Cardeal Braz de Aviz disse o que disseram que disse. Oficial da Congregação para a Doutrina da Fé: “Isso não se faz”.

Do National Catholic Reporter:

Um cardeal negou alegações do Vaticano de que suas observações feitas ao NCR sobre uma controversa crítica de 2012 às irmãs católicas dos EUA foram mal interpretadas, afirmando considerar a matéria do NCR “muito precisa”.

Braz de Aviz, falando ao NCR na quarta-feira, no Vaticano, após a audiência papal com as líderes das irmãs católicas de todo o mundo, disse que a matéria do NCR sobre a sua conferência forneceu uma tradução imprecisa da palavra “autoridade” no momento das perguntas e respostas.

No entanto, “tratou-se somente de um pequeno, minúsculo ponto da entrevista”, disse.

NCR reportou o cardeal dizendo no domingo: “Estamos em um momento” onde as idéias de “obediência e autoridade devem ser renovadas, revistas”.

“Autoridade que controla, mata. Obediência que se torna uma cópia do que a outra pessoa diz infantiliza”, escreveu NCR como sendo suas palavras.

Braz de Aviz disse na quarta-feira: “A questão da obediência, esta parte estava ok. Mas a questão da autoridade, a tradução não estava precisa. Eu estava tentando enfatizar que a autoridade não pode ser uma dominação”.

Da matéria de Catholic News Agency (CNA):

Um oficial da Congregação para a Doutrina da Fé disse à CNA, em 7 de maio, sob a condição de anonimato, que a Congregação está “perplexa” com a afirmação do Cardeal João Braz de Aviz de que não se discutiu com ele a decisão de exigir que um grupo americano de superioras religiosas passe por reformas.

“Estamos perplexos porque a matéria é de exclusiva responsabilidade da congregação [para a Doutrina da Fé] e nós não estamos invadindo o terreno de ninguém”, afirmou a fonte no início da tarde de terça-feira.

A decisão foi resultado de uma avaliação de quatro anos que chegou à conclusão de que a Conferência de Superioras Religiosas promovia “temas feministas radicais incompatíveis com a fé católica” e divergia do ensinamento da Igreja em pontos que incluíam o sacerdócio sacramental masculino e a homossexualidade.

[…]

Comentando sobre as afirmações [do Cardeal Braz de Aviz] sobre a congregação doutrinal, a fonte interna declarou: “Isso não se faz. Eu não sei como os seus comentários beneficiam a ele ou a Igreja, e ele faz parecer que se está cometendo uma injustiça”.

“Foi um processo muito lento e objetivo e nossos membros são teólogos e filósofos extremamente profissionais, que consultam o Papa semanalmente”, explicou.

Mas de acordo com a fonte, “há muito orgulho e alguém sempre quer acreditar que está certo”.

“As pessoas estão muito mal informadas teológica, filosófica e academicamente” sobre as posições defendidas pela LCWR, acrescentou.

O oficial da doutrina acredita que “a parte mais importante já aconteceu, isto é, que os católicos foram informados de que essas mulheres estão erradas”.

Ele explicou que a LCWR segue a “ideologia de gênero” e “desenvolveu um feminismo ultra exacerbado que as faz rejeitar todo tipo de autoridade masculina”.

“Elas foram mandadas embora de várias paróquias porque ensinam coisas que provocam grande desconforto nas comunidades”, disse.

[…]

Após tentar obter comentários da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, CNA foi encaminhada ao Cardeal Braz de Aviz, que não estava disponível.

3 comentários sobre “Cardeal Braz de Aviz disse o que disseram que disse. Oficial da Congregação para a Doutrina da Fé: “Isso não se faz”.

  1. Não sei não, mas acho nesses tempos de austeridade administrativa, as parlapatices do cardeal Braz de Aviz terão vida curta. O representante da CDF foi duro e o colocou em uma situação realmente constrangedora que, ressalte-se, ele próprio criou. Só espero que não o despachem de volta para o Brasil. Já que ninguém dará ouvidos à sugestão da Ana Maria de manda-lo para a China, que Francisco arranje um dicastério de menor importância para que ele cause o menor dano possível. O prelado brasileiro tem se mostrado ser de uma impertinência atroz.

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  2. Por ocasião da renúncia de Bento XVI, comentou-se que D. Braz de Aviz deveria aproveitar sua estadia em Roma para estudar latim. Talvez devesse acrescentar ao seu programa de estudos algo de Direito Canônico e, especialmente, da Constituição Pastor bonus, acerca do funcionamento da Cúria – já se fala em mudar o texto, e há gente que dá mostras de sequer conhecer o vigente!

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