosão de carismas´” que foi a modernidade…

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  12. Não entendo tanto pessimismo por parte de alguns irmãos, como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus, “antes de tudo obedecei ao Papa”, ele é o Vigário de Cristo, sabe o que faz e nunca irá errar em matéria de fé e moral! O Papa Bento XVI sabe o que faz, essas declarações já soaram dentro dos documentos da Igreja, o que ela condena é a interpretação marxista do Evangelho, a destruição de sua Liturgia e Doutrina e não o olhar voltado para os pobres!

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  13. Dom João tem muitas falhas, mas adepto a TL ele não é. Ou pelo menos não deixou transparecer quando estava em Brasília. Houve um tempo que ele proibiu o Boff de vir dá uma palestra aos franciscanos.

    E pelo que conheço pouco q conheço da TL, na essência é algo que já está bem claro no Evangelho: Os pobres herdaram o Céu. Porém ao longo dos anos sua essência foi alterada se transformando no que é hoje.

    Não estou defendendo a TL, pelo contrario. Acho ela um câncer atual na Igreja no Brasil.

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  14. A teologia da libertação, ao contrário do que afirmam seus sequases, é herdeira direta do imanentismo de Karl Rahner , com os seus conceitos de Trindade imanente e Trindade econômica, filhas do hegelianismo. Mas como na história da filosofia nós temos a direita e a esquerda hegeliana, também na teologia (ou vice-versa). La nouvelle theologie, como alguém acima escreveu, cujos pilares estão em Urs von Balthazar, Henri de Lubac e Yves Congar, apenas para citar alguns, e todos feitos cardeais pelo futuro Beato João Paulo II. Não é preciso dizer a devoção de Bento XVI a esses “ilustres” teólogos. Portanto, há mais coisas entre a teologia de Bento XVI e a teologia da libertação do que supõe a nossa vã teologia. São irmãos siameses que, apesar ódio aparente, têm raízes comuns profundas.
    Tem tiver olhos que veja …

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  15. caros, sei de fontes seguras que quando ainda jovem sacerdote, Dom joão fez fileira na TL, porém depois de certo tempo (seria a angustia que ele fala?),ele conheceu Chiara Lubich e acabou se “convertendo” aderindo ao movimento focolarino.

    aqui em Brasília Dom João colocou um freio na TL, e pra isso ele fortaleceu não só o Neo Catecumento, mas também a RCC, pra isso basta ouvir a Rádio da Arquidiocese daqui do DF, é praticamente toda RCC.
    e o Zelo liturgico…não quero nem falar nisso.

    o Diogo está certo no que diz a respeito de que Dom João barrou uma palestra do Boff aqui em Brasília, ele teve seus pontos positivos, houve certa vez uma peça sacrílega que zombava da Eucarístia e do menino Jesus, então Dom joão acionou a justiça e a peça foi vetada. porém, como sabemos nem tudo são flores… ele perseguiu a Missa tradicional e o padre que a celebra…

    peço por favor à todos que rezem pela nossa arquidiocese para que venha um bom bispo para cá, um Bispo segundo o Coração de Nossa Senhora, rezemos também por Dom João, é nosso dever rezar pelos Bispos e demais sacerdotes, é melhor rezar do que viver a tacar pedras… e principalmente, rezemos pelo Santo Padre.

    e Pedro Henrique, de volta pra casa? pro DF de novo?
    não isso não, por favor né?

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  16. No post anterior, é acentuada a postura descontraída de D. João de Avis, dado como devoto confesso da Teologia da Libertação. Com 64 anos e sem um único fio de cabelo branco (ao menos na foto), há forte indício do uso tintura preta – detalhe que não condiz com a sublinhada descontração do ilustre Prelado.

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