Dom Odilo, que segundo família adotaria o nome de Paulo VII, teria defendido a Cúria em discussão acalorada.

Blog do CamarottiPrelados brasileiros próximos ao cardeal Odilo Scherer acreditam que há uma campanha para “queimar” o arcebispo de São Paulo. Um deles disse ao Blog que o objetivo seria reduzir as chances de dom Odilo dentro do conclave. Uma reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal italiano “la Repubblica” acendeu o sinal de alerta entre os interlocutores próximos do arcebispo de São Paulo.

Segundo a reportagem, Scherer tomou uma posição oposta de outro cardeal brasileiro, João Braz de Aviz, e saiu em defesa da Cúria Romana no último dia de reunião das Congregações Gerais. Braz de Aviz tinha feito um ataque pessoal ao ex-secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcísio Bertone, ao questionar as finanças do Vaticano.

A matéria relata que Bertone não gostou das críticas e acusou Braz de Aviz de vazar as informações para a imprensa italiana. Houve tréplica do brasileiro. Nesse momento, Odilo Scherer teria feito uma intervenção para defender a Cúria.

“Dom Odilo defendeu o legado de Bento XVI. Mas querem queimá-lo quando tentam associá-lo ao cardeal Bertone e como defensor da Cúria Romana. Enquanto isso o cardeal Angelo Scola (Milão) aparece como o candidato que vai reformar a Cúria”, rebateu um prelado brasileiro que é do grupo de Odilo Scherer.

Para vaticanistas italianos, ao defender uma posição impopular, Scherer fez um movimento para conquistar votos de cardeais ligados à Cúria Romana. Abaixo, reprodução da reportagem do “la Repubblica”:

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Irmão de D. Odilo aposta em nome de Papa que cardeal escolheria: ‘Paulo’

Globo –  Com o andamento do conclave no Vaticano, a expectativa da família de Dom Odilo Scherer cresce na mesma medida em que o assunto se torna uníssono nas ruas de Toledo, no oeste do Paraná. Ainda que cautelosos diante da eleição que irá escolher o novo Papa, os irmãos do cardeal brasileiro, que está entre os favoritos, já apostam no nome que Odilo irá escolher na hipótese de ser eleito. “Se for o caso, é Paulo”, apostou o irmão Lotário Scherer.

Giuseppe Sarto, a eleição de um santo (III – Final).

Leia antes o primeiro e segundo posts da série.

As razões por trás da eleição

São Pio X, rogai por nós!A eleição de um cardeal ao Sumo Pontificado é sempre o resultado de muitas considerações, políticas e espirituais. Se Sarto foi eleito, é porque havia um amplo acordo quanto a seu nome. Não que uma grande maioria de cardeais compartilhavam a mesma visão sobre ele, mas, antes, havia um acúmulo das várias razões que eles individualmente tinham para querê-lo como Papa. Gianpaolo Romanato assim resumiu estes motivos:

O Patriarca de Veneza parecia ser a pessoa mais satisfatória. Seus traços biográficos representavam uma espécie de garantia. Ele era um homem do povo, muito humilde, e não da nobreza; havia nascido não nos Estados Papais, mas no Reino da Lombardia-Venécia; ele nunca servira como diplomata pontifício; era um homem discretamente culto, mas não um intelectual; passara toda a sua carreira na cura das almas; era de conhecimento geral que, se necessário, ele sabia mandar e fazer-se obedecido. Além do mais, era conhecido por sua profunda piedade; totalmente distante dos lobbies romanos e desprovido de interesses pessoais. Por último, mas não menos importante, ele tinha exatamente a idade certa (68) para dar a todos as necessárias garantias de discernimento e prudência”. [Romanato, “Pio X: profile storico”, in Sulle orme di Pio X, p. 13.] 

Em suma, de muitas formas ele era o anti-Rampolla. Até o veto, o conclave havia sido em grande parte um reflexo das lutas de influência entre os grandes blocos de poder. O veto austríaco escandalizou muitos cardeais e fez com que eles vissem que o critério para escolher o sucessor de São Pedro deveria ser essencialmente religioso. Também é possível que, mesmo que os participantes do conclave ainda não tivessem informação suficiente para avaliar os resultados do pontificado de Leão XIII, eles tinham algumas de suas deficiências em mente. Enquanto as encíclicas sociais de Leão XIII, o seu prestígio com certos governos e seu encorajamento da renovação intelectual cristã (notavelmente através de um retorno à filosofia tomista e da renovação dos estudos bíblicos) contavam a seu favor, os observadores mais atentos não podiam deixar de ver os problemas que permaneceram não resolvidos: a inadequada formação do clero italiano e o seu laxismo, a crescente laicização das consciências e dos estados, os primeiros sinais do modernismo, etc. Dando os seus votos gradativamente ao Cardeal Sarto, os cardeais do conclave de 1903, evidentemente, queriam romper com um certo tipo de pontificado e com uma certa maneira com que a Igreja se apresentava ao mundo. Sem exagerar grosseiramente as diferenças — pois havia também continuidade –, podemos dizer que os cardeais queriam ver um papa proeminentemente político sucedido por um papa religioso, que traria a Igreja “de volta ao centro” — o centro sendo Cristo — ao unir o povo cristão nos fundamentos da disciplina e da defesa da fé.

O Cardeal Sarto, no entanto, não aspirava ao Sumo Pontificado. Há uma riqueza de detalhadas evidências de que ele não estava fingindo uma aparente humildade; nem é esta imagem o resultado de reconstrução hagiográfica após o acontecimento. Na mesma medida em que os votos cresciam para o Patriarca de Veneza, aumentava também a sua apreensão. Após o quarto escrutínio, ele declarou que “não foi feito para o Papado, e que as pessoas estavam usando o seu nome sem consultá-lo” [Landrieux, “Le Conclave de 1903”, p. 176]. Diversos cardeais foram à sua cela para encorajá-lo a não rejeitar o ofício pontifício se este lhe fosse confiado. O Cardeal Satolli repetiu a ele as palavras de Cristo a São Pedro, andando sobre as águas: “Ego sum, nolite timere!” e, sorrindo, disse-lhe: “Deus que vos ajudou a comandar a gôndola de São Marcos, ajudará a guiar a barca de São Pedro”. Após a quinta votação, parecia que movimento em favor do Patriarca de Veneza só poderia ficar cada vez mais forte. Porém, como relatou o conclavista Landrieux, “após o escrutínio, Sarto se levantou e declarou que ele era indigno da escolha que muitos estavam fazendo, e lhes implorou que votassem em outros” [Ibid., p. 178].

Os escrúpulos e as recusas do Cardeal Sarto eram tão insistentes que o Cardeal Decano, Oreglia di San Stefano, pediu a Monsenhor Merry del Val que fosse vê-lo. Monsenhor Merry del Val fez um relato deste primeiro encontro com o homem de quem ele seria o principal colaborador:

Sua Eminência (Cardeal Oreglia di San Stefano) se sentiu obrigado em consciência a assegurar que o conclave não se arrastasse [em um impasse], e enviou-me ao Cardeal Sarto para questioná-lo se ele insistiria em sua recusa e, fazendo-o, se desejaria e autorizaria que Sua Eminência, o Cardeal Decano, fizesse uma pública e definitiva declaração a este respeito ao conclave durante a sessão da tarde. Neste caso, o Cardeal Decano convidaria os seus confrades a refletir e ao menos a considerar a possibilidade de direcionar suas escolhas a outro candidato.

Eu parti imediatamente para procurar o Cardeal Sarto. Disseram-me que ele não estava em seu quarto e que eu provavelmente o encontraria na capela Paulina.

Era quase meia-noite quando adentrei à silenciosa e sombria capela…

Eu notei um cardeal ajoealhado no chão de mármore próximo ao altar, absorto em oração, com a cabeça entre as mãos e seus cotovelos apoiados em um pequeno banco.

Era o Cardeal Sarto.

Ajoelhei-me ao seu lado e, em voz baixa, dei-lhe a mensagem da qual havia sido incumbido.

Sua Eminência, assim que me compreendeu, levantou os seus olhos e lentamente voltou sua cabeça para mim, com lágrimas transbordando de seus olhos…

“Sim, sim, Monsignore”, ele acrescentou gentilmente, “pedi ao Cardeal Decano que me faça esta caridade…”

As únicas palavras que tive forças para expressar, e que vieram espontaneamente aos meus lábios, foram:

“Eminência, tende coragem! O Senhor vos ajudará!” [Cardeal Merry del Val, Pie X, Impressions et souvenirs”, p. 51]

Quando Pio X escreveu, nas primeiras linhas de sua primeira encíclica, “inútil é lembrar-vos com que lágrimas e com que ardentes preces Nos esforçamos por desviar de nós o múnus tão pesado do Pontificado supremo”, não se tratava de mera formulação costumeira de palavras.

A eleição

Entrementes, o Cardeal Sarto havia se restabelecido de suas apreensões. Outros cardeais, particularmente Ferrari e Satolli, vieram fazer “um premente apelo à sua consciência, para persuadi-lo a aceitar o sacrifício. [Cardeal Mathieu, “Les derniers jours”, p. 283.] O Cardeal Rampolla, apesar de seus votos em declínio, manteve sua candidatura. Fê-lo, afirmou ele, “por uma questão de princípio” e estava agindo “sob conselho formal de seu confessor”. [Cardeal Perraud, “Jounal du Conclave de 1903”, pp. 65-66.] Esta atitude, ao fim, atrasou a eleição do Cardeal Sarto. Parecia mesmo, após várias abordagens relatadas pelo Cardeal Perraud, que a obstinação de Rampolla era uma tática deliberada de obstrução contra Sarto. [O Cardeal Perraud relata duas visitas que o Cardeal Rampolla lhe fez em 4 de agosto: Ibid., p. 67. O Padre Landrieux, por sua vez, conta em seu Diário os esforços feitos pelos cardeais franceses para persuadir Rampolla a se retirar “nobremente”: a recusa deste impressionou os purpurados. Landrieux observa, sobre o penúltimo dia do conclave, após o sexto escrutínio no qual Rampolla recebeu apenas 16 votos (apenas metade do que recebera no dia anterior): “O comportamento de Rampolla é incompreensível. Ele não alcançou nada. Em quatro escrutínios, manteve 30 votos a seu favor para nada. Ele foi incapaz e relutante em dar qualquer direção àqueles que o apoiaram. Ele se recusou a sair quando se viu comprometido e perdeu o momento psicológico quando ele poderia salvar tudo com uma saída digna e honrosa”(“Le Conclave de 1903”, p. 179).]

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Finalmente, na votação — a sétima — da manhã de 4 de agosto, Cardeal Sarto recebeu 50 votos, contra apenas 10 do Cardeal Rampolla e 2 do Cardeal Gotti. “O Cardeal Sarto estava acabado”, recorda o Cardeal Mathieu: “seus olhos estavam cheios de lágrimas, o suor escorria por sua face e parecia estar quase desmaiando”. Segundo o ritual, o Cardeal Oreglia, Decano do Sacro Colégio, dirigiu-se a ele com dois outros cardeais para questionar ao recém eleito:

“Aceitais a eleição que canonicamente vos faz Soberano Pontífice?”

O Cardeal Sarto respondeu humildemente:

“Quoniam calix non potest transire, fiat voluntas Dei! (Já que não posso afastar-me deste cálice, faça-se a vontade de Deus)”.

Canonicamente, esta não era a resposta correta. O Cardeal Oreglia questionou novamente:

“Aceitais ou não?”

Então o Cardeal Sarto respondeu com a fórmula exigida:

Accepto!”

E quando questionado sobre qual nome ele doravante gostaria de ter, declarou:

“Pius Decimus (Pio X)”.

Saint Pius X, Restorer of the Church, Yves Chiron, Angelus Press, 2002, pp. 124-127 | Tradução: Fratres in Unum.com. As notas com meras remissões bibliográficas foram excluídas.

“É um tempo perigoso. Reze por nós”.

Nossa tradução das sempre inspiradas cartas de Roma de Robert Moynihan:

roma12Dirigindo por uma rua próxima ao Vaticano há cerca de duas horas, no fim da tarde de segunda-feira, quando começava a escurecer, vi alguém que eu reconheci, de pé esperando o sinal abrir para atravessar a rua.

Um Cardeal.

Eu o conhecia. Já havíamos conversado no passado.

“Vou parar e ir até ele”, disse a mim mesmo. “Talvez ele fale comigo”.

“Não”, pensei. “Vou deixá-lo em paz. Ele tem direito à privacidade. Ele estará num conclave amanhã; não há necessidade de segui-lo. Vou simplesmente deixá-lo ter a sua última caminhada tranquila antes do conclave”.

“Não”, disse, “há um motivo pelo qual ele está bem ali na esquina, apenas esperando o sinal abrir, assim como um motivo pelo qual estou aqui…”

“Ok, mas eu não irei perguntar nada a ele, só direi uma coisa. Uma única coisa, e só. Direi que eu amava o Papa Bento”.

Tomei a minha decisão.

Virei de uma vez o volante, parei o carro na beira da calçada, desliguei a chave, saí do carro, bati a porta, apertei o controle no chaveiro para trancar o carro e corri para o outro lado da rua a fim de que eu me encontrasse com ele quando ele atravessasse. Um motociclista quase me atropelou quando eu corria.

Cheguei ao outro lado, virei e olhei para trás. O cardeal ainda estava serenamente de pé do outro lado da rua. Em torno dele agora havia um pequeno grupo de jovens que visitavam Roma, no que parecia ser uma excursão escolar. Ele permanecia no meio deles. Eles não o reconheceram, pois ele estava vestido como um clérigo comum.

“Hmmm”, pensei, “pensando bem, eu não tenho certeza se ele tem mais ou menos de 80 anos — se ele irá votar ou não amanhã. Talvez eu pudesse questioná-lo sobre isso também”.

O sinal abriu e todo o grupo, cerca de 20 jovens com um ancião no meio, com pouco espaço ao lado dele, começou a atravessar a rua.

No meio do caminho, ele me viu e viu que eu olhava para ele. Tentei avaliar se ele estava de alguma forma incomodado por me ver, se estava evitando olhar nos meus olhos, para sinalizar que ele simplesmente queria ser deixado em paz. Mas ele olhou para os meus olhos diretamente.

“Ele me reconheceu”, pensei. “Não significa que ele irá discutir o conclave comigo — claro, ele manterá o sigilo — mas ele me cumprimentará”.

Então dei três passos em direção à rua e estendi minha mão. Eu ainda pensava se ele seria frio e relutante até em iniciar uma conversa. Mas fiquei surpreso. Ele estendeu a mão.

“Eminência”, disse.

Em seus olhos ele me dizia que não poderia responder a nenhuma pergunta.

Mas ele não estava excluindo toda conversa. Então me aventurei…

“Eu apenas queria dizer uma coisa ao senhor”, afirmei. “Que eu amava o Papa Bento”.

Ele ficou parado.

“Eu também, eu o amo”, disse o cardeal.

“E por isso fiquei perturbado e sem chão desde 11 de fevereiro”, disse.

E então, como se tomado por uma emoção repentina, vi a face do cardeal ficar vermelha e triste e ele dizer de maneira firme: “Eu o amo também, mas isso nunca deveria ter acontecido. Ele nunca deveria ter deixado o seu ofício”.

Fiquei em silêncio.

“É como um homem e a mulher, marido e esposa, mãe e o pai em relação aos filhos”, ele disse. “O que eles dizem?”. Parecia que ele me perguntava.

Fiquei em silêncio.

“Eles dizem, ‘até que a morte nos separe’! Eles ficam sempre juntos”.

Então compreendi que ele estava afirmando que o Sucessor de Pedro nunca deveria renunciar ao trono, não importasse o quanto saturado e cansado, mas sim deveria continuar até a morte.

Senti que as palavras que ele dizia eram as palavras de um argumento que poderia ter sido usado mesmo entre os cardeais, mas, é claro, poderia não ser o caso.

Mas vi que eu estava captando um reflexo de como ao menos um cardeal pensava sobre a renúncia do Papa.

“Eminência”, disse, “Eu me esqueci. O senhor tem mais de 80 anos ou não?”

“Ainda não tenho 80”, ele respondeu.

“Então o senhor irá votar amanhã”.

Ele respondeu que sim com a cabeça, e cruzei um olhar sobre os seus olhos que pareciam tomados de sombras e preocupações. Fiquei surpreso com a sua intensidade. Fiquei surpreso com toda a conversa.

Ele apertou a minha mão. “Há algo mais no que possa ajudar?”, perguntei.

“Reze por nós”, ele disse. “Reze por nós”.

Ele se virou como se precisasse ir.

“Tenho que ir”.

Deu um passo adiante e virou-se novamente.

“É um tempo perigoso. Reze por nós”.

Acho que devemos fazer como ele pediu.

Aberto o conclave: o programa de hoje.

3Cidade do Vaticano (RV) – Com a Missa Pro Eligendo Pontefice, abriu-se nesta terça-feira, 12, o Conclave para a eleição do novo Papa. Desde as 7h (3h de Brasília), os 115 cardeais eleitores começaram a se acomodar na Casa Santa Marta, dentro do Vaticano, onde ficarão hospedados durante toda a duração das votações. Cada um terá seu quarto – os aposentos foram definidos por sorteio.

A cerimônia foi aberta a todos que conseguiram lugar, presidida pelo cardeal decano, o italiano Angelo Sodano, e concelebrada por todos os demais cardeais, não apenas os votantes.

No primeiro dia de conclave, está prevista apenas uma votação. Segundo a Sala de Imprensa da Santa Sé, os cardeais devem seguir às 15h45 (11h45 no horário de Brasília) para o palácio apostólico.

Depois, às 16h20 (12h20 em Brasília), seguirão em procissão da Capela Paulina para a Capela Sistina. O rito será transmitido ao vivo pela Rádio Vaticano, com comentários em português.

Os cardeais entram na capela, ocupam seus lugares e fazem o juramento previsto na Constituição Apostólica. O Cardeal Giovanni Batista Re, decano do conclave (por ser o mais idoso dos cardeais-bispos) fará uma introdução em latim.

Depois, cada um dos cardeais vai ao centro da capela, e com a mão sobre o Evangelho, profere o juramento, também em latim.

Então, a capela é fechada pelo Mestre das Celebrações Pontifícias, Mons. Guido Marini, que intima “Extra omnes”. Antes de todos os que não participam do conclave deixarem a Capela Sistina, o Cardeal Prosper Grech, 87 anos, maltês, propõe a última meditação aos cardeais eleitores. Em seguida, começam as votações.

O cronograma prevê que a operação termine às 19h15 (15h15 em Brasília) e retornem para a Casa Santa Marta às 19h30 (15h30 em Brasília). Às 20h (16h em Brasília), será servido o jantar.

Padre Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, disse que “dificilmente” o nome do novo Papa deve sair na primeira votação, nesta tarde.

A partir de quarta-feira, 13, serão feitas duas votações pela manhã e duas à tarde, até um dos candidatos receber mais de dois terços dos votos. As cédulas serão queimadas apenas uma vez por período e a previsão é que a fumaça seja expelida pela chaminé da Capela Sistina às 12h e às 19h (8h e 15h em Brasília).

Brasileiros

Cinco cardeais brasileiros participam do conclave: o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, 78 anos, o Prefeito emérito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada, Dom João Braz de Aviz, 65, o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, 63, Dom Geraldo Majella Agnelo, cardeal arcebispo emérito de Salvador, e o arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Raymundo Damasceno Assis.

Conclave: Novo Papa deve estar pronto a «dar a vida» pela Igreja Católica, diz o mais antigo dos cardeais.

Cidade do Vaticano, 12 mar 2013 (Ecclesia) – O mais antigo dos cardeais da Igreja Católica afirmou hoje no Vaticano, na missa que antecede o Conclave para eleger o sucessor de Bento XVI, que o novo Papa deve estar pronto a sacrificar a vida pelos fiéis.

“A atitude fundamental de todo o bom pastor é (…) dar a vida por suas ovelhas. Isto vale, sobretudo, para o Sucessor de Pedro, Pastor da Igreja universal. Porque quanto mais alto e mais universal é o ofício pastoral, tanto maior deve ser a caridade do Pastor”, vincou o cardeal Angelo Sodano.

Perante os 115 cardeais que vão estar no Conclave e a maior parte dos membros do Colégio Cardinalício, revestidos de paramentos vermelhos, bem como de clero, leigos e autoridades civis que encheram a Basílica de São Pedro, o cardeal decano deixou um apelo à unidade.

“Todos nós devemos colaborar para edificar a unidade da Igreja”, referiu, frisando que Cristo “estabeleceu os seus Apóstolos, entre os quais Pedro tem a primazia como o fundamento visível da unidade”.

O antigo secretário de Estado do Vaticano lembrou o “serviço de amor pela Igreja e pela humanidade inteira” realizado pelos Papas.

Os “últimos pontífices foram artífices de muitas iniciativas benéficas também para os povos e a comunidade internacional, promovendo sem cessar a justiça e a paz”, naquele que é um “serviço de caridade faz parte da natureza íntima da Igreja”, disse D. Angelo Sodano.

“Rezemos para que o futuro Papa possa continuar esta incessante obra a nível mundial”, prosseguiu.

A “missão de misericórdia” que Deus confiou “aos pastores da sua Igreja” compromete “todo o sacerdote e bispo, mas empenha ainda mais o bispo de Roma, pastor da Igreja universal” e “fundamento visível da unidade” eclesial, assinalou.

D. Angelo Sodano recordou o legado do Papa emérito, evocação seguida de um aplauso da assembleia: “Queremos oferecer-nos com Cristo ao Pai que está nos Céus para agradecer-lhe pela amorosa assistência que sempre reserva à sua Santa Igreja e em particular pelo luminoso Pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265.º Sucessor de Pedro, o amado e venerado Pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda a nossa gratidão”.

“Queremos implorar do Senhor que mediante a solicitude pastoral dos padres cardeais queira em breve conceder outro Bom Pastor à sua Santa Igreja”, acrescentou.

A missa, celebrada em latim, à exceção da homilia e de algumas orações, incluiu uma prece em português pedindo “justiça”, “solidariedade” e “concórdia para a humanidade”, além de pedidos em várias línguas pelos cardeais que vão escolher o sucessor de Bento XVI.

No final da celebração D. Angelo Sodano rezou para que o novo Papa “ilumine” a Igreja “com a verdade do Evangelho” e a “edifique com o testemunho de vida”.

RJM/OC