Com luva de pelica.

Por FratresInUnum.com, 20 de maio de 2020  – A revanche da elegância é simplesmente deliciosa! Bento XVI, como todo monarca realmente investido de personalidade refinada e aristocrática, sabe dar o seu “touché” sem descer ao nível desqualificado dos barraqueiros… A carta que ele escreveu sobre o centenário do nascimento de João Paulo II foi, para todos os efeitos, aquela alfinetada pontiaguda que dói na medula. – Ah, e como dever ter doído!

Bento

Assim como se percebe melhor a feiura em contraste com a beleza, Bento XVI, traçando um retrato de João Paulo II, deixa ver a quem quiser a face de Francisco. Aquilo que ele enfatiza mostra exatamente o que considera virtuoso no pontificado do papa polonês. O delicado tapa consiste, justamente, no fato de que são aspectos totalmente inexistentes no pontificado de Francisco. A carta de Bento sobre João Paulo II conduz, portanto, a um juízo sobre o atual governo do bispo de Roma.

A personalidade de Joseph Ratzinger poderia ser resumida também numa breve alcunha: “a humildade da verdade”. Sem gritar, sem tripudiar, sem se impor, com sua bondade e gentileza inigualáveis, ele é sinal desta Igreja hoje oprimida.

Com toda a discrição, Bento XVI mais uma vez brindou a Igreja com um retrato minuciosamente descrito, em contraste com o qual ficam devidamente denunciadas as deformidades deste pontificado. Foi uma bela provocação, a do bávaro papa demissionário, tão sutil quanto eloquente: um verdadeiro “tapa com luva de pelica”.

Ele começa fazendo um breve resumo da biografia do papa polonês. Oriundo de um cenário épico – guerras, ditaduras nazista e comunista, desgraças familiares –, mesmo assim, ele se dedicou ao estudo e foi um renomado professor universitário. Nada mais diferente de Francisco, que não foi qualificado para estudos superiores e viveu a vida inteira respaldando autoridades, mesmo quando isso trazia prejuízos para os seus colegas jesuítas.

Em seguida, Bento XVI mostra como Wojtyla foi eleito pontífice na mais profunda crise da Igreja pós-conciliar, que estava, segundo suas palavras, “em uma situação desesperada”, com uma fé falsa, em meio à balbúrdia litúrgica e em que tudo, inclusive a própria Igreja, era posto sob escrutínio. Será que existe alguma semelhança entre aquele período de confusão e o deste pontificado?… E que diferença de perspectiva em relação àquela que considera que a “Igreja nunca esteve tão bem”, não é mesmo?

Em outras palavras, embora se mostre vanguardista, Francisco nada mais é que um representante da requentada e ressentida ideologia progressista dos anos 70-80, que tanto dano causou à Igreja Católica e que já estava superada pela interpretação dos pontificados posteriores. Em poucas palavras, Francisco é démodé, retrógrado e, sobretudo, inapto para o cargo.

A diferença, segundo Ratzinger, é que Wojtyla adveio da Polônia, que, diferentemente da Argentina e do Brasil, é um país que recepcionou bem o Concílio, em continuidade com a tradição anterior.

João Paulo II, continua Bento XVI, teria devolvido o entusiasmo à Igreja, cenário realmente oposto ao completo vazio do pontificado atual, que, apesar de se pretender tão populista, encerrou-se no completo autoritarismo, refém de suas próprias ideologias, isolado na frieza, distante do povo, incapaz de se comunicar com o católico comum.

João Paulo II fez mais de cem viagens pastorais e encheu o mundo de alegria, criando uma relação afetuosa com os fiéis. O papa atual, por sua vez, assusta as almas tanto quanto seus gestos de falta de piedade.

Ainda segundo Bento XVI, João Paulo II expôs a moral da Igreja e suscitou oposição no ocidente. Impossível não ver o contraste com Bergoglio, que trata como obsessão e legalismo a defesa dos “valores inegociáveis”, suscitando apoio das esquerdas internacionais.

Para Ratzinger, João Paulo II era humilde e escutava os seus conselheiros, abrindo mão de suas ideias. Como não compará-lo a Francisco, temido e chamado nos corredores de ditador, que não escuta ninguém e avança como um trem, investindo contra a tradição e os fieis católicos?

João Paulo II tinha como centro de seu pontificado a Misericórdia Divina, diz Bento. Que paralelo se pode fazer com Bergoglio e o centro de seu pontificado, a misericórdia humana, conivente com o pecado e cúmplice da iniquidade?

João Paulo II gritou, na abertura do seu pontificado, “não tenhais medo, abri as portas para Cristo”. Hoje, Bergoglio compactua com que se feche as portas das igrejas, minando sozinho, contra a “comunhão”, a atuação conjunta do episcopado italiano que pleiteava a retomada das atividades religiosas junto ao governo italiano.

Bento, então, sustenta que João Paulo II não é um rígido moralista, como continuamente esbraveja Bergoglio contra aqueles que sustentaram a luta doutrinal daquele pontificado — desmantelando sem dó o Instituto que leva o nome do papa polonês e perseguindo os seus mais fiéis seguidores — , mas o verdadeiro papa da misericórdia, contra a tirania de um absolutista socialista.

A carta de Ratzinger termina com uma mensagem de esperança: “neste tempo em que a Igreja sofre a aflição do mal”, contra todo otimismo e paixão pelo mundo da corte bergogliana, o poder e a bondade de Deus prevalecerão e, assim como depois de Paulo VI surgiu um papa que devolveu à Igreja o orgulho de ser católica, não podemos duvidar de que o mesmo poderá suceder no futuro, caso ainda não estejamos nos tempos finais.

Longa vida ao Papa Ratzinger!

A “perspectiva protestante” das “teologias da libertação”, como “parte da teologia moderna”.

Por Hermes Rodrigues Nery – FratresInUnum.com, 9 de novembro de 2017

Tanto na Mensagem de Natal à Cúria romana (2005), quanto à exposição que fez ao clero romano (em 14 de fevereiro de 2013), Bento XVI permaneceu convicto de que as incompreensões do Concílio Vaticano II se deram pelo modo como os mass media estimularam e se simpatizaram por “uma hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”1, causando confusão, “e também de uma parte da teologia moderna”2.

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Talvez esteja aqui, nessa colocação, o que aproxima e o que distancia Joseph Ratzinger do grupo que elegeu Jorge Mário Bergoglio, em 2013. Isso porque certos tradicionalistas dizem que tanto Ratzinger, quanto Bergoglio estão em sintonia com a mesma visão modernista de Igreja, a diferença está apenas no grau, sendo que Bergoglio mostrou-se disposto, desde o início a pisar no acelerador, por uma revolução sem precedentes, como um novo João XXIII.

Mas Bento XVI há muito havia colocado a mão no breque, aí talvez começou a se distinguir. Na sua exposição ao clero romano, Bento XVI associou a “hermenêutica da descontinuidade e da ruptura”3 estimulada pelos mass media e também por “uma parte da teologia moderna”4.

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Recordando Martini.

Segundo o porta-voz da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, ‹‹ o Papa Francisco qualificou o Padre Martini como um homem de discernimento e de paz, um profeta e homem de paz; como aquele que ajudou muito a entender a relação fé-justiça. O Papa encorajou, naturalmente, a Fundação na sua actividade, referindo o dever dos filhos de recordar os pais: aí estamos na ordem espiritual e eclesial, mas qualificou Martini como um “pai” na Igreja, pai para a sua diocese, pai para inúmeras pessoas. Recordou que também “nós, no fim do mundo – disse –, recebemos dele uma grande contribuição pelo conhecimento bíblico, mas também justamente pela espiritualidade e vida de fé, alimentada pela Palavra de Deus ››.

Ainda de acordo com o Papa Francisco, “recordar o Cardeal Martini é um ato de justiça”. É o que faz a matéria abaixo, do El País, de Buenos Aires – 10 de abril de 2014 (créditos: Secretum Meum Mihi).

La Nación Abr-10-2014 03

Traduzimos alguns excertos:

“Era um homem de Deus, mas não era necessário fazê-lo santo. Deveria ter se aposentado antes” […] Martini foi uma das 114 testemunhas escutadas durante o processo de canonização de Karol Wojtyla (1920-2005), que será proclamado santo em tempo recorde, há tão somente nove anos de sua morte. […] Em seu testemunho durante o processo, de fato, Martini assinalava algumas “limitações” em ações e decisões do papa polonês. Entre elas, algumas nomeações “não muito felizes” de colaboradores, especialmente nos últimos tempos; excessivo apoio aos movimentos, “relevando de fato as igrejas locais”; imprudência ao se colocar “no centro das atenções — especialmente nas viagens — com o resultado de que o povo o percebia como o bispo do mundo e ficava obscurecido o papel da Igreja local e do bispo”.  […] “Não quis enfatizar mais do que devido a necessidade de sua canonização, porque me parece que basta o testemunho histórico de sua dedicação séria à Igreja e a serviço das almas”, indicou Martini ao dar seu testemunho na causa.

[…] Martini não é o único que teve reservas sobre a canonização de João Paulo II, o reconhecimento de santidade mais rápido da época moderna, já que Pio X foi proclamado santo por Pio XII em 1954, 40 anos após sua morte, e João XXIII será proclamado santo em 27 de abril próximo, juntamente com João Paulo II, 50 anos após sua morte. “Este processo está avançando muito rápido, a santidade não precisa de caminhos preferenciais”, apontou o cardeal belga Godfried Danneels.

Ex-secretário lança livro ignorando ordem do Papa João Paulo II.

Stanislaw Dziwisz reuniu em obra anotações pessoais do falecido Pontífice. aPapa polonês havia pedido que manuscritos fossem queimados após sua morte

O Globo – VARSÓVIA – Quando chegar às livrarias nesta quarta-feira, um livro com as anotações pessoais do falecido Papa João Paulo II vai causar polêmica. Embora o Pontífice tenha pedido a seu assistente e confidente que as anotações fossem queimadas após sua morte, o padre Stanislaw Dziwisz descumpriu as ordens de seu chefe e amigo. E os poloneses estão profundamente divididos sobre a decisão desse ex-secretário do Papa em divulgá-las – contra seu último desejo e seu testamento.

Dziwisz acompanha o Papa João Paulo II durante uma cerimônia, em 2005, na Praça de São Pedro.Foto: Pier Paolo Cito
Dziwisz acompanha o Papa João Paulo II durante uma cerimônia, em 2005, na Praça de São Pedro.Foto: Pier Paolo Cito

Para surpresa de todos, Dziwisz, hoje cardeal, disse que “não havia nenhum valor” em destruir as anotações e as publicou para oferecer aos católicos um janela da vida reservada do reverenciado Papa, prestes a ser declarado santo no próximo mês de abril. A obra “Em grande medida nas mãos de Deus. Notas Pessoais 1962-2003” será lançado na Polônia. Mas até agora as críticas superaram os elogios.

– Que tipo de hiena iria ignorar a última vontade de um homem morto? – escreveu Maksymilian Przybylo na internet.

O livro contém meditações religiosas que Karol Wojtyla recomendou entre julho de 1962 e março de 2003, período em que passou de um bispo da Polônia a Papa superestelar.

A decisão de publicar o livro não viola o princípio da infalibilidade papal [nota do Fratres: SIC!!], que se aplica apenas a questões de doutrina da Igreja. No entanto, muitos ficaram indignados que um assistente de confiança desobedecera a ordem do Papa, sobretudo, em um assunto sagrado como um testamento.

– Um bispo, que deveria nos dar bom exemplo, mostra em vez disso uma falta de subordinação ao seu superior – Anna Romejko, estudante na Universidade Católica de Lublin, também na internet.

Mas há outros exemplos na História de assistentes que desobedeceram as instruções de pessoas famosas para destruir suas obras, como é o caso de Franz Kafka e Vladimir Nabokov.

Dziwisz foi secretário pessoal de João Paulo II e seu assistente mais próximo por 40 anos na Polônia e no Vaticano. Após a morte do Pontífice, em 2005, aos 84 anos, ele foi ordenado arcebispo de Cracóvia, na Polônia, onde está construindo um museu em memória do Papa polonês. Toda a renda do livro será destinada ao museu.

– Eu não hesitei – Estas notas são tão importantes; dizem muito sobre o lado espiritual, sobre a pessoa, sobre o grande Papa. Seria um crime destruí-las – disse Dziwisz recentemente, lembrando, ainda do desespero de historiadores depois que foram queimadas as cartas do Papa Pio XII.

Respeitado vaticanista, o padre Adão Bonieki escreveu em um semanário católico polonês que, em princípio, se surpreendeu “desagradavelmente” com a decisão de Dziwisz. Mas, mudou de ideia após ler o livro:

– Eu lhe sou grato por ter assumido o risco de seguir sua própria consciência e não ser um formalista minucioso.

ACI: “João Paulo II nunca soube a verdade sobre Marcial Maciel, assegura seu ex-secretário pessoal”. Mas, o testemunho do secretário particular de Maciel é outro: “Não quis escutá-lo, não acreditou”.

Padre Marcial Maciel, LC.ROMA, 06 Nov. 13 / 10:20 am (ACI/EWTN Noticias).- O Arcebispo de Cracóvia (Polônia), Cardeal Stanislaw Dziwisz, que foi o secretário pessoal do Papa João Paulo II durante mais de 40 anos, assegurou que o futuro santo nunca soube a verdade sobre a vida imoral que levava o fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel.

“Sei eu também, mas pensando a posteriori, que o Santo Padre nunca deveria ter recebido esse indivíduo. Mas João Paulo II quando o encontrou não sabia nada, absolutamente nada!”, disse o Cardeal, em declarações compiladas no livro-entrevista “vivi com um santo”, escrito pelo jornalista Gian Franco Svidercoschi.

Conforme explicou o Arcebispo de Cracóvia, para João Paulo II, Maciel “era ainda o fundador de uma grande ordem religiosa e basta, ninguém tinha falado nada com ele! Nem sequer dos rumores que corriam!”.

Nos últimos anos de sua vida, surgiram diversos informes que revelaram as duas vidas que tinha Marcial Maciel, com atos que compreendiam o abuso sexual, filhos secretos e inclusive vício a drogas.

Em 2006, Bento XVI determinou que Maciel se abstivesse de exercer o ministério sacerdotal publicamente, e foi obrigado a recolher-se a “uma vida de oração e penitência”. O fundador dos Legionários de Cristo faleceu em 30 de janeiro de 2008.

O Cardeal Stanislaw Dziwisz explicou que a reação lenta frente às denúncias de abusos foi devido à burocracia no Vaticano.

“São, por desgraça, as consequências de uma estrutura ainda extremamente burocrática”, lamentou.

O Arcebispo de Cracóvia explicou os reparos de João Paulo II ao marxismo na teologia da libertação, pois “o marxismo, que defende a luta de classes, uma revolução violenta, não podia certamente ser adotado como solução aos males na América Latina”.

“Existia o perigo, muito realista, que a medicina pudesse revelar-se mais daninha que a doença mesma”, disse.

“Ao mesmo tempo é verdade que João Paulo II aprovou expressamente uma teologia da libertação em sinal da opção pelos pobres, quer dizer da grande eleição evangélica cumprida pela Igreja latino-americana”, particularizou.

O ex-secretário pessoal de João Paulo II revelou que o beato, próximo à canonização, refletiu durante muito tempo sobre uma possível renuncia ao pontificado.

“Sobre a renúncia, o Papa examinou os textos deixados pelo Papa Montini (Paulo VI), consultou os mais estreitos colaboradores, entre eles o Cardeal Ratzinger. Estabeleceu também um especial procedimento para a demissão, caso não estivesse mais em capacidade de desenvolver seu ministério”, disse.

Ao final, assinalou o Cardeal Dziwisz, “como sempre tinha feito na sua vida, Karol Wojtyla se submeteu à vontade do Senhor: ia permanecer até que ele o quisesse”.

* * *

Os arquivos de Fratres in Unum estão repletos de matérias a esse respeito (nossos leitores poderão pesquisá-las na “busca” disponível em nossa barra lateral e citá-las na caixa de comentários). Particularmente, recordamos um post, de junho de 2012, que traz as notas tomadas pelo secretário particular de Bento XVI de um encontro com o Pe. Rafael Moreno, assistente pessoal de Marcial por 18 anos, e que vieram à tona no escândalo dos Vatileaks:

livro de Nuzzi nos dá mais detalhes, reproduzindo as breves notas tomadas pelo secretário papal no dia 19 de outubro de 2011, depois de uma reunião de meia hora com o padre Rafael Moreno, um sacerdote mexicano que atuou como assistente particular de Maciel por 18 anos.

No texto completo da nota sem assinatura reproduzida por Nuzzi, escrita em papel timbrado do “Secretário Particular de Sua Santidade”, lemos:

“19 de outubro de 2011
Reunião 9:00 – 9:30 da manhã
Por mim
Reunião com o padre Rafael Moreno, secretário particular de M.M.

  • Foi por 18 anos secretário particular de MM; isto foi de …[palavra ilegível]
  • Destruiu prova contra ele (material incriminatório)
  • Quis informar P.P.II em 2003, mas ele não quis escutá-lo, não acreditou
  • Quis informar o Card. Sodano, mas ele não lhes concedeu uma audiência
  • Cardeal De Paolis tinha pouco tempo”

Nuzzi afirma que, provavelmente, “P.P.II” se refere a João Paulo II. Cardeal Velasio De Paolis, por sua vez, é o oficial Vaticano que Bento XVI designou para supervisionar uma reforma dos Legionários.

Para Nuzzi, o fracasso em levar Moreno a sério em 2003 é especialmente condenatório, dado que este testemunho veio “não de uma vítima, talvez motivada pelo ódio, mas da melhor testemunha possível: o secretário que, por 18 anos, seguiu o fundador da congregação dia a dia, e que, portanto, sabia de sua vida dupla e tripla, de seus mais secretos aspectos”.

Agência ligada a bispos poloneses: João Paulo II “canonizado neste ano”.

Por The Tablet | Tradução: Fratres in Unum.com – O beato Papa João Paulo II poderia ser canonizado em outubro, no final do atual Ano da Fé, segundo a Agência de Informação Católica (KAI), de propriedade da Igreja polonesa.

A agência, que é comandada por um comitê de bispos da Polônia, afirmou ter recebido “informações não confirmadas” em Roma de que o Vaticano está perto de ratificar várias “curas inexplicáveis” desde a beatificação do finado Papa na Praça de São Pedro, no mês de maio [de 2011].

A agência informou na semana passada: “O Santo Padre irá… ouvir a opinião de cardeais em Roma em um consistório extraordinário. Então, podemos esperar que outubro seja o mês óbvio para a canonização”.

Ela acrescentou que Bento XVI anunciaria a canonização, provavelmente, na Semana Santa.

Atenção: Blog em recesso até a segunda semana de janeiro.

Foto da semana.

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Parece uma foto tirada com um smartphone, mas não é: trata-se de uma raríssima imagem de quando o então Padre Karol Józef Wojtyła, com apenas 38 anos, recebeu a notícia de que fora nomeado bispo por Sua Santidade, o Papa Pio XII. O futuro Pontífice recebeu a notícia por telegrama, enquanto estava em um acampamento. Veja como reagiram os seus amigos! Créditos: Orbis Catholicus.

De horroroso para feio.

Estátua de Papa João Paulo II é refeita em Roma após críticas

Segundo críticos, estátua se parecia mais com o ditador Mussolini. Artista Oliviero Rainaldi culpou os construtores pelos defeitos da obra.

G1 – Uma nova estátua em homenagem ao Papa João Paulo II foi inaugurada nesta segunda-feira (19) em Roma, depois de a primeira versão, inaugurada em maio de 2011, ter sido ridicularizada pelo público italiano e pelo Vaticano.

Primeira versão da estátua de João Paulo em 2011 e a segunda inaugurada nesta segunda (19) (Foto: Gregorio Borgia/AP)
Primeira versão da estátua de João Paulo em 2011 e a segunda inaugurada nesta segunda (19) (Foto: Gregorio Borgia/AP)

O artista Oliviero Rainaldi disse que estava satisfeito com o produto final da nova versão. Ele culpou os trabalhadores pelo fracasso da primeira estátua.

Quando a estátua foi revelada em maio de 2011, foi amplamente criticada por transeuntes que diziam que ela se parecia mais com o ditador fascista Benito Mussolini do que com o Papa polonês.

A prefeitura de Roma rapidamente montou um comitê de especialistas em arte, funcionários da cultura e acadêmicos para trabalhar com Rainaldi para fazer a nova versão ficar mais parecida com os desenhos aprovados pelo artista.

Rainaldi disse que o trabalho envolveu “pequenas correções” aos erros cometidos durante a montagem inicial.

As revisões reveladas nesta segunda-feira (19) mostram que o foco foi no rosto do papa: ele agora está sorrindo e tem pescoço e queixo mais definidos, o manto aberto e curvo agora revela um gesto de acolhida e proteção.

Estátua inaugurada em 2011 e a versão aprimorada instalada nesta segunda (19) em Roma (Foto: Gregorio Borgia/AP)
Estátua inaugurada em 2011 e a versão aprimorada instalada nesta segunda (19) em Roma (Foto: Gregorio Borgia/AP)

Umberto Broccoli, superintendente do patrimônio cultural de Roma disse que era natural que a obra iria provocar uma gama de opiniões, dizendo que a Itália é um país de 50 milhões de árbitros de futebol, 50 milhões de críticos de arte e 50 milhões de políticos.

“Com arte contemporânea, você tem que esperar anos passarem antes de julgá-la”, disse aos repórteres no local onde fica a estátua, em frente à estação Termini de trem.

“É muito melhor do que antes”, disse Marco Felici, um trabalhador de 53 anos de idade, que assistiu a cerimônia de inauguração com o resto de sua equipe. “O rosto e o pescoço estão melhores. Eles fizeram um bom trabalho agora.”

Alberto Donella, no entanto, não estava convencido. “Não é ele”, disse enquanto caminhava próximo a estátua. “Ele era alegre. Ele não é como este. Para mim, ainda parece uma geladeira.”

Reforma em Roma.

Artista modificará estátua impopular do Beato João Paulo II em Roma.

Catholic Culture | Tradução: Fratres in Unum.com – O escultor de uma imagem altamente polêmica do Beato João Paulo II concordou em modificar a estátua, em resposta à onda de hostilidade pública.

Oliviero Rainaldi diz que fará algumas mudanças na estátua, que agora está em exposição fora da mais movimentada estação de trem de Roma. A imagem abstrata gerou fortes críticas, com alguns líderes tanto da Igreja como do Estado sugerindo que devesse ser removida.

Embora tenha indicado uma disposição em alterar a imagem, Rainaldi insiste que as mudanças serão “mínimas”.

“Eliminar do rito aqueles elementos que são típicos de Roma”.

Por Messa in Latino | Tradução: Fratres in Unum.com

Dom Piero Marini, atualmente Presidente do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, teve a sorte (para ele, não para os pobres fiéis católicos) de ser, por 20 anos ao todo, o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias (na foto ao lado, uma de suas últimas – por sorte — performances em 2007, na Áustria, com o pobre Bento XVI, que o demitiu pouco depois).

Há alguns meses, pelas Edições San Paolo, ele publicou um livro entrevista dedicado à figura de João Paulo II e, evidentemente, às suas teses litúrgicas (Piero Marini, Io sono un Papa amabile. Giovanni Paolo [Eu sou um Papa amável. João Paulo], Edições San Paolo) [já falamos outrora deste livro aqui]. A edição, sob a forma de entrevista com o jornalista Bruno Cescon, é um interessantíssimo resumo de suas idéias em matéria de liturgia e da influência que ele alega ter tido, neste contexto, sobre João Paulo II.

O livro, na verdade, é também a história de sua vida, particularmente, de quando se tornou – coma penas 23 anos – colaborador e depois secretário de Mons. Bugnini.

Numa primeira leitura, percebemos que, freqüentemente, algumas de suas idéias parecem ir na direção de João Paulo II, dando a impressão de que estas idéias fossem do próprio Papa, algo muitas vezes não verdadeiro. Por exemplo, é atribuído ao Papa uma suposta admiração e simpatia para com o Arcebispo de San Salvador, Oscar Romero, admiração e simpatia não sustentadas pelos fatos: é efetivamente conhecido o contraste entre o bispo e João Paulo II, principalmente por causa de um certo apoio inicial de Romero à teologia da libertação de matriz marxista.

Há também ainda exemplos interessantes relacionados à vida do Papa: o fato de ser um homem de oração, a sua devoção fortíssima para com o Santíssimo Sacramento — horas e horas de joelhos — e à Maria Santíssima.

Mas o que queremos destacar é a idéia de fundo de Monsenhor Marini — segundo ele, para seguir as disposições do Vaticano II, mas nenhuma disposição do Concílio mesmo prevê tudo isso — de marcar “a passagem de uma liturgia romana caracterizada pela uniformidade (uniformidade da lingüa e fixidez das rubricas) para uma liturgia mais próxima à sensibilidade do homem moderno, aberta à adaptação e às culturas, expressão de uma Igreja-comunhão que considera a diversidade não como um elemento em si negativo, mas como possível enriquecimento da unidade”. “As liturgias se tornaram, por assim dizer, flexíveis. Foi concedido a lingüa vulgar segundo as várias culturas. Não temos mais o problema da identidade, mas sim o da pluralidade, reavaliada como enriquecimento. Redescrobrimos a multiplicidade das  lingüas e a possibilidade de uma adaptação”. “No âmbito de reforma, preocupou-se [o Consilium — comitê responsável pela reforma litúrgica pós-Vaticano II] em eliminar do rito aqueles elementos que eram típicos de Roma. No ordo romano, para citar apenas alguns exemplos, usavam-se sete castiçais porque Roma era dividida em sete colinas; se usava o manípulo para indicar a presença das diversas igrejas; se celebrava as quatro têmporas, ligadas à benção dos campos e a cultura camponesa”. Como se vê, se quis, assim, desromanizar o rito romano e fazer, como felizmente sintetiza o grande liturgista Klaus Gamber, o venerado Rito Romano – de pelo menos 15 séculos de antiguidade – se tornar um “Ritus Modernus”. O que ele chama de “adaptação”, desejada por Mons. Bugnini, na verdade desmantelou quase completamente uma estrutura “suavemente” restaurada ao longo dos séculos.

Felizmente para nós, Dom Piero Marini já não é o Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, substituído pelo quase homônimo Monsenhor Guido Marini, completamente diferente — e incomparavelmente melhor — em idéias e práticas litúrgicas. Agora foi “exilado” à Presidência do Pontifício Comitê para os Congressos Eucarísticos Internacionais, ofício privado – ao menos por ora – de qualquer relevância eclesial.

Esperamos que continue assim…

(destaques do original)