Cardeal Brandmüller, um dos signatários do dubia: “Quem quer que que considere compatíveis o adultério e a recepção dos Sagrados Mistérios é um herege e dirige-se a um cisma certo”.
Por Walter Mayr – Der Spiegel, Roma, 23 de Dezembro de 2016 | Tradução: Georges-François Sassine – FratresInUnum.com: O Salmo 118 ressoa como um gracejo carregado. “Este é o dia que o Senhor fez, alegremo-nos“, diz solenemente o Cardeal Decano Angelo Sodano, a partir da leitura daquele livro do Antigo Testamento, e olha com expectativa para o Papa. Já este, olha para o espaço.
É a última manhã de sábado na Capela Paulina do Vaticano, pouco depois das oito horas. Meia centena cardeais residentes em Roma, vestidos com seus paramentos e solidéus púrpuras, alinham suas perspectivas para honrarem uma devoção comum com o Papa, pela ocasião de seu 80º aniversário.
Como se sentam os dignatários presentes, os quais contemplam o afresco de Michelangelo sobre a Crucificação de São Pedro, e o poderoso homem situado à esquerda do altar, a distância é quase palpável. “Tenha a certeza de que permanecemos próximos”, reafirma o Cardeal Decano para Francisco. Mas a expressão soa estranhamente vazia.
A poucos metros da Capela Paulina, acima da sacristia de São Pedro, resiste, entretanto, um idoso prelado alemão: Walter Brandmüller se desculpou por seu estado de fragilidade e felicitou o Papa por meio de carta. É a segunda carta enviada a Francisco pelo cardeal alemão, de 87 anos de idade.
A primeira carta foi nada menos que aquela assinada por Brandmüller e três colegas cardeais – o alemão Joachim Meisner, o americano Raymond Burke e o italiano Carlo Caffara – exigindo do Papa a resposta sem ambiguidade a cinco “dubia” – dúvidas sobre a exortação apostólica “Amoris Laetitia”. Entende-se, segundo os autores, que somente desta maneira podem ser tratadas e dissipadas a “desorientação grave e grande confusão” causadas pela exortação apostólica entre os fiéis.
A carta dirigida ao Pontífice teve caráter pessoal e foi posta em cópia apenas para a Congregação realmente competente, liderada pelo também alemão Gerhard Ludwig Müller, e mostra onde a ala conservadora católica localiza a fonte de todos os problemas. O Papa Francisco respondeu à admissível, porém surpreendente, carta de seus irmãos na Fé com a máxima pena: ele ignorou a carta e se recusou a dar qualquer resposta.
“TRATA-SE DA QUESTÃO CENTRAL”
Notavelmente, em uma passagem do seu discurso de Natal dirigido à Cúria na última 5ª feira, Francisco demonstrou sua percepção de que ele se vê em via de ser atingido. Ele falou de “maliciosas formas de resistência”, as quais almejam apenas suscitar culpas sobre ele, debaixo da pretensão de luta pela manutenção da Tradição, em conteúdo e forma de expressão.
“O Papa está cozinhando [de raiva]“, diz o vaticanista Edward Pentin, o qual conduz suas fontes desde a Casa Santa Marta onde Francisco mora. O centro da disputa é uma nota de rodapé à questão de saber se os divorciados recasados devem ou não ser admitidos à Sagrada Comunhão. Em verdade, porém, diz cardeal Walter Brandmüller desde seu apartamento, perto da Basílica de São Pedro “Neste ponto, falando coloquialmente sobre a questão central: se há uma decisão significativa, o assunto e a decisão tornam-se matéria séria – sabidamente o núcleo do todo, relativo à Doutrina da Fé“.
O Papa e o Cardeal Walter Kasper, que são teologicamente alinhados, tendem a enfraquecer preceitos centrais da fé católica e a deixar questões de interpretação (responsabilidade de bispos e padres) relegadas meramente ao cotidiano local de cada caso. Isso ataca diretamente as bases da Igreja Universal: “Quem quer que que considere compatíveis o adultério e a recepção dos Sagrados Mistérios é um herege e dirige-se a um cisma certo”. As Escrituras, de acordo com o Cardeal Brandmüller, não é uma loja self-service: “De acordo com São Paulo Apóstolo, somos participantes dos Divinos Mistérios, mas não podemos assumir a participação como um direito incondicionalmente à disposição.“
“CAOS PURO”
A primeira impressão: alguns teimosos e idosos cardeais entram novamente em disputa contra um papa incansavelmente reformista. Mas, desta vez, parece que há mais em jogo. Francisco encontra-se cada vez mais solitário, desmoralizado pela resistência na Cúria e pela falta de coragem para que mudanças estruturais sejam efetuadas. “Bergoglio, escolhido em 2013, já não é reconhecido por muitos na pessoa de Francisco”, diz um confidente do Papa.
O Ano Santo da Misericórdia tem sido palco de “um tema que cobre tudo, ao mesmo tempo que deixa tudo em aberto”. Este mesmo ano tem observado um número de fiéis muito abaixo das expectativas. Além disso, a reestruturação da Cúria se mostra hesitante na sua realização, “puro caos, segundo relatado de gabinetes individuais”. E a loquacidade ininterrupta do Papa prepara problemas adicionais: que ele impute à mídia e seu público uma “tendência para coprofagia” (a ingestão de excrementos), o que deve aliená-lo de seus adjuntos mais próximos.
No entanto, o pontífice argentino luta pelo seu legado. Às cinco da manhã, a luz dele está acesa em Santa Marta, enquanto nos demais nos apartamentos dos veneráveis prevalece o silêncio e só pode ser ouvido o barulho de gaivotas sobre a praça de São Pedro. Entretanto, tempo é algo que Francisco já não dispõe de muito. Seu prazo de pontificado, de quatro ou cinco anos segundo ele mesmo prescreveu-se, deve expirar em breve.
Os críticos do Papa, dentro e fora dos muros do Vaticano, no entanto, ainda podem ser surpreendidos. No círculo menor, Francisco é mencionado por ter autocrítica, tendo já declarado: “Não excluí a hipótese de que eu seja lembrado como o Papa que, na história da Igreja Católica, a dividiu”.
Rezemos para que o Papa Francisco NÃO renuncie.
Vocês acreditam que Bergoglio não irá manipular o Conclave para que se escolha um sucessor de sua preferência?
No mínimo seus preferidos são: Maradiaga (74 anos), Tagle (59 anos!!!) e Ravasi (74 anos).
Aliás, é impossível que o conclave de 2013 não tivesse suas cartas marcadas, a fim de que escolhessem um cardeal semelhante a Carlo Maria Martini, neste caso, Bergoglio.
A comunhão aos divorciados e amasiados vai continuar neste pontificado, e permanecerá A MENOS que o próximo papa (que não seja liberal como Bergoglio) confirme a Tradição da Igreja rejeitando tal prática.
Mas no geral, Francisco está enfraquecido, baseio-me no fato de que no próximo Sínodo de outubro/2018 o assunto abordado será “jovens, fé e discernimento vocacional”.
Do contrário ele teria escolhido o tema referente ao sacerdócio a fim de terminar com o celibato.
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Dispor-se-ia ao acaso o papa Francisco ser recordado, cair nas historias da Igreja e profana como mais uma nefasta reedição do arquiheresiarca Martinho Lutero, versão século XXI?
*Em um círculo muito restrito, diz-se que o Papa Francisco teria se explicado com a seguinte crítica: “Não descartaria que eu passe para a história como aquele que dividiu a Igreja Católica”.
Nesse caso, apenas depende dele de afirmativamente se assomar aos ideologistas que grassam nesse século, encarnadas nas esquerdas anticristãs globalistas e tomar tal decisão de manter seu comportamento retrátil à doutrina de sempre da Igreja!
Ter-se-ia impressão que o papa Francisco se surpreendeu com a reação dos oponentes às suas pretensas reformas, que seriam uma adaptação da doutrina da Igreja ás conveniencias dos “novos tempos”, do multiforme deus-homem que se confinara nas catacumbas, hoje em dia ressurgindo e querendo de todas as formas se impor como legislador; em suma, desafiar seu Criador, atitude adotada por Satã ao se revoltar contra o Senhor Deus!
A principio, pareceria o papa Francisco não teria dado grande importancia às oposições a ele, mas quando vieram dos Altos Hierárquicos com firmeza, reagiu e se disporia ao confronto, ainda mais pretendendo lhe passar, se não se explicar acerca das “dubia”, um auto de correção!
O que se percebe a cada momento é que o papa Francisco assumiria cada vez mais um determinada posição: os inimigos da Igreja, modernistas e progressistas das esquerdas bastante satisfeitos com ele, a ponto de o apóstata **L Boff recentemente afirmar ser ele “um dos nossos”!
Eis o que disse: “Francisco é um de nós. Transformou a ***Teologia da Libertação em propriedade comum da Igreja. E ele a estendeu. Quem hoje fala dos pobres, também tem que falar da terra, porque ela também está agora sendo saqueada e abusada. “Ouvir o grito dos pobres”, ou seja, ouvir o grito dos animais, das florestas, de toda a criação torturada. Toda a terra grita. Além disso, diz o Papa — e ele assim cita um dos títulos de um dos meus livros — temos que ouvir simultaneamente o grito dos pobres e o clamor da terra. E, com certeza, ambos precisam ser libertados. Eu mesmo tenho lidado no passado recente com esse alargamento da Teologia da Libertação. E que [esta dimensão ambiental] é também o aspecto fundamentalmente novo em Laudato Si”.
*sensusfidei
**Mike Hickson – OnePeterFive.
*** Teologia da Libertação-TL, esquerdismo ideológico, obra-prima da KGB, chantagem da doutrina católica reformulada em marxismo dissimulado de cristão para enganar os incautos, obra dos laboratorios de engenharia social à la Escola de Frankfurt.
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A mentalidade de Bergoglio é a que domina: não se deve dar apreço ou avaliar a própria consciência e decisões por alguma norma ou parâmetro externo seja ele qual for. Supor que uma norma sirva de baliza para consciência é o sumo escândalo para o relativismo. E Bergoglio é o paladino máximo desse mal dentro (?) da Igreja. O relativismo, quando muito, aceita que se deve buscar um consenso de ocasião, e tal consenso não é, por hipótese, cogente e obrigatório, mas apenas exortativo.
Essa mentalidade falaciosa e destrutiva invadiu há muito os ambientes católicos. Ela deriva de correntes que remontam a Descartes e Kant, e foi claramente denunciada por Pio X em sua atualisssima encíclica Pascendi, a qual, à época de sua promulgação, recebeu muitos elogios pelas agudas análises filosóficas que emergem no texto.
O relativismo admite graus, mas nasce de um problema central que consiste em negar à inteligência humana a sua capacidade de conhecer a verdade objetiva. Uma vez que não seria possível se estabelecer a verdade, válida para todos, o que restaria a cada um é refugiar-se na própria consciência. Isso é o que pensam os relativistas de todos os matizes. O ideal de vida dos relativistas é aquele apontado ironicamente por Leão XIII: querem ser livre pensadores para serem livre fazedores.
Em vista disso é que o prelado argentino, atual ocupante da Santa Sé, dá com os ombros quando criticado. Tanto faz, para ele, que entre na história como alguém que dividiu a Igreja católica. Relativista como é, ele apenas segue a sua consciência. Está persuadido de que faz o melhor. Não há norma externa a que deva submeter-se, seja o Magistério ou o direito canônico.
Ora, não haveria a ditadura do relativismo, tão denunciada pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, caso não existissem ditadores. E o calamitoso e burlesco antipapa Bergoglio cumpre com esmero esse papel inglório, de resto tão comum nas republiquetas liquetas das bananas vermelhistas, uma mutação de bananas que grassa exuberantemente na abandonada latinoamerica boliviana e castrista.
Pobre e infeliz jesuíta, perpetrando tão grave traição à intenção de seu fundador.
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“Não excluí a hipótese de que eu seja lembrado como o Papa que, na história da Igreja Católica, a dividiu”. Meu Deus, misericórdia. Isso deve ser mentira. Não tem o mínimo de cabimento. Um papa não pode dizer isso jamais!
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Eu também acho que é mentira, não tem o menor cabimento. Se o homem diz uma coisa dessas é caso de camisa de força e internação.
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A mais recente ameaça de Leonardo Boff à Igreja: “Francisco é um de nós” https://anticattocomunismo.wordpress.com/2016/12/27/leonardo-boff-tdl-francesco-e-uno-di-noi/
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Eu tenho pena desse papa.Falo sério!
Achar que vai dividir a Igreja e Cristo ter duas esposas?
Claro que não. Ele vai estar em ruptura com a tradição católica e levará muitos junto com ele.
A Igreja continua sendo uma e Cristo terá e sempre terá uma única esposa
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Mesmo sendo alguém que não mereça crédito no que fala, nesse caso dá para acreditar no que o Boff disse a respeito do papa Francisco que “ele é um de nós”, a começar de quem está com as esquerdas está com ele e o contrario, portanto considera o papa seu parceiro pelo que se percebeu até agora, dando a impressão de serem afinados.
Se o papa Francisco recebe as turmas bravas dos movimentos das bandeiras vermelhas do martelo e foice tipo MST, então aceita a TL que também anda aos abraços com os partidos vermelhos, mesmo a CNBB, tá claro que são da mesma equipe.
Nesse mesmo de companheirismo entram os ditadores Evo Morales, Maduro e sempre em boas relações com Fidel Castro, Obama e outros escroques da humanidade.
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Oremos. Trata-se de uma grande crise. Mas as portas infernais não prevalecerão.
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Pode parecer estranho, mas fiquei com uma ponta de esperança ao ler essa notícia. Essa resistência silenciosa, o isolamento dele, e a irritação que o consome, são um sinal de que a Graça ainda assiste a Igreja. A Igreja pertence a Nosso Senhor, e não a este ou àquele papa. O Verbo de Deus Encarnado disse que haveria UM SÓ REBANHO E UM SÓ PASTOR, e o papa que atenta contra essa ordem deverá arcar com as consequências, aqui e na outra vida. Situação gravíssima, porém ainda há esperanças!
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Tenho impressão que o cisma já existe, mas quem começou, a não ser o papa Francisco querendo impor suas ideias na Igreja, querendo dar uma de legislador, nesse caso, se acharia superior a Jesus!
Quem és tomando uma atitude dessa, para tanto?
Quem se ajoelhou nos pés de pastores – despachantes de milagres – e aprecia Lutero, bem que poderia ser ele atualizado.
Mas que o papa Francisco vai ter de ENGOLIR ESSA A SECO, VAI, do Cardeal Brandmüller: “Quem quer que que considere compatíveis o adultério e a recepção dos Sagrados Mistérios é um herege e dirige-se a um cisma certo”.
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Francisco é uma dádiva de Deus, porque se não fosse ele, e suas estranhas posições, a FSSPX tombaria frente às pressões para fazer o tal do acordo.
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