Reconstruamos os fatos:

1) Monsenhor Guido Pozzo foi nomeado Secretário da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei, encarregada de zelar pela “plena comunhão” dos “tradicionalistas”, em 8 de julho de 2009, na reestruturação que sofreu a Comissão após a aposentadoria do Cardeal Dario Castrillon Hoyos, então seu presidente.
2) Guido Pozzo foi, em novembro de 2012, promovido (a esmoleiro pontifício) para ser removido (das tratativas com os “tradicionalistas”). O Fratres anunciou a notícia com um mês de antecedência: “Monsenhor Guido Pozzo, até o momento Secretário da Comissão ‘Ecclesia Dei’, seria nomeado Esmoleiro de Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Embora promovido à dignidade de Arcebispo, ele deixaria um cargo de importante influência na política eclesial para passar à função de burocrata de gabinete. Com pouco mais de três anos na Comissão Ecclesia Dei, Pozzo não foi muito bem avaliado em sua atuação no diálogo entre Santa Sé e Fraternidade São Pio X, sendo frequentemente acusado de intransigência na defesa de suas posições pessoais.
3) Quais posições? Pozzo se destacara por defender uma versão toda particular e feroz da “hermenêutica da continuidade”. O arquivo do blog está à disposição de quem quiser conferir, mas vale, como exemplo, citar sua carta ao Instituto do Bom Pastor, e que também Fratres divulgou com exclusividade.
4) Com a reorganização da Comissão Ecclesia Dei, que passou a ser subordinada à Congregação para a Doutrina da Fé, a nomeação do Arcebispo Gerhard Ludwig Müller para Prefeito desse mesmo dicastério caiu como uma bomba e teve que ser contrabalançada. Foi quando, em junho de 2012, o Papa Bento XVI designou vice-presidente da Comissão a Dom Joseph Augustine di Noia, OP, que iniciou seu trabalho dando entrevistas positivas e enviando uma carta toda simpática à FSSPX. Depois de causar um alvoroço no mundo tradicionalista com Müller, pretendia-se amenizar as coisas com Di Noia.
5) A abertura de Di Noia deveria, assim, substituir o fechamento de Pozzo, que alguns acusavam diretamente de ter minado as discussões teológicas entre Roma e Menzingen. Assim, Pozzo foi nomeado, em novembro de 2012, esmoleiro pontifício e elevado à dignidade de Arcebispo.
6) Pois bem: na manhã de hoje foi anunciado o retorno de Monsenhor Guido Pozzo à Secretaria de Comissão Ecclesia Dei. Uma nomeação enigmática: Pozzo não permaneceu sequer um ano como esmoleiro pontifício. Os motivos que o teriam retirado da Ecclesia Dei deixaram de ter fundamento em pouco mais de 6 meses? Não teria ele se desempenhado bem como esmoleiro pontifício? Mas, sendo este o caso, não seria natural na política eclesiástica uma transferência para um posto de igual prestígio? A devolução de Pozzo à secretaria da Ecclesia Dei surge, em uma primeira análise, como um rebaixamento — e isso só ocorre raramente, em casos gravíssimos. Para o lugar de Pozzo, como esmoleiro papal, foi designado o cerimoniário pontifício Mons. Konrad Krajewski.
7) Mas haveria ainda uma última pergunta: os promotores do retorno de Pozzo à Ecclesia Dei não desejariam vê-lo novamente por lá para fazer justamente o que estava fazendo quando foi “promovido”?
8) Comentava-se, logo após a promulgação do motu proprio Summorum Pontificum e com o boom de celebrações, congressos e cobertura midiática em torno do ressurgimento da missa tradicional, que crescia, igualmente, o descontentamento de um partido “montiniano”, que defendia não uma reabertura à missa antiga e muito menos uma crítíca textual ao Concílio, mas uma aplicação mais estrita e fiel do que eles consideravam os verdadeiros Novus Ordo e Vaticano II. Os “tradicionalistas”, rebeldes como sempre, deveriam ser sufocados pela aplicação das reais intenções do Papa Montini.
9) Com a intervenção nos Franciscanos da Imaculada, muito provavelmente, motivada sobretudo pela visão crítica ao Concílio que tomava corpo dentro da ordem (que exigia necessariamente a missa tradicional, daí a proibição de ser rezada por eles), o retorno de Mons. Guido Pozzo poderia ser interpretado como uma nova medida em prol da “intocabilidade do Concílio”?
O concílio, de fato, é intocável. O diálogo só pode partir tendo como base o fato e a autoridade do concílio.
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Só dá para tirar uma conclusão realmente satisfatória dos “sinais” dessa renomeação quando restar claro qual será o destino de mons. DiNoia. De algum modo, cada vez fica mais claro que a hermenêutica de Francisco é a hermenêutica da continuidade de Bento XVI. Ratzinger se tornou uma espécie de onipresença teológica sublinhada no pontificado de Francisco; se em matéria pastoral há diferenças indiscutíveis e amplíssimas, o alinhamento teológico é cada vez mais claro. De certo, não há muita saída, Bento XVI centraliza a teologia católica contemporânea, de tal forma que esteriliza todas as “alternativas”, tanto mais tradicionais quanto as mais progressistas. Os rumores cada vez mais frequentes de que Francisco quer canonizar tanto João XXIII quanto Pio XII pode ser o gesto simbólico mais significativa da consolidação paradigmática da hermenêutica da continuidade como a chave de interpretação “adequada” ao concílio. Ou seja, ou a FSSPX faz um mea-culpa, tampa o nariz e “aceita” a legitimidade do Concílio Vaticano II (o que não implica aceitar a qualidade de suas disposições, afinal, trata-se de um concílio pastoral), ou não voltará para a plena comunhão tão cedo.
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Nossa posição de Católicos Apostólicos Romanos. É muito clara e transparente. Tudo que o Concílio Vaticano II disse, que não está em contradição com os demais Concílios dogmáticos, podemos aceitar.
E tudo que que fere a Tradição. Aí tem a nossa posição contra. O Concílio Vaticano II. Ele é todo cheio de “buraco.” Como dizia o nosso amado Bispo. Dom Antônio de Castro Mayer.
Este Concílio, podemos comparar com um purificar uma água suja. Agente aprende em química, que quando purificamos uma água suja ou contaminada; ela poderá ser aproveitada.
Aqui para nós! Nós temos um manancial que jorra dia e noite de água cristalina, que é a Tradição da Igreja.
para que procurar outras fontes duvidosa, para saciar a nossa sede?
Esta história antiga. De conversações com Roma, para a legalização da Fraternidade. Não depende da Fraternidade. Depende de Roma. O dia que as autoridades do Vaticano reconhecerem que a Fraternidade não tem nada contra a doutrina infalível da Santa Igreja. Automaticamente, Roma reconhecerá que a Fraternidade, guardou intacta a doutrina de vinte séculos de cristianismo.
Nem tudo que é legalizado é bom. No Arianismo, onde estava a Santa Igreja? Com os dois Bispos: Santo Atanásio, e Santo Hilário. Na Revolução Francesa. Onde estava a Santa Igreja? Escondida e perseguida.
Os inimigo da Igreja. Colocam um falso medo em todo mundo. “Olha! Quem não está unido em tudo com o Papa, é cismático e herege.” Os santos disseram o contrário. Nem sempre foram obedientes em tudo que os papas mandaram. A virtude da obediência é uma virtude moral. Ela pode cair no erro. Só as virtudes teologais que nunca caem no exagero.
Joelson Ribeiro Ramos.
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Bem chega o momento em que a letra mata, confesso que não sou “douto” de Teologia e Canônes. Porém, sei que foi maneira de pensar que levou o Judaísmo a afastar-se do Deus Verdadeiro. Onde se preocupando em “normatizar” as leis e os costumes, encheram de inverdades o que Deus durante anos e anos falou por meio dos Profetas, dos Justos e das Santas Mulheres. Como sabemos a Revelação terminou com a morte do último Apóstolo, tudo que precisávamos para nos salvar já foi deixado por Nosso Senhor. O Magistério da Igreja, não é mutável ao sabor dos sucessores de Pedro. Os Concílios têm por fim, acabar com qualquer dúvida de interpretação, condenar heresias, sustentar a Unidade. O que não vimos, ao menos de modo claro, no último Concílio. Antes, trouxe uma verdadeira crise entre os cristãos. Agora, todas as religiões “encaminham” para Deus. Então a vida e a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, foi apena uma, bem nem sei o que se pode dizer, afinal já se prega na Igreja que Cristo foi um personagem “criado” pelas primeiras comunidades. Equipara-se a Buda, Maomé. e tantas outras personagens. Pior que essas coisas são ensinadas, e até publicadas em documentos oficiais, o que mais uma vez comprova que a letra mata. O decálogo foi banido dos catecismos, a não prática das virtudes se justifica pela consciência de cada um. O maior tesouro do Cristianismo, não é seu fundador e sim o homem, por tanto se abre concessões para que o homem se sinta bem em detrimento aos Santos Evangelhos. Deus Nosso Senhor tem misericórdia de nós.
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Se “plena comunhão” significa adesão às flagrantes contradições conciliares, sobretudo as que dizem respeito à liturgia, então a Fraternidade São Pio X deve continuar a ser o que sempre foi: o “saxum inconcussum et indelebile” contra o qual a maré modernista vem bater, enfurecida e impotente. Que os traidores gritem bastante: Êcone é a rocha que serve de refúgio à Santa Igreja e abriga em seu seio a ortodoxia hoje renegada e perseguida por tantos. A lucidez incomparável de Bento XVI sabia disso.
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