Cardeal McCarrick e a máfia gay: corrupção do clero atual rivaliza com a da época dos Bórgias.

Por LifeSiteNews.com, 1.º de agosto de 2018 | Tradução: FratresinUnum.com – O escandaloso registro de abusos sexuais cometidos pelo Cardeal McCarrick contra seminaristas e menores de idade está espalhando terror por toda a Igreja, à medida que os católicos se põem a meditar cada vez mais sobre as suas perturbadoras consequências. Está claro agora que a fama de predador sexual de McCarrick era há décadas amplamente conhecida pela hierarquia católica, e ainda assim nada foi feito para freá-lo nem para impedir que ele ascendesse na carreira eclesiástica.

McCarrick

Não obstante as tentativas por parte de um pequeno número de padres e jornalistas católicos de trazer à tona a verdade sobre as imoralidades sexuais de McCarrick, e até de alertar a Santa Sé, o prelado teve êxito em ser promovido, chegando a receber o arcebispado de Washington e inclusive o barrete cardinalício. Aparentemente, nenhum crime era suficiente para ameaçar a carreira de McCarrick, até que ele se aposentasse em segurança.

A insidiosa influência da máfia gay dentro da Igreja é hoje tão extensa que bispos, cardeais e até mesmo o Papa parecem recuar de pavor ante essa infestação de pervertidos efeminados que têm cooptado e sequestrado as instituições da Igreja. A “abominação da desolação” de suas sujeiras está agora claramente à mostra em toda a Igreja, dos corredores da Santa Sé, passando pelas chancelarias episcopais, até as inúmeras paróquias favoráveis ao homossexualismo, que têm conduzido à autodestruição espiritual sua desgraçada clientela.

Corrupção moral rivaliza com a era Bórgia e aflige a Igreja

Uma rápida análise desse horror confirma que estamos vivendo uma época de corrupção comparável à decadência dos Bórgias e do papado da Renascença, cujas exibições públicas e flagrantes de vício levaram à Reforma protestante, o mais funesto cisma da história da Igreja.

Um arcebispo italiano que comissionou uma pintura blasfema e homoerótica do próprio Cristo para sua catedral diocesana foi posto à frente da Pontifícia Academia para a Vida e nomeado grão-chanceler do Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família. O fato fez uma ex-membro do Conselho, Christine de Marcellus Vollmer, notar que a sua indicação é mais uma evidência do poder que tem o “lobby gay” dentro do Vaticano.

Dom Vincenzo Paglia, para quem a pintura obscena de sua catedral é uma “ferramenta de evangelização”, está se servindo do cargo para subverter as doutrinas da Igreja sobre vida e sexualidade. Depois de sua nomeação, muitos pró-vidas autênticos foram expulsos do Conselho e substituídos, em alguns casos, por defensores do aborto e da contracepção. Paglia chegou a ficar publicamente do lado do juiz que ordenou o desligamento dos aparelhos de Alfie Evans, recusando-se a colaborar com o Papa Francisco em suas tentativas de salvar o bebê da morte induzida nas mãos do serviço nacional de saúde britânico.

Enquanto isso, um então colaborador próximo de McCarrick, Cardeal Kevin Farrell, alega que não sabia nada a respeito do comportamento abusivo de McCarrick, mesmo havendo trabalhado com ele por seis anos na chancelaria da Arquidiocese de Washington e tendo dividido com ele um apartamento. No momento, Farrell está à frente do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Ele tem dado apoio à obra pró-homossexualismo Building a Bridge (“Construindo uma Ponte”, sem tradução para o português), do padre James Martin, um sacerdote que procura abertamente legitimar as uniões do mesmo sexo e eliminar a condenação clara que a Igreja faz, no Catecismo, da perversão homossexual.

O padre Martin, por sua vez, foi premiado por seu ativismo público em favor do movimento LGBT, sendo indicado como “consultor de comunicação” para a Santa Sé. Seu nome também está confirmado para palestrar este mês no “Encontro Mundial das Famílias”, do Vaticano.

Um padre que se tornou notório nos corpos diplomáticos do Vaticano por seus encontros homossexuais regados a álcool foi feito prelado do corrompido Banco do Vaticano e está, ironicamente, encarregado de reformar a instituição. Ao ser confrontado, em 2013, com acusações ao monsenhor Battista Ricca, o Papa Francisco afirmou não haver provas, mas sugeriu que as acusações eram de pouca importância, acrescentando que “muitas vezes parece que nós ficamos procurando os pecados da juventude de alguém para torná-los públicos. Não estamos falando de crimes. Isso é outra coisa. O abuso de menores, por exemplo, é um crime. Mas uma pessoa pode pecar e então se converter, e o Senhor perdoa e esquece. Nós não temos o direito de nos recusarmos a esquecer… É perigoso”.

Em maio de 2017, a polícia do Vaticano fez uma incursão em um apartamento próximo à Basílica de São Pedro, no qual uma orgia homossexual movida a cocaína estava sendo promovida por um padre do alto escalão do Vaticano, Monsenhor Luigi Capozzi, secretário do Cardeal Francesco Coccopalmerio, presidente do Pontifício Conselho para os Textos Legislativos. A Santa Sé não deu nenhuma indicação de que medidas punitivas tenham sido tomadas contra os participantes. O Cardeal Coccopalmerio tem falado abertamente à imprensa sobre os “elementos positivos” que ele vê nas uniões homossexuais, elementos que quais ele diz tentar enfatizar.

À farra abafada de Capozzi e seus companheiros seguiram-se dois processos públicos notórios contra funcionários do Vaticano por posse de pornografia infantil. Monsenhor Carlo Alberto Capella, um diplomata vaticano flagrado com dezenas de imagens e vídeos de pornografia infantil no celular que também distribuía o material a outras pessoas, só recebeu uma pena de cinco anos em uma cela de detenção vaticana, além de uma multa de 5 mil euros. Monsenhor Pietro Amenta, que tentou molestar um homem de 18 anos em público e possuía imagens pornográficas de menores no celular, teve apenas sua pena suspensa por 14 meses em uma corte italiana.

A influência de uma poderosa “máfia homossexual” no Vaticano foi supostamente apontada como a principal fonte do desconforto e da corrupção generalizadas na Santa Sé, em um relatório secreto entregue ao Papa Bento XVI pouco antes de sua renúncia, e pode ter sido uma causa de peso para sua decisão de renunciar ao ofício papal. Ao que parece, de 2013 para cá, o problema só piorou.

Grupos homossexuais que molestavam crianças são descobertos em dioceses latino-americanas, e bispos renunciam

No Chile, o Papa Francisco removeu recentemente cinco bispos, depois de anos de queixas referentes à ligação deles com um padre que conduzia um grupo de abusos sexuais, alegadamente com o conhecimento e até a cumplicidade dos mesmos. O Papa tomou as medidas depois de anos defendendo um dos bispos, Dom Juan Barros, chegando a ridicularizar publicamente aqueles que denunciavam a corrupção dos bispos e acusá-los de “calúnia”.

Quando enfim veio à tona que o Papa havia falsamente alegado não ter recebido o testemunho de nenhuma vítima, a indignação pública no Chile foi tão ensurdecedora e rompante para o seu pontificado que ele foi obrigado a agir, fazendo um tímido pedido de desculpas por seus erros e ordenando uma investigação do Vaticano na igreja chilena. Agora, Francisco começou a falar de reforçar a política da Igreja, enterrada há muito tempo, de excluir homossexuais dos seminários.

Depois de enviar uma equipe de investigadores ao Chile para entrevistar as vítimas, Dom Alejandro Goić Karmelić, da Diocese de Rancagua, suspendeu doze padres que supostamente faziam parte de uma “confraternidade” de abusadores sexuais. O grupo se denominava “A Família”, e seus membros usavam títulos familiares femininos, como “avó”, “tias” e “filhas”, para se referir à hierarquia entre eles. Dom Alejandro admitiu que havia sido alertado sobre o grupo um ano antes, mas não fez nada. O Papa Francisco aceitou sua renúncia.

Na arquidiocese de Tegucigalpa, em Honduras, um bispo auxiliar foi recentemente obrigado a renunciar depois de acusações dos abusos sexuais que ele mesmo fazia contra seminaristas. Agora, um grupo de estudantes assinou um documento público denunciando uma “rede” sutil de homossexuais no seminário e declarando estarem “escandalizados e realmente deprimidos” com a situação. Esse ato de coragem foi recompensado com uma negação insolente do arcebispo de Tegucigalpa, Cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, que os acusou de fazer “fofoca”. O Cardeal, que tem sido acusado de desviar centenas de milhares de dólares da Universidade de Tegucigalpa, é membro do “G9”, grupo de cardeais encarregados pelo Papa Francisco de reformar a Igreja.

O único seminário remanescente na Irlanda, onde a fé católica se encontra atualmente em queda livre e só algumas dezenas de seminaristas restaram, também tem sido abalado pela predominância de homossexuais, fato que criou um tal desconforto a ponto de alguns bispos decidirem enviar seus seminaristas para a Pontifícia Universidade Irlandesa em Roma.

O problema de uma máfia homossexual nos seminários da Igreja é de conhecimento público há décadas, mas tem sido sistematicamente ignorado ou minimizado pelo establishment eclesiástico. O escândalo foi exposto minuciosamente em 2002 pelo jornalista Michael Rose, em sua obra “Adeus, homens de Deus: como corromperam a Igreja Católica nos EUA”, livro que foi atacado sem dó pela mídia católica mainstream. A editora “Ecclesiae” publicou uma tradução portuguesa do livro recentemente.

Até bispos “conservadores” cooptados pela máfia gay

O reinado dos sodomitas na Igreja é tão poderoso que até alguns dos bispos de mente mais conservadora dos Estados Unidos têm medo de fazer alguma coisa para impedir o ativismo LGBT em suas dioceses, não importando o quão escandaloso ele seja.

Eu tive recentemente a infelicidade de cobrir a cumplicidade do arcebispo “conservador” Dom Salvatore Cordileone, de São Francisco, na conduta escandalosa de um de seus próprios diáconos. Dom Cordileone, um prelado reputado alguns anos atrás por lutar ostensivamente contra a influência de homossexuais no sistema escolar de sua arquidiocese, continua a conceder faculdades clericais a um diácono que é um declarado ativista gay, chamado Brian Bromberger. Isso apesar de ele estar consciente, por mais de um ano, de que Bromberger ganha a vida publicamente escrevendo artigos obscenos para um jornal homossexual e anticatólico. Na verdade, Dom Cordileone parece ter dado permissão a Bromberger para continuar a escrever para o periódico, embora tenha sido informado várias vezes do conteúdo lascivo dos artigos. Bromberger também continua dando conferências sobre homossexualidade nas paróquias.

Dom Cordileone, o que é ainda pior, permite à paróquia Most Holy Redeemer (“Santíssimo Redentor”), em São Francisco, dar continuidade a seu projeto, que já vem de décadas, de legitimar e celebrar a homossexualidade entre seus membros, apesar de a paróquia já apoiar publicamente o movimento LGBT em sua página na internet e das inúmeras reclamações feitas a ele pelo laicado. Dom Cordileone fez as pazes há algum tempo com a união de professores homossexuais da arquidiocese e, ao que tudo indica, abandonou por completo sua oposição pública à agenda gay.

Em Los Angeles, o arcebispo Dom José Gómez, conservador e ex-integrante do Opus Dei, parece estar ainda mais enredado nas garras da máfia gay, mantendo notórios ativistas LGBT nos principais cargos da diocese. Todos os anos, o arcebispo organiza o tradicional “Congresso de Educação Religiosa”, que promove abertamente a homossexualidade e o transgenerismo. No Congresso deste ano, ideólogos LGBT encontraram espaço entre os participantes, ensinando-lhes ideologia de gênero, denunciando como “injusta” a condenação da Igreja à sodomia, encorajando e permitindo que pares homossexuais assistissem aos eventos e defendendo que não existem valores morais absolutos. Dois anos atrás, durante a Missa de encerramento do Congresso de Educação Religiosa — uma autoparódia dos abusos litúrgicos modernistas —, Dom José Gómez recebeu as oferendas das mãos de um “casal” homossexual acompanhado de seu filho adotivo.

De fato, tanto Gómez quanto Cordileone parecem ter sido domesticados, intimidados e neutralizados pela “rede homossexual” armada na Igreja, que parece funcionar com total impunidade dentro de suas dioceses.

Semelhantes barbaridades são vistas regularmente em outras dioceses governadas por bispos ainda mais liberais, como o Cardeal Timothy Dolan, em Nova Iorque, o Cardeal Blase Cupich, em Chicago, e Dom Patrick McGrath, em San José. Cupich, de modo particular, vem defendendo repetidamente a distribuição da Eucaristia a “casais” homossexuais, posição essa assumida também por McGrath.

O grupo herético pró-LGBT voltado para o público católico, New Ways Ministry, afirma que cerca de 200 paróquias nos Estados Unidos cumprem seus padrões mínimos de “simpatizantes”. Tais paróquias celebram e legitimam uniões homossexuais, promovem pornografia gay, participam de obscenas paradas LGBT, sediam bailes gays como meio de angariar fundos para causas LGBT encabeçadas por figuras como Lady Gaga e têm encontros em bares de drag queens.

Tenho certeza de que outros bispos conservadores como Gómez e Cordileone, e talvez até mesmo Timothy Dolan, não preferem essas medidas: eles estão apenas muito amedrontados para levantar-se contra essa estrutura de poder homossexual, e preferem permitir tamanhos abusos — e até cooperar com eles — a tomar o caminho mais difícil e fazer oposição. A cumplicidade deles é um sintoma do poder aparentemente ilimitado do “lobby gay” dentro da Igreja hoje em dia.

Como disse numa recente postagem no Facebook, o ex-gay e ex-ator de filmes pornográficos homossexuais Joseph Sciambra: “Não quero ser grosseiro, mas muitos destes bispos são incapazes até mesmo de manter seus sacerdotes longe de uma parada do orgulho gay. Logo, como vão mantê-los fora das calças de outro homem? Se esses padres comportam-se com flagrante desobediência em suas atividades públicas, por que motivo eles seriam obedientes em suas vidas privadas? Bispos que toleram uma e outra vez esse tipo conduta costumam ser coniventes, solidários ou, quem sabe, estão até profundamente envolvidos”.

A moralidade sexual como “ideal”: o desastroso laxismo do clero

O triunfo da degradação homossexual em tantas dioceses e ministérios na Igreja Católica deve-se a uma causa fundamental: a aceitação generalizada de um laxismo moral que minimiza a gravidade do pecado sexual e entende a continência como um simples “ideal”, fora do alcance de um católico comum.

O próprio Cardeal McCarrick fez-se porta-voz desta doutrina já em 2006, ao defender a legalização das uniões civis entre homossexuais, sob o pretexto de que o casamento heterossexual seria um “ideal” a cuja altura ninguém pode viver. “Penso basicamente que o ideal seria que todo o mundo fosse… fosse capaz de entrar em uma união entre um homem e uma mulher, trouxesse filhos ao mundo e vivesse o maravilhoso relacionamento de marido e mulher, que é tão mutuamente solidário, e realmente faz parte de nossa sociedade e a mantém unida. Esse é o ideal”, disse McCarrick.

“Mas se você não pode alcançar esse ideal, se existem pessoas que, por um motivo ou outro, simplesmente não podem alcançá-lo ou sentem que não podem, então, a fim de proteger o direito delas a estarem juntas e se cuidarem, a fim de lhes garantir o direito a fazerem uma visita no hospital ou algo parecido, penso que se poderia permitir, não o ideal, mas se poderia, sim, permitir uma união civil”, acrescentou.

A linguagem da moralidade sexual entendida como um “ideal” seria, ao fim e ao cabo, oficializada na já famigerada Exortação Apostólica Amoris Laetitia, na qual o Papa Francisco fala insistentemente das exigências morais do casamento como se se tratasse de um “ideal” que nem sempre pode ser realizado em virtude da fragilidade humana e, particularmente, quando se vive num segundo “casamento” inválido, onde o “casal” é tentado a fazer sexo.

A abordagem que Amoris laetitia faz da moralidade sexual em termos de um “ideal” é agora brandida publicamente pelo Cardeal Walter Kasper, para quem as uniões homossexuais são “análogas” ao matrimônio e contêm “elementos” do casamento cristão, embora não se conformem plenamente a esse “ideal”. A teologia de Kasper acerca das segundas uniões adúlteras é considerada a principal inspiração por trás das doutrinas contidas em Amoris laetitia.

O efeito devastador do laxismo moral e disciplinar do clero, que se vem difundido desde a década de 1960, pode ser identificado em cada aspecto da vida da Igreja. Quase todos os padres abandonaram o uso público da batina e, com frequência, tratam a Missa mais como uma festinha de crianças que como o sacrifício solene em que, de fato, ela consiste. Assuntos concernentes à vida e à família são postos em segundo plano em proveito de causas políticas socialistas, mascaradas sob o nome de “justiça social”. A cara de boa parte das paróquias na Europa e em países de língua inglesa é de mediocridade e conveniência, um reflexo da mentalidade carnal tanto do clero como dos leigos.

Mitigação e esquecimento das condenações tradicionais da Igreja contra a sodomia

Como resultado desse declínio catastrófico em piedade, o clero vem esquecendo e ignorando a doutrina e disciplina tradicionais da Igreja quanto a uma matéria que o Papa S. Pio V chegou a classificar de “crime nefando” e S. Pedro Damião chamou “o pior de todos os pecados”.

A Igreja Católica condenou os atos homossexuais desde o primeiro século, quando os autores inspirados do Novo Testamento continuamente advertiam aos leitores que “os que praticarem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5, 21; cf. 1Cor 6, 9; Rm 1, 26-27). Os primeiros Santos Padres ecoaram esta condenação em termos os mais fortes possíveis. S. Agostinho escreve que “aqueles atos vergonhosos contra a natureza, como os praticados em Sodoma, devem ser sempre e em todo lugar detestados e punidos”. Outros chamam tais comportamentos “uma doença”, “loucura” e “imundície”.

Concílios regionais logo começaram a estabelecer punições para os católicos culpados de sodomia; na Idade Média, a Igreja Católica começou a publicar manuais em que se especificavam as penas para o clérigo que se envolvesse em práticas homossexuais, sobretudo para o que molestasse uma criança. Quando, no século XI, a Igreja viu-se em meio a uma crise de sodomia no clero, S. Pedro Damião (futuro Doutor da Igreja) levantou a voz e dirigiu-se ao Papa em seu famoso Livro de Gomorra, invocando em defesa de sua tese a tradição das penas canônicas.

Quanto aos que molestavam menores de idade, Damião referiu-se a uma sanção canônica encontrada em muitos manuais atribuídos a S. Basílio, embora a origem deles remonte de fato a S. Frutuoso de Braga, um abade do século VII. A sanção exigia que qualquer clérigo surpreendido numa situação comprometedora com uma criança deveria ser punido severamente, humilhado em público e encarcerado para sempre em um mosteiro:

O clérigo ou o monge que perseguir adolescentes ou crianças, ou que for pego dando um beijo ou em alguma outra situação indecente, deve ser espancado publicamente e perder a tonsura, e, depois de ter o cabelo raspado em sinal de desgraça, devem-lhe cuspir em rosto, amarrá-lo com cadeias de ferro e encarcerá-lo por seis meses, devendo ele, três vezes por semana, jejuar a pão e água até o entardecer. Depois disso, deverá passar mais seis meses em sua cela, separado dos demais, sob a guarda de um diretor espiritual. Deverá ainda trabalhar com as próprias mãos e dedicar-se à oração, sujeitando-se a vigílias e preces. Não poderá deslocar-se senão com a companhia de dois irmãos espirituais, sem jamais poder fazer outra solicitação sexual a um menor, seja por palavra ou conselho perverso.

O Papa S. Leão IX respondeu ao livro de Damião mediante um decreto pelo qual determinava que todos os que tivessem praticado sexo homossexual deveriam ser expulsos do estado clerical, assim como os que tivessem praticado sodomia em menor grau, embora com maior frequência ou com maior número de cúmplices. Os que, por outro lado, se tivessem envolvido em crimes de menor monta, com poucos ou nenhum cúmplice e só raramente, podiam voltar à dignidade clerical, mas só depois de longas penitências.

Leão IX convocou então dois concílios regionais, nos quais duras penalidades foram prescritas para o crime de sodomia. O III Concílio de Latrão tornou as sanções ainda mais severas, ao decretar que todos os clérigos que fossem réus de sodomia deviam ser “expulsos do clero ou confinados em mosteiros para fazer penitência”. A pena canônica para os leigos era a excomunhão. Não havia exceções.

O Papa S. Pio V, em resposta à terrível corrupção do clero no alvorecer do papado renascentista, decidiu ir mais longe do que o III Concílio de Latrão. Denunciando o “crime nefando” de sodomia entre o clero, e preocupado com os excessivos casos de impunidade, o Papa decretou que todos os clérigos culpados de sodomia, qualquer que fosse a categoria, deveriam ser removidos do estado clerical, espoliados de todas as suas dignidades e entregues às autoridades civis para receber a mesma punição reservada aos leigos, que à época costumava ser a morte ou a castração:

“Para que o contágio de tão grande flagelo não se propague com maior audácia valendo-se da impunidade, que é o maior incentivo ao pecado, e para punir mais severamente os sacerdotes culpados desse nefando crime que não estejam aterrorizados com a morte da alma, determinamos que eles sejam entregues à severidade da autoridade civil, que faz cumprir a lei”, decretou Pio V.


A Igreja tem agido desde então contra a influência de homossexuais no sacerdócio. São dignos de menção, nesse sentido, os Papas João XXIII e Bento XVI, ambos os quais estabeleceram que homens com tendência homossexual não devem ser admitidos nos seminários. O Papa Francisco renovou a proibição, mas ela se tornou agora pouco menos do que letra morta.

O reconhecimento da crise no Chile, que parece ter motivado novamente o Papa Francisco a punir os pecados de sodomia ou, pelo menos, de abuso sexual, deveu-se não à liderança consciente e responsável do clero, mas à indignação pública dos fiéis, que protestaram vigorosamente durante a recente visita do Pontífice ao país. Não temos por que acreditar que a Santa Sé começará a tomar alguma medida sem ser continuamente pressionada. A reforma da Igreja, como aconteceu na crise ariana do século IV, está em boa medida na mão dos leigos.

21 comentários sobre “Cardeal McCarrick e a máfia gay: corrupção do clero atual rivaliza com a da época dos Bórgias.

  1. Nunca conheci nenhum Padre e nenhum leigo que tenha praticado estas abominações.
    A parte ruim tem que cortar. Suspensão eclesiástica, retiro do convívio social e excomunhão para quem insistir.
    Pena de morte para casos mais graves, sem necessidade de expor o réu ao ridículo.
    Você tem Doutrina e Código de Direito Canônico, mas nada disso está funcionando na Igreja, e quem reclama cumprimento é taxado de fariseu, fundamentalista e fiscal da Fé pela própria pessoa que se diz Papa.
    A pessoa bagunça e muita gente vai com esta intenção. E é recebida pela autoridade com a boca arreganhada até às orelhas, é a moda do sorriso no rosto. Isso daí todo mundo sabe que não funciona.
    Quanto à homossexualidade, sempre existiu, mas existem nas últimas décadas elementos que têm favorecido mais a isto. Estou visualizando algumas coisas, mas a Teologia Moral tem que avançar mais na ortopraxe, pois tem coisas práticas do dia a dia que estão favorecendo a isto mais do que idéias e filosofias decadentes.

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  2. Lembro-me de visitar um seminário (eu queria ser padre) e perceber imediatamente que a maioria dos seminaristas era de afeminados, com trejeitos de homossexual. Super esquisito. Aí querem me dizer que os bispos e cardeais não sabem de nada? Essa situação é generalizada. Agora este cardeal fazia de tudo, e todos ao redor dele conheciam… Mas “São” João Paulo II e Bento XVI de nada sabiam? Nem Francisco? Toda hora é isso. Escândalos pra todo canto do mundo.

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    1. Vai faltar pedra, ô Pedro… E ninguém sabia de nada! Quem aprendeu de quem a dar essa desculpa? O Lula aprendeu deles ou eles aprenderam de Lula? “Não sabia….!” E pronto! Pura hipocrisia.
      Leia o Relatório Viganó e veja que o Francisco I deu uma “gelada” no Mons. Viganó que denunciava esse tarado de Mons. McCarrick, por sinal amicíssimo de Francisco I.

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  3. Crimes torpes, pecados vis e repugnantes, frutos podres desta seita conciliar que parasita o organismo da Igreja de Cristo, única e verdadeira. O mau exemplo destes clérigos certamente atrairão a vingança divina sobre todo o orbe. Rezemos à Virgem Santíssima pela purificação da nossa amada Igreja Católica, dora da qual não há salvação.

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    1. Amigo Salazar e irmão Franco, na Fé que nos robustece intensamente, a ponto de sermos ‘instrumentos’ inertes, somente Escolhidos e Capacitados para obra do Senhor nosso DEUS e Pai do céu. Tudo que está acontecendo fatalmente nos leva, todos nós, a um desfecho terrível, sem igual na história da humanidade. E somos testemunhas dessas barbaridades todas, então usemos essa FERRAMENTA muito bem explicada e de resultados infinitos e divinos, podemos, com FÉ , TUDO fazer para beneficio de tantos e tantos inocentes se deixando levar ao inferno….ORAÇÃO…que em miúdos
      explica…ORAR+AÇÃO que nos completa com auxilio Poderoso do SANTO ESPÍRITO de fogo devorador…Ilumina cada canto escuro e LIMPA mesmo. IGREJA CRISTÃ CATÓLICA é Templo do PAI DIVINO e ETERNO…nada prevalecerá contra ela, com AÇÃO dos servos que a frequentam em ORAR prostrados, humildes e confiantes. É uma REALIDADE inegável essa!!!
      Estamos TODOS sabendo como fazer né…o resto é omisso!
      Paz e Bem irmão em JESUS CRISTO…amado e adorado Senhor, único Juiz eterno, breve virá…DEUS filho, a direita do Divino Pai Eterno, ‘EU SOU’!

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    2. Este cardeal nasceu em 1930. Foi ordenado ainda sob o reinado de PIO XII. De 1930 até 1958 ele era boa pessoa e ficou mau com a morte de PIO XII ou apenas a finalização do concílio Vaticano II? O problema, Salazar Franco, está mal dimensionado no tempo segundo o que escreveu.

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  4. O episódio McCarrick bem que poderia ser de um infiltrado Illuminati na Igreja e teria saído do armario na hora adequada às ordens do comando geral do lobby gay no Vaticano, às sombras, em cascata, junto a outros imersos e protegidos por similares a ele das mesmas hostes infernais por hora dentro da Igreja, a fim de acabar com o restante da fé ainda existente nos fieis e da apostasia quase geral – todos devotos do deus GADU.
    Sabemos também que a Igreja é a única instituição alvo de perseguição com sinais particularizados de requintes de maldade, maquiavélicos e seletivos: destruídos serão apenas esses material-ateístas atentadores contra ela, oportunamente, pois N S Jesus Cristo tem a eternidade para castigá-los adequadamente: seus dias estão contados para a matança!
    Todos os episodios sinistros da mafia gayzista dentro do Vaticano têm sido promovidos especialmente pelos PCs, componentes, apoiadores deles e pela midia mundial em alta escala, todos pertencentes ao relativismo associado ao mesmo globalista mainstream.
    “Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores”. Sal 1,1.
    Os que deveriam defender os direitos da Igreja dão as mãos aos seus inimigos e Nossa Senhora do Bom Sucesso faz à sua dileta filha esta declaração terrível para nossos dias:
    “Tempos funestos sobrevirão, nos quais …. aqueles que deveriam defender em justiça os direitos da Igreja, sem temor servil nem respeito humano, darão as mãos aos inimigos da Igreja para fazer o que estes quiserem” (II, 98).

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  5. JESUS CRISTO nos ensina que, com FÉ, podemos mover uma montanha para o mar, com oração, ação de graça e penitencia. Quantos de nós já temos calo nos joelhos…?
    …DEUS nos observa, se inclinando de Sua Divindade, teremos penalidades de acordo com nossas atitudes CRISTÃS; obedientes mesmo. NÃO há outro Caminho, que não seja de JESUS , MESTRE e juiz, breve, muito breve…oremos irmãos, oremos…vou agora mesmo!

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  6. Desnecessária a comparação com os Bórgias.
    Alexandre VI é fichinha, ou figurinha de bafo-bafo das crianças, diante das barbaridades dentro da Igreja atual.
    Sem a menor sombra de dúvida, Satanás passeia lépido e fagueiro dentro dos muros do Vaticano.

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    1. Caro Felix.Por causa de Alexandre VI e asseclas a Igreja perdeu a Inglaterra, Escócia, parte da Alemanha, norte da Europa, A traição é antiga. Existem, sim, órgãos que disseminam a destruição da Igreja, como a Maçonaria, Iluminattis, etc, mas a Revolução dá-se mesmo é no seio da Igreja. O processo de auto-destruição é antigo. A Renascença começou com a revolução arquitetônica dos templos católicos que eram mais parecidos com templos pagãos. O Humanismo começou entre clérigos “letrados”. Foi do Clero Católico que surgiu o Anglicanismo. Foi o Clero que apoiou o Terceiro Estado para destruição da Monarquia Francesa. Lutero era religioso católico e se casou com uma freira. Existe uma “bomba-relógio” dentro da Igreja.Onde há ato revolucionário há clérigos.Por que será? A diferença que antigamente havia resistências insufladas pelo Espírito Santo, com apoio popular. Hoje quase não há. Talvez a Providência propiciou para os dias atuais a era da síntese, onde tudo vai ficando claro.

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    2. Concordo com você. Os Borgias pelo menos não eram hereges e nem diziam que o certo é errado e que o errado é o certo.

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  7. Vergonha e horror. Vergonha de me assumir católico. Credibilidade da Igreja? Zero. Por muito que façam a partir daqui, esta é uma morte anunciada. Se nada for feito, vai ruir e destruir-se por si mesma. E espero que assim seja, para bem da humanidade , das crianças e de todas as vítimas!
    Associar a homossexualidade aos abusos sexuais de crianças por parte da Igreja católica só se explica por muita ignorância e/ou muita maldade e má-fé. É nauseante demais ver os grupos conservadores, que na sua insignificância ainda fazem algum barulho, aproveitarem-se da desgraça de milhares de crianças violentadas pela Igreja católica para promoverem o ódio para com as pessoas LGBTI+, com calúnias.
    Afinal, pecar só serve para os outros? Misturar as duas coisas é de uma parvoíce sem nome.

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  8. Só não vê que não quer, tudo isso é obra do capeta, destruindo a igreja de dentro para fora, o cavalo de troia intra muros, a guerra entre o bem e o mau está a postos, se não fosse a promessa de nosso senhor a igreja já havia sucumbido , nos podemos municiar nossas fileiras com rezas sem cessar.

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  9. Sabemos disso tudo e muito mais, estamos antenados e não caímos nas falácias e identificamos as armadilhas e onde se erra de forma escandalosa, porém há sempre um mea culpa: foi nos recomendado entre outras coisas o terço como arma, ou melhor, o rosário, isso pra não falar da SAGRADA COMUNHÃO, não adianta nada sermos “profetas” (pretensão), se esquecemos do “básico”, viver a fé de forma literal.

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  10. Que horror!
    Infelizmente sei bem desses casos nos seminários. Estive durante 5 anos em um seminário e vi muitos seminaristas com trejeitos, coisas estranhas e um clero relaxado moralmente.
    Os bispos não fazem nada porque realmente não desejam…Basta uma olhada superficial pelo seminários que você acha uma multidão de boiolas.
    No período que estive no seminário diocesano soube que:
    Pe. X foi pego com traveco,
    Pe. X passava pelas ruas da sua paróquia com o carro cheio de homens(palavra de paroquiana),
    Diácono X tve envolvimento com moça(ufa!),
    Seminarista X era suspeito de ter molestado criança,
    Pe. X que tomou tiro na cara pois havia molestado crianças,
    Fossa de seminário X entupida por conta de uma multidão de preservativos jogados no sanitário(…)
    Seminário X conhecido como gaiola das loucas(…)
    Seminarista X fazendo escândalo em festa municipal pq outro seminarista o havia traído(…)
    Pe. X apelidado pelos outros padres de Carlota Joaquina (…)
    Seminarista tratando outro seminarista com título de “vadia”;
    Bispo X, hoje cardeal, em tom jocoso afirmou: “Precisamos instalar um bichômetro na entrada do seminário”…
    Ah! e sem contar outros casos, não de natureza sexual mas de falta de vocação mesmo.. Tipo o padre religioso que não tinha dinheiro para pescar e teve a brilhante ideia de: celebrar missa e com a sportula missae, bancar sua pescaria, seu churrasquinho e sua breja gelada(…)
    Enfim, durante muito tempo eu havia lamentado realmente minha saída do seminário por ter querido ser “mais católico que o papa” como diziam os formadores, mas sabe, hoje lendo essa matéria, sinto que, utilizando um jargão carismático cançãonovístico, houve uma “cura interior”.Lamentei durante anos por ter sido convidado a sair do seminário por ser radical demais, realmente lamentei durante anos. (amanhã completam-se 9 anos que saí do seminário).Lamentei por anos o fato de ter sido convidado a retirar-me
    e consequentemente não ter me tornado Pe, mas quer saber? Essa matéria abriu os meus olhos e tive a certeza de que fui preservado pelo Senhor de uma contaminação.Se apenas em 5 anos de formação vi alguns desses casos, que relatei aos senhores e senhoras, não quero nem imaginar o que veria se tivesse avançado e ingressado no presbitério da diocese X…
    .

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  11. Isso não é de agora. O estereótipo do padre sempre foi uma pessoa de fala mansa,com jeito afetado de falar meio cantado…O estereótipo de um homem afeminado.
    Não sei pq os sacerdotes,mesmo os mais devotos ao sacerdócio mantém essa forma de se comunicar.
    Penso q deveriam ter atitudes másculas.
    Raríssimos os que tem um comportamento viril.

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  12. No seminário aqui, que eu não vou citar o nome, mas como deve ser também nos outros seminários brasileiros, ao menos na maior parte deles, você vê claramente que todos os seminaristas são efeminados ou, no mínimo, muito risonhos. Estranhíssimo. Parece até que a condição de você ser aceito é ter algum jeitinho.
    Se você quer ser um bom sacerdote, vá para IBP, FSSP, FSSPX, Admin. Apostólica S. João Maria Vianney… porque os seminários das dioceses estão terríveis.

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  13. A cúpula da igreja em Minas Gerais tb há fortes indícios de homossexualismo. A Igreja de Francisco é cúmplice desses escândalos.
    Um pequeno resto será fiel aos ensinamentos dos apóstolos de Cristo.

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