Papa expressa pela primeira vez sua opinião sobre aparições de Medjugorje.

AVIÃO PAPAL, 13 Mai. 17 / 06:34 pm (ACI).- No marco dos 100 anos das aparições da Virgem de Fátima, durante seu vôo de regresso a Roma, o Papa Francisco expressou pela primeira vez sua opinião pessoal sobre as presuntas aparições marianas do Medjugorje, na Bosnia-Herzegovina.

O Santo Padre explicou que “todas as aparições ou as supostas aparições pertencem à esfera privada, não são parte do magistério público ordinário da Igreja”.

No caso de Medjugorje, recordou, Bento XVI estabeleceu uma comissão “de bons teólogos, bispos,  e cardeais, dos bons, dos bons”, presidida pelo Cardeal Camillo Ruini.

“Ao final de 2013 ou ao início de 2014 recebi do Cardeal Ruini o resultado”, disse.

“O relatório Ruini é muito, muito bom”, destacou.

O Papa precisou que no caso de Medjugorje “deve-se distinguir 3 coisas: as primeiras aparições, quando eram crianças. O relatório mais ou menos diz que se deve continuar investigando isso”.

Sobre as “supostas aparições atuais”, disse Francisco, “o relatório tem suas dúvidas”.

“Eu pessoalmente sou mais malvado, eu prefiro a Virgem Mãe, nossa Mãe e não a Virgem Chefe do Escritório Telegráfico, que todos os dias envia uma mensagem a tal hora. Esta não é a Mãe de Jesus”.

“Estas supostas aparições não têm tanto valor, e isto o digo como opinião pessoal, mas está claro”, assinalou.

“Quem pensa que a Virgem dizia: ‘venham que amanhã a esta hora direi uma mensagem a essa gente’? Não, distingue-se 2 aparições”.

O Papa precisou ainda que “o centro do relatório Ruini é o fato espiritual, pastoral, pessoas que vão ali e se convertem, gente que encontra a Deus, que muda de vida, mas para isto não há uma varinha mágica ali”.

“E este fato espiritual, pastoral, não se pode negar”, asseverou.

“Agora para ver as coisas com todos estes dados, com as respostas que me enviaram os teólogos, nomeou-se este bispo bom, bom porque tem experiência, para ver como vai a parte pastoral. E ao final se dirá algo”, assinalou referindo-se a Dom Henryk Hoser, nomeado este 11 de fevereiro como “enviado especial” a Medjugorje.

Vaticano baniu aparições públicas, testemunhos, e provavelmente também as mensagens dadas aos videntes de Medjugorje.

Por Medjugorje Brasil – A vidente Marija Pavlovic Lunetti despediu-se ontem em um encontro em que daria o seu testemunho e teria a sua aparição diária junto com os fiéis reunidos em Pádua no dia 11 de julho de 2015.

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Vidente Marija aparece nos últimos minutos do encontro de oração em Pádua na Itália apenas para pedir desculpas e despedir-se.

Ao terminar o encontro a vidente explicou que recebeu uma carta da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano que impede a ela e a todos os videntes de darem testemunho e dizerem que tem aparições de Nossa Senhora.

O jornal IL MATTINO de Pádua noticiou hoje a despedida da vidente Marija de suas aparições públicas:

http://mattinopadova.gelocal.it/padova/cronaca/2015/07/11/news/preghiere-vietate-alla-veggente-marija-1.11758522?refresh_ce

Segundo o site Medjugorje Today (www.medjugorjetoday.tv) , esta restrição também se aplicará as aparições públicas da vidente Mirjana no dia 2 de cada mês incluindo a divulgação das mensagens de Nossa Senhora.

A restrição Vaticana provavelmente se estenderá a divulgação das mensagens de Nossa Senhora pois pelo que evidenciou a vidente Marija em seu encontro em Pádua, a Comissão Vaticana chegou às mesmas conclusões da Comissão anterior dos bispos da ex-Iugoslávia onde não podem afirmar que se tratam de manifestações sobrenaturais.

Medjugorje, o Papa isola os videntes.

Sim ao reconhecimento da sacralidade do lugar, mas os peregrinos não poderão assistir às aparições.

Por Serena Sartini – Il Giornale | FratresInUnum.com: Medjugorje, lugar de oração, mas nenhum reconhecimento das aparições de Nossa Senhora aos seis videntes. No dia do 34º. aniversário das aparições da Virgem Maria, Rainha da Paz, a seis crianças em um pequeníssimo e pobrevilarejo da Bósnia, ocorridas no dia 24 de junho de 1981, reuniu-se a assembleia plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, que estabeleceu algumas orientações sobre o dossiê Medjugorje.

O relatório final, composto com a documentação reunida até hoje, está agora sobre a escrivaninha do Papa, que deverá decidir se acolhe o texto e quando o publicará.

Até onde sabe IlGiornale, as informações considerariam o reconhecimento de Medjugorje como um lugar de fé, de oração e de devoção, mas não a sua transformação em Santuário; o convite aos peregrinos para visitarem o local sem ter contato com os videntes e, por consequência, a proibição de participarem do momento da aparição que três videntes, dentre seis, receberiam todos os dias. Isso – explicam nos Sacros Palácios –, com a finalidade de evitar que haja fanatismos ou exaltações da figura dos videntes. De fato, os fiéis são convidados a ir em peregrinação a Medjugorje para rezar, e não para se encontrar com os videntes. E, sobretudo, o relatório elaborado pelo Vaticano sugere não considerar as aparições como “revelações sobrenaturais”. Acerca deste último, a Santa Sé respeitaria as disposições do Código de Direito Canônico, segundo o qual o reconhecimento das aparições não deve ocorrer enquanto estas ainda não tiverem terminado. “Espero com serenidade e tranquilidade aquele que vai ser o posicionamento do Papa – relata a Il Giornale uma das videntes, Vicka Ivankovic, por intermédio do padre Michele Barone, um dos sacerdotes mais assíduos em Medjugorje e muito próximo dela – estou em plena obediência à Igreja e Nossa Senhora me disse para não me preocupar”.

Precisamente hoje será divulgada a mensagem anual que a Virgem Maria lhes entrega, em 25 de junho de cada ano, em lembrança do exato dia no qual – segundo os videntes – Nossa Senhora se dirigiu a eles pela primeira vez, há 34 anos. Enquanto isso, milhões de fiéis estão à espera do discernimento do Papa que não poderá deixar de levar em consideração o testemunho de centenas e centenas de milhares de peregrinos que a cada ano se dirigem a Medjugorje e voltam dali plenos de fé. Nas redes sociais, os grupos ligados às aparições aguardam ansiosamente o anúncio do Papa: “Se disserem não a Medjugorje, haverá uma revolta da fé popular”, escrevem eles, em muitos desses grupos.

No retorno de sua viagem a Sarajevo, no último 6 de junho, Bergoglio havia mencionado o caso Medjugorje, recordando o excelente trabalho realizado pela Comissão instituída por Bento XVI e presidida pelo Cardeal Camillo Ruini, e anunciando que uma decisão seria tomada em breve. Alguns dias depois, em uma homilia proferida em Santa Marta, Papa Francisco voltava a falar das aparições, ainda que sem se referir diretamente ao caso de Medjugorje: “Mas onde estão os videntes que dizem: hoje Nossa Senhora vai nos mandar uma carta às 4h da tarde?”. Que a Igreja estava se orientando para a proibição de encontros públicos com os videntes já era sabido, quando a diocese de Modena anulara o encontro do dia 20 de junho, com Vicka, na comuna de Sestola. Agora estamos no último ato: a palavra do Papa derreterá qualquer reserva. E o jornalista e escritor Vittorio Messori adverte: “Se o papa Francisco disser não a Medjugorje, há o risco de um cisma”.

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Leia nossa série de posts 

Papa Francisco entrega Medjugorje aos carismáticos?

O Papa teria escutado com muito interesse e em seguida, respondeu: “Para mim aquela gestão que existe em Medjugorje não me agrada em nada: muita boataria e eu não estou interessado”. Até aqui a parte “destruens”. Mas logo em seguida vem a parte “costruens”, que também é a mais arriscada: “Mas se vocês me assegurarem que levarão a sério o compromisso de irem lá, fazer missa, confissões e tantas obras boas, então eu aprovo”.

“Peguem Medjugorje para vocês…”. A oferta do Papa 

Por Antonio Margheriti Mastino – Papalepapale.com | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com – Agitação e excitação misturada com preocupação no mundo dos Carismáticos da Renovação Carismática por causa do maná que caiu sobre suas cabeças na Casa Santa Marta. Segundo o que sussurram várias testemunhas, ou seja, os próprios carismáticos, Papa Francisco teria lhes proposto o negócio do século: “terceirizar” Medjugorje. Ficaria assim a gestão da espiritualidade medjugoriana, independente da veracidade ou não das aparições, em cujo mérito o Santo Padre não parece querer entrar. Além do mais, o Papa vincularia o reconhecimento ou não de Medjugorje ao compromisso dos carismáticos de assumir o comando de sua gestão, pastoral e espiritual [hoje, o local de visitação é uma paróquia comum, administrada pelos franciscanos]. Ou seja, transformar Medugorje num centro propulsor de uma espécie de Pentecostalismo Católico.

medjugorje1No entanto, apenas em novembro do ano passado, o prefeito do ex-Santo Ofício, o cardeal Gerhard Muller, já havia desencorajado o episcopado Americano de permitir que o vidente de Medjugorje, Ivan Dragicevic, realizasse conferências, reuniões ou “aparições” no interior de suas igrejas e catedrais. Uma semana depois, o mesmo Papa Francisco caiu com força sobre esses fenômenos. Ele não citou nominalmente a aldeia da Herzegovina, onde por 30 anos dizem que Nossa Senhora aparece, mas sua referência a “videntes” e “mensagens” é mais do que eloquente: “A curiosidade leva-nos a querer sentir que o Senhor está aqui, ou está lá; ou nos faz dizer: ‘Mas eu conheço um vidente, uma vidente, que recebe cartas de Nossa Senhora, mensagens de Nossa Senhora’. Mas, olha, a Virgem Maria é a Mãe! E Ela nos ama a todos. Ela não é um gerente dos Correios para ficar enviando mensagens todos os dias”. Estas novidades nos afastam do Evangelho”.  Bastou essas palavras pra que fosse semeado o pânico entre os medjugorianos: eles temiam um parecer negativo do novo Pontífice.

Para tirar deles um suspiro de alívio, finalmente veio essa que não é ainda uma notícia oficial, mas uma voz quase sussurrada e comentada nos jornais mais seguidos pelos fãs das aparições da Bósnia, como o [site] Medjugorje Today, o qual, em 18 de janeiro de 2014, anunciou que a comissão de investigação sobre Medjugorje, presidida pelo Cardeal Ruini, havia terminado o seu trabalho. Já no dia 20 de janeiro, noticiava que o cardeal de Sarajevo, Vinko Puljic, estava certo de que, até o final do ano, Francisco iria falar sobre o caso. No dia 25 de janeiro, dizia que o Papa havia recebido tanto Ruini como o prefeito Muller, e esperava da Congregação da Doutrina da Fé um parecer. Por volta do dia 25 de junho, o Papa teria se manifestado privadamente “em favor” e, em 18 de julho, finalmente, o tiro no escuro: a negação… que é sempre uma notícia dada duas vezes.

Neste último artigo do Medjugorje Today, de fato, o Provincial da Ordem Franciscana na região da Herzegovina, na qual se insere Medjugorje, Padre Miljenko Steko, admite ter se encontrado com o Papa no dia 25 de junho, no “refeitório” da Casa Santa Marta, onde teriam falado sobre o caso dos videntes. No entanto, ele nega que Francisco teria lhe informado que tomou alguma decisão sobre as aparições. Mas isso é o que é atribuído a ele pelo sacerdote americano Padre Kevin Devine, que há 10 anos celebra missa em Medjugorje. Em um vídeo do Youtube que mostra uma missa celebrada por padre Kevin Devine, no final da liturgia, ele afirma que foi precisamente o franciscano Padre Steko que lhe confidenciou: “Recentemente, o Provincial dos Franciscanos em Medjugorje estava em Roma para uma reunião dos Superiores das comunidades religiosas. Durante a sua estadia em Roma, junto a muitos outros, esteve em alguns momentos pessoalmente com o Papa Francisco”. Padre Kevin continua: “Papa Francisco estava lá, dando boas-vindas, e o Provincial, disse: ‘Eu sou o inspetor da área em que está localizada Medjugorje. E a resposta do Santo Padre foi: ‘Ore para que eu tenha tomado a decisão certa'” .

Seria só uma confusão derivada da mistura de idiomas dos protagonistas? Padre Steko fala servo-croata, Padre Devine inglês e Bergoglio espanhol, mas presumivelmente com padre Steko falava italiano. Levando em conta esta diatribe multilingual e clerical, não se sabe exatamente como o Papa se manifestou, nem o que os dois padres, Steko e Devine entenderam. O fato é que Steko, ao primeiro prenúncio de escândalo, negou.

“Esses rumores em Medjugorje” não agradam ao Papa 

O que teria acontecido realmente? Fazendo uma pesquisa, as informações recolhidas nos dão uma versão bastante diferente. E, se possível, ainda pior. As referências vem das testemunhas diretas do colóquio com o Papa, todas elas pessoas credenciadas no mundo medjugoriano e da Renovação no Espírito, carismáticos, membros de grupos de oração, de rosários diários, amantes da adoração eucarística, alguns frades. Enfim, pessoas de confiança do ponto de vista católico.

Um deles diz: “Fomos assistir a missa em Santa Marta, depois fomos capazes de passar algum tempo com o papa Francisco, com quem nos dirigimos para a sala de jantar, para conversar de modo informal, como velhos amigos. Nosso acompanhante, Frei Roberto, capuchinho e exorcista da Renovação Carismática, perguntou ao Santo Padre sobre o caso Medjugorje”.

O Papa teria escutado com muito interesse e em seguida respondeu: “Para mim aquela gestão que existe em Medjugorje não me agrada em nada: muita boataria e eu não estou interessado”. Até aqui a parte “destruens”. Mas logo em seguida vem a parte “costruens”, que também é a mais arriscada: “Mas se vocês me assegurarem que levarão a sério o compromisso de irem lá, fazer missa, confissões e tantas obras boas, então eu aprovo”.

Mas o que ele quis dizer com o “vocês”? Ele explica logo em seguida: “Se vocês fizerem tudo, ou seja, vocês da RCC, não por causa das aparições, porque isso não é o importante, mas por causa das pessoas que precisam ser geridas e bem orientadas, então se vocês se comprometerem a fazer isso, eu passo tudo pra vocês da RCC e encerramos o caso”. Parece até a transferência de um bem imóvel ou de uma propriedade.

Para eles uma e outra chave do reino? 

Mas o que o Papa quer dizer com esse “eu passo tudo pra vocês e encerro o caso”? E por que as testemunhas falam de promessa, “aprovação”? O Papa quer aprovar Medjugorje ou aprovar que a RCC tome conta da gestão espiritual, que aceite essa espécie de empreitada terceirizada sobre a paróquia medjugoriana?

O significado das palavras do Santo Padre é esta: se vocês carismáticos da RCC assumirem a gestão, se canalizarem as coisas para dentro da sua espiritualidade, independente da veracidade ou não das aparições de Medjugorje, eu autorizo como legítimo o culto e automaticamente como verdadeiro todo o resto. Em suma, o que pressiona o Papa não é o fenômeno sobrenatural em si, mas suas reverberações pastorais e por tabela leva água ao moinho de sua idéia a respeito da Igreja do futuro: mover o mundo católico para uma espécie de catolicidade pentecostal e para tal os carismáticos seriam o instrumento mais adequado, e Medjugorje um centro propulsor formidável.

Para Bergoglio, como sempre em sua vida, não é uma questão de aparições serem verdadeiras ou falsas, é toda uma questão de pessoas em quem ele confia ou não, de quem lhe é agradável ou não, de amizades. E tanto no momento como durante muitos anos, suas amizades giram em torno  de carismáticos e pentecostais. Isso vem desde seus tempos em Buenos Aires, e estes se assemelhariam mais à Igreja que ele tem em mente, a lhe agradaria entregar a eles uma e outra chave do Reino.

“O assunto das aparições não é importante” 

Mas o que causa mais espanto, ainda mais se é um Papa a dizer, é que o fenômeno das “aparições não é importante”.  Quer dizer que para o Papa pouco importa se Nossa Senhora realmente aparece em Medjugorje ou se tudo não passa de uma farsa? Para quem conhece Bergoglio desde sempre, isso não é surpresa. Ele sempre pensou assim. No que diz respeito às manifestações do sobrenatural, ele sempre foi crítico, quando não cético, parte, de toda forma, de um preconceito negativo (que honestamente não deveríamos julgar). Só o pragmatismo é que consegue fazê-lo engolir tais fenômenos. E é ele mesmo que nos faz observar esse fato. Quando houve o milagre eucarístico em sua diocese, ele ordenou explicitamente que não se fizesse nenhuma publicidade do acontecido, aparentemente pra “manter o efeito surpresa” do fiel que por acaso fosse parar lá naquela igreja onde a hóstia feito carne estava exposta. Foi simplesmente feito assim.

Isso é ele mesmo que o admite no livro-entrevista com o seu amigo rabino Abraham Skorka: “Sinto uma desconfiança imediata diante dos casos de cura, até mesmo quando se trata de revelações ou visões; são tudo coisas que me colocam na defensiva. E falando a respeito de segredos e videntes: “Deus não é uma espécie de Correio Andreani [conhecido correio expresso argentino] que envia mensagens o tempo todo… é necessário que se deixe espaço para aqueles que são escolhidos por Deus como profetas, com as características de um verdadeiro profeta. Mas frequentemente, esses não são aqueles que chegam dizendo que têm uma cartinha do céu. Muitas vezes, em Buenos Aires, eu tenho que desacreditar muitos deles porque são casos de falsos profetas… “. Quanto àqueles excessivamente sensíveis às supostas manifestações do sobrenatural: “Às vezes as pessoas sentem coisas que seja por uma interpretação correta ou devido a um desequilíbrio psíquico, alguns confundem com uma profecia”. Em suma, esse Papa não é muito predisposto a fenômenos extraordinários.

Mas voltando à “negociação” em Santa Marta, as testemunhas do encontro, interpeladas por nós, se mostram claramente entusiasmadas. No entanto, seria uma tomada de posição bem anômala da parte de Francisco: o destempero, o local impróprio e as pessoas diretamente envolvidas, seria tudo imprudente se levarmos em conta os resultados da comissão de cinco anos presidida pelo Cardeal Ruini, que estudou a fundo o problema Medjugorje; um parecer de mérito cabe ao atual prefeito do ex-Santo Ofício, o cardeal Muller.

Quanto aos resultados da Comissão Ruini, pelo pouco que se sabe até agora, essa teria se limitado a reconhecer os frutos de Medjugorje, deliberadamente passando por cima do fenômeno das aparições em si, que, aliás, estão ainda em curso, de modo que um parecer final por parte da Igreja seria prematuro. De qualquer modo, se um suposto avanço “carismático” devesse ocorrer em Medjugorje, seria, no mínimo, por uma força imposta de cima.

As pessoas diretamente envolvidas no caso rebatem com um “bem, mas se o Papa diz,” então está certo. Acrescentando logo em seguida que o Santo Padre “garantiu” que com a comissão sobre Medjugorje não haveria nenhum problema. Como se dissessem: a comissão faz o que o Papa quer e pede. Aos outros cabe apenas pular no bonde.

 

Papa: Nossa Senhora não é um chefe dos correios, que dá mensagens diárias a videntes.

Vaticano, 14 de novembro de 2013 (Por TMNews.it– Tradução: Fratres in Unum.com ) – O espírito de curiosidade gera confusão e nos afasta do espírito de sabedoria, que, todavia, nos dá a paz: afirmou esta manhã o Papa na Missa celebrada na Capela da casa Santa Marta, no Vaticano. Bergoglio condenou alguns videntes, que consideram Nossa Senhora como “um chefe dos correios, que envia mensagens diárias” e convidou os fiéis a entender que “o Reino de Deus está no meio de nós ” e não necessita  “olhar para coisas estranhas ” .

Conforme informado pela Rádio Vaticano, a homilia do Papa começa com um comentário sobre a primeira leitura, tirada do livro bíblico da Sabedoria, que descreve “o estado de espírito do homem e da mulher espiritual”, do verdadeiro cristão e da verdadeira cristã, que vivem “na sabedoria do Espírito Santo. E essa sabedoria os leva avante com este espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil“, um “espírito de Deus”, que “ajuda a julgar, a tomar decisões de acordo com o coração de Deus” e que “dá paz

Pelo contrário, no Evangelho – ressaltou o Papa – “somos confrontados com um outro espírito, contrário àquele da sabedoria de Deus: o espírito de curiosidade: É quando queremos aproveitar o projeto de Deus, o futuro da coisas, saber tudo, ter tudo na mão… os fariseus perguntaram a Jesus : ‘Quando é que virá o Reino de Deus?’ . Curiosos! Eles queriam saber a data, o dia… O espírito de curiosidade nos afasta do espírito de sabedoria, porque ele só está interessado nos detalhes, notícias, pequenas notícias todos os dias. E o espírito de curiosidade não é um bom espírito: é o espírito de dispersão, de afastamento de Deus, o espírito de falar muito. E Jesus também vai nos dizer algo interessante: esse espírito de curiosidade, que é mundano, nos leva à confusão.”

A curiosidade – prosseguiu Bergoglio – nos impulsiona a querermos sentir que o Senhor está aqui ou acolá, ou podemos dizer: “Mas eu conheço um vidente, uma vidente que recebe cartas de Nossa Senhora, mensagens de Nossa Senhora.” E o Papa disse: “Mas, veja, Nossa Senhora é Mãe, eh! E ela nos ama a todos. Mas ela não é um chefe dos correios, para enviar mensagens diárias“.

Essas inovações –– disse novamente – se afastam  do Evangelho, do Espírito Santo, da paz e da sabedoria e da glória de Deus, da beleza de Deus“. Porque “Jesus diz que o reino de Deus não vem para atrair a atenção: vem na sabedoria“. “O Reino de Deus está entre vós“, diz Jesus: é “esta ação do Espírito Santo que nos dá a sabedoria, que nos dá a paz. O Reino de Deus não se dá na confusão, assim como Deus não falou ao profeta Elias no vento, na tempestade“, mas “ele falou em meio a brisa suave, a brisa da sabedoria“: “Então, Santa Teresa – Santa Teresa do Menino Jesus – dizia que ela tinha sempre que parar à frente do espírito de curiosidade. Quando ela conversava com outra freira e esta  contava uma história, algo que a família, as pessoas, às vezes, passavam para outro tópico, e ela queria saber o final dessa história. Mas ela sentia que não era o espírito de Deus, porque era um espírito de dispersão, de curiosidade. O Reino de Deus está entre nós: Não se aproximem de coisas estranhas, não se aproximem dessa nova curiosidade mundana. Deixem que o Espírito os levem avante, com a sabedoria que é uma brisa suave. Este é o Espírito do Reino de Deus, do qual fala Jesus“.

Vaticano adverte bispos americanos sobre Medjugorge. “Vidente” Ivan forçado a cancelar viagem aos EUA.

A carta a seguir foi divulgada, aparentemente, primeiro no site pró-Medjugorgje “Spirit Daily”. No mínimo, ela sinaliza que a Comissão Medjugorje ainda está investigando ativamente as supostas “aparições”, e refuta a suposição, tida em alguns círculos “marianos”, que as aparições se presumem verdadeiras enquanto se aguarda o julgamento final de Roma.

De acordo com um post datado de hoje em “Medjugorje Today”, as viagens para os Estados Unidos foram canceladas: “as aparições públicas ao vidente Ivan Dragicevic, programadas no final de outubro, foram canceladas após as instruções do chefe da Congregação para a Doutrina da Fé. Os bispos americanos foram convidados a não permitir organizações [de eventos] que tomem as aparições como verdadeiras.”

A seguir, a tradução da carta:

Reverendíssimo Monsenhor Jenkins.

Escrevo a pedido de Sua Excelência, o Reverendíssimo Gerhard Ludwig Müller, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que pede que os Bispos dos Estados Unidos sejam advertidos, mais uma vez, do seguinte (cf. minha carta de 27 de Fevereiro de 2013, com o mesmo número de protocolo ). Desta forma, Sua Excelência deseja informar os Bispos que um dos chamados videntes de Medjugorje, o Sr. Ivan Dragicevic, está programado para aparecer em certas paróquias de todo o país, ocasiões nas quais ele fará apresentações sobre o fenômeno de Medjugorje. Prevê-se, além disso, que o Sr. Dragicevic vai receber “aparições” durante estas apresentações agendadas.

Como o senhor bem sabe, a Congregação para a Doutrina da Fé está em processo de investigação de determinados aspectos doutrinários e disciplinares do fenômeno de Medjugorje. Por esta razão, a Congregação afirmou que, no que diz respeito à credibilidade das “aparições” em questão, todos devem aceitar a declaração, datada de 10 de Abril de 1991, dos bispos da antiga República da Iugoslávia, que afirma: “Com base na investigação que tem sido feita, não é possível afirmar que houve aparições ou revelações sobrenaturais.” Segue-se, portanto, que os clérigos e os fiéis não estão autorizados a participar de reuniões, conferências e celebrações públicas, durante as quais a credibilidade de tais “aparições” seria tomada como garantida.

Com o intuito, portanto, de evitar escândalo e confusão, o arcebispo Müller pede que os bispos sejam informados sobre este assunto o mais rápido possível.

Aproveito esta oportunidade para apresentar-lhe os meus sentimentos de profunda estima, e permaneço,

Sinceramente seu em Cristo,

+ Carlo Maria Viganò
Núncio Apostólico
———————-
Monsenhor Ronny Jenkins
Secretário-Geral da USCCB
3211 Fourth Street NE
Washington , DC 20017

 

Medjugorje: Um relatório positivo foi entregue a Roma.

Por Jakob Marschner – Tradução: Fratres in Unum.com –  Uma fonte bem informada confirma uma nota curta do portal de notícias de Medjugorje: A Comissão de peritos do Vaticano que examinaram os eventos de Medjugorje por três anos entregou um relatório positivo. Mas ainda pode demorar até que o papa Francisco tome uma decisão sobre o caso, segundo nos disseram.

Medjugorje recebe uma análise positiva no relatório da Comissão internacional de peritos do Vaticano constituída pelo Papa Bento XVI em março de 2010. A Comissão entregou o seu relatório à Congregação Pontifícia para a Doutrina da Fé (CDF), confirmou hoje uma fonte bem informada do Medjugorje Today.

“Entretanto, o momento para a tomada de decisão por parte do Papa Francisco pode demorar”, diz essa fonte.

Notícias de um relatório positivo da Comissão foram relatadas pela primeira vez em 24 de abril na página do Facebook do portal de notícias locais Brotnjo Info. Sem citar fontes e sem dar detalhes adicionais, a nota disse basicamente que o relatório tinha sido entregue. Medjugorje Today soube que isso deve ter ocorrido no final de março. 

Bento XVI não crê nas supostas aparições de Medjugorje, diz blog italiano. Parecer de Comissão deverá ser positivo.

Figura de Cristo em Medjugorje.
Figura de Cristo em Medjugorje.

Por Secretum Meum Mihi | Tradução: Fratres in Unum.comGiornale Il Referendum, 23-09-2012, relata uma suposta conversa ocorrida em 2006 entre o Papa Bento XVI e Dom Ratko Peric, bispo de Mostar-Duvno,  Bosnia-Herzegovina (antiga Iugoslávia), em cuja jurisdição se encontra Medjugorje, local das supostas aparições marianas que estariam ocorrendo desde 1981. A conversa teria ocorrido no marco de uma visita da caráter privado (não oficial) realizada por Dom Peric ao Papa, entre 23 e 28 de fevereiro de 2006; em um encontro de quinze minutos, onde teriam falado de catecismo, da construção de novas igrejas em Herzegovina, da expulsão de nove membros dos franciscanos e, claro, das ditas aparições.

“Ainda estão ocorrendo todos os dias?”, teria perguntado Bento XVI ao bispo Peric, no que este teria respondido: “Todos os dias, Santo Padre. A um deles em Boston, a outra próximo a Milão e a outra em Krehin Gradac, em Herzegovina, e tudo isso se faz sob o protocolo das aparições de Medjugorje. Até agora são crca de 35 mil aparições e não se vê fim!”

Em outro trecho, diz a nota de Giornale Il Referendum, que o Papa teria rido quando Dom Peric lhe perguntou diretamente se era verdade que ele queria reconhecer Medjugorje como santuário e, além disso, que Bento XVI então teria dito: “Como pode um fiel aceitar como críveis aparições que se realizam todos os dias e por muitos anos?”.

* * *

Enquanto isso…

Roma receberá informe positivo sobre Medjugorje.

Qualquer parecer negativo da Comissão Vaticana sobre o Medjugorje está completamente descartado, diz uma fonte bem informada a Medjugorje Today. O parecer, que está sendo concluído, relatará que os peritos trabalharam com um material totalmente positivo.

Medjugorje receberá a aprovação de peritos da Comissão Vaticana que investigaram os acontecimentos na cidade no oeste da Herzegovina desde março de 2010, explica uma fonte próxima a Medjugorje Today.

A comissão, encabeçada pelo Cardeal Camillo Ruini, não encontrou nada de negativo. Pelo contrário, os peritos só encontraram coisas boas na investigação, segundo a informação de Medjugorje Today.

Embora o Cardeal Ruini tenha ficado a cargo da investigação dos eventos em Medjugorje, ele não terá a última palavra, tendo que apresentar o relatório da Comissão à Bento XVI.

Medjugorje Today, ademais, sabe que a Comissão está agora na última fase de preparação de seu relatório para a Congregação para a Doutrina da Fé que, por sua vez, informará ao Papa Bento XVI, “se é que o informe já não foi enviado”.

Esta informação de Medjugorje Today vai contra a notícia que na Bósnia, no início do mês, que afirmava que a investigação certamente não terminaria neste ano, mas continuaria em 2013.

Embora o parecer da Comissão será totalmente positivo, como indica naturalmente Medjugorje Today, pouquíssimos esperam que o Vaticano reconheça a autenticidade das aparições em um período em que os videntes afirmam que elas continuam ocorrendo.

Além de examinar e entrevistar os videntes sobre suas experiências, a Comissão Vaticana examinou uma grande quantidade de outras matérias, como a vida de Fé geral em Medjugorje. E, ainda que as aparições não sejam oficialmente reconhecidas e a questão da autenticidade permaneça pendente, o Papa tem outros meios com que possa se mostrar favorável ao relatório da Comissão.

A criação de uma diocese separada para Medjugorje foi recentemente mencionada, e outorgar a condição de santuário à Medjugorje também foi citado como uma opção.

Bispo e exorcista Andrea Gemma a respeito de Medjugorje: “Absolutamente diabólico”.

Medjugorje: a acusação do bispo-exorcista Mons. Gemma: “As aparições de Nossa Senhora? Completamente falsas: os videntes estão sob inspiração de Satã para lucrar economicamente”. Entrevista de maio de 2008 concedida ao site italiano Petrus.

Por Gianluca Barile | Tradução: Fratres in Unum.com

CIDADE DO VATICANO – Um misto de interesses econômicos e diabólicos, com os supostos videntes e seus colaboradores diretamente envolvidos com lucros relacionados à grande afluência de peregrinações e visitas no local, enquanto o Demônio está feliz em semear discórdia entre os fiéis mais convencidos da validade das aparições de Medjugorje e a Igreja, cética como nunca, frente ao que ela declarou mais de uma vez, através das palavras de dois bispos de Mostar consecutivos, “uma grande fraude”. Monsenhor Andréa Gemma, ex Bispo de Isernia-Venafro [entre 1990 e 2006], um dos maiores exorcistas vivos, não poupa suas palavras: ao invés da Virgem, por enquanto somente rios de dinheiro apareceram em Medjugorje, uma acusação grave que demonstra não somente coragem, mas também a capacidade moral e espiritual do prelado que concordou em responder algumas perguntas da “Petrus” sobre um assunto tão espinhoso.

Então, Excelência, como o senhor define Medjugorje?

É um evento absolutamente diabólico, ao redor do qual inúmeros interesses das profundezas revolvem. A Santa Igreja, a única que pode fazer um pronunciamento, através das palavras do Bispo de Mostar, já afirmou publicamente e oficialmente que Nossa Senhora nunca apareceu em Medjugorje e que toda esta produção é um trabalho do Demônio.

O senhor fala em “interesses das profundezas”. De que tipo?

Refiro-me ao ‘estrume do Demônio’, ao dinheiro, a que mais? Em Medjugorje, tudo acontece por causa do dinheiro: peregrinações, pernoites, a venda de lembrancinhas. Dessa forma, ao abusar da boa fé dos pobres que vão lá com a idéia de encontrar Nossa Senhora, os falsos videntes se estabeleceram financeiramente, casaram e vivem uma vida opulenta, para dizer o mínimo. Veja só: um deles, diretamente da América, com um lucro econômico direto, organiza dezenas de peregrinações todo ano. Estas pessoas não me parecem pessoas desinteressadas. Ao contrário, com todas as pessoas vulneráveis a este barulhento engodo, eles evidentemente têm um enorme interesse material em fazer com que acreditem que eles vêem e falam com a Virgem Maria.

Monsenhor Gemma, não há apelo a este seu veredito?

E poderia ser de outra forma? Estas pessoas afirmam estar em contato com Nossa Senhora, mas em realidade são inspiradas única e exclusivamente por Satã, estão criando caos e confusão entre os fiéis em prol de interesses e vantagens absolutamente deploráveis. Veja a desobediência que eles nutriram no seio da Igreja: o diretor espiritual deles, um frei franciscano expulso da Ordem e suspenso a divinis, continua a administrar os Sacramentos invalidamente. [Nota: esta entrevista aconteceu em 2008, antes da laicização de Tomislav Vlasic.] E inúmeros padres, de todo o mundo, apesar da expressa proibição da Santa Sé, continuam a organizar e a participar de peregrinações a Medjugorje. É uma vergonha! É por isso que eu falo de um misto de interesses pessoais e diabólicos: os falsos videntes e seus ajudantes estão embolsando dinheiro e o Demônio cria discórdia entre os fiéis e a Igreja; os fiéis mais fanáticos, de fato, não estão escutando a Igreja que, repito, tem, desde o início, alertado a respeito da desonestidade das aparições de Medjugorje.

E se os supostos videntes estivessem realmente vendo Nossa Senhora?

Na realidade eles estariam vendo Satã disfarçado. Pois Satã tem um enorme interesse em dividir a Igreja, lançando os ‘pró’ e os ‘contra’ Medjugorje uns contra os outros. Mais ainda, não seria a primeira vez: o próprio São Paulo nos afirma que o Demônio pode aparecer como um Anjo de Luz e pode, por assim dizer, se camuflar. Ele fez isso, por exemplo, com Santa Gemma Galgani. Mas além de seus disfarces, o Demônio já interveio e posso lhe assegurar que ele está inspirando os falsos videntes desde o início com a promessa de dinheiro fácil.

O senhor não tem exatamente uma afeição a estes videntes…..

Por favor! Basta ver como eles agem: eles são desobedientes à Igreja, deveriam ter se retirado a uma vida privada e, no entanto, ficam fazendo propaganda de suas mentiras pelo dinheiro e, assim, jogam o jogo do Demônio! Penso imediatamente em Santa Bernadete, a vidente de Lourdes: aquela doce criatura que desejava oferecer sua vida e que tomou o hábito religioso para servir ao Senhor. Ao invés disso, os impostores de Medjugorje continuam a viver confortavelmente no mundo sem demonstrar nenhum tipo de amor a Deus ou à Igreja.

Os seguidores de Medjugorje enfatizam que a Santa Sé nunca expressou qualquer posição a respeito desta questão.

Esta é outra mentira! Como falei anteriormente, o Vaticano proibiu peregrinações por padres ao local e falou através das palavras de dois bispos consecutivos de Mostar, Monsenhores Zanic e Peric, com quem falei pessoalmente e que sempre manifestaram suas dúvidas a mim. Veja, mesmo para Fátima e Lourdes, a Santa Sé não expressou qualquer posição diretamente a respeito destas aparições Marianas. Então por que deveriam abrir uma exceção nesse caso? A verdade é que quando o Bispo de Mostar fala, a Igreja de Cristo fala, e é a ele, que fala com a autoridade conferida pelo Vaticano, que precisamos escutar. Assim sendo, a Santa Sé já se expressou com as palavras do Bispo de Mostar, tornando evidente que Medjugorje é um truque diabólico. Mas vou dividir um segredo com você. Você verá que logo o Vaticano vai intervir com algo explosivo, para desmascarar de uma vez por todas quem está por trás deste engodo.

Os mesmos seguidores notam que todo ano em Medjugorje se registra um número recorde de conversões e milagres…

É artificial. E quem está contando todas estas conversões? Veja, se alguém se converte é porque ele tem uma certa predisposição, porque ele pensa em olhar para dentro de si mesmo, porque ele recebe um dom do Espírito. O local onde a conversão acontece é completamente relativo. Pensemos em São Paulo: ele se converteu na estrada e agora, o que devemos fazer, irmos todos para a estrada e esperarmos para sermos convertidos? Com relação aos milagres, lhe direi uma história pessoal. Eu devo uma cura milagrosa de um familiar meu à intercessão de Nossa Senhora de Pompéia, mas isso não quer dizer que Nossa Senhora apareceu para mim em Pompéia. Assim, somente pela crença ou por ter sido curado interiormente ou exteriormente, não significa necessariamente que Maria esteja deixando que a vejam.

Até onde o senhor saiba, qual opinião o Santo Padre o Papa Bento XVI tem de Medjugorje?

Limito-me a sublinhar o que ele fez enquanto Cardeal Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ao enviar notas oficiais contrárias a Medjugorje, como as que proibiram padres e religiosos de ir em peregrinações naquele país. Você…

No entanto, dizem que João Paulo II estava convencido da bondade das aparições.

Uma lenda nunca provada, considerando que as opiniões dele eram pessoais e que não representavam, de modo algum, um ato do Magistério.

Medjugorje, a história definitiva (VIII): Proibição das peregrinações. Uma declaração do atual bispo diocesano.

Uma declaração de Dom Ratko Peric

Dom Ratko Peric.
Dom Ratko Peric.

A imprensa local novamente retornou ao fenômeno de Medjugorje.  O motivo é a carta do Arcebispo Bertone, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, de 26 de maio de 1998, para Dom Aubry, da ilha francesa de Reunion, no Oceano Índico. Motivados pela interpretação dada a esta carta pela mídia, nos dispusemos a fazer uma breve cronologia a respeito da opinião dos expertos e da posição oficial da Igreja que, até esta data, permanece inalterada, com relação aos acontecimentos de Medjugorje.

Aparições não reconhecidas. O fenômeno das “aparições” em Medjugorje foi estudado por três comissões. Na segunda comissão, o bispo local de Mostar, Dom Zanic, chamou especialistas de faculdades eclesiais e instituições científicas. No dia 2 de maio de 1986, os membros da comissão votaram non constat de supernaturalitate, ou seja, que os “eventos” em Medjugorje não envolvem aparições sobrenaturais. Tendo informado a Congregação, com a concordância do bispo de Mostar, a antiga Conferência Episcopal estabeleceu uma nova comissão em 1987 que trouxe os resultados das investigações para os bispos no outono de 1990.  Com base nos estudos da Conferência dos Bispos, reunidos em Zadar no dia 10 de abril de 1991, foi feita uma declaração negativa a respeito de Medjugorje: “Com base nas investigações feitas até agora, é impossível confirmar que os eventos envolvem aparições ou revelações sobrenaturais”. Estas “aparições” devem ser consideradas “ditas aparições” ou “alegadas aparições”. A Congregação para a Doutrina da Fé também se refere a elas com pontos de interrogação.

Nas atuais circunstâncias, a possibilidade de um estudo futuro sobre as ditas aparições em Medjugorje não foi levantada pela Conferência Episcopal da Bósnia-Herzegovina. As ditas aparições e suas “mensagens” foram dirigidas contra o bispo local desde o começo (1981) e estão fortemente ligadas com a “questão da Herzegovina” que tanto preocupa a Santa Sé que gostaria de resolvê-la tão logo fosse possível. Isso se refere à desobediência da província Franciscana da Herzegovina na execução do decreto papal a respeito de certas paróquias na diocese de Mostar-Duvno.

Visitas “Privadas”. Por conta da falta de autenticidade das “aparições sobrenaturais” em Medjugorje, o bispo local, Dom Zanic, se posicionou contra a organização de visitas ao lugar das ditas aparições. A antiga Conferência Episcopal declarou que “peregrinações oficiais organizadas como se já fossem aceitas pela Igreja, não são permitidas”.

A Congregação para a Doutrina da Fé escreveu à Conferência Episcopal Italiana em 1985, com a sugestão aos bispos italianos de que “eles publicamente desencorajem a organização de peregrinações ao lugar das ditas ‘aparições’, bem como todos os outros meios de publicidade, especialmente com relação à mídia, que poderia prejudicar um exame calmo dos ‘eventos’ por parte da comissão especial que foi estabelecida canonicamente para este propósito”.

A Conferência Episcopal reunida em Zadar, ao declarar ser impossível confirmar a autenticidade das “aparições” ou das “revelações” em Medjugorje, também mencionou que existem “grandes reuniões de pessoas de todas as partes do mundo que vem à Medjugorje por motivos religiosos e por outros motivos”.

Visitas “privadas” desta natureza nunca foram matéria de controvérsia, dado que visitar Medjugorje seria similar a visitar qualquer outra paróquia católica. No entanto, sempre foi afirmado, de forma clara, que isto não pode ser feito de forma oficial, usando a igreja e o púlpito para pregar a autenticidade das ditas aparições e proclamar o lugar um “santuário” de aparições não reconhecidas [pela Igreja].

A Congregação para a Doutrina da Fé escreveu ao Arcebispo francês Daloz de Besançon em 1995, e ao Bispo Taverdet de Langres em 1996, que “do que foi dito, segue que peregrinações oficiais a Medjugorje, que a apresentem como um lugar de aparições Marianas autênticas, não devem ser organizadas nem a nível paroquial ou diocesano, pois isso seria uma contradição do que foi afirmado pelos bispos da ex-Iugoslávia em sua declaração anterior”. [1]

Com relação às “peregrinações à Medjugorje de natureza privada”, a Congregação mantém que elas são permitidas “sob a condição de que não sejam consideradas uma autenticação dos eventos que continuam acontecendo e que demandam uma posterior investigação pela Igreja”. Assim sendo, não há nada de novo aqui. Peregrinações oficiais ou eclesiais não são permitidas, bem como são proibidas as visitas “privadas” que tenham a intenção de provar que as ditas “aparições” e “mensagens” são autênticas. Consequentemente, a posição oficial do bispo local é a mesma posição oficial da Conferência Episcopal de 1991. E tanto os padres quanto os fiéis deveriam aderir a esta posição.

Mostar, 21 de julho de 1998.

+Ratko Peric

Bispo de Mostar