Carta de Monsenhor Guido Pozzo ao Superior do Instituto do Bom Pastor.

Exclusivo: Após receber a confirmação da autenticidade deste texto de fonte seguríssima [inicialmente publicado aqui], publicamos o post redigido no início desta manhã.

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Neste momento decisivo das relações entre a Santa Sé e a Fraternidade São Pio X, vem a público um excerto de uma carta de Monsenhor Guido Pozzo, secretário da Comissão Ecclesia Dei, dirigida ao Padre Phillippe Laguerie, Superior Geral do Instituto do Bom Pastor. Após 5 anos de existência, o IBP acaba de passar por uma visitação canônica em vista de sua aprovação definitiva por parte da Santa Sé. O que segue é um extrato da comunicação dos resultados desta visitação, datada de 23 de março de 2012.

Perguntamo-nos se é desta forma que Monsenhor Guido Pozzo pretende dar confiança à Fraternidade São Pio X para que aceite a proposta de regularização canônica feita pela Santa Sé. Levando em consideração os seus desejos para o IBP, parece-nos altamente improvável que as negociações entre a Santa Sé e a FSSPX cheguem a bom termo.

ANEXO
Nota sobre as conclusões da visitação canônica do Instituto do Bom Pastor

De maneira geral, é necessário aprofundar o carisma fundador do Instituto, pensando mais no futuro do que no passado. Para preparar o próximo capítulo geral, será útil refletir sobre a pastoral do Cristo.

Padres fundadores do Instituto do Bom Pastor no dia da ereção do Instituto, 8 de setembro de 2006, em Roma. O primeiro à esquerda, Pe. Fernando Guimarães, então secretário do Cardeal e hoje bispo de Guaranhuns; ao centro, Sua Eminência Cardeal Dario Castrillon Hoyos; e ao fundo, O Bom Pastor.
Padres fundadores do Instituto do Bom Pastor no dia da ereção do Instituto, 8 de setembro de 2006, em Roma. O primeiro à esquerda, Pe. Fernando Guimarães, então secretário do Cardeal e hoje bispo de Garanhuns; ao centro, Sua Eminência, o Cardeal Dario Castrillon Hoyos.

Cada um terá a peito aprofundar as características de uma sociedade de vida apostólica, que evite toda forma de individualismo. Para isso, será bom contatar outras sociedades de vida apostólica aptas a ajudar nesta reflexão sobre a vida comunitária.

A questão da prática da forma extraordinária, como é formulada nos Estatutos, deve ser precisada no espírito de Summorum Pontificum. Seria conveniente simplesmente definir esta forma como “rito próprio” do Instituto, sem falar de “exclusividade”.

No que diz respeito ao seminário de Courtalain, a avaliação é positiva, mas conviria integrar o estudo do Magistério atual dos Papas e do Vaticano II. A formação pastoral deveria ser feita à luz da Pastores dabo vobis e inserir, na formação doutrinal, um estudo atento do Catecismo da Igreja Católica.

Para resolver a questão da implantação do seminário, salvo uma ampliação em Courtalain mesmo, seria possível interrogar a Conferência Episcopal da França, para que ela mesma sugerisse os nomes de dioceses onde instalá-lo.

Mais que sobre uma crítica, mesmo que “séria e construtiva”, sobre o Concílio Vaticano II, os esforços dos formadores deverão levar a uma transmissão da integralidade do patrimônio da Igreja, insistindo na hermenêutica da renovação na continuidade e tomando por apoio a integridade da doutrina católica exposta no Catecismo da Igreja Católica.

Para melhorar o funcionamento do Conselho e preparar o Capítulo geral, conviria pedir o parecer de um canonista. Sugerimos os nomes dos Reverendíssimos Padres Pocquet du Haut-Jussé, s.j.m. e Le Bot, o.p.. Uma reunião mensal do Conselho parece oportuna.

É necessário desejar que um bom discernimento seja feito para as vocações provenientes do Brasil, bem como uma reflexão sobre o acolhimento dos padres do Instituto nas diferentes dioceses. É importante que o Bispo acolha e valorize o carisma específico do Instituto para o bem de toda a diocese e, ao mesmo tempo, que os padres do Instituto se insiram realmente com um espírito de comunhão no conjunto da vida eclesial da diocese.

A implantação de um Conselho econômico ajudará a Paróquia Santo-Elói a se tornar juridicamente mais conforme com as outras paróquias da arquidiocese de Bordeaux.

A escola Angélus, na arquidiocese de Bourges, deve ser mais acompanhada pelo Superior geral. Incentiva-se a busca de um reconhecimento diocesano.

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[Atualização – Segunda-feira, 16 de abril de 2012, às 18:55] Confirmando o que afirmávamos pela manhã, segue a imagem do documento acima citado:

34 comentários sobre “Carta de Monsenhor Guido Pozzo ao Superior do Instituto do Bom Pastor.

  1. A princípio, não achei as considerações do cardeal estapafúrdias, não… Vejamos os comentários dos outros amigos.

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  2. Cuidado com as vocações fedélicas provenientes do Brasil! Uhhhhhhhhh… Eis o tufão do Vaticano derrubando o que resta do caído e desolado barraco da Montfort!

    No mais, interessante como a Santa Sé age: oferece primeiro a possibilidade de “crítica construtiva” e de rito exclusivo. Após o período de experiência de 5 anos, pede que se deixe da exclusividade do rito e que adiram à hermenêutica da reforma na continuidade. Realmente, a FSSPX tem todos os motivos para temer um acordo.

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  3. Ah, sim, parabéns ao Fratres. Primeiro no mundo a conseguir a confirmação desta carta. Nem a blogosfera francesa tem ainda.

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  4. Que lindo!!!
    Uma no cravo e vinte na ferradura…
    O que esperar dos “conservadores” e dos “defensores da Tradição” que estão na Hierarquia?
    Concordo mitíssimo com o Rei da távola redonda.

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  5. Gostaria de saber qual problema acomete as vocações provenientes do Brasil ??? Ao que parece o problema não é doutrinal, mas vocacional.

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  6. Acredito que a respeito das vocações brasileiras, Mons Guido Pozzo quis se referir ao fato deles não terem um acompanhamento vocacional descente. Todo o processo é feito por cartas, o que é muito ruim já que é muito difícil para os brasileiros irem até a França apenas para conhecer o seminário. Acredito que esse é o principal motivo pelo qual a maioria dos brasileiros que vão para lá volta no primeiro ano.

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  7. Este mons. Pozzo sempre me pareceu um elementeo perigoso, nada confiável. Tomara que o pe. Laguerie se juntasse de novo à Fraternidade São Pio X, levando consigo todos os padres e seminaristas. É esta a boa notícia que a Roma modernista merece receber.
    João

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  8. Não vejo nada de anormal nas palavras de Mons. Guido Pozzo. Ele só deu orientações normais para o bom desenvolvimento do IBP na Igreja.

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  9. Nivaldo, na perspectiva de Mons. Guido P. realmente não há nada de demais. O que está escrito é o que ele e a cúria romana realmente pensa. Nada de novo. A questão real é mais ampla e deve ser inserida no contexto das negociações com a FSSPX. O que ele expressa ao IBP demonstraria o que no futuro se pretende exigir da FSSPX? Pois o que ele escreve é antagônico ao que a FSSPX considera ideal.

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  10. Aos que querem a todo custo um acordo, seguem alguns questionamentos:

    Como uma Fraternidade “regularizada” garantirá a habilidade de combater esta batalha contra-revolucionária desimpedida?

    1º- Como vão os bispos diocesanos reagir, a longo prazo, quando os bispos da FSSPX regularmente visitarem suas dioceses para ministrarem o sacramento da Confirmação, especialmente quando alguns bispos souberem que o visitado quer a prelazia da FSSPX porque não confia nem no rito novo da Confirmação nem no próprio Bispo diocesano?

    2º- E em relação à abertura de novas capelas e centros de Missas? Novas escolas? Novos seminários, como o que em breve será construído na Virgínia? Terá a FSSPX de primeiro receber a permissão do bispo diocesano – que, em muitos casos é hostil à Tradição? Caso tenha, isto não colocaria em grande perigo o crescimento futuro da FSSPX?

    3º- Como uma hierarquia do Vaticano, ainda enfraquecida pelo pensamento modernista, encararia as reclamações dos bispos diocesanos – que verão a FSSPX como uma ameaça ao seu poder – sem comprometer a FSSPX?

    4º- E em relação às capelas amigas da FSSPX, para as quais ela ministra Confirmações?

    5º- Irá Roma esperar que a FSSPX cesse de ministrar Confirmações nestas capelas independentes? Irá o Vaticano esperar que a FSSPX efetivamente dê às costas para os aliados de longa data? Que tipo de liberdade e proteção garantidas dará o Vaticano para que a FSSPX continue administrando a confirmação nestas capelas, cujos priores acreditam em consciência não poderem ainda fazer um acordo canônico com o Bispo local?

    6º- Como a autonomia da educação nas escolas da FSSPX será absolutamente garantida?

    7º- Como a autonomia da formação contra-revolucionária nos seminários da FSSPX será absolutamente garantida?

    8º- Quais são as exatas condições para a sagração dos futuros bispos da FSSPX?

    9º – E sobre as ordens religiosas ligadas a FSSPX? E sobre as relações da FSSPX com os Beneditinos tradicionais? Os dominicanos tradicionais? Os capuchinhos tradicionais? Os carmelitas tradicionais?.

    10º- Sob a “prelazia pessoal” proposta, irá a FSSPX ainda ser capaz de apoiar e ordenar homens para essas congregações?

    10.1º- Terão essas ordens afiliadas a FSSPX de mudarem seus nomes e cessarem de chamarem a si mesmas Dominicanos, Beneditinos, Carmelitas, sob tal acordo? (Quando os Redentoristas Transalpinos tradicionais aceitaram a regularização três anos atrás, a primeira coisa que eles foram forçados a fazer foi mudarem seu nome para “Os Filhos do maior Redentor”, já que os Redentoristas do Novus Ordo não permitiram a eles usar o nome “Redentoristas”. Roma imediatamente apoiou os Redentoristas do Novus Ordo contra os Transalpinos.

    11º – E sobre as irmãs dominicanas, que ensinam nas escolas afiliadas da FSSPX, duas das quais estão nos Estados Unidos? Permitir-se-á a FSSPX continuar essa afiliação? Permitir-se-á esses dominicanos a mesma autonomia dos bispos locais que a FSSPX supostamente teria, e permitir-se-á às freiras dominicanas tradicionais reterem o título de “dominicanas”?

    12º- As mesmas questões não se aplicam a afiliação da FSSPX com as Irmãs Franciscanas em Kansas City?

    13º- A afiliação da FSSPX com as ordens religiosas tradicionais não envolveria também a Sagrada Congregação para os Religiosos, o que complicaria ainda mais a regularização?

    15º – E sobre uma possível insurreição nas fileiras da FSSPX, se alguns acreditarem que o Vaticano está prosseguindo com um acordo de regularização muito rapidamente?

    15.1º- Nós realmente acreditamos que qualquer tipo de discussão sobre a legitimidade do Vaticano II será continuada depois que a FSSPX for regularizada, quando o próprio Vaticano dirá a si mesmo: “O caso acabou, nós vencemos o jogo”?

    16º- Em qualquer eleição para uma nova prelazia do Opus Dei, o Papa tem de primeiro confirmar a indicação. Se as prelazias da FSSPX seguirem o modelo tal qual o do Opus Dei, irá um Papa pró-Vaticano II aprovar um novo líder da FSSPX que lembre mais Monsenhor Lefebvre, ou vai vetar até surgir um nome que seja de seu agrado?

    17º- Esperará uma FSSPX “regularizada” um Imprimatur para quaisquer livros que publique? Como se conseguirá o Imprimatur para livros tais como “João Paulo II – dúvidas sobre a beatificação”, que questiona a beatificação de João Paulo II; o excelente ” 100 anos de Modernismo”, do padre Dominique Bourmaud? Ou mesmo escritos ainda não publicados do Arcebispo Monsenhor Lefebvre que criticam duramente o Vaticano II e o progressismo da hierarquia pós-conciliar?

    18º- O superior do Distrito da França da FSSPX acabou de publicar uma honesta e veemente crítica do vindouro encontro pan-religioso de Assis – Uma crítica largamente baseada nos ensinamentos tradicionais da Igreja. Na verdade, serão toleradas estas atuais críticas públicas se a Fraternidade for regularizada?

    19º- Há um perigo da FSSPX terminar sendo apenas outro grupo Ecclesia Dei, o qual é, direta ou indiretamente, coagidos a manter apenas a Antiga Missa e a desviar de defender publicamente a Fé Católica “toda e por inteira”, contra o presente descaminho modernista liberado dentro da Igreja nos últimos 50 anos?

    20º- Pode a Tradição operar totalmente sob a hierarquia do Novus Ordo? Estas e outras inúmeras questões terão de ser respondidas por Monsenhor Fellay e a FSSPX antes que qualquer forma de acordo canônico realista possa ser alcançado.

    Alguns questionamentos traduzidos, retirados do artigo: Society of St. Pius X “Regularization” Not as Easy as You Think, by John Vennari

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  11. O IBP encontrou uma excelente saída diante da crise. Ao fazer-se juridicamente unido à Igreja, conseguiu garantir a exclusividade do rito tradicional e a possibilidade de apresentar críticas ao CV II. Quanto à questão do “rito próprio” ao invés de “exclusividade”, parece-me mais uma questão terminológica. Desde que permaneçam assegurados os direitos do Summorum Pontificum, não vejo grandes problemas.

    Mais difícil será “integrar o estudo do magistério do CVII”. Aqui, a questão imbrica-se com as conversações entre a FSSPX e a Comissão Ecclesia Dei.

    Rezo para o bom sucesso do IBP.

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  12. Santa ingenuidade Batman,

    Quem silencia e foge do Brasil (IBP) sem dá explicação, vai criticar alguma coisa?

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  13. As proposições de Mons. Pozzo realmente pode causar certo desconforto e duvida sobre o virá após a regulamentação da FSSPX, mas de tudo não é ruim. Faz-se necessario um amadurecimento continuo em questões da atualidade sem perder é claro suas particularides e obrigações frente as crises que insurgem.
    Com relação as vocações que são bastantes oriundas do Brasil, dois fatores acredito contem, o acima citado da distancia e talvez dificuldade do acompanhamento da França para o Brasil e segundo o fato de aqui termos a Adm. Apost. de Campos com caracteristicas Liturgicas e ‘doutrinais’ proprias da tradição(com seus erros e ACERTOS) capaz de uma mesma ou parecida missão aqui no Brasil, e nisto a preocupação do por que sair daqui quando se tem um organismo tão parecido?

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  14. “Quanto à questão do “rito próprio” ao invés de “exclusividade”, parece-me mais uma questão terminológica. Desde que permaneçam assegurados os direitos do Summorum Pontificum, não vejo grandes problemas”

    Na verdade o problema não é só de terminologia. “Exclusividade” significa apenas celebrar no Rito Antigo e essa era a intenção deles. Já “rito próprio” significa o “rito principal” mas não necessariamente exclusivo. E quem sabe sejam instados a celebrar o rito novo de vez enquando para “mostrar unidade”? Então, não seria mais uma questão de terminologia, porque as duas expressões não signficam a mesma coisa. É exatamente a situação de Campos hoje em dia, que fala mais em “rito próprio” do que “exclusivo” e insiste na “unidade” acima de qualquer outra coisa.

    Um outro trecho preocupante é “Mais que sobre uma crítica, mesmo que “séria e construtiva”, sobre o Concílio Vaticano II, os esforços dos formadores deverão levar a uma transmissão da integralidade do patrimônio da Igreja, insistindo na hermenêutica da renovação na continuidade e tomando por apoio a integridade da doutrina católica exposta no Catecismo da Igreja Católica.”

    Seguindo todas essas recomendações de Monsenho Pozzo eles acabariam perdendo as características pelas quais foram erigidos.

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  15. Maria, você chegou a ler a parte em que eu escrevo “Desde que permaneçam assegurados os direitos do Summorum Pontificum” ?

    Bem, o mais importante desses direitos é o direito de escolha do rito que se deseja celebrar.

    Ora, preservado esse direito, não há relevância jurídica na mudança da terminologia. Ainda que se mude para “rito próprio”, ninguém poderá obrigar o IBP a celebrar no rito novo.

    Pergunto: A Administração Apostólica da Campos foi obrigada a celebrar no rito novo? Ou tratou-se de uma escolha?

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  16. Perfeitos os questionamentos do Deivid, acima. Torço para que as negociações cheguem a um bom termo, mas essas são coisas que devem ser pensadas, e muito bem pensadas.

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  17. Péssima notícia, lembra bem o caminho para o golpe que a Ecclesia Dei incentivou na FSSP no começo da década passada.

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  18. Mons. Pozzo poderia esclarecer melhor essa hermenêutica da renovação na continuidade…É fácil falar de hermenêutica da continuidade, quero ver conciliar o CVII com a magistério anterior. Qual seria, então, a interpretação adequada para a questão da liberdade religiosa se contrastada com a Quanta Cura, o Syllabus, e a Libertas???? Ao invés de se falar em hermenêutica, é preciso concretizá-la. Até agora o Vaticano só propôs o método, mas não chegou a nenhuma conclusão…

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  19. Caro Jnaegele,

    “você chegou a ler a parte em que eu escrevo Desde que permaneçam assegurados os direitos do Summorum Pontificum” ?

    Sim, cheguei, contudo, temos que analisar a carta como um todo e nesta faz sentido supor que a mudança de terminologia implique mesmo numa mudança de significado.

    Quanto a sua última pergunta, você mandou muito bem! Obrigados, não foram. Eles é que estão com esse novo papo de que ‘precisam’ celebrar ou concelebrar o rito novo para “mostrar unidade”, ainda que insistam que o rito antigo é “o rito próprio” da Adm. Apostólica.

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  20. Se for para a FSSPX ficar amordaçada, calada e na “geladeira”, como está a FSSP ou mesmo Campos, é melhor correr. É humilhante ver Dom Rifan desdizendo tudo o que afirmava antes do funesto acordo.
    A Sagrada Tradição e a “Missa Tridentina” da Igreja não são apenas mais um carisma dentro da Igreja, mas, sim a solução para a crise, não somente do clero, mas da sociedade. A Paz e a Verdadeira Ordem só podem ser trazidas por Cristo e não pela ONU ou qualquer outro organismo político e muito menos ecumênico.
    Texto desanimador para quem espera uma superação da crise, mas animador do caminho certo da FSSPX de não “arredar um pé”.
    Façamos como a Fraternidade e não nos deixemos nos iludir com a utópica hermenêutica da continuação, que igual a famosa “chuva de molhar tolo”: ele pensa que não, mas acaba se molhando todo.

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  21. O “timing” desses eventos é esclarecedor de mais uma prova das verdadeiras intenções do lado romano, como com os neo-catecúmenos recentemente: a absoluta autoridade papal. Ninguém, ao menos católico, poderá negar a absoluta sinceridade vaticana nesse jogo, ou melhor, acordo com a FSSPX.

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    1. Fernando, provavelmente porque a aprovação definitiva se insere no mesmo processo de ereção do Instituto, que se deu em 2006.

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  22. Para isso, será bom contatar outras sociedades de vida apostólica aptas a ajudar nesta reflexão sobre a vida comunitária.

    Ao ler isto não pude deixar de perguntar:

    Qual outra sociedade de vida apostólica, o IBP irá contatar?

    O IBP com todos os seus problemas, está acima de todas as outras sociedades de vida apostólica dentro da Igreja. Talvez o que deseja Mons. Pozzo, é que o IBP mantenha contatos com grupos como a Renovação Carismática (que curiosamente foi aprovada sem nenhuma critica), como Campos mantém.

    O falar de uma hermenêutica da continuidade, equivale a dizer que: 2500 bispos foram a Roma apenas para assinar os textos do Concílio. Nenhum aprendeu nada daquilo que foi acordado oralmente nas sessões conciliares, tudo foi transferido para o papel (Uma perfeita analogia com o protestantismo, onde Cristo e os apóstolos teriam se reunido apenas para nos dar a bíblia).

    Agora chegamos ao ponto de vermos um lado a FSSPX próxima de fechar acordos com Roma e de outro, o IBP prestes a romper com Roma. Porque, se o IBP aceitar aquilo que diz Mons. Pozzo, será mesmo o seu fim…

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  23. “Perigosíssimos” FRATRES;

    Quanto tempo vocês imaginam que “sobreviverá a Fraternidade Sacerdotal S. Pio X” após tornar-se uma “Prelatura”?
    Acaso será o “Divino Espírito Santo” quem escolherá seus “possíveis futuros” Prelados?
    Ou será a Cúria Espúria?
    Depois de ler este bem pautado artigo, muito bem traduzido pelo FRATER Deivid, ainda resta alguma dúvida?
    Ou será que algum FRATER ainda recomendará o tal “salto no escuro”?
    Aviso: se saltar, vai se esborrachar lá nas profundezas…
    Nem a Alice do País das Maravilhas acreditaria nesse “conto do vigário” que estão tentando engrupir a FSSPX, quem dirá a Alice no concílio das maravilhas, já está bem escolada… Podem até tentar com a “Vera Mambembe”, porém, como boa meretriz, não cairá em qualquer historinha…
    Se conselho fosse bom e tivesse algum valor meus ancestrais já o teriam registrado como Patente Regitrada e o venderiam em suaves parcelas…
    Mas, em todo caso, ofereço a Dom Fellay: Cuidado, Excelência, muito cuidado!
    Lembre-se que essa gente lá de Roma não pode ter mudado de ideia tão rápido!
    Veja o que aconteceu com os “Ecclesia Dei” e agora as “recomendações ao IBP”, creio que nem o velho parlapatão seria tão escancarado, afinal, a velha serpente é inteligente… Seus “filhos” é que são muito burros!
    Ah, lembrei-me de mais uma recomendação: Dom Fellay, antes de “dar o salto no escuro” (e evidentemente se esborrachar!) lembre-se daquilo que Mons. Lefebvre dizia sobre a Roma Apóstata, que eles é quem deveriam fazer o Ato de Fé.
    Ao que parece, caríssimo Bispo, é à Fraternidade que estão querendo que faça tal “Ato”, que verdadeiramente não seria um “Ato de Fé Católica”, mas sim um “Ato de Fé no Modernismo”… Na falsa igreja que ora se apresenta usurpando a Igreja Católica.
    Cuidado, Excelência, o salto será muito, muito, muito arriscado.
    Mas se o senhor quiser ir, avisado foi.
    O que vai ficar muito engraçado será após a tal “Plena Comunhão”, observar Dom Fellay no meio de “todos os seus irmãos no episcopado”, de gente tal qual o bispo da mitra penosa, o “liturgo mor de Uberaba”, o o “sapientíssimo e amável ‘Marvado’ de S. Carlos”…

    Libera nos Domini!

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  24. Cara Maria,

    Entendi o que você quis dizer. Continuo a discordar.

    Apesar do teor da carta, a alteração da terminologia, juridicamente, não alterará o direito posto!

    Agora, se por causa da alteração dos termos o IBP vai ser instado, convidado ou pressionado a celebrar conforme o rito novo, isso é outra história! O fato é que nenhuma dessas ameaças retirará do IBP o direito de celebrar exclusivamente conforme o rito tradicional. Certamente, quando essa hora chegar, terão que optar.

    O fato de a Adm. Apost. ter decidido celebrar conforme o rito novo não diz nada sobre como agirá o IBP. A comparação não me parece correta.

    Ademais, tenho notícias de que a Adm, Apost. jamais foi instada a celebrar conforme o rito novo.

    Cordialmente

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  25. Caro jpnaegele,

    Também entendi o que você falou. E também continuo divergindo que a substituição de “exclusivo” e “próprio” não seja uma forma de pressão. Agora, de fato, você tem razão em dizer que aquilo que existe nos estatutos (no caso do IBP já sabemos claramente porque eles sempre enfatizaram que foram constituídos para celebrarem o rito antigo com exclusividade e fazerem as tais críticas construtivas ao Concílio Vaticano II) é uma coisa e pressões externas são outra coisa.

    Quanto a pressões, veja, por exemplo, que Dom Rifan menciona precisamente a mais alta autoridade da Igreja para justificar sua postura atual:

    “Declaramos porém, que, como Vossa Santidade nos ensina, para viver em plena comunhão da Igreja, não excluímos em linha de princípio, a celebração segundo os novos livros litúrgicos promulgados pelo Magistério da Igreja, pois a exclusão total do novo rito não seria coerente com o reconhecimento do valor e da santidade dele, que nós reconhecemos” Considerações sobre as Formas do Rito Romano da Santa Missa, Dom Fernando Areas Rifan (página 64)

    E nesta passagem ele se respalda precisamente na carta do Papa Bento XVI aos bispos apresentando o Motu Proprio “Obviamente, para viver a plena comunhão, também os sacerdotes das comunidades que adere ao uso antigo não podem, em linha de princípio, excluir a celebração segundo os novos ritos.”

    Já no livro “Orientação Pastoral O Magistério Vivo da Igreja” Dom Rifan fala que o fato terem recebido da Santa Sé a concessão do rito de São Pio V como “próprio e exclusivo”, não significa que não possam vez por outra participar da MIssa Nova, naturalmente condenando os abusos da Missa Nova, mas não condenando a mesma tal como foi aprovada por Paulo VI.

    Embora dom Fernando afirme, na orientação pastoral, que a administração apostólica tem o rito de São Pio V como próprio e exclusivo, oficialmente, em seus estatutos, ela goza apenas da “faculdade” de celebrá-lo. Isto é, nada impede, juridicamente, que um padre de lá celebre qualquer outro rito. Por sua vez, o IBP vem insistindo na impossibilidade jurídica, fundamentada em seus estatutos, de celebrar qualquer outro rito, já que nele se prevê a exclusividade — de maneira expressa, e não como rito próprio, faculdade, etc — do rito antigo. Ou seja, os padres não podem celebrar a missa nova. E isso apesar do motu proprio, que prevê que um sacerdote não possa por princípio excluir o rito novo, pois a lei específica (o estatuto) tem preferência sobre a lei geral (motu proprio), ao menos para o IBP.

    Ou seja, sem tecer considerações sobre a nova postura rifaniana e sem negar a validade da missa no rito novo, uma vez que foi promulgada por um papa, o que nos interessa aqui é saber o que a palavra ‘exclusividade’ realmente significa.

    No exemplo citado, ela parece ter um sentido um pouco flexível. Já o novo dicionário Aurélio diz que exclusividade significa “qualidade ou caráter exclusivo”. “Exclusivo” por sua vez signfica “1 -Que exclui, põe à margem, elimina 2 -Privativo, restrito Ex: Carro para uso exclusivo do dono.

    Alguns dizem que o IBP ficaria impossibilitado de ajudar nas paróquias se restringir-se apenas ao rito antigo, mas indago-me “Qual seria o problema de prestar essa mesma ajuda no rito antigo? O problema residiria apenas na rejeição dos párocos e talvez beicinho de fiéis, mas não dos padres do IBP.

    Então, vamos aguardar e ver como o IBP vai se desenrolar e qual será a sua resposta e prática nos próximos anos. De todo jeito é sintomático que tantos rapazes brasileiros queiram buscar seminários tradicionais no exterior. Provavelmente eles busquem uma ‘exclusividade’ ameaçada por aqui.

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  26. Parece que as lamentações do P. Navas (mostrando as pressões dos bispos ao IBP) ao comentar a carta de Dom Bux para que a FSSPX aceitasse o acordo tem agora seu fundamento oficial.

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