Prossegue atuação de grupos de pressão para acirrar divisão na Igreja e na CNBB.

Por FratresInUnum.com, 31 de julho de 2020 – Foi divulgada ontem uma carta de apoio à carta dos bispos petistas contra o presidente da república. Apesar de que se tenha publicado que havia mais de mil padres signatários, a verdade é que houve 879 padres, 6 irmãos, 114 freis (dos quais não sabemos quantos são ordenados) e 59 diáconos (dos quais não sabemos quantos são permanentes).

Mesmo que o número possa impressionar num primeiro momento, a verdade é que, num universo de 27 mil padres, o número representa apenas 3,9% do clero brasileiro, de modo que há ainda 96,1% dos padres que não coadunam formalmente com esta radicalização e divisão. Ademais, a carta não revela a idade média dos signatários, que, desconfiamos, será bastante alta.

Em todo caso, o fator mais importante para a análise do fenômeno não são os dados meramente estatísticos, neste caso muito baixos e inexpressivos, mas são outros quesitos, que pensamos serem mais determinantes:

Verdade objetiva. Não podemos jamais equivaler a ideologia com a realidade. As filosofias que enfatizam demais a narrativa ou apenas as articulações dos discursos pressupõem a inexistência da verdade, coisa que é flagrantemente mentirosa. A verdade não apenas existe, como ela é a maior força que move o mundo. Esses padres podem protestar o quanto quiserem, mas os seus protestos não terão o sufrágio do povo fiel exatamente por irem contra os fatos, por serem incoerentes.

Tendência do processo histórico e o momento atual. Um movimento popular que seja contrário ao processo histórico em andamento não pode ter sucesso se não estiver identificado com os sentimentos em voga na própria população. O petismo e todos os movimentos que lhe são solidários recaíram sob a hostilidade do povo como um todo. A própria CNBB recaiu sob a mesma hostilidade e está numa crise de credibilidade na sociedade brasileira, depois de terem apoiado de modo tão acrítico os movimentos de esquerda. Se esse processo não for revertido, a Igreja perderá toda a sua credibilidade.

Adesão da opinião pública e índices de crescimento religioso. Não existe no Brasil nenhuma localidade em que exista um índice de crescimento da Igreja Católica, enquanto os índices de crescimento das comunidades pentecostais, intrinsecamente conservadoras do ponto de vista moral, não param de crescer. Essa defasagem católica, causada pela teologia da libertação, não poderá ser resolvida com mais teologia da libertação. Além disso, essa defasagem, ainda mais representada por número tão pouco representativo do clero, é maximamente pouco incisiva sobre a opinião pública.

Desmoralização intelectual da teologia da libertação. Quando aconteceu o assalto da Teologia da Libertação na década de 70, o povo católico não estava minimamente preparado, ninguém sabia do que se tratava. Hoje, está todo mundo muito advertido, inclusive pelo próprio Magistério da Igreja, de modo que a sua tentativa de ação contra o laicato provocará uma reação proporcional do próprio laicato, com o sepultamento definitivo desta ideologia, sepultamento que lamentavelmente não aconteceu até hoje. O discurso da TL está desgastado, os partidos de esquerda estão desmoralizados, não lhes resta senão o uso do jus sperniandi. É justamente o que eles fazem com essas notas e cartas.

Efeitos colaterais. Manifestações como essas não são isentas de um efeito colateral importante, que é a localização de onde estão os elementos de esquerda mais radicais no clero. O povo agora pode saber quem são, onde estão e como atuam. Desta forma, a neutralização desses agentes comunistas dentro da Igreja pode ser mais facilmente realizada pelo laicato, não necessariamente de modo belicoso.

Divisão na Igreja. Se a Igreja já está num processo social de enfraquecimento, quanto mais se ela se dividir por questões políticas tão ideológicas. A aposta do clero libertador é usar este momento atual como ponto de ignição de um processo revolucionário que detone a revolta na parte esquerdista do clero. Dentro dos grupos libertadores, agora o debate é “como tirar os neutros de cima de muro” e acirrar ainda mais o debate. Se os bispos morderem a isca, começarão um processo de desgaste eclesial interno ainda maior que, somado aos desgastes da epidemia, do abandono dos fieis, das dificuldades pastorais presentes, será insuportável e não poderá ter uma longa sobrevida. O corpo eclesial sofrerá demais com o agravamento dessa divisão.

Uma análise calma e atenta nos mostrará que, embora os inimigos históricos da Igreja estejam comemorando de modo tão efusivo essas manifestações de racha e contenda, na verdade, o caminho mais sábio e mais prudente não é este. A Igreja não está em condições para enfrentar uma oposição generalizada, por dentro e por fora; ela já não goza mais do prestígio que gozava justamente por embrulhar com suas bandeiras essas máfias políticas; e, sobretudo, não podemos perder os fieis que ainda nos restam e que são amorosos, devotos, piedosos e sinceros.

10 comentários sobre “Prossegue atuação de grupos de pressão para acirrar divisão na Igreja e na CNBB.

  1. Análise perfeita considerando que Bolsonaro lidera as pesquisas eleitorais em todo o país com mais de 70% da preferência em 2022.
    Por outro lado, considerando o conservadorismo do povo brasileiro, é razoabilíssimo que haja minoria também nesta “Igreja” sinistra que apresenta menos de 4% de apoio à carta carta petista.
    Para mim tudo corre sem surpresas:
    A sinistra faz a sua sujeira e o povo limpará nas urnas.

    Curtir

  2. A não-resposta de Bolsonaro a essa gente vira-lata foi linda, e não se cansam de passar vergonha! O presidente está dando prioridade a Felipe Neto, que vive um auge, ao contrário desses tiozinhos solteirões afundados na decadência.

    Número 490 abaixo-assinado: “Padre” José Messias Dias Matos – “Diocese Anglicana do Pará”…

    Curtir

  3. Uma das provas que a CNBB por causa dos petistas fantasiados de bispos estão desmerecidos junto ao povo é que quando queriam promover aquela tapeação de “eleições limpas” pelo sujimundo PT, comandado por D Joaquim Mol, não conseguiram nem a metade das adesões necessárias – 1.500 000 – conseguiram apenas quase 600 000 assinaturas!
    Mesmo assim, a maior parte foi de velhinhos(as) que assinaram porque os padres pediram!
    O saudoso frei Clemente Rojão denunciou D Walmor como socialista e mesmo o bispo dele!
    Bolsonaro dar resposta ou satisfações quaisquer para Lula, Dilma e a outras imundícies abortistas martelo e foice nem compensaria e se rebaixaria ao nível desses carrascos, corruptos e corruptores!

    Curtir

  4. Ótima análise. .
    Aplaudindo de pé…
    Apenas 4 por cento de adesão são padres PT ..e era da velharia da Igreja.
    A Igreja na sua grande maiora já estão em outra
    era , são padres cheios do Espírito Santo ..era João Paulo II.

    Curtir

  5. Acho que Deus vai permitir que a CNBB (e a Igreja do Vaticano II) caía moralmente até o fundo mais fundo do poço – só então, batendo forte com a cara no chão, acordarão.

    Curtir

  6. Faço as seguintes observações:

    – as horrendas e execrandas seitas heréticas pentecostosas não sao tão conservadoras como se propala. Outrora, é verdade, eram bastante moralistas. Hoje, o número de casais em quintas ou sextas “nupcias” a tagarelar em lingoas é de fazer inveja à Amoris Furbitia franscisquética… O pentecostalismo, digamo-lo abertamente, transformou-se apenas numa modalidade grosseira de paganismo em que as turbas sensuais e descontroladas ingressam no templos da depravação herética e obscura à cata de milagres financeiros e demais benesses materiais e outros meios de se tornarem mais “prósperas e empreendedoras” nao obstante a cegueira e torpeza espiritual que lhes corroe a misérrima e depauperada alma;

    – Infelizmente, o comadrismo da clerazia assecla do conciliábulo joaneu “Vaticano Dois” faz com que o numero de signatários (em efigie ou em voto) do manifesto cleropetistoide supere, em muito, a baixa estatística aventada pelos Fratres. Poucos assinam embora muitos o apoiem, sofregamente, nos bastidores lancinantes da mistificação cleropática. Mais logo a relação furbesca dos assinantes deverá, só de pirraça e amargosa afronta, exceder o atual número de proto-múmias.

    Curtir

  7. Tem que se levar em consideração também que aparecem diversas assinaturas de padres estrangeiros ou que não atuam no Brasil. É possível encontrar assinaturas esparsas provindas da Itália, Moçambique, Argentina, Portugal, Uruguai…

    Por outro lado, é ótimo que saia essa lista, pois os fiéis verdadeiramente católicos poderão saber de quais paróquias é necessário ficar longe.

    PS: busquei o nome de todos os signatários da Arquidiocese de São Paulo, da qual faço parte. Nenhuma surpresa. São as viúvas da teologia da libertação de sempre. Boa parte são religiosos. Quase nenhum abaixo dos 60 anos. Inclusive há um que conheço por ter um carro bastante “capitalista” em sua garagem… nada “profético” da parte dele.

    Curtir

  8. Dom Henrique Soares jamais apoiaria isso,Ele sim, era uma verdadeiro apóstolo de Cristo. Sou médica, católica praticante, tenho convivido com padres esquerdistas que chegam a me xingar por ser de direita e Bolsonarista. Mas eu não consigo ver alguém de Cristo apoiar a esquerda, dos abortos, da teoria da libertação, da destruição da família, das corrupções, dos genocídios questão acontecendo no Brasil, os desvios do dinheiro público, a fome, a miséria, a venda do País, os acordos com os países comunistas, e todos celebrando ou comungando, falando claramente nas homilias das suas afinidades políticas, afastando vários fiéis das igrejas. O Cristo pediu à São Francisco que reconstruisse a Sua Igreja, será que Ele não está pedindo isso à nós? Tenho aguentado tudo isso porque minha Fé supera toda essa situação e sei que com Ele seremos vencedores! Que Deus nos perdoe se estivermos errados. Paz e Bem!!! Jane Bezerra Teixeira da Costa, CREMEPE 3901.

    Curtir

  9. Conheço um padre jovem, dessa lista, que foi obrigado pelo bispo a assinar a carta. Será que não aconteceu com outros?

    Curtir

Os comentários estão desativados.