Foto da semana.

50 anos – 18 de outubro foi um dia memorável na longa história da Igreja Romana. Nesse dia, há cinquenta anos, o Papa Paulo VI celebrou a Missa segundo os ímpares ritos do papado pela última vez. A Missa Papal, que sintetizou a primitiva tradição romana com a praxe internacional galicana, permaneceu virtualmente intocado desde a época de São Gregório VII. Com uma canetada, em 28 de setembro de 1964, o Papa Paulo VI, através do documento Inter oecumenici, descartou a forma da Missa que o Padre Franck Quoex [ndt: famoso liturgista, falecido, ainda jovem, em 2007] chamou de modelo de tradição romana”. —  De “A Belated Anniversary: The Last Papal Mass” Tradução: FratresInUnum.com.

11 comentários sobre “Foto da semana.

  1. Ao Sr. Editor do Fratres,

    No Youtube há um excelente vídeo com os Mistérios Dolorosos e um paralelo entre a Missa Tridentina e a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo:

    “Mistérios Dolorosos Meditados – Paixão de Cristo – Missa Tridentina”

    Creio que é pertinente sua publicação nesse post.

    Deus lhe pague,

    Salve Maria!

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  2. O que mais me impressionou nesta foto é que os acólitos e demais assistentes são de várias etnias: brancos, negros e mestiços. Dificilmente poderia ser vista tal diversidade de etnias no corpo de ministros dos Estados Laicos profanos daquela época (sobretudo Europa e EUA que sofria com as questões raciais).
    Os críticos da Igreja de hoje deveriam abaixar a cabeça e se calarem por dizer tantas asneiras.

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  3. Giuditta Montini, mãe do futuro Paulo VI, era amicíssima do jovem Angelo Roncalli, futuro João XXXIII, tendo-o convidado para ser capelão de uma obra social de mulheres por ela presidida.
    Roncalli era protegido do bispo de Bergamo, Radini-Tedeschi, o qual era protegido do cardeal Rampola, arquinimigo de Pio X, cuja morte augurava, tendo morrido antes do santo pontífice.
    A história da dupla dinamite Roncalli/Montini está bem ocumentada em biografias ultrafavoráveis a ambos.
    O grande enigma é entender como Pio XII promoveu essa gente toda, mesmo sem fazer Montini cardeal em Milão.
    E o grande eleitor de Roncalli foi ninguém menos que Otavianni…

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  4. Não se preocupem, em breve o Papa Francisco criará o ministério do diaconato feminino e com isso completará o espírito litúrgico do CVII

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  5. Dá até uma dor no coração…tanta beleza e sacralidade perdidas, em nome de um “aggiornamento” nefasto. Penso que, se nada tivesse mudado, e a Igreja Romana tivesse se fechado ao espírito do mundo moderno, em especial na sua liturgia tão solene e santa, a exemplo do que fizeram os ortodoxos, as perdas teriam sido bem menores..

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  6. Caro Paulo Wimmer:

    Não existe nenhum grande enigma nessa trama toda e sim desconhecimento da história da Igreja nesse último século.
    “Basta seguir a trajetória dos cinco italianos que, no curso das primeiras décadas do séxulo XX assumiram a tarefa de transformar a Igreja Romana. O mais velho entre eles era Pietro Gasparri de 48 anos, o napolitano que se tornaria secretário de Estado tanto de Bento XV como Pio XI, Giacomo Della Chiesa, o genovês que reinaria como Bento aos 46 anos de idade e Eugenio Pacelli, que naqueles tempos tinha apenas 24 anos, um romano recém- ordenado que mais tarde se tornaria Pio XII. Havia também os dois lombardos, Angelo Roncalli, futuro Papa João XXIII, e com apenas três anos de idade, Giovanni Battista Montini, que viria a se tornar Paulo VI.
    Já as vidas dos quatro homens e, por meio de seus familiares, já estavam entrelaçadas entre si. E com o passar dos anos, suas carreiras também iriam se entrelaçar no que poderia ser visto como uma espécie de esforço em conjunto para uma empresa incomum.
    Montini era o mais fraco dos cinco e Pacelli, o mais forte, sobre o qual a pressão era mais pesada.
    Farto material biográfico indica um paralelo surpreendente no início das vidas dos dois homens. Cada um foi escolhido, educado e promovido por seus pais e poderosos amigos dentro do Vaticano, do mesmo modo como um príncipe herdeiro é preparado para se tornar um rei.
    Tanto a família Pacelli como a família Montini desde há muito eram influentes em assuntos do Vaticano. O avô de Eugenio, Marcantonio, tinha se transferido da província de Viterbo para Roma no início do século, quando seu irmão Ernesto, um membro da firma de banqueiros Rothschild se comprometeu a facilitar um empréstimo considerável para os Estados Pontifícios ainda sob o Papa Gregório XVI.
    Ernesto, tio de Pacelli estabeleceu os primeiros escritórios do Banco di Roma, enquanto Marcantonio tornou-se o assessor jurídico de confiança tanto de Gregorio XVI como de seu sucessor, Pio IX.
    Essa conexão com os Rothschild logo deu origem a rumores de que tanto a família de banqueiros Pacelli, como os Montinis eram de origem judaica.
    De interesse particular é o rastreamento do relacionamento entre o Cardeal Rampolla e os cinco homens que em breve iriam dirigir a Igreja Católica em sua “nova era”.
    Giacomo Della Chiesa, o futuro Bento XV, era um graduado escolhido por Rampolla como seu secretário privado na Nunciatura de Madrid. Ali se estabeleceu um relacionamento de vinte anos. Como Secretário de Estado, Cardeal Rampolla trouxe Pietro Gasparri do Instituto Católico de Paris a Roma para se tornar seu principal assistente.
    Gasparri se tornaria o poder por trás do trono de Pio XI. Entretanto o jovem Padre Pacelli, que há muito tempo estava sob a tutela direta de Rampolla, tornou-se seu secretário particular e companheiro regular de viagens em missões diplomáticas importantes. Juntos, eles participaram do funeral da Rainha Vitória. Posteriormente e ainda com seus vinte e poucos anos, Padre Pacelli, como secretário de Rampolla trabalhava nos escritórios de Estado, com acesso às reuniões do Vaticano de alto nível.
    Enquanto isso, naqueles dias, tanto dentro como fora dos escritórios da Secretaria de Rampolla se destacava o jornalista político e pai do futuro Paulo VI, Giorgio Montini, cuja idéia de formar um partido político patrocinado pela Igreja tinha influenciado as idéias fantasiosas de Rampolla.
    Papa Leão XIII, no entanto, não foi persuadido por tal idéia. Quanto ao futuro Papa João, sua carreira foi relacionada ao cardeal Rampolla através de um bom amigo e confidente deste último, Mons. Radini- Tedeschi, um colega de trabalho de longa data de Della Chiesa nos escritórios de Estado. Angelo Roncalli, vindo de uma família de camponeses pobres, pode-se dizer que deve sua educação e carreira no episcopado inteiramente a Radini-Tedeschi, tornando-se seu secretário particular e biógrafo após sua morte.
    O próprio L’Osservatore Romano admitiu isso em um editorial que celebrava a eleição do cardeal Roncalli ao papado em 1958:
    _ “Foi Bento XV (Giacomo Della Chiesa), que, assim como tinha feito com Achille Ratti (Pio XI) e Eugenio Pacelli (Pio XII), pôs o pé de Angelo Roncalli, a quem agora é conhecido como João XXIII, no primeiro degrau da escada que o levou à Cátedra de Pedro “.
    Por volta do ano de 1930 os cinco principais transformadores da Igreja Católica haviam se reduzido efetivamente a três, pois Giacomo Della Chiesa havia morrido oito anos antes e Pietro Gasparri se aposentou depois de dezesseis anos como Secretário de Estado do Vaticano.
    Entrava em cena então, vindo da Nunciatura na Alemanha Eugenio Pacelli, já com 53 anos e em breve se juntaria se a ele, Giovanni Battista Montini, com 33 anos. Quanto a Angelo Roncalli, então com 49 anos, seus relatórios diplomáticos de rotina relatam que ele voltou a Roma vindo da Nunciatura de Istambul, onde, dizia-se, que tinha sido exilado pelo Papa Pio XI, por ter inserido em seu ensino teológico na Universidade Lateranense, as heréticas idéias do antroposofista Rudolf Steiner.
    Padre Montini, se tornou capelão para o setor de Roma da Federação de estudantes universitários católicos, a FUCI. Desde a infância ele tinha vivido a emoção de política. Sua Mãe tinha sido um ativista assim como seu pai. Observando o Partido Popular (mais tarde renomeado democrata-cristão) tomando forma praticamente na sala de estar de sua família, ele havia seguido cada eleição subsequente de seu Pai como o deputado da cidade de Brescia ao Parlamento Nacional até 1924, quando a Itália se tornou um Estado de partido único.
    Aos olhos do Secretário Pacelli, a posição do Padre Montini contra o governo italiano havia angariado sua simpatia. Muito em breve após o furor da mídia mundial, Pacelli trouxe Montini para seu escritório e ali começaram uma associação íntima que duraria vinte e três anos.
    Uma geração separados, eles tinham tudo em comum. Ambos haviam nascido em famílias ambiciosas por poder dentro do Vaticano. Ambos haviam passado sua infância em isolamento forçado com poucas oportunidades tanto para a associação normal com outras crianças como em sala de aula. Suas carreiras foram alimentadas para a hierarquia no Vaticano. Papa Leão XIII tinha colocado o jovem Pacelli nas mãos do cardeal Rampolla e outro Papa, Bento XV, o consagraria ao episcopado em uma cerimônia privada na Capela Sistina. Quanto a Giovanni Montini, foi ordenado diretamente por Pio XI que o nomeou para a Nunciatura em Varsóvia com as palavras: “Você é o padre jovem mais promissor em Roma” e isto apesar do fato de que somente dezessete anos depois Montini obteria uma licenciatura em Direito Canónico. De fato, ele não tinha recebido qualquer título ou consagração ao episcopado quando Pio XII fez dele pró-secretário de Estado, em 1954″.

    Clique para acessar o UnderminingOfTheCatholicChurch.pdf

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    1. Cara Gercione,

      Descobri há pouco tempo o “The Undermining of the catholic church”, e surpreendeu-me que vc o cite expressamente. Supreendeu-me também a narrativa e a quantidade de detalhes constantes no livro.

      O problema é que, junto a dados precisos e preciosos, há também outros, dúbios ou mesmo lendários, como a pertença de Rampolla a O.T.O. Então, fica difícil… Quanto ao então Mons. Pacelli, o fato de ele pertencer ao círculo de gravitação de Rampolla e Cia, não quer dizer que ele conspirasse também pelo “novo pentecostes” augurado pelo inteligente e espertíssimo modernista João XXIII (e Paulo VI). Gostaria de saber, especialmente, se é verdade que Roncalli divulgava mesmo Rudolf Steiner. Isso realmente seria impressionante! Consta que ele dava aulas a partir de apontamentos ou escritos de Buonaiutti, o que, em si, já seria péssimo. Mas Rudolf Steiner é demais.

      Está documentando que Roncalli e sobretudo Gasparri opuseram-se à canonização de São Pio X. Gasparri depôs contra no Processo. Pio XII, no entanto, bateu o pé e fez valer sua vontade, ou melhor: a vontade divina.

      Além disso, é inegável que a “Humani generis” (com o terrível subtítulo “sobre falsas opiniões QUAE CATHOLICAE DOCTRINAE FUNDAMENTA SUBRUERE MINANTUR) faz eco à Pascendi de São Pio X. Notável é que a Humani generis (12 de agosto de 1950) tenha sido publicada no mesmo ano da promulgação da Munificentissimus Deus (1° de novembro), isto é, quando todas as atenções se voltavam especialmente para Roma. Em meio as alegrias, os presságios do tsumani que engolfou a Igreja de Deus.

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  7. Respondendo à primeira pergunta, a obra de Mary Martinez não tem tradução para o português infelizmente.

    No tocante à pertença de Rampolla à O.T.O, a SSPX sustenta a mesma posição: o veto de Sua Majestade Imperial Franz Josef of Austria-Hungary no conclave de 1903 foi por causa das denuncias de Mons. Jouin, um padre francês dedicado a rastrear maçons e que apresentou ao Imperador prova irrefutável alegando que o cardeal Rampolla não só era membro da Maçonaria, mas que ele era Grão-Mestre de uma seita oculta conhecida como a Ordo Templi Orientis em que ele tinha sido iniciado na Suíça, alguns anos antes. É claro que depois houve da parte de seus partidários tentativas de reabilitar sua memória e sabemos muito bem o porquê: muitos eram seus protegidos que galgaram posições altas na hierarquia eclesiástica.
    Já em relação à Pio XII, as autoridades da Igreja são unânimes em afirmar que as reformas de Pio XII contribuíram para uma nova teologia litúrgica, e podemos até acrescentar que o II Concílio Vaticano desembocou numa nova teologia da liturgia graças às bases destas reformas lentas e amadurecidas.
    A Mediator Dei foi, de fato, tomada pelos neo-liturgistas como um sinal verde para a experimentação. E na cabeça desse movimento Pio XII colocou nada menos que Annibale Bugnini.
    O Pontifício Instituto Bíblico, conhecida em Roma como o “Biblicum” tinha sido fundado pelo Papa Pio X como um centro para estabelecer normas bíblicas ortodoxas em pesquisa e interpretação cada vez que uma tradução aprovada da Vulgata (Sagrada Escritura) estivesse sob ataque tanto por parte dos protestantes como de exegetas modernistas católicos.
    Mas por volta do final da década de 1930 o Instituto Biblicum começou a sofrer mudanças rápidas quando o Secretário de Estado Pacelli trouxe a Roma um velho amigo de seus tempos em Berlim e Munique, Pe Bea, Provincial da Companhia de Jesus na Alemanha, que já havia pedido a Pio XI para fazer-lhe o cabeça daquela instituição. E nós sabemos bem no que foi transformado o Biblicum sob o comando do Cardeal Bea!
    Com relação à reforma litúrgica, é o próprio Paulo VI que cita o início do desastre:

    “Considerou-se necessário que as fórmulas do Missal Romano fossem revistas e enriquecidas. O primeiro passo dessa reforma foi obra de nosso predecessor Pio XII com a reforma da Vigília Pascal e o rito da Semana Santa , que foi o primeiro passo na adaptação do Missal Romano à mentalidade contemporânea “Paulo VI, Constituição apostólica Missale Romanum “, 03 de abril de 1969.

    Mas já sob Pio XII essa reforma não foi bem recebida. O trabalho da comissão continuou até 1955, quando em 16 de novembro foi publicado o decreto “Maxima Redemptionis nostrae mysteria”, que deveria entrar em vigor no ano seguinte durante a Páscoa.
    Os bispos acolheram a notícia de uma maneira diversificada e, muito além do triunfalismo de fachada, não faltaram protestos contra as novidades introduzidas e até mesmo pedidos multiplicados para preservar o rito tradicional, mas agora que o carro da reforma litúrgica tinha sido posto em marcha, parar o seu curso seria impossível e, particularmente vergonhoso, como a história mais tarde irá demonstrar.
    Quanto à canonização de São Pio X várias fontes citam os bastidores desse evento. Apesar de já terem sido reconhecidos dois milagres para sua canonização, o processo se arrastava porque os modernistas na Cúria não queriam a elevação de São Pio X aos altares. Praticamente o processo só andou porque em troca da canonização de Pio X, os Bispos mais ortodoxos resolveram não fazer objeções ao Papa no tocante à reforma litúrgica. E assim os arquitetos dessa reforma, Padre Carlo Braga e Annibale Bugnini, deitaram e rolaram sem serem incomodados:
    http://disputationes-theologicae.blogspot.ca/2010/03/la-riforma-della-settimana-santa-negli.html

    Quanto à Roncalli, a autora Mary Ball Martinez registra que […]”quando Radini-Tedeschi se tornou bispo de Bergamo, Roncalli foi para o norte com ele e, uma vez que Bérgamo e Brescia não são cidades muito distantes, o jovem padre logo envolveu-se nas lutas políticas da família Montini. Judith Montini, mãe ativista do futuro Papa Paulo VI indicou Roncalli para capelão do sindicato das mulheres operárias que ela mesmo havia organizado e em pouco tempo Roncalli estava participando de greves. Com a eclosão da Grande Guerra, ele tornou-se capelão do exército estacionado em Bergamo e lá pelo início da década de 1920 ele estava ensinando na Universidade Lateranense, em Roma.
    Se consideramos as influências que rodeavam Angelo Roncalli desde a mais tenra idade, e a presença em sua vida de homens fortemente comprometidos como RadiniTedeschi, Della Chiesa, Gasparri, é de admirar que o jovem Professor Roncalli tenha se deslumbrado pelos escritos de Rudolf Steiner, um ativista sionista lá pelos idos dos anos 1920, que estava promovendo sua própria “anthroposophia” ou que Roncalli havia começado a salpicar suas palestras teológicas com as teorias de Steiner. Quão forte foi a reação do Papa Ratti, Pio XI, quando a notícia chegou a ele, só podemos imaginar. No entanto, é claro que a “eminência parda” no Vaticano, o secretário Gasparri, deve ter entrado em cena para salvar Roncalli da punição ou pelo menos de uma punição severa […}.

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  8. Sra. Gercione.
    Corre na internet que Judith Montini foi sepultada em cemitério judeu, existindo inclusive foto do mausoléu com a estrela de Davi. Embora não exista nada que a desabone por ser do povo hebreu, essa informação traz desconforto quanto à religião que ela professava, que no caso era a judaica. É estranho porque parece que essa senhora teve grande influência entre religiosos católicos. E mais estranho que o líder máximo da Igreja Católica tivesse uma mãe que professava outra religião.

    A Sra. poderia realmente confirmar se a notícia é verdadeira? Se for verdade, ele se converteu ao catolicismo ou foi batizado desde pequenino?
    Falo isso porque Paulo VI sofreu outros boatos. Um sequer posso mencionar em consideração a sua pessoa e ao Papado.

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