Em acréscimo às informações abaixo, Andrea Tornielli afirma que Monsenhor Guido Pozzo, até o momento Secretário da Comissão ‘Ecclesia Dei’, seria nomeado Esmoleiro de Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Embora promovido à dignidade de Arcebispo, ele deixaria um cargo de importante influência na política eclesial para passar à função de burocrata de gabinete. Com pouco mais de três anos na Comissão Ecclesia Dei, Pozzo não foi muito bem avaliado em sua atuação no diálogo entre Santa Sé e Fraternidade São Pio X, sendo frequentemente acusado de intransigência na defesa de suas posições pessoais. O esmoleiro pontifício faz parte da Casa Pontifícia e é delegado pelo Santo Padre para conceder a Bênção Apostólica por meio de um diploma em pergaminho, assim como para exercer a caridade para com os pobres em nome do Papa com modestas contribuições.
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IHU – Preparam-se algumas grandes mudanças no Vaticano, segundo rumores de uma certa confiabilidade. E, ao que parece, essas novas nomeações devem demonstrar ainda mais que Bento XVI e os seus principais colaboradores veem nos Estados Unidos tanto um dos principais “frontes” de combate contra a secularização, quanto como a fonte de onde tirar energia para a solução dos problemas.
A reportagem é de Marco Tosatti, publicada no sítio Vatican Insider, 01-10-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Deveriam – e, como sempre, quando se trata de decisões desse tipo, o condicional é necessário, porque nem Bento XVI nem o seu secretário de Estado parecem ser napoleônicos nesse campo – voltar aos EUA o atual secretário da Congregação que se ocupa da vida religiosa, Joseph William Tobin. Provavelmente para uma diocese importante, talvez Indianápolis.
Uma promoção? Talvez, mas ao que parece o seu “chamado de volta” foi desejado e pedido pela Igreja norte-americana, que não apreciou o papel de Tobin no esclarecimento em curso com as irmãs “rebeldes”. Particularmente, as declarações conciliatórias e uma atitude que aos bispos norte-americanos envolvidos em um problema difícil não parecia ser de grande apoio. Ao contrário. E que estava em ruptura com a posição assumida pelo prefeito anterior, Franc Rodé, preocupado com o desvio “nova era” de muitas religiosas norte-americanas. O nome do possível sucessor de Tobin não é conhecido. É possível que seja um religioso, já que o prefeito da Congregação não é.
A mudança mais importante midiaticamente – se os rumores forem verdade – poderia se referir à Sala de Imprensa da Santa Sé. O padre Federico Lombardi, o jesuíta que herdou a nada simples tarefa de ser porta-voz do papa, completou 70 anos em agosto passado. Ele é o diretor da Rádio do Vaticano e tem a responsabilidade pelo Centro Televisivo Vaticano.
Em suma, parece que está sendo considerada a hipótese de uma substituição. Ainda de acordo com os rumores, poderia ser um leigo, desta vez; como Greg Burke, o “consultor” da Secretaria de Estado para o setor da informação. Não deveria ser um italiano, pelo que se diz, porque o interesse e o foco da sua atividade deveria ser os meios de comunicação estrangeiros e anglófonos, em particular. É provável que seja um norte-americano ou talvez algum especialista do mundo midiático de língua inglesa.
E, finalmente, deve ser substituído o vazio deixado pelo arcebispo Jean-Louis Bruguès na Congregação para a Educação Católica. Bruguès foi nomeado bibliotecário da Santa Igreja Romana. O prefeito da Congregação, o cardeal polonês Grocholewski, não é avesso a uma solução “interna”, com a nomeação de Dom Vincenzo Zani, agora subsecretário. Mas não se exclui a possibilidade – ao contrário, parece ser essa a orientação predominante – da chegada de um secretário estrangeiro. E – coincidentemente – dos Estados Unidos. America uber alles…