Após polêmicas, a era dos padres pop pode ter chegado ao fim.

Por Jeff Benício, Terra, 9 de setembro de 2020: Na série The Young Pope e em sua continuação The New Pope, da HBO, o papa Pio 13 (Jude Law) é um superstar da fé. Mais famoso e idolatrado do que qualquer cantor de rock ou estrela de cinema. Indisfarçavelmente narcisista, ele gosta do culto à sua imagem.

Já seu sucessor, o deprimido João Paulo III (John Malkovich), prefere manter distância dos holofotes. A pressão midiática sobre ele é tão sufocante que resulta em sua abdicação ao trono de São Pedro. Qualquer semelhança entre o popular papa Francisco e o introspectivo papa emérito Bento 16 não é mera coincidência.

A um católico tradicional, as duas produções causam choque, talvez até indignação. A ficção a respeito dos bastidores do Vaticano mostra um mundo odioso: disputas por dinheiro e poder, sexualidade e luxúria entre os homens que juraram castidade e celibato, domínio da vaidade sobre a pretendida humildade, acobertamento de pecados e crimes, menosprezo às mulheres que servem à cúpula da Igreja.

Na vida real, que às vezes supera a ficção em sordidez, um pouco daquele universo chocante no entorno dos papas pode ser vislumbrado nas acusações contra o padre Robson de Oliveira, do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO). Nacionalmente famoso graças a seu programa diário na Rede Vida, ele está no centro de uma investigação de vários crimes — apropriação indébita, falsificação de documentos, sonegação fiscal, associação criminosa e lavagem de dinheiro — que teriam sido cometidos a partir do desvio milionário de doações de fiéis ao longo de anos.

O escândalo não está restrito ao pecado da ganância. Um hacker pago com dinheiro arrecadado na igreja sob a liderança do padre Robson para não divulgar conteúdo impróprio a respeito da intimidade do líder religioso disse ter sido amante dele e apontou outros supostos casos amorosos. A repercussão de tantas denúncias graves teve repercussão bombástica na imprensa, nas redes sociais e entre devotos. O ápice da exposição negativa aconteceu em matéria de 19 minutos na edição de 23 de agosto do Fantástico, na Globo. O religioso e seus advogados negam qualquer ato ilegal. Culpado ou não, o estrago à imagem de Padre Robson é irreversível.

Esse vexame à Igreja Católica tem potencial para encerrar a era dos padres pop. Sempre existiram líderes com atuação artística e forte presença na mídia, a exemplo do precursor padre Zezinho, hoje com 79 anos, ainda circulando por TVs e rádios. Mas o status de superstar da fé foi lançado por Marcelo Rossi na década de 1990. O ‘boca a boca’ a respeito de suas missas dinâmicas o levou aos programas de Gugu Liberato e Faustão. Sucesso imediato. A televisão transformou o padre do hit ‘Erguei as Mãos’ em ídolo de milhões de pessoas, inclusive de outras religiões. Ele se tornou uma máquina de dinheiro com a venda de CDs, DVDs e livros.

A veneração à sua personalidade gerou extensa investigação do Vaticano. Havia na cúpula do catolicismo certo incômodo com a espetacularização em torno de Marcelo Rossi e a sombra que seu exibicionismo involuntário fazia sobre a liturgia. Vítima do próprio êxito, o padre de sorriso contagiante desenvolveu depressão profunda. Precisou renunciar ao espaço cativo diante das câmeras. Despiu-se da imagem de ‘showman’ de Cristo para buscar a reconexão consigo mesmo e com sua missão evangelizadora. Hoje, faz raras aparições na TV. Dedica-se aos livros. Em alguns deles relatou o inferno vivido nos anos de falsa felicidade.

Igualmente elevado à condição de popstar, padre Fabio de Melo se fez influenciador digital e prolífico produtor de memes. Belo e carismático, virou galã aos olhos das telespectadoras. Da TV Canção Nova passou a aparecer nos principais programas do País. Era um ímã de audiência. Contudo, em algum momento, uma desordem emocional o levou ao fundo do poço. O quadro depressivo foi tão forte que fez o sacerdote pesquisar métodos de suicídio. Afastou-se dos palcos e estúdios de TV. Buscou ajuda médica para tratar a mente e recuperar o amor pela vida. Continua ativo nas redes sociais, porém com grau de exposição menor.

Importante destacar que Marcelo Rossi e Fabio de Melo nunca foram acusados de nenhuma atitude ilícita, como acontece com Robson de Oliveira. A única falha foi, talvez, contra a própria saúde mental. Ambos conheceram as delícias e as dores do status de celebridade: foram amados e respeitados por muitos, criticados e desprezados por tantos outros. A mesma experiência ambígua (baseada em elogios e fofocas, respeitabilidade e invasão de privacidade) marcou os também padres midiáticos Reginaldo Manzotti (TV Evangelizar) e Alessandro Campos (ex-TV Aparecida e RedeTV!, atualmente na Rede Vida).

A visibilidade exagerada sempre cobra um preço alto, às vezes impagável. Nem os ungidos de Deus escapam dessa pressão. Por isso, após episódios angustiantes, a maioria dos padres pop decidiu se recolher ou diminuir a exposição pública. O surgimento de novo fenômeno do gênero na base da Igreja Católica brasileira fica cada vez mais improvável.

27 comentários sobre “Após polêmicas, a era dos padres pop pode ter chegado ao fim.

  1. O que me chama a atenção nesses padres midiáticos é que todos eles – repito TODOS eles – desde padre Zezinho até o Fábio de melo nos dias atuais ,eles são politicamente corretos. Em maior ou menor grau. Eles evitam polêmicas, mesmo que as necessárias.

    Quantos deles deram a cara à tapa para protestar contra o aborto, Roubos do PT, Cultura progressista anti-cristã, Gayzismo, Comunismo, Aberrações liturgicas, Apostasia,etc etc, quantos? O Pe. Fábio de melo tem milhões de seguidores nas redes sociais. É um influêncer. Mas usa apenas para zoeira, curtição, cultura inútil e mensagens de otimismo e auto-ajuda espiritual.

    Até meados de 2006, a Canção Nova, tinha o Mons. Jonas ( ainda com saúde e lúcido), o padre léo ( um fenômeno!) e outros formações leigos que, apesar de todo exagero carismático, tinham uma pregação corajosa e moralista. Mas passou. Os fiéis esquecem que o discurso adoçicado desses padres pops, arrastam para baixo a pregação da palavra de Deus porque, diante do sucesso deles, quem se anima em não ser politicamente correto?

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    1. >>>O que me chama a atenção nesses padres midiáticos é que todos eles […] são politicamente corretos.

      1. Há conglomerados de mídia “progressistas”.
      2. Há sacerdotes midiáticos “progressistas”.
      3. Não há conglomerados de mídia “regressistas”.
      4. Não há sacerdotes midiáticos “regressistas”.

      Não há nada que mereça atenção, pares são pares, o padre+midiático é par, tem de ter a mídia e, se a mídia é progressista, o outro tem de ser progressista; só se faz par com iguais.

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  2. Uma meia informação dá uma desinformação completa. Faltou esclarecer melhor esse romance digital criminoso de Goiânia, falsidade inventada na delegacia sob rédeas do delegado. O próprio G1 teve de grifar isso após publicar a “polêmica do amante hacker do Padre Robson”.

    https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2020/08/26/hacker-diz-que-fez-parte-da-chantagem-contra-padre-robson-na-delegacia-apos-ser-preso-e-teve-que-dar-r-165-mil-a-delegado.ghtml&ved=2ahUKEwiW7diuqt_rAhXnI7kGHVo4CWcQFjAAegQICxAC&usg=AOvVaw0gQPDAgdfJPn8WwZ4Mb2Pq

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    1. Concordo… Aqui estão julgando e condenando o Padre Robson, sendo que nem a justiça o fez ainda e duvido que façam.
      Fui à Trindade várias vezes, sei muito bem todas as obras sociais que a AFIPE mantém, até que provem o contrário, confio no trabalho do padre Robson. Ao contrário de “padre” Fábio de Melo, “padre” Marcelo Rossi e tantos outros que só querem status, mas estão de fazer as vontades de Deus!!!

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    2. Exatamente Mateus. O padre Robson sem dúvida errou na administração das finanças da AFIPE. Só que nessa história do hacker ele foi vítima. Temos que ser justos.

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  3. Sobre essa questão da saúde mental dos padres midiáticos, acho interessante lembrar também do caso do Padre Jonas Abib, fundador e líder da Canção Nova, que, alguns anos atrás, segundo informações que me chegaram, sofreu uma grande crise psiquiátrica, da qual parece nunca mais ter se recuperado plenamente. Segundo consta, ele começou a delirar a tal ponto enquanto rezava uma missa, que foi preciso tirá-lo do altar pra levá-lo direto pro psiquiatra. E ficou vários meses sem nem conseguir falar coisa com coisa, louquinho de tudo.
    É a idade, ok. Mas também pode ter sido castigo de Deus pela loucura da “oração em línguas” que ele tanto difundiu…
    De Deus não se zomba!

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    1. O problema de certos “defensores da Tradição” é essa história de “segundo informações que me chegaram”, “dizem (as más línguas)”, coisas desse tipo.

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  4. A figura do Papa e do clero, por mais que existam anticlericais, são sempre importantes no mundo em que vivemos. Daí serem retratados na televisão. Infelizmente um e outros podem se deixar corromper pelo poder, dinheiro e prazeres sensuais. Não estou falando de nenhuma papa recente, mas entre o clero infelizmente às vezes irrompem escândalos de variados tipos. Isso nos faz pensar na atualidade das mensagens de Nossa Senhora de La Salette, que pregou contra a decadência do clero.
    “Os sacerdotes, ministros de meu Filho, os sacerdotes, por sua má vida, por suas irreverências e sua impiedade em celebrar os santos mistérios, por amor do dinheiro, das honras e dos prazeres, os sacerdotes tornaram-se cloacas de impureza. Sim, os padres pedem vingança, e esta está suspensa sobre as suas cabeças. Desgraçados dos padres e das pessoas consagradas a Deus, as quais, por suas infidelidades e sua má vida crucificam novamente o meu Filho! Os pecados das pessoas consagradas a Deus clamam ao Céu e chamam a vingança e ela está às suas portas, pois não se encontra ninguém para implorar misericórdia, e perdão para o povo; não há mais almas generosas não há mais ninguém digno de oferecer a Vítima sem mancha ao Pai Eterno em favor do mundo.” (Nossa Senhora de La Salette)
    Em relação aos padres pops, não sei se eles chegaram ao fim. Pode ser que não estejam no auge do sucesso como em alguns anos atrás, mas parece que sempre há um público atento a eles. Isso, ao meu ver, tem vários motivos, como uma religiosidade mais natural e espontânea nas mulheres, que são o público maior dos padres pops. Mas acredito que haja um fator que tenha maior relevância: a ausência dos padres na vida dos fieis, sejam esses padres diocesanos ou religiosos. Essa ausência, porém, pode ter uma resposta negativa por parte das gerações mais jovens. Os jovens hoje em dia têm uma tendência a não se importarem tanto com a figura do sacerdote e da Igreja institucional, ao contrário das gerações mais velhas. Isso pode significar uma ausência maior das gerações mais jovens na Igreja.
    Vivemos em tempos de grande crise na Igreja. Talvez o tipo de padres que os fieis mais necessitem sejam de padres que os ajudem a encontrar respostas para os seus problemas no mundo em crise. Como padres que escutem pacientemente e misericordiosamente, os fieis nos confessionários. Como padres que queriam pastorear suas ovelhas, tirá-las das garras dos lobos e não padres que se comportam como mercenários, que abandonam as ovelhas para seguir seus próprios interesses.

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  5. Complementando meu comentário anterior.
    Mais do que padres pops, a Igreja precisa hoje é de padres pastores, de padres exorcistas. Não é a toa que, em certas dioceses as chamadas missas de cura e libertação sejam tão populares, apesar de elas não substituírem o atendimento individual.
    O mundo de hoje é um mundo muito árido para a fé cristã e os fieis necessitam de serem libertados dos seus jugos pesados, seja através da confissão, onde os seus pecados são perdoados, seja através de uma oração de cura e, nos casos mais graves, até mesmo de exorcismos, pois vivemos em tempos de neopaganismo, onde as formas de opressão demoníacas são muito variadas.

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  6. Os padres midiáticos, de modo geral, comportando-se como stars da fé católica, fugiram em muito do tradicionalismo e discrição do cerimonial mantido pela Igreja católica e da destinação primária dos sacerdotes que é o de SALVAR AS ALMAS, prioritariamente!
    Dessa forma, desvirtuou a missão da Igreja católica, aquela tradicional, favorecedora desde os cânticos gregorianos à facilitação da introspecção interior, como sucedia na de 2000 anos e, como ex. desse desvirtuamento, o Pe Marcelo Rossi com suas celebrações hilariantes eram muito mais profanações que evangelizações – um autêntico fuzuê evangélico protestante pentecostalista, nada mais!
    “Minha casa será casa de oração. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões” (Lc 19,46).
    No Evangelho, Jesus entra no Templo de Jerusalém e, com o zelo que move o Seu Coração, começa a expulsar os vendedores que estão ali dentro, justamente pelo fato que o Senhor ensinava no Templo; Ele não permitia que se fizesse da casa do Pai uma casa de bagunça, festejos, de comércio ou de qualquer coisa parecida.
    A Igreja tradicional reagiu a esses stars sedizentes religiosos católicos com os leigos reevangelizando o povo das distorções, apertando-lhes o cerco, foram e continuam em queda, gradativa, devido a escândalos, boa vida que alguns levam, casas indignas de homens desprendidos de bens terrenos, enriquecimento e possível sedução por polpudas finanças que os corrompem!

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  7. Sem entrar no mérito da “culpa” – maior, menor, inexistente -, é triste que pessoas públicas que servem de referência para multidões tenham tão pouco cuidado e prudência ao publicitar seus maus bocados.

    Nas atuais condições de fragilidade social, a tristeza ou o desespero de um lider alcança grandes proporções entre os seus seguidores. Pois as pessoas procuram modelos, exemplos a serem seguidos. Se o modelo esfarela, elas não sabem o que fazer. É preciso prudência. Discrição.

    A esses padres que passaram por maus pedaços, diria que tivessem procurado pessoas santas e sábias que as acompanhassem – talvez tenham feito isso. Mas a Instituição deve ser preservada. O padre deve ser modelo, nao deve divulgar seus percalços; por mais que custe, nao deve se expor.

    Nao estou falando de outros casos, como o de abuso sexual etc. Esses tais DEVEM ser publicamente expostos para nao haver maiores problemas depois.

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  8. Caros Fratres;

    Os Sacerdotes recebemos inúmeras tentações, todos os dias, em vários momentos dia!
    Isso nos faz recordar que a Consagração ao Bom Deus traz consigo a exigência da humildade!
    Quando ainda estudante, nosso Diretor Espiritual recomendava que participássemos de uma “Família Espiritual”. No meu caso, tornei-me membro de uma Ordem Terceira Franciscana (hoje “Ordem Franciscana Secular”). Busquei inspirar-me no exemplo de São Francisco de Assis.
    Para vencer o orgulho e a vaidade, nosso Frei Confessor (um Santo de imensa piedade e humildade – homem de Oração), ensinava-nos visitar o Cemitério, onde toda a vaidade e poder acabam da mesma forma: um “pasto de vermes”!
    Acredito que faltem muitas coisas a estes jovens Sacerdotes, sobretudo, uma vida intensa de Oração!
    Somente a contemplação do Cristo crucificado pode oferecer a força para vencer estas tentações.
    Como é próprio dos idosos, e eu o sou, concluo convidando a todos a rezarmos pelos Padres! Façamos Penitência por eles e que os convidemos sempre à Oração, mormente o Santo Rosário e a Via Sacra!
    Que o Bom Deus tenha misericórdia dos Sacerdotes!

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  9. Infelizmente em muitas dioceses existem aqueles que ainda tentam ser como os padres citados. Querem status, roupas caras, carros do ano. O que fixou no fim, foi o péssimo exemplo deixado para os novas gerações de padres. Enquanto isso, os seminários se enchem de meninos mimados que seguem pela mesma via. Acabamos por se perguntar, onde vamos parar?!

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  10. E por falar em padres com surtos psicológicos há de se incluir Monsenhor João Clá, que se auto intitulou profeta, e permitiu que os seus seguidores o considerasse papa perpétuo. Teria propalado que a Sagrada Escravidão que patrocina teria produzido vivo interesse nos santos no paraíso a ponto de peticionarem a Deus que a Sagrada Escravidão fosse adotada no céu. Talvez o sumiço do Monsenhor tenha relação com o seu atual estado psicológico.
    O sacerdócio é um grande fardo. Creio que não cabem padres espetaculosos. Se há uma função que exige compustura, humildade e despojamento é esta.

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  11. Belo texto. Como disse o bispo Dom Silvio Dutra, os padres não foram feitos para as fortunas, nem para os palcos e nem para palanques políticos. O vídeo viralizou na web. Concordo em gênero, número e grau. A propósito do texto, lembro o caso do padre Antônio Maria, famoso cantor católico, que fez da televisão, do meio artístico, dos palcos, sua principal atividade. Deslumbrou-se tanto que celebrou um casamento sacrílego e nulo, entre dois adúlteros famosos. Recebeu por isso uma maiores punições que já vi a Igreja aplicar a um sacerdote: foi obrigado a admitir publicamente seu erro e foi suspenso totalmente das atividades sacerdotais, sendo obrigado a permanecer em silêncio por cinco anos.

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    1. Prezado Paulo de Tarso, o Bispo de Vacaria por ti mencionado não disse tudo isso, apenas metade disso. Dom Sílvio falou acertadamente que o sacerdote não é para as fortunas e os palcos de show, mas não mencionou os palanques políticos, onde frequentemente encontramos o modelo de sacerdote por ele almejado, o padre de esquerda, petista, socialista, politizado, dessacralizado e “desbatinado”, tal qual o próprio Bispo. Obrigado.

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  12. Repetirei o que digo sempre: o segredo é essencial para o sagrado.

    Missas não deveriam ser televisionadas, não deveriam nem sequer permitir a entrada [nas igrejas] de câmeras de todos os tipos.
    O estrago já foi feito desde muito tempo atrás, a banalização pela publicidade do sagrado é uma crescente parabólica desde os tempos da conversão de Roma, foi piorando e a tendência é piorar cada vez mais até que tudo retorne às catacumbas.

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    1. Ora ora, então por que muitos “defensores da Tradição” criticam o Caminho Neocatecumenal por suas “missas fechadas”????
      Missas devem ser televisionadas sim, especialmente as que respeitam a Liturgia.

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  13. Relatando ainda outros exemplos:

    – Pe. Antônio Maria: corrigido publicamente por Dom Henrique Soares da Costa por abuso cometido em celebração de matrimônio. Hoje recluso.

    – Roberto Lettieri: reduzido ao estado laical, tendo sido assunto de Assembleia Geral da CNBB por escândalo, o fundador da Toca de Assis hoje vive como irmão celibatário.

    – Pe. Zeca: o padre do surf, que lotava a praia de Ipanema, deixou o ministério.

    – Dalcides Biscalquin: segundo ele, foi dispensado do estado sacerdotal por nulidade. Casou-se e hoje tem programa na Rede Vida (!)

    – Pe. Periquito: só Deus é mais justo que suas calças, o padre sertanejo continua com seu programa rural na Rede Vida, com direito a olhadinhas para a câmera, com um olhar digamos… Inadequado.

    – Pe. Hamilton Nascimento: deixou o ministério.

    – Pe. André Luna Granja: deixou o ministério

    – Pe. Joãozinho: assumiu a rabugice e é super ativo nas redes sociais.

    Não penso que esteja perto de acabar, haja vista que esses novos meios de comunicação favorecem a criação dessas figuras. Atenção aos novos Frei Rinaldo Stecanella, Pe. João Carlos, Frei Gilson, Pe. Reginaldo Carreira…

    Porém, há quem se emendou, como o Pe. Cleidimar Moreira, que depois de deixar a Comunidade Canção Nova, tornou-se padre diocesano com vida bastante discreta e devotada ao serviço de sua Paróquia.
    Raros… Mas existem.

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    1. Bem lembrado, amigo, principalmente o caso do Sr. Roberto, que nos serve muito por ser a união de todos os tipos ditos na postagem original.

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  14. Não acredito que a era dos padres pop esteja perto do fim. A popularidade sempre será uma tentação para o ser humano, independente de ser padre ou não.
    É muito difícil resistir aos apelos do sucesso, que costuma vir com dinheiro, poder, prestígio, influência, presentes, favores, viagens, etc.
    O sucesso está muito relacionado ao que as pessoas querem ouvir ou consumir.
    Por isso, atualmente, aqueles que são politicamente corretos possuem mais chances de serem bem sucedidos.
    Para resistir aos encantos do sucesso é preciso muito equilíbrio, o que é difícil de encontramos.
    Sempre haverá a tentação de se acreditar (ou tentar se justificar) que o sucesso pessoal será positivo para anunciar Jesus Cristo pelos meios de comunicação.
    As pessoas esquecem a frase completa de São Paulo: “Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, amea­ça, exorta com toda paciência e empenho de instruir.” (2Tm 4,2). Só lembram da insistência oportuna.
    O sacerdote atua “in persona christi” e deveria ser tão inconveniente para a sociedade mundana como o próprio Jesus Cristo, que foi crucificado exatamente devido às suas inconveniências.
    Não vou chegar ao ponto de dizer, que para considerar um padre bem sucedido, ele deveria ser eliminado fisicamente, mas deve ser ao menos ser perseguido.

    “Pois todos os que quiserem viver piedosamente, em Jesus Cristo, terão de sofrer a perseguição.” 2Tm 3,12

    “Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus! Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que vieram antes de vós” Mt 5, 10-12

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  15. Que se faça investigação no âmbito policial, que tem natureza meramente administrativa. Não tem natureza jurídica os atos de Inquérito Policial. Inclusive Inquérito Policial é dispensável: não se precisa de Inquéritos Policiais para se abrir uma ação penal.

    Caso o Inquérito Policial conclua pelo INDICIAMENTO de Padre Robson, caberá ao membro do Ministério Público (Promotor de Justiça em caso me Ministério Público estadual ou Procurador da República em caso de ministério público federal) analisar o Inquérito e decidir se apresenta Denuncia contra os envolvidos. Se forem denunciados e o juiz receber a Denuncia, se tem neste momento a abertura de um processo Criminal, aonde os antes investigados se tornam réu. No processo Criminal, esse sim com validade jurídica se tem a oportunidade dos acusados exercerem o AMPLO DIREITO DE DEFESA E O CONTRADITÓRIO DAS ACUSAÇÕES QUE LHE SÃO IMPUTADAS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.

    É a oportunidade do acusado se defender. NINGUÉM PODE SER CONSIDERADO CULPADO POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO PENAL ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DE UMA SENTENÇA CONDENATÓRIA.

    Então aos réus são aplicados a garantia constituicional do PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. Pode ser investigado pela polícia, ser processado na justiça, e até condenado por um Crime em instâncias ordinárias: QUE MESMO ASSIM A PESSOA É PRESUMIDAMENTE INOCENTE.

    Só poderá ser considera culpado após o trânsito em julgado de sentença penal CONDENATÓRIA: o que é isso? Após esgotados todos s recursos na esfera judicial. Enquanto houver possibilidade do acusado poder recorrer a ele se aplica o PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA PRESUNÇÃO DA INOCÊNCIA. Pois enquanto houver possibilidade de recurso, o acusado e condenado em instâncias inferiores pode reverter a decisão e ser considerado inocente.

    TODOS OS PERSONAGENS AÍ CITADOS SÃO APENAS INVESTIGADOS. NEM RÉUS AINDA SE TORNARAM. PORTANTO, todos são PRESUMIDAMENTE inocentes.

    Mesmo que um investigado ou réu responda o processo em prisão cautelar (prisão no curso do Processo) esta prisão não pode ser confundida com a PRISÃO-PENA: que só pode se dar após uma condenação Criminal ser transitada em julgada. A prisão Cautelar vida resguardar o bom andamento do processo.

    Daniel Vergara

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  16. No Brasil a tentação personalista do povo é inextinguível.
    Os fiéis sempre vão atrás de quem cative mais, mesmo que não seja nenhuma sumidade.
    Isso é assim inclusive na política!
    Lula e Bolsonaro que o digam!

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  17. Acredito que muitos religiosos entrem para o serviço de Deus com entusiasmo amador e boa vontade, mas esquecem do limite humano, além de se purificarem com jejuns, o que, na predisposição ao trabalho nas dimensões da população humana atual, é caminho certo para esgotamento físico e mental. A maioria dos nomes elencados por comentaristas é de padres equivocados da verdadeira vocação religiosa, mas, vendo na internet petição para o retorno de um deles à atividade sacerdotal, lembrei de um exemplo, citado em livro sobre o poder da oração, de um sacerdote atuante e querido em sua paróquia que, caído doente, teve muitas orações por seu restabelecimento e volta à atividade paroquial, mas que enlouqueceu. O exemplo ilustrava a necessidade de pedir apenas que a vontade de Deus se faça, porque não se conhece a situação de pressão emocional do objeto das orações.

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