O Sacerdócio crucificado.

Por Padre Jerônimo Brow – FratresInUnum.com, 13 de março de 2022: Lá vem o pároco, descendo as escadas da casa paroquial revestido com sua surrada batina. Adentra na sacristia e se ajoelha um tempo diante do Crucifixo, rezando as orações de preparação para a Santa Missa. Em seguida, levanta-se, veste cada um dos paramentos rezando as devidas orações. Faz piedosamente a fórmula de intenção e dirige-se para onde já estão os coroinhas.

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Ali, encontra os coroinhas já formados em procissão tendo à frente a Cruz Processional ladeada por dois castiçais. Outros dois acólitos se aproximam do padre, um com a naveta, outro com o turíbulo. O padre por três vezes deita o incenso sobre o turíbulo fumegante e abençoa o incenso queimando.

O turiferário posiciona-se em frente à Cruz.

E nesse momento, começa:

“Bom dia, gente! Pode ser melhor, bom dia! Sejam todos e todas bem-vindos e bem-vindas para a Eucaristia! Nosso tema de hoje…”

É o comentarista da Missa, uma espécie de Galvão Bueno litúrgico.

Ele conclui sua primeira de muitas intervenções dizendo: “E agora, fiquemos de pé e acolhamos o presidente da celebração e sua equipe com o nosso canto de entrada.”

O padre sente mais uma vez um calafrio, particularmente com a expressão “presidente”, mas ele sabe que o pior ainda está por vir…

Escuta por três vezes os paus da bateria batendo um no outro, e começa a música: “Hoje é dia de celebração, Aleluia… Hoje é dia de festa…” Guitarra, piano, bateria, panderola… E um dos cantores: “Nas palmas!”

O padre entra, de cabeça baixa, olhando para o chão para não parecer que é o Silvio Santos que está entrando. Incensa o altar mais rápido do que gostaria, na esperança de que essa primeira estação de sua via sacra particular diária acabe.

Faz o Sinal da Cruz com a saudação litúrgica. Quando dá uma breve pausa para respirar, volta o comentarista: “Ato Penitencial. Momento de pedir perdão pelas faltas da semana etc”. Após o “comentário”, o padre lê no missal alguma fórmula introdutória que prevê silêncio em seguida. E nesse tempo de silêncio começa a banda com alguma música onde talvez até se diga “Kyrie, eleison!”, mas num tal ritmo, com tal letra, com tais instrumentos que simplesmente não combinam com essa milenar expressão da Igreja, um dos últimos resquícios do tempo em que o grego era a língua litúrgica, e que foi mantido para que na Santa Missa, renovação do Calvário, estivessem presentes as três línguas que lá estavam: hebraico, grego e latim…

Após o Ato Penitencial, mais uma estação para o Padre. A bateria até estava mais calma no ato penitencial, mas alguém ensinou que agora é “pra botar pra quebrar”, começa a banda:

“Glória a Deus nas alturas”, com uma espécie de rubricas braçais: nesse momento se levanta os braços estilo “olê, olá”, depois se bate palma a cada segundo, após, uma palma a cada três segundos e, no final, duas palmas por segundo…

Oremos, diz o padre, pensando que finalmente terá um momento de silêncio. E o comentarista entra: “Momento de silêncio, de reflexão para que cada um ponha a sua intenção para essa Eucaristia.”

E assim continuará a luta, por mais ou menos uma hora.

O padre já não participa mais das reuniões da “pastoral da liturgia”. Sim, ele está magoado, porque ao explicar que não precisava de tantas coisas e dissolver a equipe, eles foram à Comissão Litúrgica do Vicariato que denunciou o padre ao Bispo e o Bispo ordenou que a equipe voltasse, porque estamos numa “igreja ministerial”. E o pároco teve que voltar atrás, de modo que para a pastoral litúrgica cada comentário, cada procissão de bíblia, de ofertas e de legumes, ainda tem um sabor de vitória.

O padre não questionou a ordem do Bispo e nem usou da sua autoridade de pároco, porque considerou um milagre estar na única paróquia – afastada do centro da diocese – onde não havia diácono permanente de bigode, acólito, coroinha fêmea… E conseguiu – segundo e maior milagre – convencer os “ministros da eucaristia” a deixá-lo distribuir a comunhão sozinho para o povo, dizendo que, se houvesse muita gente, os chamaria.

O padre sabe que há um problema, mas talvez tenha medo de pensar profundamente sobre ele. O problema, resumindo ao máximo, é que ele quer rezar o Santo Sacrifício e o povo (ou pelo menos “as lideranças paroquiais”) querem a Eucaristia.

Sim, eu sei que teoricamente são sinônimos. Mas na prática não é necessário ser um gênio para perceber que os dois termos significam não apenas coisas diferentes, mas opostas. Talvez o padre tenha feito com que de vez em quando se fale em sacrifício em algum comentário, ou em alguma música, mas, na realidade, todo o resto diz que não há sacrifício. É só ceia, banquete, memorial.

Não se nega que a Missa possua esses elementos, mas na sua essência ela é Sacrifício. E todo o resto decorre desse aspecto essencial que não pode apenas ser uma ideia, mas precisa ser identificável na própria celebração em todos os seus aspectos.

O problema é que a Missa de acordo com o Missal de Paulo VI se não nega, ao menos omite essa realidade sacrifical. Ela, na melhor das hipóteses se torna um dos aspectos da Missa, mas não a sua essência. Por isso, quase todas as coisas que o nosso pobre padre fizer para que a Missa seja um sacrifício e que se perceba a doutrina sobre o sacerdócio católico serão desobediências ou às normas litúrgicas universais, ou nacionais, ou diocesanas, ou ao menos a omissão delas. Ou então ele chegará à conclusão (certamente equivocada) de que se não há uma proibição, portanto, é permitido; e introduzirá tudo o que puder da missa antiga que talvez até conheça bem na missa nova. Ou simplesmente dentre as dezenas de opções que o próprio missal oferece, sempre optará pelo que mais parecer com a liturgia tradicional.

A missa nova em si mesma foi feita para atenuar ou destruir a ideia de sacrifício e do Sacerdócio Católico tal como compreendidos até então. Quanto mais os fiéis da paróquia participarem dos cursos oficiais de teologia, tanto menos conhecerão o que é a Missa e o que é o Sacerdócio Católico. E mais, aprenderão que as concepções tradicionais são velhas, superadas e até mesmo erradas, e isso baseado em documentos da Igreja recentes como a própria Instrução Geral do Missal Romano ou seguindo autores que dariam eles mesmos a correta compreensão dos dogmas católicos, se ainda pudermos falar em dogmas…

Por isso, a ideia de “Missa Nova bem celebrada” geralmente poderia ser traduzida por “Missa de Paulo VI mais parecida com a Missa de S. Pio V”. O problema é que para isso acontecer será necessário que não apenas o padre, mas os cantores, os comentadores (que perceberão sua absoluta contingência) e todos os demais membros da equipe também tenham ao menos uma formação diferente da que é dada nos cursos litúrgicos ministrados oficialmente.

E aqui, percebemos que os fiéis que vão à Missa, na melhor das hipóteses receberão as chamadas “migalhas da tradição”. Mas, até essas migalhas estão ameaçadas. Basta mudar de padre e voltamos à Missa Show: “Padre Chico vem aí, olê, olê, olá!” Ou por decretos diocesanos abusivos ordenando a suspensão da comunhão na boca e de joelhos, ou uso de véu, ou determinando a valorização da “igreja ministerial” etc…

Mesmo as Missas “Traditionis Custodes” não estão absolutamente seguras. Uma vez que estão sempre submetidas ao humor do Bispo Diocesano, “guardião da Tradição” que pode simplesmente expulsar um instituto tradicional ou não designar padre diocesano algum, ou fazer a missa peregrinar de capela para capela. E também o Bispo não ficará eternamente naquela diocese, sendo a tendência atual é substituir um bispo “conservador” por um progressista. De modo geral, o clero não é formado para ter convicções, mas para seguir o Bispo, nem que seja para o abismo.

As missas tradicionais celebradas por instituições reconhecidas pelas autoridades romanas hoje deve apresentar-se como uma questão de preferência, de gosto, de “sensibilidade litúrgica” e tão boa quanto (ou até superada) pela missa nova, fruto do “irrepreensível” Concílio Vaticano II.

Por isso, o simples fiel que compreendeu que a Missa Tradicional não é um problema, ao contrário, é a solução para a crise na Igreja e que compreende que ela não é uma questão de gosto ou preferência, mas de Fé, deve buscar também aprofundar seu entendimento na questão da autoridade e da obediência, para poder compreender que a aparente irregularidade ou desobediência de certos institutos na verdade é absolutamente regular e obediência à Igreja, e que mesmo a resistência a certas autoridades é caridade para com essas mesmas autoridades.

Não é minha intenção nesse artigo discutir validade ou licitude das Missas, uma vez que isso envolverá também o conhecimento e a intenção do sacerdote que só ele e Deus podem saber. Nem tampouco criar um clima de desconfiança, mas simplesmente fazer compreender que muitos fiéis sempre se disseram dispostos a voltar às catacumbas, mas negam-se a entrar nelas quando chega o momento.

20 comentários sobre “O Sacerdócio crucificado.

  1. Esqueceu os avisos antes e após a missa, o abraço da paz (“Quero te dar a paz, do meu senhor com muito amor! Quero, quero, quero, querooo…”), o ofertório (“Venho senhor minha vida oferecer, como oferta de amor e sacrificio”), o pai nosso (“Paaaiii noooossoo, que estaaaaiiis no céeeeeeuuu…santificado seja o seu noooooooome..”), o agnus deu com a versão de Legião Urbana e a cereja do bolo, o pout porri das seis músicas durante a comunhão, uma após a outra sem dar espaço para dois minutos de silêncio.

    Ah, em algumas paróquias tem a música de parabéns durante os avisos finais

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  2. “Apesar” da maioria das paróquias estarem sob “essa missa nova”, lembro do papa Bento VI ter falado algo sobre um movimento partindo dos próprios leigos de formação q como consequência gerasse um “retorno”, obviamente e não poderia ser diferente, contamos com a providencial ajuda de clérigos q se esforçam tb no trabalho…enfim, dá pra fazer diferente do q foi relatado na matéria acima! Dá trabalho, é uma caminhada “lenta e dolorosa” mas sou testemunha de q dá pra ir mudando…

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  3. Perto de minha casa fica a Igreja paroquial. Lá é impossível ter silêncio, com ou sem missa.
    Eu não assisto Missa Nova, mas às vezes vejo a Igreja aberta e sem missa, e penso: “Vou fazer uma visita breve ao Senhor no Santíssimo…”
    Ao entrar, sempre esses animadores estão por lá. Sempre estão falando alguma coisa ou tocando (na melhor das hipóteses), e eu só rezo um Pai-Nosso, uma Ave-Maria e um Gloria Pater, porque mais do que isso é para mim um convite a pecar por pensamento.

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  4. É exatamente isso que acontece. Existe uma preocupação quase que doentia em agradar ao povo; a Santa Missa é para exortar o comentarista, a banda e os músicos, os leitores, não podemos esquecer os ministros, diáconos permanentes sem esses então a Missa não pode começar, e , claro, a assembleia, essa tem que se sentir muito bem, participar cantando, dançando e com muitas palmas.
    A mudança não pode ser aos poucos pois se for assim não acontecerá.
    MISSA É O SACRIFÍCIO. E isso não significa que teremos depressão após a Missa, como infelizmente alguns sacerdotes dizem como desculpa para fazer da SANTA MISSA um show, alguns até já proibiram os fiéis de na Salve Rainha rezar a parte “gemendo e chorando nesse vale de lágrimas.”
    A SANTA MISSA É O SACRIFÍCIO e participamos e saimos com muita paz e alegria .
    Que Deus e Nossa Senhora abençoem os Sacerdotes que permanecem fiéis a Deus e não aos homens.

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    1. Fosse isso não haveriam tantos casos de depressivos entre os padres “animados”… Aliás é bem mais comum que se pensa. Consomem-se física e mentalmente, porém pouco se absorve do sobrenatural. Afinal, que emocional dará conta de um sentimentalismo multi-explorado nas Missas “de cura e libertação” ou nas confissões estilo “sessão de terapia”? Eles não foram feitos para isso e se algum caso raro for, não está no ambiente e situação adequados. E não pense que isso também não ocorre com os libertários militantes da TL. Consomem-se por uma causa que não repõe… As desigualdades sociais não deixam de existir, e essa teoria do opressor versus oprimido causa uma síndrome de perseguição e diminuição de si que extenua. O terceiro aspecto que consome o emocional de nossos padres é a âncora que se trava no ato de agradar o povo. Ali se empreende uma causa de efeito nulo pois agradar o imperfeito, partindo a ação de outro imperfeito sempre resultará em algo insuficiente ante expectativas. Isso causa frustração. Vejam que temos três cenários que esgotam-se dentro da diocese de cada leitor, isso se não esgotarem-se nas paróquias já dos arredores de suas residências… A resposta está em Cristo! Não se honra a Deus em oração, em ação de graças, em reparação, em súplicas ardentes. Ignora-se o Sacrifício! É como amarrar o bote em barco furado… Afinal, a resposta realmente está em Cristo: “onde está o teu tesouro aí está teu coração”. Que a Santíssima Virgem nos ajude.

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  5. O objetivo da igreja de Bergoglio, repetindo o que eu já disse aqui, é acabar paulatina e definitivamente com a missa e até mesmo com os sacerdotes.
    Em futuro próximo será apenas um culto protestante até mais avacalhado, com cantorias desenfreadas, batuques e palavras de ordens no final.
    Levará tempo apenas, o necessário para “amaciar” a plateia…

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  6. Esse texto sobre a celebração eucarística (na minha paróquia é exatamente assim) retrata fielmente o que está ocorrendo hoje em nossas paróquias. É uma pena, mas o verdadeiro sentido da celebração do Santo Sacrifício da Missa foi esquecido ou melhor está sendo deturpado. Será que um dia isso se reverterá?

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    1. Eu acredito que será, meu irmão. Apesar das muitas profecias que parecem estar se cumprindo, Nosso Senhor mesmo disse que devemos estar atentos para os sinais, mas que somente o Pai sabe o dia e a hora. Pessoalmente, não creio estarmos no fim, de modo que vejo sim a restauração do Santo Sacrifício nos altares do mundo. O que precisamos é mudar a raiz do problema: os seminários. Eles precisam ser ocupados pelos verdadeiros adoradores do Deus Verdadeiro. Alguém dirá que isso é impossível, pois aqueles que querem servir à Santíssima Trindade são barrados pelos responsáveis dos seminários. Isso é apenas meia-verdade. Nosso Salvador disse que os filhos das trevas são mais espertos em seus negócios que os filhos da luz. É hora, portanto, de usar a inteligência e ter mais inteligência que os filhos das trevas. Entrar no seminário, estudar e fazer o que mandam, agir como mandam, mas manter uma rotina discreta de estudo da Sã Doutrina de sempre e de oração para não ser seduzido e infectado pelo fermento dos fariseus. Estes seminaristas tornar-se-ão Sacerdotes e poderão assumir a direção dos seminários. E aos poucos, haverá uma hoste de operários para a Vinha do Senhor que se tornarão Bispos e talvez, Cardeais. Começando pelo Brasil e ocorrendo em todo o mundo, aos poucos, a situação poderá mudar. Aos poucos, é claro. Isso demandará paciência, perseverança, resistência, resiliência e determinação.

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  7. O livro de São Leonardo de Porto Maurício Tesouro Oculto : Méritos e Excelências da Santa Missa, faz sentido para a missa nova?
    Se alguém diz que faz ou esta forçando a barra ou está sendo desonesto!

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  8. Acredito, e faço a experiência, que cantos, comentários, serviço de ministros e outras coisas relativas à Santa Missa devem ser orientadas antes com carinho, humildade e firmeza.
    Quando eu não faço isso é sofrimento garantido.
    Na minha realidade tenho obtido melhorias na qualidade da missa nova como: eliminação de comentários, seleção dos cantos, melhor administração de instrumentos, maior silêncio e piedade na celebração… etc…
    Trabalho lento mas essencial se queremos conservar (resgatar) nossa identidade católica.

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  9. Uma dica para esse sacerdote: passe a rezar o ato penitencial, o glória, o Santo, corta da oração pela paz direto pra rezar o Cordeiro de Deus tb. quando acabar a distribuição da sagrada comunhão, comece a rezar no microfone: alma de Cristo… quanto menos música melhor. ng vai poder reclamar ao bispo que ele não está deixando os músicos cantarem. se o bispo acolher uma reclamação desse tipo aí realmente pede pra sair…

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  10. Horácio, isso não funciona. Tentamos introduzir fiéis da Tradição para tentar soerguer uma Ordem Terceira daqui de Salvador e, aos poucos, estes fiéis não conseguiram esconder o quão escandalizados ficavam com os abusos, sacrilégios, heresias e blasfêmias que presenciavam. Resultado: todos (incluindo minha pessoa) foram expulsos pela de”formadora” feminista, psolista e em “segunda união”, por um conselheiro que se diz filho de uma entidade do candomblé e não da Virgem Santíssima e pelo prior, cidadão fraco, sem fé e adúltero! Só na Resistência ou na FSSPX há um ambiente saudável para o crescimento da fé! Esqueça a Igreja Pós-Conciliar… Somente uma intervenção divina brutal para consertar as coisas…

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    1. Eu entendo Dionísio e sinto muito pelo ocorrido. Mas não posso deixar de acreditar que seja possível retomar os seminários. Se a Roma pagã se tornou a Sé Apostólica com o sangue dos santos Pedro e Paulo, somado ao de tantos mártires, não serão os adoradores da Reunião Vaticano II (pois me recuso a chamar de Concílio até que o Espírito Santo me ilumine sobre o que foi aquele fato) que impedirão a volta de bons operários para a vinha de Cristo. E claro, uma intervenção divina com certeza aceleraria as coisas.

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  11. Sou pároco na Arquidiocese do Rio de Janeiro, fui enviado como vigário e depois de 1 e meio, assumi a paróquia. Durante esse período, pouco tive voz, frente as bizarrices que vi e ouvi. Mas rezei… e muito! Até que assumi a paróquia, pois o pároco anterior a mim se aposentara. Assumi uma briga sem tamanho, pois afirmei aos “liturgistas” de minha paróquia que rezaríamos a missa da forma mais piedosa possível, sem bateria, sem meninas no altar, sem panderola, sem comentaristas, apenas um sino que pus na entrada a igreja que tocaria ao inicio da missa. imaginem o que enfrentei para por tudo isso em prática!? Foram 4 longos anos até todos compreendessem os sinais, os gestos, as orações que muitos nem sabiam que faziam parte da liturgia da missa, pois eram abafados por cânticos, fora da realidade litúrgica, barulhos que não deixavam nem o povo e nem a mim rezar como convém. Já se foram 8 anos e depois de muito suor, o povo finalmente entendeu o que é o sacrifício da Santa Missa, os que ficaram na paróquia, hoje rezam em silêncio após a comunhão e ninguém sai da igreja sem fazer sua ação de graças, que antes era feita com música calma e relaxante, para que você entrasse em “clima” de oração.

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  12. Antes do CVII o padre tinha autoridade.
    Depois do CVII foi sendo criada nas paróquias uma estrutura semelhante às comunidades protestantes históricas.
    Entre luteranos e presbiterianos quem manda é o Conselho dos anciãos, o pastor é contratado por eles e tudo o que faz precisa do aval deles.
    Hoje, nas paróquias católicas há uma estrutura semelhante. Há o presidente da paróquia, secretário, tesoureiro, etc…
    Alem disso há inúmeros grupos ditos “pastorais” ocupados por homens e mulheres frustrados em busca de atenção emocional, vaidade e ilusão de poder.
    Além de todos estes há os grupos de “leitura”, “ministério leigo” e “cantores”. Todos estes preenchem o tempo dos padres com reuniões inúteis e tediosas.
    Quando estes grupos se reunem nada falam de religião e sim fofocas, falsidades e veneno.
    Não e raro, assim como nos protestantes a prática de desfalques nos conselhos, muitas vezes abafados pelos padres por comodidade.
    O padre não é mais um pastor de almas, mas sim um misto de assistente social com palestrante de autoajuda.
    Ai do padre que ousar falar a verdade e tentar se impor como autoridade. Todos estes grupos irão à algum bispo preguiçoso e acomodado pedir a cabeça do padre.

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  13. Fui comentarista nas missas aqui da paróquia por muitos domingos. As lembranças que tenho são péssimas. Só fiz besteira. Nunca me esqueço o dia que atropelei (sem querer) a oração do padre logo após a Transubstanciação. Graças a Deus saí do grupo e nunca mais precisei “ajudar” a equipe de liturgia.

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  14. O texto mostra uma situação que tem afligido a muitos na Igreja. Apesar do tom irônico e, talvez até algo debochado quando se referiu ao “diácono permanente de bigode” (por quê?) ou à “coroinha fêmea” (sem necessidade), apresentou aspectos que devem ser pensados. Contudo, a Missa conforme o Novus Ordo Missae tem sido celebrada com zelo e profundidade em não poucas comunidades religiosas e paróquias. Os abusos litúrgicos é que devem ser coibidos e a alfabetização litúrgica do povo nunca foi uma prioridade na história da Igreja. Mesmo no tempo exclusivo da Missa Tridentina, a reprodução mecânica de gestos por parte dos leigos, quando não poucos se limitavam às suas devoções particulares dentro da celebração, já apontava para esse iletramento mistagógico do povo de Deus. São pontos que também merecem uma reflexão atenta.

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    1. Conheci muitos diáconos permanentes em minha cidade, um ou outro usava barba, bigode não.
      Eram homens casados que, pensando em prestar serviço à Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo foram explorados pelos padres.
      Muitos padres desapareciam da paróquia durante a semana e deixavam tudo nas mãos dos diáconos, missas, batismos, enterros e as inúteis reuniões de formação de ministras leigas e outras tantas “pastorais” de sabe-se lá o que!
      Digo “reuniões inúteis” porque já estive em algumas delas à convite, assim como “retiros” igualmente inúteis, visto que as tais ministras só estão lá porque seu circulo de “amigas” também está. Quando descobri a tradição tentei levar algumas conhecidas à missa tradicional, mas como resposta recebi “…nao, porque não tenho nenhuma amiga lá…”
      Todos estes diáconos que conheci desistiram depois de algum tempo, não suportando o fardo.
      Curiosamente todos eles tem essa conversa de copo meio cheio, talvez devido a “formação ” que receberam.
      Para eles, o novus ordoe e o CV2 funcionam, só é preciso engajamento e formação da parte dos leigos.
      Não, não foram os leigos que abandonaram a igreja, foi a igreja do CVII que abandonou os leigos e abandonou à Nosso Senhor Jesus Cristo pelas ilusões do mundo.
      Viva Cristo Rei e sua Mãe Maria Santíssima!
      Viva a Santa Tradição!
      Dom Marcel Lefebvre tinha razão!

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