Dia histórico para a Missa Tradicional em São Paulo: Pontifical e Crisma por Dom Athanasius Schneider.

Por Manoel Gonzaga Castro | Fratres in Unum.com: A noite de 30 de novembro de 2014 foi histórica para os católicos paulistanos. Dom Athanasius Schneider, bispo auxiliar de Astana, no Cazaquistão, administrou o Santo Sacramento da Crisma e celebrou Missa Pontifical segundo a forma extraordinária do rito romano, na Paróquia São Paulo Apóstolo, no bairro do Belém, em São Paulo. Antes, na quinta-feira, Dom Athanasius havia lançado a edição brasileira de seu livro A Sagrada Comunhão e a Renovação da Igreja, no Mosteiro de São Bento, no centro da capital paulista.

Dom Athanasius administra a Crisma em São Paulo.
Dom Athanasius administra a Crisma em São Paulo.

Schneider, oriundo da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz (no Brasil, mais conhecida pela associação chamada “Obra dos Santos Anjos”), viveu por alguns anos no Brasil, especificamente em Anápolis e Guaratinguetá, onde ficam os mosteiros da ordem, e fala português fluentemente. Na diocese goiana, recebeu, em 1990, a ordenação sacerdotal das mãos de Dom Manoel Pestana Filho e foi professor do seminário diocesano.

Assistiram as cerimônias os sacerdotes do Instituto do Bom Pastor, os Padres Luiz Fernando Pasquotto e Renato Coelho, superior do IBP no Brasil. Na ocasião, foram crismados alunos do Colégio São Mauro, dirigido pela Profa. Ivone Fedeli, bem como membros da Associação Cultural Montfort, presidida pelo Sr. Alberto Zucchi, e amigos dela provenientes de outras localidades.

Cerimônia atraiu pessoas de várias cidades

Marcos, 25 anos, viajou cerca de duas horas desde o interior de São Paulo para a celebração. Ele foi um dos muitos que compareceram, graças ao anúncio exclusivo de Fratres in Unum – infelizmente, outros meios de comunicação católicos não deram espaço à divulgação de tão importante marco para a Missa Tradicional no Brasil.

Apesar da distância e do horário incomum, o esforço valeu a pena: “A cerimônia esteve muito solene e bela. Dom Athanasius falou primeiramente sobre o sacramento da crisma, da marca indelével que deixa no fiel católico (marca que carregamos ao inferno, se não nos salvarmos), das armas espirituais que dá ao cristão para combater as tentações, o mundo e o diabo. Comentou sobre os sete dons do Espírito Santo e instou aos crismandos que fossem soldados de Cristo, vivendo sua fé com coragem em todos os ambientes”, disse Marcos.

Fiéis em fila para receber o Sacramento da Crisma.
Fiéis em fila para receber o Sacramento da Crisma.

Primeiramente, houve administração do Sacramento da Crisma, sendo que a Santa Missa começou somente por volta das 22 horas.

O canto sacro ficou por conta dos corais Exsultet, da Montfort, responsável pelo canto gregoriano nas Missas Tridentinas no Mosteiro de São Bento aos domingos, e Flammula Chorus, coral polifônico do colégio São Mauro. “A missa solene teve a liturgia muito bem coordenada e as vozes do coral (tanto gregoriano como polifônico) eram celestiais, dignas de toda honra da cerimônia”, acrescentou Marcos.

Um dos fiéis comentou que aquele momento tinha uma dimensão muito maior, pois era considerado como sendo uma continuação concreta do trabalho do Professor Orlando Fedeli por meio de seus filhos espirituais, os padres Pasquotto e Coelho. Perguntado mais precisamente sobre o que seria esse trabalho, ele esclareceu que aquelas cerimônias eram encaradas por muitos como uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II. “É o que nós sempre enfatizamos: Bento XVI deu ao IBP a missão de corrigir os erros do Concílio Vaticano II e de não celebrar a Missa Nova”, declarou. “Por isso, é muito importante essa cerimônia, permitida pelo Cardeal de São Paulo, Dom Odilo. A impressão que se tem é a de que, finalmente, a Igreja reconheceu a legitimidade de nossa causa”, concluiu.

Crismandos de várias idades e localidades

Entre os alegres crismandos, era possível ver desde pequenas crianças, de 7 ou 8 anos, até adultos que se aproximavam do Santo Altar, para ouvir da boca do senhor bispo: “Eu te assinalo com o sinal da Cruz, e te confirmo com o Crisma da salvação, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amén”.

Pessoas de fora, como um grupo de cerca de 10 jovens, entre crismandos e padrinhos, de Presidente Prudente, deixaram suas dioceses de origem para poder receber o sacramento no rito tradicional na Arquidiocese de São Paulo – lamentavelmente, impossibilitados de o receber das mãos de seus próprios bispos, como seria o ideal.

A Paróquia São Paulo Apóstolo ficou repleta de fiéis.
A Paróquia São Paulo Apóstolo ficou repleta de fiéis.

Grande afluxo de fiéis

Por causa do horário, nem todos os participantes da cerimônia da crisma puderam permanecer para a Missa Pontifical. Mesmo assim, as hóstias consagradas na Missa se acabaram, de modo que foi preciso recorrer às partículas do Sacrário, que também não foram suficientes, e nem todos puderam comungar.

“Alguns pontos causaram estranhamento a quem não é da Montfort”, afirmou o jovem Marcos, completando: “a ausência completa de microfone durante toda a missa, que enfim é compreensível, mas que poderia ter sido diferente. A missa não teve homilia, certamente por conta do horário, e porque o bispo já havia falado antes, e a não distribuição de comunhão aos fiéis, somente os crismados e padrinhos comungaram”. Marcos notou algo incomum nas paróquias brasileiras de hoje em dia, mas previsto inclusive pelo Catecismo da Igreja Católica: “Ainda há a questão de ver crianças muito pequenas sendo crismadas, talvez com a idade de 7 ou 8 anos”. Questões secundárias, claro, diante da magnitude do que se viu na noite de domingo.

Ao fim, os católicos presentes saíram edificados pela beleza e sacralidade dos ritos, certamente agradecidos a Dom Athanasius Schneider pelo dom concedido, mas também às autoridades da Arquidiocese de São Paulo: primeiramente, ao Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, bem como aos bispos auxiliares Dom Edmar Peron, da região do Belém, onde fica a Paróquia São Paulo Apóstolo, e a Dom José Roberto Fortes Palau, da região do Ipiranga, à qual pertence o Colégio São Mauro. Embora nenhum sacerdote, exceto os do IBP, estivesse presente na cerimônia, deve ser recordado também o senhor pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, Pe. Reginaldo Donatoni, que tão generosamente acolhe os sacerdotes do IBP que lá celebram a Santa Missa segundo a forma extraordinária.

66 comentários sobre “Dia histórico para a Missa Tradicional em São Paulo: Pontifical e Crisma por Dom Athanasius Schneider.

  1. O comentário do fiel entrevistado:

    “(…) uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II.”

    … é exatamente a razão pela qual tenho pouca esperança de que a Missa na Forma Extraordinária cresça no Brasil. Ao contrário do que acontece em outros países, como nos EUA, parece que no Brasil há uma associação umbilical entre o apoio à Missa Tradicional e o esposamento de teses anti-Vaticano II, muito próximas ao sedevacantismo. É evidente que nem Dom Athanasius nem Dom Odílio nem qualquer outro dos clérigos mencionados (bispos auxiliares da Diocese de São Paulo e mesmo o pároco) compartilham dessa tese. Quem ouviu a palestra de Dom Athanasius na quinta ou leu o seu livro verá que nada há aí compatível com essa tese esdrúxula. Com exceção de algumas citações de Trento, todas as demais referências ao Magistério no livro são citações de documentos do Vaticano II e de Paulo VI.

    A razão pela qual essa atitude impede o crescimento da Missa Tradicional por aqui é evidente: pessoas que, como eu e tantos outros, gostam e apoiam a Forma Extraordinária, mas que não são sedevacantistas ou quase, não querem de modo algum associarem-se a esta bandeira. Se a Missa Tradicional no Brasil continuar a estar associada a esta tese, não tem a menor possibilidade de ganhar apoio substancial por essas terras. Alguns comentaristas aqui do Fratres deveriam se espelhar, por exemplo, nos posts e comentários no blog do Father Z, onde a imensa maioria dos apoiadores da Forma Extraordinária são fiéis ao Magistério da Igreja, o qual, queiram alguns dos comentaristas daqui ou não, inclui, sim, o Vaticano II (e, naturalmente, não são “contra” a “Missa Nova” – chamada assim com um desprezo quase sacrílego).

    É por isso que a Missa Tradicional nos EUA cresce com força, e aqui não vai a lugar nenhum. Pessoas que pensam como o entrevistado acima deveriam se perguntar se estão ajudando ou atrapalhando a difusão da Missa Tradicional, que produz tantos bons frutos espirituais e eclesiais.

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    1. José Tomás, acho que você está enganado. O maior divulgador da Missa Tridentina no Brasil foi o Prof. Fedeli e ele era contra a Missa Nova. Os padres do IBP, até onde sei, também são contra a Missa Nova. Então, acho melhor você rever seus conceitos.

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    2. Infelizmente a Montfort está conseguindo enfiar na cabeça de muita gente que a Missa no rito ordinário é algo ruim. Muito triste. mas eles sofrerão as consequências. E os padres do IBP que são seus capachos, se não abrirem os olhos para a verdade, correm sério risco de perder o apostolado.

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    3. Perfeito José Tomás!

      Tive a honra de ser crismado ontem e concordo plenamente com sua análise verdadeiramente católica.

      Admiro a modéstia no vestir, as famílias numerosas, o gregoriano, a postura e principalmente o zelo pela liturgia.

      Mas jamais concordarei com as teses Anti-Vaticano II e sedevacantistas (ou quase).

      Em plena comunhão com Roma, com o Excelentíssimo Dom Athanasius.

      Assim como admiro a Canção Nova por ter propagado a recitação do Santo Terço as 6 da tarde em todo o país em rede nacional de televisão mas jamais concordarei com a heresia “carismática”.

      Como bem ensina o querido Padre Paulo Ricardo, ser católico não é escolher uma parte da verdade e excluir a outra mas observar as duas partes aparentemente em tensão entre si e abraçá-las, pois a Verdade é uma só.

      Segundo a história da Igreja, os chamados “tradicionalistas” como também os “carismáticos” correm sério risco de serem os próximos pelagianos, luteranos, calvinistas, arianos, nestorianos etc.

      Rezemos pela nossa conversão e de nossos irmãos

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    4. Prezado José Tomás: Percebi que vc escreve corretamente; isso me leva a crer que não seja clérigo, pois, em que pesem as nobres exceções, parte notável dos clérigos do Brasil é constituída de analfabetos funcionais. Você escreve bem e pensa mal. Com os olhos postos na retórica, vc associa ao sedevacantismo os que nos opomos às teses esdrúxulas e espalhafatosas do vaticano-dois. Vc fala de sedevacantismo (e, depois, de sacrilégio). Entendi, perfeitamente a malícia da sua retórica e o que vc quer dizer nas entrelinhas. Não pude deixar de notar, além disso, o caráter profético que o seu comentário assume ao dizer – suponho que com certa pompa íntima ao redigi-lo – que “se a Missa Tradicional no Brasil continuar a estar associada a esta tese [anti-v-2], não tem a menor possibilidade de ganhar apoio substancial por essas terras”.

      Permita-me supor – eu não recebi esta graça gratis datae do dom da profecia – que vc é numerário ou ex-numerário do Opus Dei, ou talvez frequente a missa conventual do mosteiro de São Bento além de ter sido leitor do prolífico D. Estêvão Bittencourt e admirador do grande paladino do vaticano-dois no Brasil, D. Eugênio Sales. Errei?

      Estude mais, meu caro. Leia a cronística do Concílio e não apenas os textos promulgados. Procure ler as obras dos peritos do Concílio. Leia os artigos da “Concilium”, os da década de 1970, e também os da “Communio”, capitaneada pelo então Cardeal Ratzinger. Se ainda não sabe, aprenda latim e deixe de depender de traduções. Vá em frente: o caminho é longo e cheio de armadilhas. Boa viagem.

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    5. Tem mais:

      “Bento XVI deu ao IBP a missão de corrigir os erros do Concílio Vaticano II e de não celebrar a Missa Nova.”

      Apesar de estar (acredito) no polo oposto de Guilherme Chenta, neste ponto concordo 100% com ele: quem acredita no que vai acima (os quais Chenta chama de “Tradirromânticos”) está profundamente iludido.

      Equivale a chamar Bento XVI de mentiroso e hipócrita. O Papa Emérito SEMPRE celebrou aquilo que o comentarista chama – com evidente desprezo – de “Missa Nova”; e sempre defendeu a “hermenêutica da reforma na continuidade” – ou seja, nada a ver com o reconhecimento de “erros” no Concílio Vaticano II. O comentarista, aparentemente, acredita que Bento XVI celebrou e celebra uma Missa “falsa” (e, portanto, acusa-o de Sacrilégio) e que o Papa Emérito acredita que haja erros no Concílio Vaticano II (fazendo dele um hipócrita ao defender a Hermenêutica da Continuidade”).

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    6. Então a Missa Tradicional pra você é mais importante do que a fé tradicional?

      Você é um mero saudosista! Nós queremos a Missa Tradicional porque ela é culto melhor, mais perfeito e meritório a Deus, derrama mais graças sobre os fiéis e expressa melhor a nossa fé de sempre, não porque ela é “bonitinha”.

      Aposto que você é da turma do Vitola, do “Traição em Flocos com Aroma”, dos hereges “Sarnentos”, etc..

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  2. O cardeal que se cuide!

    “Um dos fiéis comentou que aquele momento tinha uma dimensão muito maior, pois era considerado como sendo uma continuação concreta do trabalho do Professor Orlando Fedeli por meio de seus filhos espirituais, os padres Pasquotto e Coelho. Perguntado mais precisamente sobre o que seria esse trabalho, ele esclareceu que aquelas cerimônias eram encaradas por muitos como uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II. “É o que nós sempre enfatizamos: Bento XVI deu ao IBP a missão de corrigir os erros do Concílio Vaticano II e de não celebrar a Missa Nova”, declarou. “Por isso, é muito importante essa cerimônia, permitida pelo Cardeal de São Paulo, Dom Odilo. A impressão que se tem é a de que, finalmente, a Igreja reconheceu a legitimidade de nossa causa”, concluiu.”.

    Simplesmente, fora da realidade e sem noção.

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  3. O Tradicionalismo no Brasil é caracterizado por serem “ovelhas sem pastor”. Nós nos alegramos sem dúvida com eventos assim e o que significa, mas tão logo aconteça, outros grupos levantam as suas bandeiras: “Estão vendo? Estou certo. Meu time venceu!”

    “(…) uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II.”

    … é exatamente a razão pela qual tenho pouca esperança de que a Missa na Forma Extraordinária cresça no Brasil (2)

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    1. Pois é, Heitor, seria ótimo que tivéssemos por aqui um “pastor” que conseguisse conciliar amor à Tradição à fidelidade e plena comunhão com Roma, como faz o Father Z (que é hoje, sem dúvida, o mais conhecido “patrono” da Missa Tridentina nos EUA, e ponto de referência para a maioria dos que amam a Tradição).

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  4. Querido José Roberto,

    Sua mensagem na verdade corrobora minha tese. O fato de que, em suas palavras:

    “O maior divulgador da Missa Tridentina no Brasil foi o Prof. Fedeli e ele era contra a Missa Nova. Os padres do IBP, até onde sei, também são contra a Missa Nova”

    … explica, em minha opinião, por que a Missa Tridentina tenha tão pouca expressão no Brasil, ao contrário dos EUA.

    Quando tivermos Católicos fiéis ao Magistério (que INCLUI o Vaticano II) apoiando e divulgando a Missa Tridentina no Brasil, como faz o Father Z e outros tantos nos EUA, teremos realmente uma renovação litúrgica autêntica em Pindorama…

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    1. Querido José Roberto,

      O próprio Guilherme Chenta, recentemente, publicou aqui um post sobre as instruções de Mons. Pozzo ao IBP no qual ele deixa claríssimo que a postura anti-V2 e anti-“Missa Nova” são inaceitáveis. E que o superior eleito, que tinha essas posturas, foi destituído e nova eleição foi realizada.

      De resto, você não abordou minha colocação. Acompanho o Fratres há muitos anos, e não vejo crescimento algum no oferecimento da Missa Tridentina no Brasil. Sempre os mesmos lugares, sempre as mesmas paróquias nas mesmas dioceses. É questão estatística, numérica. Acho difícil argumentar que a Missa Tridentina esteja “explodindo” por aqui, como parece ser o caso nos EUA.

      Ser recebido no Vaticano não quer dizer nada, qualquer um é, haja vista o Papa recebendo o MST recentemente. O que importa é: Quantas pessoas estão aderindo à Missa Tridentina no Brasil? Posso estar muito enganado, mas me parece que, infelizmente, tirando os grupos cripto-sedevacantistas, quase ninguém.

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  5. Queridíssimo Leandro!

    Não sabe você o quanto me alegra!

    Meu medo era que todos os crismandos de Dom Athanasius compartilhassem do sedevacantismo enrustido de tantos comentadores aqui do Fratres.

    Insinuar que um santo bispo como Dom Athanasius seja um cripto-sedevacantista é uma calúnia inominável, e quem o faz deveria examinar sua consciência e correr para a confissão.

    E, tenho certeza, se este santo bispo soubesse que está sendo manipulado por alguns para defender essas teses cismáticas, encher-se-ia de horror e se recusaria terminantemente a mesmo PARECER que está dando apoio a tais teses esdrúxulas.

    Quando aos carismáticos, tenho a dizer o seguinte: embora eu não goste de seu estilo litúrgico, não sei se é justo chamá-los de heréticos. Meu jovem pároco e vigário têm formação carismática, e muitas vezes me sinto incomodado com suas liturgias (especialmente a música), mas seu amor a Jesus é inquestionável e gostaria de ter 10% de sua coragem e evidente amor ao Cristo. Dei aos dois, ontem, o livro autografado (com dedicatória pessoal a cada um dos dois) de Dom Athanasius. A Comunhão na mão (tema do livro) é francamente desencorajada em minha paróquia, e espero que o livro ajude-os a ser mais incisivos neste aspecto. Mas os dois são espantosamente corajosos, mandaram votar contra o PT nas eleições, falam de aborto, casamento homossexual e até (incrível!) de contracepção. E isso o tempo todo. E têm total apoio do bispo (Dom Fernando Figueiredo) que está longe de ser um tradicionalista.

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  6. O caro Santiago R. que escreve com pompa digna de uma tese, esquece-se de que acima de qualquer análise das entrelinhas do CVII, ou de qualquer teólogo que tente interpreta-lo dentro da hermenêutica da descontinuidade (modernista ou tradicionalista), está a interpretação do CVII feita pelo Magistério dos Papas.
    E quem nega essa continuidade entre o Magistério pré e pós conciliar, vai contra o Magistério dos Papas, sobretudo, o de Bento XVI, tanto amado pelos tradis (sic!), que já se pronunciara tantas vezes contra essa linha da descontinuidade.

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  7. Querido Santiago,

    No espírito da correção fraterna, em primeiro lugar, gostaria de lembrar-lhe que não se deve julgar as intenções das pessoas. Ao atribuir-me “malícia” e “pompa íntima”, parece-me que estás a julgar minhas intenções. Não digo que eu não o faça também, mas é algo do qual deveríamos nos esforçar para nos abster.

    Não tenho a pretensão de ser profético quanto à divulgação e disseminação da Missa Tradicional no Brasil, apenas manifesto minha percepção: o sucesso da Missa Tradicional no Brasil é ridículo, se comparado aos EUA, por exemplo.

    Se você está entre os que desprezam mesmo o “Cardeal Ratzinger”, o que depreendo de sua mensagem, não creio que haja bases mínimas para nossa discussão. Estamos, realmente , em mundos diferentes.

    A propósito, meu Latim é fluente, desde minha adolescência há algumas décadas. O que mais me agrada é ler Tomás no original.

    E, mais uma vez no espírito de correção fraterna, conselhos condescendentes do tipo “estude mais” tem pouca probabilidade de despertarem simpatia pela sua posição, tanto por parte do destinatário quanto por parte dos demais leitores. Pouca gente disputa que Ratzinger é o maior teólogo Católico vivo, mas se você se acha mais inteligente do que ele, o que eu posso fazer?

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    1. Nada disso: de modo algum eu “diminui” o Cardeal Ratzinger! Citei a Communio como boa referência teológica e como antagonista da “Concilium” de H. Kung et caterva. Eu assinei a edição brasileira da Communio desde o primeiro número (tinha uns 16 anos) e conheci pessoalmente alguns de seus colaboradores aqui no Brasil.

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    2. Ah bom, desculpe se interpretei errado.

      Mas, se é assim, você haverá de concordar comigo que essa retórica anti-V2 tem pouco a ver com o Magistério do Papa Bento XVI, ou não?

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    3. Convenhamos: o Santo Padre Bento XVI não ia chegar um dia na loggia de São Pedro e dizer (sorridente e cingindo a tiara) que o Concílio rompeu com o Magistério anterior… Quando, pois, o Santo Padre Bento XVI fala de hermenêutica da continuidade, ele só pode estar falando, obviamente, que é o Magistério anterior ao Concílio que resolve as eventuais dubiedades (eufemismo) que nele possam se encontrar. Para um mediano entendedor, o fato mesmo de se admitir que o Concílio “deve ser lido à luz da tradição” já é cantar a palinódia, não é? Mas quem, hoje, além dos tradicionalistas, se interessa pelo Vaticano II e seus textos enfadonhos? Para o restante dos ambientes católicos, o Vaticano II já era faz tempo! Digamos que os tradicionalistas são, às avessas, os que não deixam o Concílio Vaticano II cair no mais abissal esquecimento…Para o restante da Igreja, tem-se, numa salva de prata, Puebla e Medelin; Genéscio Boff com sua galinha (*), as freiras Pro-Choice, a Missa dos Quilombos e muito mais! Curioso: vc fica numa sequiosa está à cata de um sedevacantista, não é? Digo que vc terá muito mais trabalho se quiser expulsar da sua paróquia os espíritas, os maçons, as macumbeiras e leitoras de tarôt, essa gente toda, enfim, com que vc convive em paz, tranquilo, sorridente, rezando o Pai-nosso de mãos dadas, dando o pegajoso e brega “abraço da paz” ao som das músicas do padre Zezinho, sem esquecer, é claro, das poesias de Dom Pedro Casaldáliga e a falação em línguas.

      (*) “A águia e a Galinha”, livro.

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  8. Discordo da afirmação de que Orlando Fedeli tenha sido o grande incentivador da Missa de São Pio V no Brasil, simplesmente porque sua fama é oriunda da TFP de Plínio Oliveira, este sim um personagem de grande vulto na História nacional – gostemos ou não.

    Seguindo o raciocínio, seria também errôneo creditar à TFP a preservação da Missa de São Pio V porque eles eram “parasitas” da credibilidade de Dom Antônio de Castro Mayer, este sim o verdadeiro guardião da Ortodoxia na Terra de Santa Cruz, que os apoiou até perceber que as mazelas daquele grupo (resumidamente, o caciquismo de Plínio que se colocava acima do Magistério Episcopal, para dizer o mínimo) não tinham cura.

    Aproveito para também comentar que está faltando um viés sociológico nas comparações com o crescimento da Missa de Sempre entre países. Na América Latina, temos um caso de perseguição aberta contra esse Rito e seus defensores, tradicionalistas ou não, enquanto nos EUA e Canadá ela fulgura no meio da podridão modernista e protestante, o que não é difícil porque essas heresias são similares e compartilham do descrédito dos mais cautelosos por serem obras do pai da mentira.

    Poderia escrever mais, mas creio que seja o suficiente.

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    1. Querido Pedro, discordo um pouco de sua colocação quanto às perseguições.

      Embora a perseguição exista, não é generalizada. A Missa de Sempre está liberada na Cidade de São Paulo, tanto na Diocese de São Paulo quanto na de Santo Amaro. E mesmo assim não cresce.

      Por outro lado, concordo com sua posição quanto aos leigos que se erigiram em juízes do Magistério. Quisera Deus que essa aberração se restringisse à TFP.

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    1. Na orelha de seu livro consta sua profissão religiosa na Ordem. Sua página na Wikipedia (em Inglês) nada diz sobre sua saída. De modo que, tirando a provisão no Direito Canônico referente à dispensa das obrigações assumidas quando um religioso é ordenado bispo, não vejo razão para acreditar que a tenha deixado.

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    2. No site Catholic-Hierarchy, a melhor referência para informações a respeito de todos os Bispos católicos do mundo, ao lado de seu nome, constam as iniciais da O.R.C.

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  9. Essa retórica infame de denúncia (a que fala de sedevacantismo, magistério, sacrilégio e adjacências) é uma óbvia tentativa de desautorizar os frequentadores da Missa tradicional, chamando atenção dos clérigos para o “grande perigo” que eles representam! Notem a sutileza e as “boas intenções” desse golpe vil.

    Ah! Demônio! Deixe as almas em paz !

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    1. Acredito que você esteja se referindo aos meus comentários. Mais uma vez, você comete o pecado (material) de me acusar de intenções vis. Espero, sinceramente, que não se trate de pecado formal.

      Não estou de forma alguma tentando desautorizar os fraquentadores da Missa Tradicional. Ao contrário, gostaria que muitos a frequentassem no mesmo espírito daqueles que a celebram, como Dom Athanasius e o Cardeal Burke, ou seja, como uma expressão do Amor a Deus e à Igreja, e não como “sinal de rebeldia” (essa sim, demoníaca – Non Serviam!) à Igreja de Roma e ao Magistério.

      Eu mesmo, se não estivesse dolorosamente ciente de que frequentar a liturgia Tradicional no Brasil equivale a assinar embaixo das teses cripto-sedevacantistas e nem tão dissimuladamente cismáticas, frequentaria com gosto, faria propaganda e tentaria trazer essa liturgia para minha paróquia. Nos EUA eu não teria problema nenhum em fazê-lo. Já aqui… Manifestações como a sua demonstram inescapavelmente o quanto minha apreensão tem razão de ser.

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  10. Caros irmãos em Cristo,

    É assustador ver como alguns que lutam pela verdade buscam abraçar a mentira como se isto fosse algo necessário ao nosso tempo ***moderno***;
    Em outras palavras, gostam de um café bem morno! (Ap;3)

    E alguns ainda alegando que o “problema” da não expansão da Missa Extraordinária no Brasil é a falta de apoio dos “pastores” brasileiros!!!

    Ora já se viu…!

    É evidente que o pastor é necessário, mas como dizia São Inácio de Loyola: “É preferível que o rebanho fique sem pastor, do que ter por pastor a um lobo.”

    E infelizmente, quem têm a missa nova como parâmetro de fé (seja quem for) até luta com Cristo, mas semeando bons trigos com erva daninha, onde a fé será sufocada futuramente pela ação “conciliável”, “amorosa” e relativista de hoje.

    Graças a Deus, temos o apoio do IBP e das associações católicas que, inclusive, se não fosse pelos “tradirromanticos” ninguém seria crismado. Pela menos não nesta missa.

    Assim como eu não teria recebido a Santíssima Eucaristia sem a Missa Nova, porém, humildemente ESTUDANDO, Deus me deu a oportunidade de me ancorar mais fundo em minha fé, tirando-me do morno da missa nova e me fortalecendo com a Santa Missa que revela TODA a excelência do sacrifício!

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  11. Como eu disse a Montfort é híbrida. É um grupo como o homem vitruviano. Tem um braço na Tradição e outro encosta no Modernismo (prova é o apoio do Clero dito conciliar, como o de Dom Odílio). Ela pode operar em favor da Missa Antiga como também pode co-patrocinar um evento com os modernistas da RCC, como vimos em post anterior.
    A Montfort sujeita-se à gentil concessão do Clero Progressista para realizar a Missa no rito dito extraordinário. Todavia, há uma sutileza que não estamos observando. Qual é o foco da questão?
    É objetivo dos grupos ditos tradicionalistas resgatar a missa de sempre ou resgatar de forma abrangente toda a Tradição esgarçada com o advento do Concílio Vaticano II? Se é resgatar a missa de sempre então a Montfort alcançou seu objetivo, mesmo que aliada ao clero progressista (que faz a concessão). Se é o extermínio do Modernismo na Igreja então não conte com a Montfort-Zucchi, porque ela está de mãos dadas exatamente com extratos modernistas, sendo uma quimera esperar que esse grupo alcance esse objetivo.
    De novo a Montfort é chamada a ser transparente: Seu objetivo é restringir-se na louvável defesa da Missa Antiga, ou a militância mais abrangente inclusive condenando o Modernismo em todas as esferas? Com a palavra a Montfort-Zucchi.

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    1. Querido Watchman, quem, na sua opinião, está incluído no que você chama de “clero conciliar”? Dom Athanasius? O Mosteiro de São Bento de São Paulo? O Cardeal Burke?

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  12. Piano piano…. Vamos esperar o sínodo pró-sodoma-e-concubinato-adúltero, e pagar pra ver mais novidades deste lindo “magistério”.

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  13. Robson, espero sinceramente que você esteja certo. Não é, porém, o que vejo aqui em São Paulo. Mas, evidentemente, minha visão é necessariamente localizada.

    Quanto mais Católicos “comuns”, desvinculados de grupos semeadores de discórdia, se resolvam a frequentar a Liturgia Tradicional, melhor!!!

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  14. Lendo alguns comentários acima, percebi menosprezo pelos tradicionalistas. O Padre Daniel Pinheiro, em um sermão que lembrava os cem anos do falecimento do Papa São Pio X afirmou que este, em uma carta enviada aos Bispos da França, sobre um movimento chamado Sillon, disse: os verdadeiros amigos do povo não são os revolucionarios, não são os inovadores, mas os tradicionalistas. (este sermão (modernismo, a pior das heresias) está no site Missa Tridentina. Já li, tambem, mas não me lembro onde, que Dom Athanasius afirmou que os tradicionalistas são o futuro da Igreja.

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  15. Dizer que a Missa Tridentina não está crescendo no Brasil é cosi de bocoió. De 2007 para cá, o número de Missas praticamente triplicou e existe um enorme número de fiéis pura e simplesmente abandonados pelos padres e bispos, que não lhes dão importância alguma e que fazem de tudo para que este boom não se transforme em um terremoto.

    É claro que o que mais aterroriza a hierarquia brasileira é a crítica que os ditos tradicionalistas têm ao CVII e à própria Missa Nova. O sonho deles é calar quem se atreve a dizer o óbvio e a denunciar a óbvia decadência católica frutos diretos de ambos.

    Enquanto isto, os grupelhos modernistas seguem fingindo adorar o Concílio mas, na prática, desobedecem-no mais do que a própria Fraternidade. Eles têm e querem seguir mantendo o monopólio da desobediência a este que é o mais fracassado concílio da história da Igreja.

    Da mesma forma, por tudo o que eu conheço acerca da realidade americana, os tradicionalistas de lá são até mais ferrenhos em criticar o CVII dos que o de cá.

    Abs.

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  16. Prezado Sr. José Tomas,

    Desculpe-me, mas no momento terei que ser bastante
    objetivo em meu comentário:

    A diferença entre Brasil e EUA (note que estamos falando
    em âmbito nacional, não apenas de São Paulo ou de
    uma ou outra região dos EUA) está nos bispos:

    O clero dos EUA é muito mais conservador que clero
    brasileiro. Não tem nem comparação.

    O problema no Brasil é a falta de bispos não-modernistas.
    Os EUA está cheio de bispos “restauracionistas”,
    sejam eles “cripto-sedevacantistas” ou não.
    (veja que a diferença entre os dois países, então,
    é um abismo).

    Além do mais, o Brasil está tomado pela TL,
    e a parte do clero que não são é adepta da TL
    geralmente é adepta do “carismatismo”
    (ou, pelo menos, é bastante
    simpática a eles).

    Por outro lado,
    os EUA está tomado pelos carismáticos, mas estão
    praticamente livres da TL,
    e esta (a TL) é obviamente muito mais ácida
    para com a Tradição…

    Isso porque, se o Modernismo é a “síntese de todas as heresias”,
    a TL é a síntese do Modernismo.

    Assim, não é de se estranhar que o processo “restauracionista”
    esteja lento no Brasil. É de se estranhar, sim,
    pessoas que preferem virar a metralhadora da sua língua
    contra grupos “restauracionistas” (em geral) ao invés de
    se preocupar com os destruidores que abundam no seio
    da Igreja visível. É muito de se estranhar…

    Mas, enfim,
    creio que não preciso lembrar-lhe que:
    “a crise da Igreja é uma crise de bispos”,
    certo?

    Se quer a resposta para sua pergunta,
    olhe primeiramente para os Bispos
    (que são os catequistas por excelência
    e “grandes liturgos” das dioceses).

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    1. Querido Duarte, de maneira geral concordo com sua análise. É verdade que o estado do episcopado tupiniquim parece mais deplorável que o dos EUA.

      Mas meu ponto é que associar a Missa Tradicional a posturas anti-V2 e anti Forma Ordinária não ajuda em nada a causa. Acredito que muitos bispos seriam mais simpáticos à Missa de Sempre se sua defesa não viesse com essa carga.

      Além disso, nos EUA existem grupos organizados pró Forma Extraordinária que são claríssimos em seu apoio ao Concílio (corretamente interpretado – os modernistas são os mais desobedientes aos textos do Concílio) e no reconhecimento da validade e legitimidade da Forma Ordinária, coisa que, até onde estou informado não existe no Brasil (ou pelo menos não de forma expressiva).

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    2. Creio que estejamos em uma situação tão catastrófica,
      que muito facilmente se confundem questões
      administrativas, questões jurídicas, questões
      históricas e tudo o mais com heresias.

      Melhor explicando:
      Existem grupos “restauracionistas” que tendem a tratar
      como herege todo e qualquer indivíduo que discorde de
      um ou alguns de seus pontos de vista.

      Por exemplo:
      Para muitos, a Monarquia é a melhor forma de Governo,
      como pensava Aristóteles.
      A Democracia, para Aristóteles, é o “menos pior” dos três
      piores tipos de governo (ela perde “em ruindade” apenas
      para a Oligarquia e a Tirania).

      Mas, nem por isso, se deveria dizer que algum
      entusiasta da Democracia deva ser tratado como um herege.

      Trata-se de política!

      Dom Fellay desejava fazer acordo com Roma.
      Logo surgiu, no meio tradicionalista, os rótulos
      de “acordistas” e “não acordistas”.
      E muitos “não acorditas” tratavam aqueles como
      verdadeiros hereges,
      e certamente acontecia também o inverso.
      Será que isso é razoável?
      Trata-se de uma questão administrativa
      ou de heresia?

      Em suma, acredito que, se a Doutrina
      nos permite ser TOLERANTES mesmo
      com as falsas religiões, por que então tratar
      como hereges e atirar pedras (tratar como verdadeiros
      hereges) em todos os que discordam
      de qualquer um dos nossos pontos-de-vista?
      Não seria mais frutífero atirar pedras
      apenas nos ERROS que realmente amordaçam
      a fé? Atacar os erros, não as pessoas,
      sobretudo quando estas estão propensas
      a Restaurar (e não destruir) a Igreja?

      Penso que é preciso, sim, combater e resistir
      ao erro, tanto quanto seja possível, sem deturpar a realidade,
      nem cair numa zona de conforto
      e querer achar que está tudo as mil maravilhas..

      Agora, não é porque um bispo cita o CVII que também
      ele é um herege. Ou virou pecador mortal citar o CVII?
      Será ilícito se utilizar dos “Crtl + C” e “Crtl + V” que
      o CVII fez da Doutrina de Sempre contra os próprios
      adoradores do CVII? Ou seria, antes, uma estratégia
      bem prudente?
      Pe. Michael Rodrigues citou o Catecismo “amarelão”
      numa Câmara de Vereadores, para combater
      a perversão sexual… cometeu ele pecado mortal
      porque “citou o CVII”, será?

      Ou será que ele deveria ir lá com o Catecismo de
      São Pio X e explicar para os vereadores
      que existe no seio da Igreja visível uma
      impostora “igreja conciliar” verdadeira vergonha,
      e que antes do CVII as coisas
      não eram assim, etc etc…?

      Como ensinou o Supremo Pastor:
      Os “filhos da Luz” também precisam ser espertos!

      Mas, com isso, não concordo com o que vc diz. Não creio que seja
      um problema de ser “anti-CVII” ou “anti-Missa Nova”
      que atrasa a Restauração.

      Sendo bastante pontual (e ignorando o papel da Mídia,
      dos maus pastores e dos bispos perseguidores
      da Missa Antiga, por exemplo)
      eu diria que o problema
      dos grupos restauracionistas é a falta de união,
      a alta propensão ao conflito e (como consequência),
      o não saber ou não querer diferenciar heresias e erros
      doutrinários de discordâncias e erros administrativos ou históricos.

      Creio que seja natural que as pessoas tendam a essa
      postura (de total resistência a tudo) por conta
      dos incessantes “convites do mundo”, mas,
      como já disse, é preciso saber diferenciar questões históricas,
      questões administrativas, questões políticas,
      questões pessoais, questões filosóficas e
      questões de Doutrina.
      É certo que a Sabedoria da Doutrina, por si, abarca todas
      aquelas outras questões (como diz a Escritura),
      mas não é porque alguém
      está imperfeito em uma ou algumas delas que ele
      é um herege! Basta olhar para História da Igreja…

      Falta, assim, a nós católicos
      o “know how” de como aplicar,
      no cotidiano, a perfeita Doutrina, com mansidão,
      especialmente nesses tempos.

      Como também já foi dito, esse papel
      (de catequese) cumpriria aos líderes,
      e especialmente aos líderes por excelência,
      que seriam os sucessores dos Apóstolos:
      Mas aí voltamos ao primeiro problema…

      Por outro lado, esse último ponto
      também explica o porque de muitos
      “tradicionalistas” apoiarem (em grande parte)
      a Dom Burke, Dom Ranjith, Dom Athanasius etc:
      Eles são verdadeiros pastores.

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    3. No mais, creio que esteja enganado:

      No Brasil, o que mais se tem são os chamados
      Padres “bi-ritualistas”. Não entendo sua posição aqui.
      (e não estou fazendo juízo de valor em tão
      poucas palavras).

      E não existe essa história de “interpretação
      da total conciliação da Missa Nova e o Rito Antigo”.

      Sinto lhe informar, mas isso não pode existir e nem nunca
      vai existir no plano concreto, e a razão é muito simples:

      O CVII foi “criado” propositadamente ambíguo,
      e isso já foi dito com todas as letras por fontes
      das mais confiáveis.
      (e em “plena comunhão” com Roma).

      Assim, ser ambíguo faz parte da própria natureza
      e constituição do CVII,
      de modo que uma interpretação ortodoxa necessariamente
      irá contradizer algumas de suas passagens
      (bem como uma interpretação modernista
      irá sempre contradizer muitas outras).

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  17. Deixa-me muito feliz ver que mais uma Missa Pontifical foi realizada em São Paulo, e que cresce o número de soldados de Cristo confirmados. Porém, o publicado trata como se nunca uma Missa Pontifical tivesse sido celebrada em São Paulo, como se a Missa celebrada por Dom Alfonso de Galarreta no Priorado da FSSPX há poucos dias não tivesse o mesmo valor nem a celebrada por Dom Rifan em fevereiro, como se apenas a luta que a Montfort e o IBP fazem é de valor histórico e as conquistas dos outros Institutos e Associações Tradicionalistas não fossem também dignos de tratamento semelhante pela Montfort.

    E igualmente me deixa impressionado quem diz que essa Missa foi uma prova de que a Santa Sé, contaminada como está pelo modernismo e pela loucura de insistir que o concílio Vaticano II dá bons frutos, permite, e somente ao IBP, via Montfort no Brasil, lutar contra a missa nova e o concílio. É no mínimo um equívoco de quem é enganado e acha que irá resolver sozinho os problemas da Igreja, uma arrogância.

    Grande notícia, sem dúvida, a realização de mais uma Missa Pontifical celebrada por um grande Bispo em São Paulo, mas não foi a primeira e se Deus quiser não será a última para tamanha ufania da Montfort e desprezo das outras Missas. No entanto não critico o Fratres in Unum, que também publicou as notícias das outras Missas Pontificais e Crismas, apenas a aparente arrogância da atual publicação, que deveria ser corrigida ou esclarecida.

    Missa histórica a ser noticiada agora será quando nos lugares que ainda não possuem a graça da Santa Missa Tradicional passarem a tê-la, como graças a Deus São Paulo já tem.

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  18. Alguns associam a TFP ao chamado tradicionalismo católico.
    Considero risível essa tese pois aqui em minha cidade sempre houve membros atuantes da TFP e eles, após décadas de trabalho, NÃO conseguiram UMA SÓ capela ou padre ou autorização para que a Missa Antiga fosse dita.
    Muito ao contrário: vejo meros recém-convertidos, com relativamente pouca formação católica séria, atuarem e conseguirem em pouquíssimos anos, aquilo que a TFP, relativamente à “Tradição Católica” (Missa Antiga) não conseguiu em DÉCADAS.
    Os fatos falam por sim.

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  19. Caro José Tomás.
    Já externei neste forum o profundo reconhecimento que tenho pelo Cardeal Burke. Confesso que me tornei fã de carteirinha dele. Também tenho consideração ao Dom Athanasius Schneider. Aliás, não sei porque cita ambos porque pelo que eu saiba não têm eles qualquer direção no IBP. Quanto ao Mosteiro de São Bento tenho a dizer, e talvez seja o primeiro aqui, que ele foi o grande guardião do gregoriano depois do tsunami do Concílio Vaticano II, porque mesmo com o triunfo do modernismo não aboliu o cantochão em seus ofícios. Todavia, aderiu na primeira hora ao Concílio, bem como ao Novo Ordo. Não é agora, porque abre as portas ao IBP, que tornou-se bastião da resistência do tradicionalismo. Aliás, foi muito elogiado pela mídia porque incentivou o ecumenismo já que fez audições em conjunto com a cantora Fortuna em que misturou gregoriano com músicas profanas e religiosas judaicas. Ademais, certa vez li o Professor Orlando Fedeli criticar as pinturas da igreja do mosteiro porque elas eram gnósticas. Portanto, segundo Fedeli, o esplendor da Missa de Sempre dá-se em local onde existe pintura gnóstica. Ademais, José Tomás, você há de concordar que Dom Odílio faz parte do clero pró-conciliar, porque se não fosse jamais seria arcebispo de São Paulo.
    De outa feita, o senhor tem dúvidas que o pároco da Igreja São Paulo Apóstolo seja a favor do Concílio?
    O fato de aceitarem a celebração da Missa no rito extraordinário não implica que eles rejeitam o Concílio. Aliás nem podem, porque é condição do IBP o reconhecimento da licitude do Concílio.
    Também os padres celebrantes do IBP, que merecem o meu respeito, aceitam o Concílio, posto que a constituição do IBP autoriza a crítica construtiva do mesmo.
    Por outro lado, estou aguardando a crítica construtiva do Concílio Vaticano II por parte do Sr. Alberto Zucchi. Até agora, pelo que me consta, não a deu. Eu sei que o Professor Orlando tentou dar, mas foi proscrito na primeira aproximação com o IBP.
    Será que teremos que aguardar tanto quanto estamos aguardando há mais de dez anos os Arautos do Evangelho insurgir-se contra a “estrutura”, vale dizer, o clero, como era objetivo inicial da Manobra Judith, ou será que essa crítica vai sendo olvidada, olvidada, olvidada até que finalmente fique olvidada mesmo?

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    1. Bom, então entendo que estamos dizendo mais ou menos a mesma coisa, embora talvez, com avaliações de valor diferentes.

      O que venho dizendo desde meu primeiro post é isso: que é ilusório achar que o fato de que Dom Atanásio ou o Cardeal Burke celebrem o Vetus Ordo é “prova” de que apoiam movimentos anti-conciliaristas e anti-“Missa Nova” (e com isso até o Chenta concorda – aliás é a tese que ele veio aqui sustentar mais de uma vez).

      E também digo que essa tese não ajuda em nada na disseminação da Missa Tradicional. Ao contrário. Será que Dom Athanasius concordaria em celebrar (e D. Odilo em autorizar) essa Missa e Celebração do Crisma caso ficasse claro para eles que seriam interpretados dessa maneira? Eu pessoalmente duvido muito…

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  20. José Tomás, agradeço a caridade em me corrigir no que tange à difusão da Missa de Sempre no Brasil. Deveria ter citado que a repressão diminuiu depois do documento “Summorum Pontificum” do Santo Padre o Papa Bento XVI, mas não foi extinta.

    Para a FSSPX e a USML nada mudou, já que as portas foram abertas apenas para as comunidades Ecclesiae Dei, como a Adm. Apostólica São João Vianney e o Instituto Bom Pastor. Mas, a despeito da ordem de Bento XVI, nem todos os Bispos a obedecem e ainda há Dioceses nas quais a Missa de São Pio V tem dificuldades em ser celebrada.

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    1. Querido Pedro, é verdade que muitos bispos ainda são resistentes, mas minha tese é justamente essa: será que muitos desses bispos resistentes não seriam menos resistentes se vissem que os proponentes de Missa Tradicional não são necessariamente anti-V2 e anti-“Missa Nova”?

      Alguns bispos serão resistentes sempre, por serem modernistas, mas outros não tem restrição ideológica, apenas não querem sarna para se coçar.

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  21. Os ditos conservadores, gente do tipo opus day, são os maiores empecilhos para a restauração do catolicismo ‘ex integro’; eles são como as moedas falsas, que são tanto mais perigosas quanto mais se parecem com as verdadeiras. Não há nada mais emblemático, nesse sentido, que a derrocada do catolicismo no Rio de Janeiro sob o gélido episcopado de D. Eugênio Sales, como aludi em outro post. De fato, acho difícil, senão impossível e contraditório, que Deus Nosso Senhor se digne abençoar as obras dos que, obstinadamente, em nome de certo “magistério”, novidadeiro e deletério, pisoteiam tudo aquilo que os Papas, os Concílios e os Doutores ensinaram sobre o mistério de Cristo e da Igreja. Pois não é outra coisa que faz o canhestro e abominável movimento ecumênico inaugurado por João XXIII, uma utopia grotesca e falaciosa que pretende negar o princípio de não contradição, e para cuja implementação são negadas ou aviltadas, sistematicamente, as verdades que já foram definidas pelo supremo Magistério da Igreja e continuamente propostas pelo Magistério ordinário, pela disciplina dos sacramentos e a legislação canônica anterior a 1983. Parece que sobre essa gente, os solenes conservadores-de-boca-cheia, pesa o terrível pecado contra o Espírito Santo de conhecer a verdade e negá-la obstinadamente em nome de uma falsa obediência cujo termo, quod Deus avertat, é o inferno.

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  22. Sr. José Tomás.A ação heróica de Dom Athanasius e Cardeal Burke é absolutamente diferente dos grupos neo-conservadores como a da Montfort. A começar pela repercussão. Ambos têm um peso formidável na opinião pública católica diferentemente da Montfort, que a despeito dos seus esforços, é quase uma entidade paroquial. Qualquer atitude dos prelados pode afetar a vida dos católicos de forma extraordinária. Portanto, não é conveniente que ambos demonstrem frequentemente contrariedade às disposições de Roma para não produzirem uma divergência colossal. Contudo, e diferente do que o Senhor afirma, mesmo assim, com prudência têm condenado o mal fadado Concílio Vaticano II, especialmente Dom Burke. Ademais, eles não estão no Clero porque desejam por meio de uma manobra desestabilizar o Concílio Vaticano II. Estão no Clero porque receberam da Graça essa nobre missão. Já os grupos conservadores, como a Montfort pretendem, ao que parece, estar com o clero conciliar para poder promover a Missa Antiga. Portanto, e as evidências demonstram, a Montfort pretende “enganar” o clero progressista, que dá o placet para a realização da Missa. Ora, e quem garante que o clero progressista também não está “enganando” a Montfort e outros grupos afins? Você fia-se nos progressistas? E outra coisa. É honesto “enganar” o clero progressista demonstrando ser um aliado e intimamente alegar que “enganou” porque pretendeu salvar a Missa? Ademais, todo esse “é dando que se recebe” está parecendo a famosa Manobra Judith, que no fim não deu em nada. Aguardo a crítica construtiva ao Concílio Vaticano II por parte do Sr. Alberto Zucchi.

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  23. Prezado José Tomás,

    agradeço a atenção de sua resposta à minha dúvida. De fato, sua ponderação e prudência genuinamente católicas convencem mais que os brados vociferantes de quem pretende orgulhosamente enfiar-nos a verdade goela abaixo.

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  24. José Tomás, teoricamente as comunidades “Ecclesiae Dei” não deveriam ter problemas em celebrar e difundir a Missa de São Pio V, mas não raro vemos resistências até contra elas e tristemente vimos resistência até em obedecer ao Santo Padre Bento XVI! Se o problema fosse somente a aceitação do Concílio Vaticano II, estes já deveriam estar acostumados a conviver com esses grupos.

    A verdade é que a Missa de São Pio V é a síntese de uma Fé que difere profundamente da dos modernistas, por isso a necessidade de um novo rito para substituí-la após o Concílio Vaticano II.

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  25. A Fé Católica é como a virgindade: ou é íntegra, ou não mais existe.
    A Fé Católica é pura. Ou ela é a mesma fé de todos os tempos, ou deixa de ser o que é, vira um simulacro, um semi-catolicismo, um sei-lá-o-que, que nem é carne nem é peixe.

    Francamente, não me recordo de ter visto neste blog um compêndio tão extenso de equívocos. Uma mistura do que o Guilherme Chenta chamaria de Tradirromantismo misturada com conservadores da igreja conciliar, e uma guerra de adjetivos totalmente despropositados. O crescimento de acessos ao Fratres está tornando-o palco de neoconservadores deslumbrados, de carência doutrinal, histórica, lógica e litúrgica impressionantes.

    No que se refere à Montfort: em que pese a sua origem claramente apartada da TFP, e em que pese todas as suas excentricidades, por muito tempo ela foi a maior referência virtual de tradicionalismo católico neste país, embora não contasse com sequer um sacerdote “seu”. Apesar de todos os pesares, objetivamente falando, a Montfort produziu vasto material de qualidade, o que serviu para a conversão de muitos católicos às verdades da Fé e muitos não-católicos também.

    O que falarei abaixo a favor da Montfort se deve por conta de comentários lamentáveis que vi acima, e que me forçarão por conta disso a fazer mais um daqueles comentários gigantescos que vez por outra publico aqui. Pois vamos aos fatos:

    Na Montfort havia (e há, mas não é o tema deste comentário) muito que se questionar, mas tentemos ser justos neste caso. Quanto a isto, ajunto: por muito tempo a Montfort ensinou abertamente todos os vários e gravíssimos motivos pelos quais um católico que quer se manter absolutamente católico não pode admitir a legitimidade da Missa Nova e os pontos de ruptura do Concílio Vaticano II expressos oficialmente em passagens ambíguas de vários de seus textos. Além disso, havia uma produção de artigos, estudos, crônicas e respostas aos consulentes do site, que desmontava inteiramente os argumentos dos que defendiam as hermenêuticas da continuidade (de Bento XVI) e da ruptura (dos progressistas), fora muitas outras coisas. A argumentação do líder, mas também de seus alunos, tinha um estilo divertido e incisivo. Havia senso de humor e uma clareza doutrinária tão profunda, que chegava às raias do heroísmo. Naqueles tempos, era emocionante acessar a Internet e verificar se haviam atualizações no site! Recordo bem as duas ocasiões em que o célebre D. Estevão Bettencourt caiu no grave erro de iniciar uma polêmica contra a Montfort na revista “Pergunte e Responderemos”: o professor Orlando Fedeli, ao mesmo tempo em que respeitou a pessoa do beneditino ancião, ao partir para o campo doutrinário, MASSACROU a argumentação neoconservadora de D. Estevão Bettencourt!!! Deus do Céu!!! Foi uma carnificina, reduziu a pó a argumentação do pobre monge, e quando o mesmo, anos depois reacendeu a polêmica, foi novamente arrasado, e de maneira definitiva, quando Orlando Fedeli desenterrou um antigo exemplar da “Pergunte e responderemos” em que o mesmo D. Estevão, certo que a maçonaria seria oficialmente reabilitada, chegou a incentivar a adesão de católicos a lojas maçônicas “piedosas”.
    E, no entanto, o brilho do site Montfort não se limitava apenas à problemática do Concílio! Muito pelo contrário: Havia uma maestria quase poética em ensinar a doutrina católica e o processo revolucionário que rege o mundo moderno. Eu até hoje ainda recorro a vários destes textos, e os divulgo inclusive, porque sempre houve uma carência de catequese entre as pessoas, e tudo o que possa ajuda-las neste sentido deve ser aproveitado! Eu rompi com a Associação, mas nunca deixo de reconhecer o que havia de bom ali. Era seguramente o site mais completo e mais combativo de inspiração católica em língua portuguesa que já vi. A parte apologética era incrível, desmascaravam adventistas, testemunhas de Jeová, protestantes em geral, liberais, marxistas, ateus… Atraiam o ódio dos mundanos e dos modernistas, acendia o fervor de muitos batizados e reacendia o ânimo de muitos católicos praticantes que haviam se deixado levar por um conformismo morno. O resultado: sempre haviam testemunhos de conversão, como os produzidos depois da polêmica entre Orlando e o pastor Saul dos batistas de Lagoinha/MG.
    Foi com a Montfort do passado que aprendi muito do que sei. A amar o combate, a compreender que o catolicismo é outra coisa diversa e muito mais maravilhosa do que a religião pretensamente chamada católica que hoje em dia se vende por aí. Com a Montfort aprendi o que é a Santa Missa, e o engodo que constitui a missa nova. O que é realmente a Tradição da Igreja e a catástrofe que o Concílio Vaticano II constituiu para a Religião. Aprendi que fora da Igreja não há salvação. Aprendi que dizer “viva o papa” não significa necessariamente ter uma confiança cega e uma renúncia intelectual a dizer “sim, sim” ou “não, não”, quando se trata de obedecer antes a Deus do que aos homens! Havia sim muita coisa boa na Montfort do passado, o próprio autor deste blog há de concordar com minhas palavras, assim como tantos e tantos que por muitos anos estão imersos nesta batalha contra o modernismo e este admirável mundo apóstata, entregue ao demônio.

    O objetivo da Montfort naqueles dias era o de ver triunfar a fé católica através do apostolado, e para isso não titubeavam em tentar convencer até mesmo o clero conciliar. Naturalmente que a igreja conciliar, inimiga da Tradição, quase sempre desautorizava a associação, afugentando os católicos em nome da obediência a não se envolver com um grupo que ousa ter reservas a certas passagens do Concílio. Então era extremamente difícil conseguir um sacerdote que rezasse a Missa Gregoriana, e seu reacionarismo causava o fechamento das portas do clero conciliar, ignorante da Fé Católica, ou inimigo da mesma.
    Naqueles dias, o que a Montfort tinha em comum com a FSSPX era a rejeição à Missa Nova e às doutrinas da colegialidade episcopal, liberdade religiosa e ecumenismo saídas do Vaticano II e oficializadas através dos textos ambíguos do mesmo. Mas a FSSPX daqueles tempos havia sido deixada em paz, e não era tão cortejada quanto hoje, de maneira que seguia a linha de D. Lefebvre sem maiores sobressaltos, ao passo que a Montfort desejava manter os princípios e ser reconhecida como uma associação católica.

    Quando o pontificado de Bento XVI inaugurou-se, houve muita euforia entre todos. Não havia como negar que o conservadorismo ratzingeriano responsável pela guinada à direita dos últimos anos de João Paulo II seria em alguns aspectos benéfico para a causa da Tradição. Houve júbilo com o discurso de Natal de 2005, quando o Vaticano pela primeira vez admitiu que haviam leituras divergentes do Concílio, houve júbilo com a publicação da Summorum Pontificum que transferia diretamente aos padres a decisão de rezar a Missa Gregoriana sem a empulhação ILEGAL dos seus superiores hierárquicos (pois o direito dos mesmos rezarem a Missa Gregoriana já havia sido garantido PARA SEMPRE desde a Bula Quo Primum Tempore de São Pio V, bula esta que é irrevogável em si mesma, que especifica com todas as letras ser aquela missa um direito perpétuo para todos os padres daquele momento e do futuro, e que ameaçava espiritualmente qualquer homem que ousasse atentar contra essas veneráveis disposições a ter que se ver com São Pedro e São Paulo). Pois então é mais correto dizer que a Summorum Pontificum RATIFICOU um direito que já existia.
    Tanto que nos meus tempos de Montfort, ao mesmo tempo em que se investia no convencimento aos padres conciliares a rezar a Missa Gregoriana (visto apostarem que a disseminação da Missa poderia ser além de tudo um pontapé inicial para uma futura restauração católica), contudo, isso NÃO SIGNIFICAVA aderir aos erros modernistas nascidos no pós-concílio. Por causa disso, a Montfort objetivamente rejeitava as comunidades sacerdotais vinculadas à Comissão Ecclesia Dei, precisamente porque todas elas aceitaram a Missa Nova e o Vaticano II sem ressalvas, igualzinho aos padres que juraram a Constituição Civil do Clero na França revolucionária.

    A Montfort seguia então uma linha média, que rejeitava as comunidades Ecclesia Dei por aderirem à Igreja Conciliar sem restrição, e rejeitava a FSSPX, que estava à margem da legalidade canônica.

    A Montfort era adversária de todo e qualquer sedevacantismo, era inimiga da FSSPX, acusada por esta de ser cismática em virtude de tribunais que teriam usurpado poderes da Rota Romana (Mas curiosamente, os grandes inimigos da FSSPX – que são os liberais da igreja conciliar – jamais se valeram desta argumentação. Nunca se soube de nenhuma autoridade que tivesse enumerado dentre os motivos de censura à obra de D. Lefebvre, este assunto levantado pela Montfort. Engraçado que a Rota Romana, a pretensamente “usurpada” em seus direitos nunca protestou contra a FSSPX neste tema, mas a Montfort se fez mais ofendida que a própria rota, o que sugere que esta problemática só exista para a Montfort). Mas não só contra estes adversários a Montfort vivia às turras: era contrária a todos os grupos que nasceram antes ou depois do concílio, e que o aceitaram, como os folcolares, o movimento sacerdotal mariano do Padre Gobbi, dos seguidores das aparições de Medjugorje, do neocatecumenato, carismatismo, da teologia da Libertação, do Comunhão e Libertação de Monsenhor Giussiani, do Caminho Neocatecumenal, da TFP e dos Arautos do Evangelho, etc, etc, etc.

    Quando o IBP foi fundado, a Montfort vibrou intensamente, pois viu neste Instituto o lugar onde poderia enviar os seus vocacionados ao sacerdócio. Viu nele a possibilidade da clericalização de vários de seus membros, o cavalo de Tróia por onde se injetariam sacerdotes católicos e anti-liberais na Igreja Conciliar, para que os mesmos futuramente adentrassem na hierarquia e recatolicizassem tudo. E toda esta euforia embaçou-lhes a visão, porque o entusiasmo levou-os a crer que Bento XVI era um filo-tradicionalista, que o Instituto do Bom Pastor seria uma versão da FSSPX regularizada no seio da Igreja oficial, que a mesma teria a idêntica autonomia de ação que a FSSPX, isenta de qualquer dever com a religião conciliar, com a Missa Nova e com as doutrinas modernas expressas nos textos conciliares e pós-conciliares.

    Segundo esperava a Montfort, a Santa Sé estaria disposta a corrigir a “letra” dos textos, usando para isso o IBP para apagar as partes ambíguas e colocar em seu lugar termos católicos precisos e inequívocos, como um primeiro passo para a restauração católica mundial. Sob esta ótica, os retoques tradicionalizantes do pontificado beneditino contribuíam para alimentar estes sonhos, desde a ressurreição das antigas vestimentas papais aos retoques tridentinizantes da missa nova (reinserção do latim, reintrodução do “pro multis”, missa ad orientem, comunhão na boca e de joelhos, retorno do gregoriano e da polifonia, paramentos romanos, etc etc, etc), que, acreditava-se: uma vez tornada tão parecida com a Missa Gregoriana, na prática levaria os padres a desistir do Novus Ordo e optar pura e simplesmente pela Missa Tradicional, já completa e sem necessidade de adaptações…

    Era assim que se pensava. Era assim que eu também pensava. Agora vejo que havia ingenuidade, mas não os censuro por terem feito de tudo para conciliar os princípios da Fé com a obediência aos legítimos representantes de Cristo. Era o que todos buscavam… Só que a realidade se impôs por si mesma, e talvez tenham errado em não permitir-se acompanhar os acontecimentos.
    Naqueles anos, o então cardeal Hoyos, responsável pela comissão Ecclesia Dei, homem de confiança do papa então reinante, em uma de suas declarações, exprimiu um dado importantíssimo acerca da realidade da FSSPX: foi uma admissão que, vinda de quem veio – um clérigo que admite a religião conciliar e que era o líder das negociações com os ditos tradicionalistas, em si bastava para dar à Montfort a oportunidade de ver a obra de D. Lefebvre com um olhar diferente.
    D. Dario Castrillón Hoyos, falando sobre a FSSPX, disse “não se tratar de uma heresia e nem de um cisma”, e continuando o raciocínio, disse que “a FSSPX está num estado de comunhão imperfeita, mas que a comunhão existe”.
    Isso bastou para mim. Antes de tudo, se a FSSPX não era uma heresia, não era o cisma, o que restava então? E se existe uma comunhão, mas que não era perfeita, o que se conclui disso? Que não é uma heresia, não é um cisma, e está em uma comunhão imperfeita, logo, que é uma fraternidade católica. Logo, admitiu-se que a FSSPX era católica. Faltava-lhe algo importante, que estava no plano jurídico, mas apesar do antagonismo doutrinário, era admitido a contragosto o seu catolicismo.
    Admitindo-se a ortodoxia, o resto é importante… Mas é resto. Ao não se enxergar que, oficiosamente a própria Roma (na pessoa do cardeal) mostrou uma opção (ainda que declarando-a imperfeita) para os católicos, creio que as consequências de se unir à Igreja Conciliar sem ajustar os ponteiros da Fé tenha sido uma das responsáveis pela Montfort hoje ter visivelmente perdido credibilidade entre os católicos tradicionalistas.

    Quanto ao Instituto do Bom Pastor, há uma polêmica entre o Guilherme Chenta e o Eder Moreira que diz toda a verdade sobre o Instituto: por muito antiliberais que sejam seus padres, o fato é que os atributos a ele atribuídos pela Montfort se chocam frontalmente com a orientação vaticana, e o tempo se encarregou de mostrar que, longe de serem a “FSSPX” regularizada que esperavam, o Vaticano espera deles nada menos que a aceitação da Missa Nova, a adesão ao que chamam de magistério pós-conciliar e todo o resto.

    Por conta disso, causou espanto o teor da matéria: o enunciado já anuncia que o bispo rezou a Missa na “forma extraordinária do rito romano”, o que denuncia o viés neoconservador do autor. Quanto ao anúncio exclusivo do Fratres, fica a questão: será que a informação da missa pontifical chegou para outros blogs? Há vários blogs neoconservadores que não costumam perder a chance de divulgar informações deste tipo, quando se tratam de bispos que aderem o Vaticano II… Mas o que soou realmente inesperado foi quando se publicou que “aquelas cerimônias eram encaradas por muitos como uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II”. Decididamente foi a passagem mais delirante que vi!

    E pelo que já vi no depoimento de alguns crismandos, está evidente para todos que a Montfort vive em uma realidade paralela, pois no mesmo espaço desta igreja conviveram pessoas que viam na Missa uma condenação ao concílio ladeadas por outras que se crismaram por questão de gosto pessoal, e que deploram a não-aceitação da missa nova e do Concílio Vaticano II.

    O liberalismo definitivamente entrou por aquelas portas. Abismo atrai abismo, já dizia o salmo…

    A História mostra como a falta de cuidado, de trato, de caridade, foram ocasiões para consolidar tantos cismas, tantas heresias… Em vista disso, a idéia da conciliação é agradável. Bom seria se todos pudessem ser agradáveis e ninguém dormisse de consciência pesada por ter atraiçoado os princípios.

    D. Lefebvre em vida tentou de todas as maneiras chegar a um entendimento com o Vaticano. Fez de tudo para estar em paz com Roma conciliar, ultrapassando até mesmo a linha da prudência, chegando a empenhar sua assinatura num acordo, coisa que o mesmo, voltando a si, retratou-se em seguida…
    Mas a Fé vem em primeiro lugar. O problema não é a regularização canônica, o problema é a unidade em torno da Fé.
    Sem Fé é impossível agradar a Deus. D. Lefebvre só interiorizou esta verdade no final de sua vida, quando externou que doravante a FSSPX, uma vez firmada na Fé Apostólica e certa de que não mudou um só jota do que recebeu, jamais tornaria a Roma com outro espírito a não ser o de questionar aos que mudaram a Fé se estavam de acordo com as Verdades sempre ensinadas pela Igreja.

    Com a Fé, pode-se perder tudo. Mas sem a Fé, não adianta ganhar coisa alguma. De que vale uma regularização canônica depois de ter renunciado a declarar guerra frontal ao liberalismo? A crítica ao Concílio não é direito, é dever. Afastar os católicos do rito sacrílego de Paulo VI é uma obrigação que deve ser pregada do alto dos púlpitos. Denunciar o ecumenismo, a colegialidade episcopal e a liberdade religiosa é dever de todos, porque a Fé Católica nos foi transmitida por mercê de Deus. Ela é pura, não admite convívio com o erro (e por isso os católicos devem, na medida do possível, evitar ambientes conciliares) e nos foi dada para que a transmitamos intacta.
    Nós podemos dispor do que é nosso. Mas quando se trata das coisas de Deus, devemos fazer o que é certo. Devemos servir a Deus como Ele quer ser servido, e não como nos convém.
    Se fosse por minha inclinação pessoal, eu estaria em comunhão com o mundo inteiro, eu pessoalmente detesto inimizades, seria amigo de gato, cachorro, papagaio e periquito, estaria “bem na fita” com comunista, com carismático, com conservador, com liberal, etc. Mas não posso ser assim, cairia em pecado. A Fé Católica está fora de barganhas, os direitos de Deus devem ser respeitados, tudo o que se põe contra a Fé –até mesmo o papa – deve ser evitado, porque sem fé é impossível agradar a Deus. E a palavra IMPOSSÍVEL não deixa brechas.
    Hoje em dia eu consigo entender! Ainda que o Vaticano desse à Tradição o status de igreja particular, como fez com os cismáticos do oriente que retornaram ao redil, ainda que o Vaticano declarasse que não teríamos obrigação de aceitar a Missa Nova e o Concílio Vaticano II, aceitar tal coisa sem questionar o Vaticano se o mesmo renunciaria à Missa Nova e às doutrinas modernistas promovidas pelo Concílio seria uma traição contra a Fé. Não poderíamos nos unir a quem não tem a mesma Fé que a nossa, seria abominável!
    Nossa Fé é o Credo. Nossa Fé é o conjunto de todas as doutrinas expressas em dois milênios de Magistério Ordinário e extraordinário, doutrinas essas que jamais se contradizem.

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  26. Impressionante como os grupos tradicionalistas são divididos… cada um querendo ser mais santo que o outro… só tenho que dizer que isso é triste.

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  27. Em 1917, quando Nossa Senhora apareceu em Fátima, missas e sacramentos em rito tradicional eram fatos cotidianos em todas as paróquias Católicas espalhadas pelo mundo afora. No entanto, me parece que seu pedido mais grave e que diz respeito a cada um de nós em particular até hoje não foi levado a sério.
    Há dois apelos muito importantes, que são dirigidos a todos os fiéis, sem excessão. Estes apelos são: “as pessoas devem consertar seu modo de viver e pedir perdão pelos seus pecados. Devem parar de ofender a Nosso Senhor, pois Ele já foi por demais ofendido.”
    Por que estou dizendo isso? Simplesmente porque ao ler alguns comentários que estão nesse post me dou por conta do motivo pelo qual foi possível a tragédia do Vaticano II, por que foi possível esse castigo tão grande ao povo Católico que é a perda dos Sacramentos e maus pastores que mais se parecem lobos em pele de cordeiro.
    Logo depois que Ele contou a parábola do semeador, as pessoas perguntaram a Nosso Senhor por que ele falava em parábolas.
    Ele, respondendo, disse-lhes:
    – Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.(Mateus 13:11-12)
    Ora, de quem não tem, será tirado o que tem. O quê? Como assim? Como se tira algo de quem não tem?
    A salvação, por exemplo, é para todos. Mas nem todos a recebem. Então ela é como um bem que você tem, mas não é seu. E lhe será tirado, se não consertar seu modo de viver e pedir perdão pelos seus pecados. Se não parar de ofender a Nosso Senhor, que já foi por demais ofendido. A mesma coisa pode ser dita a respeito de promessas de Cristo. Com fé, as alcançamos, mesmo não estando ainda em nossas mãos. Sem a fé, as perdemos, mesmo sem nunca tê-las alcançado.
    Nós tínhamos a Missa Tradicional, os Sacramentos em rito tradicional, bons pastores como o Santo Cura D’Ars e Padre Pio, uma sociedade Cristã, mas tudo isso nos foi tirado, nós os perdemos, mesmo sem nunca tê-los alcançado e não nos será devolvido enquanto não mudarmos nosso modo de viver e parar de ofender a Nosso Senhor, que já foi por demais ofendido.
    O que eu vejo aqui são Católicos se comportando exatamente como os mundanos que ao invés de dar graças a Deus pelo alimento que lhes é servido quando se sentam em um restaurante famoso, começam logo a se desfazer em elogios pelo chef de cozinha ou se degladiar em polêmicas inúteis sobre essa ou aquela escola de gastronomia! Depois não reclamem quando “até aquilo que tem lhes for tirado”.
    O simples fato dos membros da Associação Fedeliana atribuirem a si próprios a “vanglória” pelo evento, já demonstra que não aprenderam nada com o Patrono da mesma:

    “Nossas melhores ações são ordinariamente manchadas e corrompidas pelo fundo de maldade que há em nós. Quando se despeja água limpa e clara em uma vasilha suja, que cheira mal, ou quando se põe vinho em uma pipa cujo interior está azedado por outro vinho que aí antes se depositara, a água límpida e o vinho bom adquirem facilmente o mau cheiro e o azedume dos recipientes. Do mesmo modo, quando Deus põe no vaso de nossa alma, corrompido pelo pecado original e pelo pecado atual, suas graças e orvalhos celestiais ou o vinho delicioso de seu amor, estes dons divinos ficam ordinariamente estragados ou manchados pelo mau germe e mau fundo que o pecado deixou em nós; nossas ações, até as mais sublimes virtudes, disto se ressentem. É, portanto, de grande importância, para adquirir a perfeição, que só se consegue pela união com Jesus Cristo, despojar-nos de tudo que de mau existe em nós. Do contrário, Nosso Senhor, que é infinitamente puro e odeia infinitamente a menor mancha na alma, nos repelirá e de modo algum se unirá a nós.
    Para despojar-nos de nós mesmos, é preciso conhecer primeiramente e bem, pela luz do Espírito Santo, nosso fundo de maldade, nossa incapacidade para todo bem, nossa fraqueza em todas as coisas, nossa inconstância em todo tempo, nossa indignidade de toda graça e nossa iniqüidade em todo”.(São Luís Maria Grignon de Montfort.)

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  28. O relato do Sr. Bruno Luís Santana confirmou o que li alhures: a Montfort saiu da TFP não para um recomeço, mas apenas para trocar de líder.

    Tanto Fedeli como Plínio cometeram o erro, denunciado por Dom Antônio de Castro Mayer, de querer suplantar o Magistério da Igreja no âmbito Episcopal. Por analogia, são católicos protestantizados, que seguem os seus chefes ainda que em conflito com os Bispos.

    O resultado prático dessa postura é o auto-exílio espiritual, algo comum nas seitas “catastrofistas”. Ainda que tenham boa vontade, os membros desse grupo correm o risco de se tornarem fariseus.

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  29. Fico vendo uns reclamando da veemência com que muitos se expressam nesse fórum, Seria muito bom que deixassem seu sibaritismo e seus dessuetos modos de cortesão, e fossem mais incisivos, consequentes e conclusivos. Nem me parece antipático, sinal de soberba ou algo contraproducente exortá-los ao estudo. Exortação. Vejam certas passagens apimentadas de Jerônimo, de Bernardo, de Boaventura e de Tomás de Aquino, Santos todos os quatro, quando contrariados por motivo justo. Cardeal Mazzarino não é modelo a ser seguido e prudência nunca foi sinônimo de covardia e inconsequência.

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  30. Enquanto os Tradicionais dividem em grupos a,b, c, d e digladiam entre si, os modernistas em grupos bem organizados continuam a demolição de tudo que é católico.

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    1. Neto, prezado. Não frequento, e jamais frequentei, nenhum grupo tradicionalista. O pouco que sei da bandeira que eles sustentam vem de leituras particulares e conversas que tive, no passado, com gente egressa desse meio. Não creio que os tradicionalistas sejam mais divididos que qualquer outro grupo católico. De fato, seria bem difícil que um membro do opus day participasse, feliz e sorridente, da missa dos quilombos ou da recitação dramática das poesias de Pedro Casaldáliga; também não consigo imaginar uma beneditina sambando no altar ou um catecumenoso à vontade numa missa pontifical “tridentina”. Tudo isso também não é divisão…? No entanto, percebo que os tradicionalistas perdem muito tempo com questões secundárias, na verdade birras pessoais travestidas em questões dogmáticas. Mas este mal não é só deles. É difícil mortificar o “eu”; os modernistas de paróquia têm arranca-rabos muito mais violentos que os tradicionalistas, segundo ouço falar; clericalizados às avessas, eles disputam as mínimas migalhas de poder em seus “territórios”. Embora possa parecer anticlerical algo do que escrevo, tenho alguns amigos padres. Muitos deles vivem também como ovelhas sem pastor, em geral abandonados ou esquecidos por seus bispos exceto na hora de pagarem o dízimo paroquial da diocese. Tudo é muito triste, e este esfriamento da caridade se deve, sem dúvida, ao obscurecimento desta fonte da graça que é a profissão integral da fé católica.

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  31. Verdade, Neto. Nosso Senhor já nos avisou que “os filhos deste mundo são mais prudentes do que os filhos da luz no trato com seus semelhantes” (Lc. 16,8).

    Se todos seguissem não A ou B mas os ensinamentos da Igreja como Dom Lefebvre e Dom Antônio de Castro Mayer, nossa resistência seria muito mais coesa.

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  32. Caramba, hein, essa notícia rendeu comentários! Amigos, a coisa é mais simples. A Montfort do Zucchi está delirando achando que a Igreja aceita quem é contra o Vaticano II. Pronto. Pra que brigar?

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  33. Senhor Neto. A Montfort pode ser considerada um grupo tradicionalista? Até ao nome tradicionalismo o Sr. Fedeli atribui caráter gnóstico (nada surpreendente em um grupo que chegou a ver gnose até no famoso brain storm da administração de empresas). O problema todo é que o Sr. Fedeli quis aceitar o IBP quando Bento XVI reinava. Acontece que ele tornou-se emérito, e a realidade atual é totalmente diferente, com um Papa e um clero motivados a realizar rápidas mudanças modernistas. Natural, pois, que algumas pessoas, e não alguns grupos como senhor falou, ficam ressabiadas com a aliança que o Sr. Zucchi fez com os progressistas.

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  34. 1-) Se quer saber, a Monfort faz o trabalho deles, a TFP também que são associações de leigos tudo em conformidade com o Código de Direito Canônico, na legalidade, não há nenhuma ilicitude.

    Tem outros leigos que se juntos e não criam um grupo com um nome por assim dizer – isso é desnecessário além do mais criar uma associação tem que ter condições para tal, o importante é procurar pertencer à Igreja Militante, defende-la dos seus inimigos internos e externos, militar, não ficar parado e estático. Eu posso me “associar” a um amigo e formar uma dupla e fazer um trabalho de combate.

    2-) Quanto a esta questão de Monfort e TFP essa pendencia irá durar séculos. É problema interno deles. Não tem ninguém aqui da TFP nem da Monfort digladiando, são os próprios comentaristas que nem sabe do que estão falando, estão criando “achismo”. Quer conhecer a TFP ou a Monfort vai lá e fale com eles conheça o trabalho deles. Aí depois você critica. Eu vivi um ano na TFP e não critico o trabalho deles assim como tenho que reconhecer que a totalidade das pessoas leigas que tem uma vida de piedade na minha diocese é por orientação da monfort.

    3-) Bem, quanto a alegação de D. mayer de que “suplantar o magistério”, ele é o primeiro a ter que ficar quieto, pois assinou as atas do CVII e depois fez aquela sagração ilícita – esse o maior problema da FSSPX. E se o clero que tinha o dever primeiro de ensinar o magistério fica fazendo dancinhas e musiquinhas indecorosas dentro da Igreja, vem um leigo e começa a ensinar catecismo São Pio X e outras coisas do magistério católico, o leigo não está suplantando, está fazendo o certo que é ensinar o evangelho as criaturas, coisa que o clero deixou de fazer.

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    1. Que fique claro que meu comentário acima não se refere a você, são observações gerais a respeito das discussões frequentes aqui na combox do Fratres.

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    2. Quando os extremos encontram-se. TFP e Montfort. Não é por menos que o Sr. Alberto Zucchi e Dona Ivone eram hospedados por gente da TFP, conforme denúncia na internet. Não é por menos que o pessoal da TFP frequenta a missa patrocinada pela Montfort. Plínio e Fedeli reconciliaram-se na outra morada e felizes trocam figurinhas. O tempo é o senhor da razão.

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  35. Histórico porque? Todo ano tem crisma com Dom Rifan em São Paulo e já teve crisma nesta mesma igreja com Dom Fernando Guimarães.

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  36. Lucas Janusckiewicz Coletta, permita-me dizer que você se contradiz quando critica Dom Antônio de Castro Mayer.

    “E se o clero que tinha o dever primeiro de ensinar o magistério fica fazendo dancinhas e musiquinhas indecorosas dentro da Igreja, vem um leigo e começa a ensinar catecismo São Pio X e outras coisas do magistério católico, o leigo não está suplantando, está fazendo o certo que é ensinar o evangelho as criaturas, coisa que o clero deixou de fazer.”

    Dom Antônio fez muito mais do que isso para proteger a Igreja na Diocese de Campos e como Bispo emérito, mas ele tem que ficar quieto? Pensamento bem TFP mesmo, focado na atuação leiga!

    Sobre o Concílio, assinar uma ata não quer dizer que se aquiesce com o escrito, mas que se tomou parte nos trabalhos por ela descritos, seja com aprovações ou reprovações. Ainda que Dom Antônio tivesse aceitado no momento, foram os frutos errados, que culminaram com o novus ordo, que deram a certeza da perniciosidade dos ataques modernistas aos trabalhos conciliares.

    Goste ou não, foram as Sagrações de 1988 que permitiram que hoje tivéssemos essa conversa e os esforços de Bento XVI contra a perseguição à Missa de São Pio V, senão os tradicionalistas hoje estariam encerrados em guetos em torno de caciques, exatamente o que acontece hoje com a TFP e a Montfort que se apartaram de Dom Antônio para ficar em volta de seus “pastores”.

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