O Sínodo na visão de um progressista: “Fui pessimista demais. Como o Concílio Vaticano II, o Sínodo alcançou um consenso através da ambiguidade”.

Sínodo: um consenso na ambiguidade

IHU – Ok, vamos ser sinceros: eu fui demais pessimista em minha previsão sobre como acabaria este Sínodo dos Bispos. Deveria ter confiado no Espírito.

Eu estava convencido de que a oposição à ideia de os católicos divorciados e recasados voltarem à Comunhão (aqueles que não possuem as devidas anulações) era tão forte que o Sínodo nada poderia fazer. O melhor que eu esperava era que os bispos recomendassem estudos posteriores em torno da possibilidade. O pior resultado teria sido o Sínodo dizer definitivamente que a prática da Igreja não poderia mudar.

O comentário é de Thomas Reese, jesuíta, jornalista, em artigo publicado por National Catholic Reporter, 24-10-2015. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

O meu engano foi escrever o artigo antes que o grupo de discussão alemão produzisse o seu relatório. Para a surpresa de todos, os alemães chegaram a um acordo unânime em seu relatório, que incluía um debate de foro interno.

“Deve haver talvez uma forma de trabalhar com as pessoas nestas situações, com o sacerdote a olhar se e quando elas podem vir a uma plena reconciliação com a Igreja”, explicou o Cardeal Reinhard Marx, falando das pessoas divorciadas e recasadas. “Eis a proposta”.

Esta unanimidade foi significativa porque, no grupo alemão, havia cardeais teologicamente sofisticados que representavam diferentes pontos de vista, incluindo os cardeais Walter Kasper, quem originalmente propusera a ideia de um “caminho penitencial”, e Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé – CDF, conhecido por sua oposição a esta proposta.

O fato de que estes cardeais puderam concordar significou que a recomendação que fizeram carregava um grande peso junto aos demais Padres Sinodais. Müller foi fundamental em trazer junto a si os bispos que estavam indecisos. “Se o presidente da CDF diz que está OK, então deve ser verdade” foi o pensamento.

O que, afinal, o Sínodo diz sobre os católicos divorciados e recasados em seu relatório final (recomendações) ao papa?

Com os alemães, o Sínodo sugere o emprego do que se chama “foro interno”, em que o documento diz que os sacerdotes podem ajudar os católicos recasados a “se tornarem conscientes de suas situações perante Deus” e a decidir quando seguir em frente.

“O diálogo com o sacerdote, no foro interno, contribui para a formação de uma decisão correta sobre o que está impedindo a possibilidade de uma plena participação na vida da Igreja e sobre os passos que poderiam fomentar tal participação e fazê-la crescer”, afirma o documento.

“Para que isso aconteça, as condições necessárias de humildade, discrição, amor à Igreja e seus ensinamentos devem ser garantidas em uma busca sincera da vontade de Deus”, continua o texto aprovado.

O que é marcante nos três parágrafos que lidam com os fiéis divorciados e casados novamente no civil é que as palavras Comunhão e Eucaristia nunca aparecem. Sim, isso mesmo, eles nunca mencionam a Comunhão como uma conclusão deste processo de foro interno.

Então, o que isso significa? Um conservador poderá interpretar esta ausência como uma proibição à Comunhão porque, no texto, esta não foi mencionada. Um progressista poderá interpretar que a Comunhão está incluída, visto que ela não está explicitamente excluída no texto.

Para mim, a verdade é que não se mencionou a Comunhão porque este era o único jeito de os parágrafos receberem dois terços dos votos. Como o Concílio Vaticano II, o Sínodo alcançou um consenso através da ambiguidade. Isso significa que eles estão deixando o Papa Francisco livre para fazer o que achar melhor.

Parabéns à equipe de elaboração do documento, que encontrou a linguagem exata para alcançar o consenso mesmo quando ele não dá uma resposta definitiva às nossas dúvidas.

[O jornalista do National Catholic Reporter] J. McElwee também informa que o documento fala sobre o emprego de métodos anticoncepcionais artificiais, citando a encíclica Humanae Vitae, do Papa Paulo VI e publicada em 1968, que proíbe tal prática. Porém o documento sinodal igualmente pede por um “diálogo consensual” entre os cônjuges quando refletirem sobre a questão de terem, ou não, filhos.

O documento também fala de tomar decisões sobre se ter filhos depois de refletir sobre o que se está ouvindo em consciência, citando o documento conciliar Gaudium et Spes, para dizer: “A escolha responsável da procriação supõe a formação da consciência, que é o ‘centro mais secreto e o santuário do homem, no qual se encontra a sós com Deus, cuja voz se faz ouvir na intimidade do seu ser”.

Aparentemente, o texto original escrito pela equipe de elaboração foi alterado brevemente no intuito de conseguir se chegar a um consenso.

Por fim, no outro assunto polêmico – o relativo aos homossexuais –, o Sínodo disse que eles fazem parte das nossas famílias e citou documentos eclesiásticos que dizem que estas pessoas devem ser “respeitadas em sua dignidade e recebidas com respeito, com o cuidado em evitar ‘todo o tipo de discriminação injusta’”. O Sínodo não foi além do ponto em que os bispos americanos se encontravam em sua mensagem pastoral de 1997, intitulada “Always Our Children”.

O documento também critica as organizações internacionais que condicionam a ajuda financeira para países em desenvolvimento com base no reconhecimento legal dos casamentos homoafetivos.

Então, quem venceu?

• Claramente a comissão de redação, que teria feito um trabalho inadequado caso o seu texto fosse rejeitado.

• Os alemães que se mostraram ser verdadeiros religiosos dispostos a manterem o diálogo até que se alcance um acordo, em vez de lançar condenações uns contra os outros.

• O Papa Francisco, que conduziu um sínodo onde se trocaram ideias e em que se debateu com completa abertura.

• As famílias católicas de todos os tipos, que receberam a atenção indivisa dos Padres Sinodais durante estas três semanas.

Quem perdeu? Aqueles que quiseram enfatizar o direito em detrimento da misericórdia; aqueles que se opuseram a quaisquer mudanças na prática eclesial.

Por que sei que eles perderam? Porque foram eles que ferozmente atacaram os parágrafos que diziam respeito ao divórcio e ao segundo casamento, mas acabaram sendo derrotados quando se contaram os votos [ndr: há controvérsias].

Nos próximos dias, os conservadores poderão tentar contornar as recomendações finais do Sínodo de uma forma que apoie a posição deles, mas eles não poderão se sair bem ao menos que respondam à pergunta: “Por que então vocês se opuseram tão ferozmente a estes parágrafos?”

Com frequência tenho dito que, como cientista social, sou um pessimista, mas como cristão, preciso ter esperança. O Sínodo não conseguiu aprovar tudo o que eu queria, e um consenso precisou ser alcançado por meio da ambiguidade. Então o meu pessimismo não está completamente equivocado.

Por outro lado, o Sínodo apontou a Igreja para a direção certa, e, conforme nos lembra o Papa Francisco, a sinodalidade não é apenas uma experiência de três semanas; ela está no coração de como ele deseja ver a Igreja trabalhar no futuro. Isso me dá esperança.

18 comentários sobre “O Sínodo na visão de um progressista: “Fui pessimista demais. Como o Concílio Vaticano II, o Sínodo alcançou um consenso através da ambiguidade”.

  1. O Bom Pastor nos ensinou “minhas ovelhas conhecem a minha voz”. Quão demoníacas são as palavras desta pessoa que se regozija com o fim do padrão “Seja vosso sim, sim e vosso não, não: Tudo o que vai além disso vem do maligno”.

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  2. Estou estarrecido!

    Retiraram os fatores objetivos de cena para introduzirem, à maneira protestante, o subjetivismo do alegado “foro interno”, verdadeira pedra de tropeço; oficializaram o “eu me sinto em paz com deus”, “não faço por mal”, “eu quero ser feliz” como “regra” para se comungar, delegando (supostamente!) tudo ao pároco… claro, mas claro (sic), os confessionários vivem lotados, as filas para as confissões já são quilométricas, certo?!

    Joga-se a Fé (dado sobrenatural e revelado) no lixo pela via da “pastoral”: é assim desde o conciliábulo de 62 que se destrói a Fé Verdadeira e que se implanta a heresia; é assim que se atualiza o dito “ou se vive conforme se crê ou se passará a crer conforme aquilo que se vive”.

    Estão “ensinando” as pessoas a apostatarem?! É isso?!

    Com esse ato deste sínodo (que não reconheço sua autoridade ou daqueles que o fizeram como tal) fica solapada toda e qualquer tentativa de apologética para defender Nosso Senhor Sacramentado das injúrias e ofensas que sofre daqueles que comungam indignamente: não é difícil imaginar que tal lógica do “foro interno” possa ser utilizada para outras situações que, até agora, eram caracterizadas como impeditivas à real participação sacramental, não é mesmo?!

    O que será do Catecismo?!

    Tudo isso com o aval de um papa (?!)… mas a Fé de Pedro, conforme a Promessa de Nosso Senhor não seria imperecedoura?! As Promessas de Nosso Senhor não se aplicam a Francisco ou aos outros papas desde o cvii (que sobre todos recaem suspeitas)?! O Primado de São Pedro não lhe foi dado para que, até em matéria disciplinar, utilizasse de sua infalibilidade (ordinária e extraordinária) e, assim, nos conduzisse ao porto da salvação?!

    Desrespeitando a Fé de Nosso Senhor, que é infrangível?!

    Parece-me óbvio que, longe de levar as pessoas à confissão, o alegado “foro interno” é uma carta branca para o “faça o que quiseres que tudo é tolerado”… tentam solapar a Moral do Matrimônio! Meu Deus! O que virá a seguir?!

    E ainda tem-se de aguentar o cinismo do “veja bem, quem defende a Doutrina perdeu”…

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  3. “Ok, vamos ser sinceros: eu fui demais pessimista em minha previsão sobre como acabaria este Sínodo dos Bispos. Deveria ter confiado no Espírito”.
    Pareceria ser verdade, a começar de o Santo Nome de Jesus nenhuma vez foi ao menos mencionado nas conclusões ao final do Sínodo, confirmando o acima, causando bastante estranheza; teria sido isso proposital?
    Justamente Ele, nada a tinha a ver com o Sínodo ou sua Santa Vontade deveria ser o centro das discussões, como queriam os conservadores?
    Dessa forma, as concessões ou não deveriam ter se pautado ou não sob a luz do Espírito, Ele é Quem daria a direção certa a seguir, com tudo que a Igreja tem ou não permitido em seus 2000 anos, tendo como bases os inúmeros ensinamentos de seus renomados teólogos e santos; teriam sido desprezados em nome de teorias alheiras à fé católica atendentes a anseios atuais e jamais deveriam deixarem se levar e dependerem de desejos, de particularidades grupais, de interesses, alguns deles demasiado excusos…
    “Então, o que isso significa? Um conservador poderá interpretar esta ausência como uma proibição à Comunhão porque, no texto, esta não foi mencionada. Um progressista poderá interpretar que a Comunhão está incluída, visto que ela não está explicitamente excluída no texto”.
    A tendência do relativismo atual para que todos chafurdem nele é propagar a ambiguidade, para que as pessoas se dividam, formem grupamentos, vivam a baterem-se entre si em constantes embates e reivindicações, facilitando serem cada vez mais envolvidas nas ideologias, sem perceberem que estão sendo alienadas, daí tragadas e levadas para o abismo!
    “Com frequência tenho dito que, como cientista social, sou um pessimista, mas como cristão, preciso ter esperança. O Sínodo não conseguiu aprovar tudo o que eu queria, e um consenso precisou ser alcançado por meio da ambiguidade. Então o meu pessimismo não está completamente equivocado”.
    Que acha de ter como confiável uma pessoa doblez?
    Aliás, de uns tempos para cá as ambiguidades têm se tornado a tõnica do modernismo de modo geral, em todos os âmbitos, e recordando que “abyssus abyssum invocat”!.

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  4. A coisa é muito mais diabólica do que vocês imaginam. Saiu em La Reppublica do dia 26 de outubro:

    O Acordo no Sínodo saiu depois de um almoço entre Ratzinger-Schoenborn
    de Marco Ansaldo:

    Clique para acessar o laccordo-sul-sinodo-nato-dopo-yn-pranzo-ratzinger-schonborn-m.ansaldo.pdf

    O cardeal austríaco, um dos proponentes do cartel a favor da comunhão para divorciados novamente casados e o Papa Emérito, muito atento aos acontecimentos do Sínodo dos Bispos. Sua Excelência o cardeal Christoph Schoenborn e Sua Santidade o Papa Emérito Joseph Ratzinger-Bento XVI. Há também um detalhe de um almoço entre os dois, que teve lugar no mosteiro Mater Ecclesiae dentro do Vaticano, por detrás do acordo alcançado pelo círculo Germanicus e que serviu de modelo para outros grupos encontrarem um ponto comum entre reformistas e conservadores antes da nota final.
    O encontro entre o jovem arcebispo de Viena, considerado por muitos como candidato papal em um conclave futuro ( Deus nos livre! grifo meu!) , e o velho Pontífice alemão, que ocorreu alguns dias antes da votação de sábado, faz parte das visitas de cortesia habituais de estudantes do chamado Schuelerkreis (o círculo de ex-alunos de Ratzinger), ao seu antigo professor. Mas o Papa Emérito, que agora caminha com dificuldade, mas que tem um cérebro mais do que lúcido, seguiu com atenção – de longe – todas as fases do debate. Como se vê ele foi mencionado várias vezes nos textos. E todo mundo sabe que o carro chefe dos conservadores, o cardeal Gerhard Ludwig Mueller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e editor das obras completas de Joseph Ratzinger, é sensível à visão de Bento. Na mão finalmente estendida por Mueller aos cardeais liberais Schoenborn, Marx e Kasper, há quem viu o desejo de não dividir o Sínodo ao rejeitarem o empurrão feito por Francisco, mas sim aceitá-lo. “Foi uma verdadeira surpresa”, comentam hoje admirados fontes de dentro da assembléia, enquanto revelam que “o relatório, não passou sem conflito, mas encontrou no final terreno comum.”
    Nas horas frenéticas que antecederam as negociações finais, o cardeal Walter Kasper citava a “Summa” de São Tomás de Aquino, lá onde se fala do “princípio da prudência “. E no relatório do Círculo Germanicus a palavra de ordem era “discernimento”, uma palavra muito cara aos jesuítas e Bergoglio. Mueller, à noite, levava o livro de São Tomás de Aquino para a casa. Na manhã seguinte aceitava o compromisso proposto pelos progressistas. “Foi um milagre”, não foi por acaso que assim o disse, referindo-se ao resultado alcançado, o padre Thomas Rosica, diretor da Salt and Light Foundation, especializado em mídia. Por apenas um voto, 178 contra 80, salvou-se o quorum necessário de dois terços para que se passasse a comunhão para divorciados, o resto ficará nas mãos do Papa Francisco, que agora poderá passá-la como resultado concreto aos fiéis.
    O Pontífice ontem se mostrava visivelmente satisfeito. Na missa final em São Pedro agradeceu aos “irmãos Sínodais”, e disse que o sínodo “foi cansativo, mas certamente trará muitos frutos”. Em seguida, ele alertou que não se deve “cair em uma” fé por tabela”, pela qual presos aos nossos ritmos e crenças excluimos “aqueles que não estão à altura ou nos incomodam”. Os Padres sinodais, felizes e exaustos por três semanas de trabalho, se abraçaram novamente. E no final da manhã, todo mundo partiu para suas próprias sedes residenciais espalhadas pelo mundo”.

    Lembram-se da fotinho de Dom Odilo Scherer com Bento XVI? Lembram-se das visitinhas de cardeais que perguntavam a Bento XVI o que fazer e ele dizia, se agarrem à Doutrina? Pelo visto o tráfego entre a Casa Santa Marta e o mosteiro Mater Ecclesiae ficou movimentadíssimo nesses últimos dias! Não sei que tipo de chantagens, pressões, armações usaram para conseguir boa parte do que queriam, mas pelo
    visto a discussão toda nesse Sínodo girou entre duas coisas, ou seja; qual a melhor maneira de matar e devorar as ovelhas: cozidas ou assadas?

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  5. A questão do foro interno não é diferente do que relata a Familiaris Consortio, documento ao qual recorre o próprio Relatio Final do Sínodo para se discernir as situações: aqueles que sinceramente se esforçaram por salvar o primeiro casamento e foram injustamente abandonados e aqueles que por sua grave culpa destruíram um matrimônio canonicamente válido. O Sínodo sugere que os padres possam acompanhar pastoralmente essas pessoas, e a este respeito, assim diz o documento: “a conversa com o sacerdote, no foro interno, contribui para a formação de um juízo correto sobre o que obstaculiza a possibilidade de uma participação mais plena da Igreja e sobre os passos que podem favorecê-la e fazê-la crescer. Mas ressalta claramente: essa percepção “não pode deixar de lado as exigências da verdade e da caridade do Evangelho.”

    O documento aborda que “a lógica da integração é a chave do acompanhamento pastoral” e se deve “discernir qual das várias formas de exclusão atualmente praticados no âmbito da liturgia, pastoral, educacional e institucional podem ser superados”. E foi excluído o “caminho penitencial” proposto no documento anterior que dava a entender que tendo-o percorrido se chegaria a meta de receber os sacramentos.

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    1. Mas o próprio autor do texto confessa que o relatório final é intencionalmente ambíguo, de tal forma a não impedir que em um futuro próximo novas deturpações sejam levadas a cabo em nome de uma “sinodalidade” que é claramente de origem protestante e anti-católica e que, por cima, ainda desmoralizará qualquer que queira questioná-la.

      Chega de tapar o sol com a peneira, em querer negar o óbvio, pelo amor de Deus!

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  6. Os conservadores conseguiram felizmente impedir o pior. Assim, aqueles muito pessimistas podem e devem estar felizes com o resultado. Como disse o Cardeal Pell: “não foi tão ruim assim, foi?”

    No entanto, está claro que já não há na Igreja força e vontade suficiente para impedir a disseminação da comunhão dos recasados, nem o uso de contraceptivos nem um visão positiva do homossexualismo.

    Esses NÃO foram recomendados pelo Sínodo, mas tampouco foram rejeitados pelos Padres Sinodais.

    Dado o momentum e o apoio tácito de Francisco, é altamente provável que esses tornem-se fatos consumados antes mesmo que o Magistério Pontifício se pronuncie solenemente.

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  7. O papa deve ter ficado frustrado com a finalização do Sínodo. Jamais ele poderia pensar que suas ideias não iriam florescer. Certamente ele não imaginava que tivessem alguma oposições que tornassem sua mentalidade ultra progressista derrotada. Nunca ele poderia pensar que ainda tivéssemos cardeais que tivessem o bom senso para impedir tamanha enxurradas de erros e heresias. No fundo, podemos ter certeza, que é o “dedo” de Deus que conduz as coisas. Nunca um papa na história da Santa Igreja; teve a audácia de tentar ferir a parte moral da Esposa de Cristo. No entanto este, teve o atrevimento de tocar nesta parte onde fica a “artéria” da Igreja. Hoje, ele deve estar derrotado. Não conseguiu impor estes erros morais, como ele queria. Sua confiança diante dos católico, está cada vez mais em declínio. Vamos rezar para que Deus nos envia um papa que venha estabelecer a ordem e a disciplina católica.
    Joelson Ribeiro Ramos.

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  8. Quanto aos métodos contraceptivos artificiais, no relatório não há uma condenação. Estou enganado? Há apenas uma recomendação para que os casais se valham dos métodos naturais. Há, sim, uma condenação das políticas públicas de controle demográfico, como, por ex. esterilização em massa etc.

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  9. A marcha da inversão dos valores ainda não pode entrar nos limites do casamento gay. A questão ainda não amadureceu. Estou certo que as sondagens feitas na opinião pública possibilitaram essa conclusão. Também estou ficando certo que a proposição do casamento gay no Sínodo foi apenas um balão de ensaio, porque uma vez chocando setores conservadores do Clero ficou mais fácil fazer um acordo e aliviar a comunhão para os recasados. Portanto, toda propositura do casamento gay teria sido feito apenas para chocar. Como os conservadores do Clero são, salvo exceções, mais moderados do que conservadores, aceitou-se o meio termo. Não ao casamento gay. Sim à comunhão aos recasados, nas condições suscitadas.

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  10. E tudo termina como há 50 anos atrás… na ambiguidade! Como já disse um sábio padre uma vez: “o problema da Igreja é a falta de calças!”

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  11. Autores clássicos, como por exemplo Cícero, empregaram o adjetivo “ambiguus” para significar “perigoso”.

    Vamos compreendê-lo com um exemplo infelizmente acontecido, e não simples ficção. Trata-se do maior desastre aéreo até hoje acontecido. Ocorreu em 27 de Março de 1977, no Aeroporto de Tenerife, que fica nas Ilhas Canárias. Dois Jumbos, um da Pan Am e outro da companhia aérea da Holanda KLM, se chocaram quando se preparavam para decolar. Morreram 612 pessoas.

    Mas, qual a causa desta tão terrível tragédia? A ambiguidade, e foi uma ambiguidade apenas fônica. Foi o seguinte: a torre de controle havia ordenado a um dos pilotos “Hold position”, isto é, sustente a posição, ou seja, FIQUE PARADO. Mas o piloto entendeu “Roll to position”, o que quer dizer: vá para a posição, isto é, SIGA. O piloto do outro jumbo recebeu esta última ordem bem entendida. E foi assim que os dois aviões se chocaram em pleno aeroporto.

    Então a partir deste dia a aviação internacional retirou do seu vocabulário a expressão “roll to position”, trocando-a por outra que não provocasse dúvidas e novos desastres. A avião internacional agiu segundo o bom senso. Não se limitou a avisar que os pilotos ficassem mais atentos para não se equivocarem. Não disse que estivessem bem convencidos dos significados das duas expressões. Em se tratando de vidas humanas, a voz do bom senso exigia a máxima segurança.

    Agora, apenas, uma ficção. Suponhamos (só para efeito de argumentação) que desde Santos Dumont (início do século XX) a expressão de comando fosse outra sem a mínima ambiguidade de som, tanto assim que nunca tinha havido mal entendido neste ponto, e, consequentemente, nunca ninguém tinha morrido por isto. Pois bem, depois deste acidente tão fatídico, tão triste, suponhamos que a aviação internacional não quisesse voltar à expressão tradicional que nunca apresentou perigo de ambiguidade. Isto seria o cúmulo da ausência de bom senso. Seria um absurdo inqualificável.

    Caríssimos e amados leitores, sirva tudo isto como parábola.
    A Santa Igreja é o avião que nos conduz ao Céu. Quando se trata de avião é mister empregar sempre o mais seguro. E todo cuidado é pouco quando se trata de se chegar ao Céu ou não. Céu e inferno são eternos. Felicidade eterna ou infelicidade eterna. Por isto, a Santa Igreja, como Mãe solícita e bondosa sempre ostentou uma clareza singular nos seus dogmas. Por exemplo, a Santa Missa, que é ao mesmo tempo a sua oração por excelência e uma explícita profissão de fé, clara e sem ambiguidades, deu tantos frutos de santidade! Foi sempre uma barreira inexpugnável contra as heresias, defendendo a fé dos seus filhos. Por isto os protestantes tinham ódio da Missa de sempre. E por que elogiaram tanto a Missa Nova? Porque em si mesma tem ambiguidades. E podendo ser feita em vernáculo poderia ser assim manipulada à vontade!

    No Concílio Vaticano II, para dar apenas um exemplo, trocou-se a expressão “A Igreja de Cristo é a Igreja Católica” por esta outra tão ambígua que até os que querem explicá-la no bom sentido, sentem dificuldade: “A Igreja de Cristo subsiste na Igreja Católica”. Quer dizer: a primeira expressão inequívoca deste o início do Cristianismo nunca pôde ser interpretada heterodoxamente e os católicos nunca tiveram a mínima dificuldade em entendê-la. Mas no Concílio Vaticano II, para dar azo ao ecumenismo, aquela expressão foi trocada pela outra mais difícil de ser entendida pelos católicos e com uma facilidade imensa de ser explorada pelos inimigos da Igreja, como realmente foi e está sendo mesmo após o Magistério Vivo dizer que o sentido verdadeiro é o da Tradição. É o perigo da ambiguidade.

    O pior é que as almas estão se perdendo. Os desastres na fé provocados por estas ambiguidades têm consequências eternas. Milhões de católicos estão passando para as seitas. E o pior de tudo isto é que pessoas que comandam o avião da Igreja continuam com as expressões novas ambíguas. E péssimo é que as antigas são “detritos”. As expressões inequivocamente tradicionais foram inseridas no Concilio Vat. II apenas como acessórios descartáveis, com a finalidade única de conseguir todas as assinaturas dos Padres do Concilio. A maioria do Concílio (que era modernista), terminado o Concílio, na prática, tiraria as consequências das ambiguidades, e descartaria os acessórios tradicionais. Uma árvore má só pode dar maus frutos.
    Agora os modernistas usaram a mesma tática. Pelos frutos vamos conhecer a árvore.

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  12. Vergonha. Vergonha. Vergonha.
    Mais uma vez, vitória da ambigüidade nos textos, para salvar a… unidade.
    Unidade? Que unidade? Pode-se falar em unidade quando a parte podre do alto e do baixo clero não quer e não vai volta atrás no seu plano de destruir a Igreja?
    O que estiver podre, cairá. E o que cai, ninguém deverá sustentar. Não foi o que Nossa Senhora disse em Akita?
    Melhor seria se esse Sínodo tivesse se partido ao meio, ou se espatifado em milhares de pedaços, dividido em opiniões discordantes, mas ficasse clara a Doutrina Católica. E, sobretudo, que houvesse a determinação firme de não aceitar acordo com as trevas. De não favorecer em um milímetro sequer o propósito funesto do LOBO Kasper e seus sequazes, de entregar a Santíssima Eucaristia aos casais em pecado grave de adultério público, fazendo-os, assim, perderem suas almas eternamente.
    Estão brincando com o Senhor.
    E com Deus não se brinca.

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  13. A palavra definitiva de que ao menos desde o cvii a Igreja vem sendo sabotada desde dentro é esta: “Como o Concílio Vaticano II, o Sínodo alcançou um consenso através da ambiguidade”

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  14. J. Marques, não foi bem em Akita…

    Esse é um trecho de um suposto “apócrifo” do 3º Segredo de Fátima:

    «Para a Igreja se aproxima a época das mais duras provações. Cardeais se levantarão contra Cardeais e Bispos contra Bispos. Satanás penetrará em suas fileiras. Também em Roma haverá grandes modificações. O que estiver podre cairá. E, o que cair ninguém deverá sustentar. Fogo e fumaça cairão do céu; as águas do oceano começarão a evaporar, as ondas subirão em direcção aos céus e tudo o que está de pé será derrubado. Em toda parte haverá angústia; no mundo inteiro existirá miséria e, em todos os países, haverá destruição».

    Este texto foi “censurado” pelo Vaticano em 1960.

    Censurado na altura mas… nos escritos da Irmã Lúcia divulgados recentemente pelo Carmelo (já li o livro e contém coisas estupendas!) lê-se:

    «Logo depois – diz a Irmã Lúcia – “senti o espírito inundado por um mistério de luz que é Deus e N’Ele vi e ouvi, – A ponta da lança como chama que se desprende, toca o eixo da terra, – Ela estremece: montanhas, cidades, vilas e aldeias com os seus moradores são sepultados. O mar, os rios e as nuvens saem dos seus limites, transbordam, inundam e arrastam consigo num redemoinho, moradias e gente em número que não se pode contar, é a purificação do mundo pelo pecado em que se mergulha. O ódio, a ambição provocam a guerra destruidora! Depois senti no palpitar acelerado do coração e no meu espírito o eco duma voz suave que dizia: – No tempo, uma só Fé, um só Batismo, uma só Igreja, Santa, Católica, Apostólica. Na eternidade, o Céu! Esta palavra Céu encheu a minha alma de paz e felicidade, de tal forma que quase sem me dar conta, fiquei repetindo por muito tempo: – O Céu! O Céu!”.

    Assim lhe foi dada a força para que escrevesse o Terceiro Segredo.»

    O Fratres até falou nisso aqui: https://fratresinunum.com/2014/08/24/novidades-apocalipticas-de-fatima/

    Agora, cabe a cada um fazer ligações e pensar um pouco….

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