O neo-cardeal de Bogotá sobre a despenalização do aborto: “tudo bem”.

Dom Rubén Salazar Gómez, Arcebispo de Bogotá, será criado Cardeal no pequeno consistório do próximo dia 24. Em uma longa entrevista ao principal jornal da Colômbia, o neo-cardeal declarou:

Dom Rubén Salazar Gómez, arcebispo de Bogotá.
Dom Rubén Salazar Gómez.

Mas é claro que o aborto é permitido na Colômbia em três casos concretos…

Faço um distinção clara. A corte constitucional inicialmente despenalizou o aborto. Mas logo tomou o caminho de converter o aborto em um direito. Uma coisa é não aplicar a pena a algo que se considera indevido, e outra, categorizá-lo como direito. Quando o aborto foi despenalizado nestes três casos concretos, eu disse: tudo bem. Mas o aborto não pode ser um direito a ser ensinado nas escolas.

Ao que comenta o blog Secretum Meum Mihi sobre o possível fundamento para a posição do Arcebispo: o “conceito que os sofistas anti-vida e pro-abortistas conseguiram inserir nas legislações — maçônicas — de diferentes países, pelo qual um estado considera o aborto um delito, mas renuncia ao seu direito de aplicar a justiça”. No Brasil, é o caso do erroneamente chamado “aborto legal”: tipificado, mas não penalizado pelo Código Penal. Todos estariam satisfeitos: clérigos acomodados, pois, no fim das contas, o aborto não foi descriminalizado; e abortistas em geral, pois a porta fica, então, escancarada para o assassinato de inocentes.

O mesmo Dom Salazar, em entrevista à ACI, aplica esta teoria em relação às drogas: “como Igreja, não nos opomos à despenalização, mas, sim, teríamos certos reparos quanto à legislação”.

Mas, afinal, o que resta de um Estado que não penaliza os delinquentes, senão uma mera fachada de ordem? A despenalização de jure não equivaleria à descriminalização de facto?

PS.: o jornal da arquidiocese do neo-cardeal recenseou positivamente o congresso da Teologia da Libertação realizado na Unisinos. Dom Salazar, apesar de seu “apoio” à missa tradicional, mostra-se, até o momento, uma verdadeira pena imposta aos católicos colombianos.

12 comentários sobre “O neo-cardeal de Bogotá sobre a despenalização do aborto: “tudo bem”.

  1. Pobre América Latina, tão castigada pelo desleixo e apostasia de seus bispos. Não é que o continente vive um processo acelerado de “descatolização”, mais rápido até que na Europa. Que Deus ilumine a Igreja da América Latina, pq os tempos definitivamente são negros.

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  2. É esse tipo de cardeal que fala em evangelizar? O permissividade diante do aborto deve ser o maior sinal do quanto sociedade atual é anormal e doente. Como é possível?
    O comportamento moral em voga é o comportamento de gangues que tentam firmar acordos, “tudo bem matar e assaltar, mas vamos tentar não fazermos isso entre nossos grupos”.

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  3. Turíbulo nele! (3)…Perfeito Ana!

    Rafael, ele foi nomeado cardeal, pois, está em uma sé cardinalícia…o problema é: porque ele é bispo?

    E logo logo, teremos o Cardeal Muller… ele também deve ter amado o encontro na Unisinos.

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  4. Nossa Senhora de La Salette disse na aparição de 1846 aos videntes Maximin e Melanie que “Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos Santos mistérios, pelo amor ao dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza”.(1) “Aí dos Príncipes da Igreja, que então estarão ocupados apenas em amontoar riquezas acima de riquezas, salvaguardar sua autoridade e dominar com orgulho”.(2) “..o número de sacerdotes e religiosos que se afastarão da verdadeira Religião será grande. Entre essas pessoas encontrar-se-ão até Bispos”.(3)
    Veja que é a realização das profecias de La Salette.

    O.cit. Dufaur, Luis Eduardo, “Aparição de La Salette e suas profecias”, Ed. Petrus-SP/2007.
    1-Ibidem, pg. 58
    2-ibidem, pg. 63
    3-ibidem, pg. 62

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