Passo a passo rumo a padres casados. Uma atualização.

Por Sandro Magister, 15 de maio de 2020 | Tradução: FratresInUnum.com – Como se sabe, o Papa Francisco se calou totalmente sobre a ordenação dos homens casados quando pensou as conclusões do Sínodo sobre a Amazônia. Mas, certamente, não fez calar os promotores da inovação.

Amazzonia

Que, antes, voltam cada vez mais impacientes e loquazes. Prova disso é um teólogo de primeiro nível, consultor no sínodo de um bom número de bispos brasileiros, que, em uma entrevista a Mauro Castagnaro, na última edição da revista “Il Regno” enumera detalhadamente todos os passos a serem dados para alcançar o objetivo, dando por cento que o Papa consentirá.

O teólogo é Antonio José de Almeira, padre da diocese de Apucarana, no sul do Brasil, docente na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (Brasil), conhecido por ter desenvolvido a hipótese, antecipadas pela primeira vez pelo alemão Fritz Lobinger, bispo na África do Sul de 1987 a 2004,  lido e apreciado também pelo papa Francisco. Lobinger desejava que uma “equipes de anciãos”, constituídas por homens ou mulheres, celibatários ou casados, ordenados ou não, dirigissem as paróquias, e, portanto, com o poder de celebrar a Missa.

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Para começar, Almeida diz que o silêncio de Francisco “não significa que ele tenha fechado a porta”. Isso é tão certo que, “Querida Amazonia”, a exortação apostólica pós-sinodal do Papa, em seus parágrafos iniiais, cita com ênfase justamente o documento final do Sínodo que aprovou a ordenação de sacerdotes casados, considerando-a “válida”, e solicitando a pastores e povo cristão da região que “se comprometam com sua aplicação”.

E então, como proceder? O “primeiro passo” — diz Almeida — consistirá em “colocar as razões pelas quais uma diocese tenta propor a ordenação de homens casados”.

Uma diocese poderia, por si só, dar também este primeiro passo, mas “seria melhor decidir com as dioceses vizinhas, quiçá em nível de província eclesiástica ou de conferência episcopal regional”. Este “seria o segundo passo”.

O “terceiro passo” chega tão logo tenha sido elaborado o “projeto” e consiste em “apresentar o pedido à Santa Sé”.

E a Santa Sé receberá o pedido? “Certamente a Santa Sé pode fazê-lo — responde Almeida –. No contexto amazônico e considerando o processo sinodal desencadeado depois do sínodo especial para a Amazônia, não tenho dúvida disso”.

Mas como será autorizada a ordenação de homens casados? Almeida diz que “por ora a solução está no Código de Direito Canônico”, que, nos cânones 1042 e 1047, admite que em casos particulares a Santa Sé pode dispensar os candidatos ao sacerdócio do “impedimento” do matrimônio, “tendo em conta ‘o bem dos fiéis’, a presença de uma ‘causa justa e razoável’ (o acesso dos fieis à celebração da Eucaristia) e as ‘circunstâncias do caso’ (na Amazônia, a carência quase absoluta de clero celibatário)”.

Mas há mais. Almeida cita o número 93 de “Querida Amazonia”, onde o Papa Francisco escreve que “não se trata só de facilitar uma maior presença de ministros ordenados que possam celebrar a Eucaristia”, mas também de “provocar uma nova vida nas comunidades”.

Para Almeida, isso estimula pensar no novo modelo de sacerdote, o “sacerdote da comunidade”, que, seguindo o itinerário de Lobinger, poderia ser também “uma equipe desses sacerdotes”, não itinerantes, mas fixos, com suas respectivas famílias, exerçam ou não uma profissão civil.

Uma vez, então, que se tenha feito o pedido a Roma — prossegue Almeida –, a Santa Sé poderá conceder às dioceses da Amazônia, “de forma permanente ou por um certo período, a faculdade de dispensar do impedimento do matrimônio, a fim de que um homem casado possa aceder à ordenação presbiteral”.

Mas isso não é tudo. Também poderia ocorrer — supõe Almeida — que no ínterim se institua na região um “rito amazônico”, seguindo os passos das Igrejas “sui iuris”, como por exemplo as greco-católicas, em que há o sacerdócio casado.

Neste caso, “tudo mudaria”, porque também o sacerdócio casado formaria parte deste novo rito autônomo. Tão certo é isso — conclui Almeida — que “a nota 120 de ‘Querida Amazonia’, que fala disso, já é lida por alguns à luz da nota 336 de ‘Amoris laetitia’, que abriu a porta à comunhão aos divorciados que voltaram a se casar”.

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A nota 120 de ‘Querida Amazonia’ diz simplesmente: “No Sínodo emergiu a proposta de elaborar um ‘rito amazônico’.

Também as notas 336 e 351 de “Amoris laetitia” são somente alusivas: “Em certos casos, poderia ser também a ajuda dos sacramentos. […] a Eucaristia ‹‹ não é um prêmio para os perfeitos, mas um generoso remédio e alimento para os débeis ››. […] o discernimento pode reconhecer que, em uma situação particular, não há culpa grave […]

Mas, assim como em “Amoris laetitia” estas alusões atuaram como uma alavanca para uma aplicação extensiva — e para muitos abusiva — da exortação apostólica pós-sinodal, autorizada pelo próprio papa Francisco, da mesma forma estão os que queiram que ocorra o mesmo com essa pequena nota de rodapé de “Querida Amazonia”.

Tudo isso, a partir de uma perspectiva de autonomia ritual que ainda parece distante. Mas, enquanto isso, rapidamente muitos estão dispostos a dar esses passos que Almeida indicou.

Não só na Amazônia. Porque há outro Sínodo, na Alemanha, que já recorreu ao mesmo caminho. Com a predileção particular por uma autonomia ainda maior de Roma, à beira do cisma.

‘Querida Amazonia’ — Francisco dá seu aval a Leonardo Boff, mas joga Fritz Löbinger no Tibre.

Por Edward Pentin, National Catholic Register, 12 de fevereiro de 2020 | Tradução: FratresInUnum.comA Exortação Apostólica publicada recentemente confirma que, no pontificado do papa Francisco, a política tem prioridade sobre a religião. Ao mesmo tempo em que mantém o pé no acelerador da “ecologia integral”, ele pisou no freio da agenda religiosa do Sínodo. 

Os cardeais Burke, Müller e Sarah (e seu co-autor, Bento XVI), bem como os poucos prelados que defenderam fervorosamente o celibato sacerdotal, têm motivos para comemorar. Agora eles podem ignorar os promotores do sacerdócio a baixo custo, especialmente os bispos Fritz Löbinger, Erwin Kräutler e seus parceiros no “caminho sinodal” alemão. Schluss! Não há abertura para viri probati ou “diaconisas”. 

O Papa Francisco reconhece que devem ser feitos esforços para que as comunidades mais isoladas da Amazônia não fiquem privadas da Eucaristia e dos sacramentos da Reconciliação e Unção dos enfermos (números 86 e 89). Ele também admite que a vida e o ministério sacerdotal não são monolíticos (nº 87). No entanto, ele afirma que a solução se sustenta no sacramento das Ordens Sagradas que configura o sacerdote a Cristo (n° 87), que é o Esposo da comunidade que celebra a Eucaristia e é representado pelo celebrante (n° 101). Ao fazê-lo, ele encara os dois principais argumentos daqueles que se opõem ao sacerdócio de padres casados. 

O Papa propõe como solução rezar pelas vocações sacerdotais e dirigir as vocações missionárias para a Amazônia (n° 90). Ele ainda reclama do absurdo que é o fato de que mais padres dos países amazônicos estejam indo para os Estados Unidos e Europa do que para missões em seus próprios países! (nota 132). 

Como havia sido anunciado nos últimos dias, não há sequer uma menção indireta à possibilidade de ordenar homens casados ​​que sejam líderes comunitários. Em vez disso, Francisco insiste no fato de que não se trata apenas de facilitar uma maior presença de ministros ordenados que podem celebrar a Eucaristia, mas de promover um encontro com a Palavra de Deus e o crescimento em santidade por meio de vários tipos de serviços pastorais. Isso pode ser desenvolvido por leigos (n° 93), como o bispo Athanasius Schneider argumentou judiciosamente com base em sua própria experiência lidando com a falta de padres na Rússia soviética. 

Devido à mesma configuração do sacerdote a Cristo, Esposo da comunidade, e à ampla e generosa obra missionária já realizada por mulheres nas áreas de batismo, catequese e oração (n° 99), o Papa Francisco encerra a discussão sobre a ordenação de mulheres afirmando que seria uma forma de reducionismo “clericalizar” as mulheres, na crença de que elas obteriam um status mais alto na Igreja somente se admitidas nas Ordens Sagradas (nº 100). Pelo contrário, as mulheres contribuem na Igreja à sua maneira, tornando presente a terna força de Maria, a Mãe (n. 101). 

Se tem alguém que deve estar pelo menos em parte satisfeito, é o Cardeal Walter Brandmüller. Ele denunciou o Instrumentum Laboris do Sínodo da Amazônia, alegando que era um convite à apostasia, na medida em que entendia a “inculturação” como uma renúncia à pregação do Evangelho e a aceitação das religiões pagãs como um caminho alternativo de salvação. Seu recado pelo visto chegou a Santa Marta. 

“Querida Amazônia” se dissocia do conceito de “inculturação” promovido pela Teologia Indígena – liderada principalmente pelos Padres Paulo Suess e Eleazar López – e adota a versão light da constituição conciliar Gaudium et Spes. A última abordagem da inculturação consiste em uma mera adaptação do Evangelho à compreensão de todos, expressando a mensagem de Cristo em termos apropriados a cada cultura (nota 84).

Trata-se, portanto, de uma inculturação que, embora não rejeite nada de bom que existe na cultura amazônica, faz dela um objeto de redenção (n ° 67), leva à plenitude, à luz do Evangelho (n° 66), e quer enriquecê-lo pelo Espírito Santo através do poder transformador do Evangelho (n ° 68). 

Isso obriga a Igreja a adotar em relação às culturas uma atitude confiante, mas também atenta e crítica (nº 67). Acima de tudo, exige que ela não se envergonhe de Jesus Cristo (n. 62), nem se limite a transmitir aos pobres uma mensagem puramente social em vez da grande mensagem de salvação (n. 63), pois esses povos têm o direito de ouvir o Evangelho. Sem essa evangelização, a Igreja se tornaria uma mera ONG e abandonaria o mandato de pregar a todas as nações (nº 64). Em vez dos missionários da Consolata e outros que se gabam de não batizarem ninguém em 60 anos, o documento apresenta São Turíbio de Mogrovejo e São José de Anchieta como modelos de grandes evangelizadores da América Latina (n ° 65). 

Ao contrário do que foi dito acima, numa tentativa aberta, mas fracassada, de se justificar pelos cultos idólatras escandalosos à Pachamama nos Jardins do Vaticano e na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco declara que, no contexto de uma espiritualidade inculturada, é de alguma maneira possível que símbolos indígenas, mitos carregados de significado espiritual e festivais religiosos cobertos de significado sagrado, sejam usados sem necessariamente incorrer em idolatria (nº 79). 

O cardeal Brandmüller todavia tem outro motivo para se indignar, além dessa defesa infrutífera do culto a Pachamama. Citando abundantemente sua encíclica Laudato Si, o Papa Francisco reafirma sua visão de mundo “Teilhardiana” e da Nova Era, de um universo no qual “tudo está conectado” (nº 41). Os louvores ao misticismo indígena que leva os aborígines não apenas a contemplar a natureza, mas a sentirem-se intimamente ligados a ela a ponto de considerá-la como mãe (n ° 55). De fato, a Mãe Terra é mencionada duas vezes na exortação (Nº 42). 

Uma referência passageira a Deus Pai como Criador de todos os seres do universo é insuficiente para dissipar o sabor “panteísta” de tais passagens, uma vez que segue uma citação de um verso da poetisa Sui Yun sobre “comunhão com a floresta” (diga-se de passagem que essa poetisa Peruana é conhecida pelo caráter desinibido e erótico de suas criações: “minha poesia é genital”, afirma ela) (n ° 56). 

No entanto, o aspecto mais defeituoso do documento é sua total adesão aos postulados e à agenda da Teologia da Libertação em sua versão ecológica reciclada por Leonardo Boff e assumida pelos documentos do Sínodo.

Numa clara manifestação de “clericalismo” (já que o Magistério da Igreja não tem autoridade em questões científicas ou econômicas) e, acima de tudo, indo contra o desejo de progresso da grande maioria da população Amazônica, a exortação pós-sinodal assume, sem o necessário discernimento, um diagnóstico catastrófico e mentiroso de ONGs ambientais e partidos de esquerda sobre a suposta devastação da Amazônia: a floresta está sendo destruída (nº 13); a construção de usinas hidrelétricas e hidrovias está prejudicando os rios (nº 11); a região enfrenta um desastre ecológico (nº 8); as populações estão sendo dizimadas lentamente pelos novos colonizadores (nota 13) ou forçadas a migrar para cidades onde encontrariam a pior forma de escravização (nº 10).

Segundo o Papa, é preciso se sentir ultrajado (nº 15) e possuir um saudável senso de indignação (nº 17). Nesse contexto, não é nada amenizante que o comunista chileno Pablo Neruda e Vinicius de Moraes, autor brasileiro de um famoso poema intitulado “Senhores barões da terra”, que advogam pela luta armada, estejam entre os poetas-profetas que denunciam os males do desenvolvimento econômico. [1]

Pior ainda, as soluções alternativas propostas pelo Papa Francisco correspondem aos sonhos coletivistas mais avançados dos antropólogos neo-marxistas, que vêem a vida tribal da selva como um modelo para o mundo futuro.

De acordo com o documento, o “bom viver” dos indígenas expressa a verdadeira qualidade de vida (nos 8, 26 e 71) e é o cumprimento da utopia da harmonia pessoal, familiar, comunitária e cósmica, expressa, por sua vez, pela abordagem comunitária da existência e estilo de vida austero e simples (n ° 71): “Tudo é compartilhado; os espaços privados – típicos da modernidade – são mínimos … Não há espaço para a noção de um indivíduo separado da comunidade ou da terra ”(nº 20).

Nesse quesito, o povo indígena tem muito a nos ensinar (n ° 71), e os cidadãos devem se permitir ser “reeducados” por eles, pois é através deles que Deus quer que abraçemos sua misteriosa sabedoria (n ° 72 )

Dadas essas fantasias eco-tribalistas e coletivistas do Papa Francisco, não é de admirar que ele seja o líder para quem as correntes esquerdas radicais de todo o mundo estão se voltando!

Em resumo, essa estranha exortação pós-sinodal – que se recusa a citar o Documento Final do Sínodo dos Bispos que o motivou – representa, ao mesmo tempo, uma aceleração sócio-econômica e um freio eclesiológico que deixará tanto Gregos como Troianos insatisfeitos.

Mas não há dúvida de que os mais insatisfeitos serão os prelados e especialistas no campo alemão que investiram longas horas de trabalho intelectual e centenas de milhares de Euros em uma assembléia sinodal que acabou dando à luz a um pássaro aleijado, incapaz de voar porque uma de suas asas foi amputada.

Caberá aos historiadores resolver o enigma das razões que levaram o Papa Francisco a interromper a tão divulgada abertura aos padres casados. Seria para “evitar um cisma, ou pior ainda, uma desestabilização [do pontificado] que teria sido fatal”, como sugere Franca Giansoldati, de Il Messagero? Ou é só um passo atrás agora, na esperança de pegar impulso para avançar dois passos adiante em breve? (A referência na nota 120 à proposta do Sínodo de desenvolver um “rito amazônico” nos obriga a permanecer vigilantes, principalmente quando o autor do documento é claramenre “ardiloso”).

Como dizem os Franceses: quem viverá verá.

Mas para aqueles entre nós, que nos esforçamos por um ano inteiro para bloquear a agenda revolucionária do Sínodo para a região da Amazônia (incluindo o site panamazonsynodwatch.info, que um analista americano chamou de “centro da resistência”), temos algumas razões para satisfação.

Mesmo que Francisco tenha dado seu aval à Leonardo Boff, pelo menos ele jogou os gerentes da Löbinger, Kräutler & Suess no Tibre.

Querida Amazonia: um vislumbre de esperança em meio à confusão em curso.

Por Dom Athanasius Schneider, Corrispondenza Romana | Tradução: Hélio Dias Viana, FratresInUnum.com – A maioria dos observadores concorda que a publicação da Exortação Apostólica Querida Amazonia [Nota do tradutor: Amazônia vai sem o acento circunflexo para manter o título original do documento, em espanhol] causou um terremoto espiritual. Nela o Papa Francisco não abriu a porta para a ordenação de homens casados, os chamados viri probati, e também rejeitou a proposta – aprovada com maioria de votos no Sínodo Pan-Amazônico – de ordenação sacramental de mulheres ao diaconato permanente. Tanto a grande mídia anticristã quanto a poderosa rede de cardeais, bispos, teólogos e burocratas leigos bem pagos, cujas mentes foram moldadas segundo o espírito agnóstico e relativista do mundo, ficaram inicialmente chocadas e boquiabertas. Mas depois manifestaram uma frustração declarada ou reprimida.

Em seu programa de notícias diárias Tagesthemen, de 13 de fevereiro de 2020, a emissora alemã do serviço público ARD permitiu que seu apresentador oficial criticasse o Papa Francisco com estas palavras: “O Papa Francisco nos surpreendeu com sua decisão de interpretar o celibato num sentido estrito. O mundo estava aparentemente preparado e ao seu lado. Não é mais segredo que o argentino defende pessoalmente o relaxamento da lei católica de continência para o clero. Para muitos fiéis, teria sido um passo lógico relaxar cautelosamente a lei do celibato como um primeiro passo, como foi proposto pelo Sínodo da Amazônia. Pior ainda do que o seu ‘não’ ao relaxamento do celibato é a decisão do Chefe da Igreja a respeito do papel das mulheres. Às mulheres continua a ser amplamente negada a possibilidade de fazer carreira na Igreja.”

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Viri improbati? Começou o delírio dos papólatras contra a o povo fiel.

Por FratresInUnum.com, 11 de fevereiro de 2020 — Gostaríamos de aguardar a publicação oficial, esperada para amanhã, mas, já há alguns dias, começaram as fugas de notícias sobre a iminente publicação de “Querida Amazônia”, a Exortação apostólica que daria encaminhamento às discussões daquele que ficou conhecido como Sínodo da Pachamama.

Segundo fontes indiscretas, o documento não conteria nenhuma menção explícita à ordenação dos chamados viri probati (homens casados de boa fama), nem tampouco à ordenação de mulheres e outros temas heterodoxos abordados durante o evento sinodal. O próprio Papa Francisco teria dito ontem a bispos americanos que “não haverá nenhuma mudança em relação aos padres casados”.

Mal saída a notícia, os cleaners já começaram com sua histeria coletiva, transferindo a Francisco todo o mérito desta medida supostamente não aberturista. Para os papólatras, não importa o que aconteça, a pessoa de Bergoglio (não o papado em si, note-se) sempre tem de sair fortalecida, quando erra e quando acerta, a despeito de toda confusão causada, da desorientação generalizada, do clima péssimo produzido, alimentado, insuflado pessoalmente por ele.

Não podemos cair no erro de retirar do sensus fidelium o protagonismo do momento. Ao contrário do que esses bajuladores carreiristas fizeram, passando diariamente o pano em cada absurdo dito por Francisco, o povo fiel se manifestou, mandou abaixo-assinados, protestou em praças e, sobretudo, rezou, rezou muito para que essa desgraça não sobreviesse à Igreja, com o auxílio de Deus e de Nossa Senhora.

Se Francisco não for adiante nessa matéria, não é porque não quis (como, aliás, sempre deu mostras de querer), mas porque não pôde. O livro de Bento-Sarah acerca do vínculo entre celibato e sacerdócio não foi senão um dos últimos sinais da vigorosa resistência católica acerca do tema, que conduziu a questão para termos irrespondíveis por parte de Francisco. Sua fúria decorrente do imbroglio da publicação do livro não permite outra interpretação.

Contudo, ao contrário do que a constelação dos papólatras alucinados poderá celebrar nas próximas horas, a confirmar-se a notícia, o tema do celibato foi reduzido a uma mera questão disciplinar sem importância pelo próprio Francisco. Reparem nestas palavras do discurso final do Sínodo:

“O perigo pode ser que talvez se entretenham — é um perigo, não estou a dizer que o fazem, mas a sociedade pede-o — por vezes, para ver o que decidiram nesta matéria disciplinar; o que decidiram noutra; que partido ganhou, qual perdeu? Em pequenas coisas disciplinares que têm a sua importância, mas que não fariam o bem que este Sínodo deve fazer. Que a sociedade se encarregue do diagnóstico que fizemos nas quatro dimensões. Eu pediria à imprensa para o fazer. Há sempre um grupo de cristãos de elite que gosta de se envolver, como se fosse universal, neste tipo de diagnóstico. Nas mais insignificantes, ou neste tipo de resoluções disciplinares mais intra-eclesiásticas, eu não digo intereclesial, intra-eclesiástica, e dizer que ganhou este setor ou aquele. Não, todos vencemos com os diagnósticos que fizemos e até onde fomos em questões pastorais e intra-eclesiásticas. Mas não nos fechemos nisto. Pensando hoje nessas “elites” católicas, e às vezes cristãs, mas especialmente católicas, que querem dedicar-se “ao pequeno” e esquecer o “grande”, lembrei-me de uma frase de Péguy, fui procurá-la. Tento traduzi-la bem, acho que nos pode ajudar, quando temos que descrever esses grupos que querem o “pequeno” e esquecem o “grande”. «Porque não têm coragem de estar com o mundo, pensam que estão com Deus. Porque não têm a coragem de se comprometer com as escolhas de vida do homem, eles acreditam que estão a lutar por Deus. Porque não amam ninguém, acreditam que amam a Deus». Fiquei muito feliz por não termos caído prisioneiros desses grupos seletivos que do Sínodo só quererem ver o que foi decidido sobre este ponto intra-eclesial ou sobre esse outro, e negarão o corpo do Sínodo que são os diagnósticos que fizemos nas quatro dimensões”.

A anestesia dos cleaners serve apenas para insensibilizar os leigos para o surgimento da nova igreja amazônica, para os pactos que se farão nas próximas semanas (o pacto econômico e educativo), para a reforma da Cúria Romana (que o próprio Francisco mencionou no discurso final do Sínodo), reforma que dará maior liberdade às conferências episcopais, para a instalação da Igreja Sinodal — tenha-se presente, sobretudo, o cismático sínodo da Alemanha que se está realizando.

Enfim, para aqueles que preferem a ilusão papólatra, a desinformação de que Francisco é uma espécie de novo confessor da fé parecerá verossímil, a despeito de tudo aquilo que ele mesmo fez. Para os católicos que não se iludem mais com esses enganos e cinismos, esta é apenas um conquista advinda da misericórdia de Deus e da própria resistência dos fiéis, conquista que nos confirma na certeza de que estamos no caminho certo e de que há que se resistir a Francisco com todas as forças, e até o fim.

Protesto contra os actos sacrílegos do Papa Francisco.

Por Contra Recentia Sacrilegia – Nós, os abaixo-assinados investigadores e académicos clérigos e leigos católicos, protestamos contra e condenamos os actos sacrílegos e supersticiosos cometidos pelo Papa Francisco, Sucessor de São Pedro, no âmbito do recente Sínodo que teve lugar em Roma.

Tais actos sacrílegos foram os seguintes:

  • A 4 de Outubro, o Papa assistiu a um acto de culto idólatra da deia

    pagã Pachamama.

  • O Papa permitiu que tal acto de culto fosse praticado nos Jardins Vaticanos, profanando deste modo as áreas vizinhas das sepulturas dos mártires e da igreja de São Pedro Apóstolo.
  • O Papa participou deste acto de culto idólatra abençoando a imagem de madeira da Pachamama.
  • A 7 de Outubro, o ídolo da Pachamama foi posto diante do altar-mor de São Pedro e foi depois levado em procissão até à Sala do Sínodo. O Papa Francisco recitou orações numa cerimónia envolvendo esta imagem e juntou-se depois à dita procissão.
  • Depois que várias imagens desta deia pagã foram removidas da igreja de Santa Maria in Traspontina, onde haviam sido postas sacrilegamente, e tendo sido em seguida arrojadas ao Tibre por católicos indignados com essa profanação daquela igreja, o Papa, a 25 de Outubro, ofereceu desculpas pela remoção das imagens, e outra imagem de madeira da Pachamamafoi de novo posta na igreja.  Deu-se, assim, início a uma ulterior profanação.
  • A 27 de Outubro, por ocasião da Missa de encerramento do Sínodo, o Papa aceitou uma taça que fora usada no culto idólatra da Pachamama e pô-la sobre o altar.

O próprio Papa confirmou que estas imagens de madeira eram ídolos pagãos. No curso do seu pedido de desculpas pela remoção destes ídolos do interior de uma igreja católica, o Papa usou especificamente para eles o nome de Pachamama,  nome que, de acordo com uma crença religiosa da América do Sul, corresponde à falsa divindade mãe da terra.

Diferentes actos desta cadeia de eventos foram já condenados como idólatras ou sacrílegos pelo Cardeal Walter Brandmüller, Cardeal Gerhard Müller, Cardeal Jorge Urosa Savino, Arcebispo Carlo Maria Viganò, Bispo Athanasius Schneider, Bispo José Luis Azcona Hermoso,  Bispo Rudolf Voderholzer e Bispo Marian Eleganti. Por fim, no curso deuma entrevista, também o Cardeal Raymond Burke fez igual apreciação do culto que foi prestado.

Esta participação em idolatria foi antecipada pela declaração intitulada “Documento sobre a Fraternidade Humana”, assinada pelo Papa Francisco e Ahmad Al-Tayyeb, o Grande Imã da mesquita de Al-Azhar, a 4 de Fevereiro de 2019.  Esta declaração afirmou que:

«O pluralismo e as diversidades de religião, de cor, de sexo, de raça e de língua fazem parte daquele sábio desígnio divino com que Deus criou os seres humanos. Esta Sabedoria divina é a origem donde deriva o direito à liberdade de credo e à liberdade de ser diferente.»

O envolvimento do Papa Francisco em cerimónias idólatras é uma indicação de que quis dar a esta declaração um sentido heterodoxo, que permite que o culto pagão de ídolos seja considerado um bem positivamente querido por Deus.

Além disso, não obstante ter comunicado privadamente ao Bispo Athanasius Schneider que «[o Bispo] pode dizer que a frase em questão acerca da diversidade das religiões se refere à vontade permissiva de Deus …» , o Papa jamais procedeu à correcção da declaração de Abu Dhabi nesses sentido.Num pronunciamento subsequente durante a audiência de 3 de Abril de 2019, o Papa, respondendo à questão “Porque é que Deus permite que haja muitas religiões?”, referiu-se de passagem à “vontade permissiva de Deus” tal como a mesma é entendida pela teologia escolástica, mas deu ao conceito um sentido positivo, declarando que «Deus quis permitir isto» porque, sendo embora certo que «há muitas religiões», elas «olham sempre para o céu, olham para Deus» (ênfase acrescentada). Não se nota aí sequer a mais mínima sugestão de que Deus permite a existência de religiões da mesma maneira que Ele permite, em geral, a existência do mal. Ao invés, a implicação que daí resulta claramente é a de que Deus permite a existência de «muitas religiões» porque elas são boas enquanto «olham sempre para o céu, olham para Deus».

Mais grave ainda: desde então, o Papa Francisco já reafirmou a declaração não corrigida de Abu Dhabi, ao estabelecer um “comité inter-religioso” , que veio mais tarde a receber a designação de “Comité Superior”,  com sede nos Emiratos Árabes Unidos, paradar seguimentoaos “objectivos” do documento, e ao promover uma directivaemitida pelo Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-reliogioso dirigida aos dirigentes de todos os institutos católicos romanos de estudos superiores, e indirectamente aos professores universitários católicos, pedindo-lhes que dêem ao documento a «maior difusão possível», aí se incluindo a asserção não corrigida de que Deus quer a «diversidade religiões» do mesmo modo que quer a diversidade de cores, sexos, raças e línguas.

Prestar culto a alguém ou algo além do único Deus verdadeiro, a Santíssima Trindade, é uma violação do Primeiro Mandamento. A participação em qualquer forma de veneração de ídolos é absolutamente condenada por este mandamento e constitui um pecado grave, independentemente da culpabilidade subjectiva, que só Deus pode julgar.

São Paulo ensinava à Igreja dos primeiros tempos que o sacrifício oferecido a ídolos pagãos não era dirigido a Deus mas antes aos demónios, como se lê na sua Primeira Epístola aos Coríntios:

«Que vos hei-de dizer, pois? Que a carne imolada aos ídolos tem algum valor, ou que o próprio ídolo é alguma coisa? 20Não! Mas aquilo que os pagãos sacrificam, sacrificam-no aos demónios e não a Deus. E eu não quero que estejais em comunhão com os demónios. 21Não podeis beber o cálice do Senhor e o cálice dos demónios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa dos demónios
(1 Cor 10, 19-21)

Com tais acções, o Papa Francisco incorreu na condenação proferida pelo Segundo Concílio de Niceia:

«Muitos pastores destruíram a minha vinha, profanaram a minha porção. Por isso que seguiram homens ímpios e acreditando nos seus próprios desvarios, caluniaram a Santa Igreja, que Cristo tomou para Si por esposa, e não distinguiram o sagrado do profano, asserindo que os ícones de Nosso Senhor e dos santos não eram diferentes das imagens de madeira dos ídolos satânicos

É com imensa dor e profundo amor pela Cátedra de Pedro que suplicamos a Deus Todo-Poderoso que poupe os membros culpados da Sua Igreja sobre a terra da punição que merecem pelos seus terríveis pecados.

Pedimos respeitosamente ao Papa Francisco que se arrependa publicamente e sem ambiguidades destes pecados e de todas as ofensas que cometeu contra Deus e a verdadeira religião, e que faça reparação por estas ofensas.

Pedimos respeitosamente a todos os bispos da Igreja Católica que ofereçam ao Papa Francisco uma correcção fraterna por estes escândalos, e que advirtam os seus rebanhos de que, de acordo com o ensinamento divinamente revelado da fé católica, eles arriscam a condenação eterna se seguirem o seu exemplo nas ofensas contra o Primeiro Mandamento.

9 de Novembro de 2019

In Festo Dedicationis Basilicae Lateranensis
“Terribilis est locus iste: hic domus Dei est et porta cæli; et vocabitur aula Dei” 

 

Assinam:

Dr Gerard J.M. van den Aardweg, The Netherlands

Dr Robert Adams, medical physician in Emergency & Family Medicine

Donna F. Bethell, J.D.

Tom Bethell, senior editor of The American Spectator and book author

Dr Biagio Buonomo, PhD in Ancient Christianity History and former culture columnist (1990-2013) for L’Osservatore Romano

François Billot de Lochner, President of Liberté politique, France

Rev. Deacon Andrew Carter B.Sc. (Hons.) ARCS DipPFS Leader, Marriage & Family Life Commission, Diocese of Portsmouth, England

Mr. Robert Cassidy, STL

Dr Michael Cawley, PhD, Psychologist, Former University Instructor, Pennsylvania, USA

Dr Erick Chastain, PhD, Postdoctoral Research Associate, Department of Psychiatry, University of Wisconsin-Madison

Fr Linus F Clovis

Lynn Colgan Cohen, M.A., O.F.S.

Dr Colin H. Jory, MA, PhD, Historian, Canberra, Australia

Rev Edward B. Connolly, Pastor Emeritus, St. Joseph Parish St. Vincent de Paul Parish, Girardville PA

Prof. Roberto de Mattei, Former Professor of the History of Christianity, European University of Rome, former Vice President of the National Research Council (CNR)

José Florencio Domínguez, philologist and translator

Deacon Nick Donnelly, MA Catholic Pastoral & Educational Studies (Spiritual Formation), England

Fr Thomas Edward Dorn, pastor of Holy Redeemer Parish in New Bremen OH in the Archdiocese of Cincinnati

Fr Stefan Dreher FSSP, Stuttgart, Germany

Dr Michael B. Ewbank, PhD in Philosophy, Loras College, retired, USA

Fr Jerome Fasano, Pastor, St John the Baptist Church, Front Royal, Virginia, USA

Dr James Fennessy, MA, MSW, JD, LCSW, Matawan, New Jersey, USA

Christopher A. Ferrara, J.D., Founding President of the American Catholic Lawyers’ Association

Fr Jay Finelli, Tiverton, RI, USA

Prof. Michele Gaslini, Professor of Public Law, University of Udine, Italy

Dr Linda M. Gourash, M.D.

Dr Maria Guarini STB, Pontificia Università Seraphicum, Rome; editor of the website Chiesa e postconcilio

Fr Brian W. Harrison, OS, STD, associate professor of theology of the Pontifical Catholic University of Puerto Rico (retired), Scholar-in-Residence, Oblates of Wisdom Study Center, St. Louis, Missouri, USA

Sarah Henderson DCHS MA (RE & Catechetics) BA (Mus)

Prof. Robert Hickson PhD, Retired Professor of Literature and of Strategic-Cultural Studies

Dr Maike Hickson PhD, Writer and Journalist

Prof., Dr.rer.pol., Dr.rer.nat. Rudolf Hilfer, Professor of Theoretical Physics at Universität Stuttgart

Fr John Hunwicke, Former Senior Research Fellow, Pusey House, Oxford

Fr Edward J. Kelty, OS, JCD, Defensor Vinculi, SRNC rota romana 2001-19, Former Judicial Vicar,  Archdiocese of Ferrara, Judge, Archdiocese of Ferrara

Dr Ivo Kerže, prof. phil.

Dr Thomas Klibengajtis, former Assistant Professor of Catholic Systematic Theology, Institute of Catholic Theology, Technical University Dresden, Germany

Dr Peter A. Kwasniewski, PhD, USA

Dr John Lamont, DPhil (Oxon.)

Dr Dorotea Lancellotti, catechist, co-founder of the website: https://cooperatores-veritatis.org/

Dr Ester Ledda, consecrated laywoman, co-founder of the website https://cooperatores-veritatis.org/

Fr Patrick Magee, FLHF a Franciscan of Our Lady of the Holy Family, canonical hermit in the Diocese of Fall River, Massachusetts

Dr Carlo Manetti, jurist and lecturer, Italy

Dr Christopher Manion, PhD, KM, Humanae Vitae Coalition, Front Royal, Virginia, USA

Antonio Marcantonio, MA

Michael J. Matt, Editor, The Remnant, USA

Jean-Pierre Maugendre, general delegate, Renaissance catholique, France

Msgr John F. McCarthy, JCD, STD, retired professor of moral theology, Pontifical Lateran University

Prof. Brian M. McCall, Orpha and Maurice Merrill Professor in Law, Editor-in-Chief Catholic Family News

Patricia McKeever, B.Ed. M.Th., Editor, Catholic Truth, Scotland

Mary Angela McMenamin, MA in Biblical Theology from John Paul the Great Catholic University

Fr Cor Mennen, lecturer canon law at the diocesan Seminary of ‘s-Hertogenbosch and member of the cathedral chapter

Rev Michael Menner, Pastor

Dr Stéphane Mercier, Ph.D., S.T.B., former research fellow and lecturer at the University of Louvain

Dr Claude E Newbury, M.B. B.Ch., D.T.M & H., D.P.H., D.O.H., M.F.G.P., D.C.H., D.A., M. Prax Med.

Prof. Giorgio Nicolini, writer, Director of “Tele Maria”

Fr John O’Neill, STB, Dip TST, Priest of the Diocese of Parramatta, member of Australian Society of Authors

Fr Guy Pagès, Archdiocese of Paris, France

Prof. Paolo Pasqualucci, Professor of Philosophy (retired), University of Perugia, Italy

Fr Dean P. Perri, Diocese of Providence, Our Lady of Loreto Church

Dr Brian Charles Phillips, MD

Dr Mary Elizabeth Phillips, MD

Dr Robert Phillips, Professor (emeritus) Philosophy: Oxford University, Wesleyan University, University of Connecticut

Prof. Claudio Pierantoni, Professor of Medieval Philosophy, University of Chile; former Professor of Church History and Patrology at the Pontifical Catholic University of Chile

Prof. Enrico Maria Radaelli, Professor of Aesthetic Philosophy and Director of the Department of  Aesthetic Philosophy of the International Science and Commonsense Association (ISCA), Rome, Italy

Dr Carlo Regazzoni, Philosopher of Culture, Therwill, Switzerland

Prof. John Rist, Professor emeritus of Classics and Philosophy, University of Toronto

Dr Ivan M. Rodriguez, PhD

Fr Luis Eduardo Rodrìguez Rodríguez, Pastor, Diocesan Catholic Priest, Caracas, Venezuela.

John F. Salza, Esq.

Fr Timothy Sauppé, S.T.L., pastor of St. Mary’s (Westville, IL.) and St. Isaac Jogues (Georgetown, IL.)

Fr John Saward, Priest of the Archdiocese of Birmingham, England

Prof. Dr Josef Seifert, Director of the Dietrich von Hildebrand Institute of Philosophy, at the Gustav Siewerth Akademie, Bierbronnen, Germany

Mary Shivanandan, Author and consultant

Dr Cristina Siccardi, Church Historian and author

Dr Anna M. Silvas, senior research adjunct, University of New England NSW Australia.

Jeanne Smits, journalist, writer, France

Dr Stephen Sniegoski, PhD, historian and book author

Dr Zlatko Šram, PhD, Croatian Center for Applied Social Research

Henry Sire, Church historian and book author, England

Robert J. Siscoe, author

Abbé Guillaume de Tanoüarn, Doctor of Literature

Rev Glen Tattersall, Parish Priest, Parish of St. John Henry Newman, Australia

Prof. Giovanni Turco, associate professor of Philosophy of Public Law, University of Udine, Italy

Fr Frank Unterhalt, Pastor, Archdiocese of Paderborn, Germany

José Antonio Ureta, author

Adrie A.M. van der Hoeven, MSc, physicist

Dr Gerd J. Weisensee, Msc, Switzerland

John-Henry Westen, MA, Co-Founder and Editor-in-Chief LifeSiteNews.com

Dr Elizabeth C. Wilhelmsen, Ph.D. in Hispanic Literature, University of Nebraska-Lincoln, retired

Willy Wimmer, Secretary of State, Ministry of Defense, (ret.), Germany

Prof. em. Dr Hubert Windisch, priest and theologian, Germany

Mo Woltering, MTS, Headmaster, Holy Family Academy, Manassas, Virginia, USA

Miguel Ángel Yáñez, editor of Adelante la Fe

List of Signatories

Archbishop Carlo Maria Viganò

Prof. Dr. Heinz Sproll – University of Augsburg

Edgardo J. Cruz Ramos, President Una Voce Puerto Rico

Rev. Fr. Felice Prosperi

Prof.Growuo Guys PhD

Rev. Nicholas Fleming STL

Drs. N.A.L. van der Sluis pr., Pastoorparochie Maria, Moeder van de Kerk Bisdom ‘s-Hertogenbosch

Rev. Fr Alfredo Maria Morselli

Marco Paganelli, Journalist and writer

Deacon Eugene G. McGuirk, B.A, M.A., M.B.A.

Dr. Lee Fratantuono, AB, AM, PhD

Rev. Fr. Paolo D’Angona, Diocese of Roermond, Netherlands

12th November 2019

Bishop Robert Mutsaerts, auxiliary bishop of ‘s-Hertogenbosch, Netherlands

Marco Tosatti, Stilum Curiae

Enza Pasquali

Don Michiele Chimienti

Rev. Patrick Fenton

Fr Peter Klos

Paul King, Esq.Fr. Palblo Ormazabal Albistur

Prof. Dr. Felix Fulders

Fr Richard McNally ss.cc

Sac. Bernardo M. Trelle

Dr. Quintilio Paolozzi Ph.D.

Dr. Stefano Gizzi, Comm. S.Gregorio Magno

Fr Bernward Van der Linden FSSP

Mag, Philipp Erdinc, MA

De Christian Behrendt

Rev. Peter John Dang

Leo Kronberger, MD, MSC

José Narciso Barbosa Soares

Joao Luiz da Costa Carvalho Vidigal

Fr Iouis Guardiola

Fr Roberto J.Perez, O. Carm.

Fr Jason Charron

Rev. Fr Edwin Wagner FSO

Fr Fabian Adindu

Fr Frank Watts

Fr David M. Chiantella

Fr Daniel Becker

Fr Fidelis Moscinski

Fr John Boughton

Fr Kenneth Bolin

Fr Matthew DeGance, SDB

Fr Vince Huber

Fr Arnis Suleimanovs

Fr James Mawdsley

Fr John Osman, M.A., S.T.L.

Fr Scott Lemaster, M.A., M.Div.

Fr Mark Desser

Fr Vincenzo Fiore

Fr Michael Magiera

Fr John Fongemie, FSSP

Fr Alex Anderson

Fr Pablo Ormazabal Albistur

Fr Brian Geary

Fr James Gordon

Fr David Kemna

Fr Steven Scherrer, MM, Th. D Scherrer

Fr Andrew Szymakowski, JCL

Fr Terence Mary Naughtin, OFM Conv

Christine de Marcellus Vollmer

Mag. Wolfram Schrems

Tammy Layton, ASA,BA, MA

Prof. Mag. Manfred Weindl

Dr Piotr Wolochowicz Ph.D. in Pastoral Theologie

Fr Grzegorz Asniadoch IBP

Grzegorz Korwin-Szymanowski, Journalist

Maristela Neves de Mesquita Rodiriguez Santos

Fr. Albert P. Marcello, III, JCL, defensor vinculi, Diocese of Providence

Dr Michael Sirilla

Fr Jason Vidrine

Dr John Jay Conlon

Matt Gaspers, Managing Editor, Catholic Family News

Dr Taylor R.Marshall

David Moss St. Louis, Missouri, U.S.A

Mag. César Félix Sánchez Martínez, professor of Philosophy of Nature and History of Modern and Contemporary Philosophy

13th November 2019

Fr Tullio Rotondo, doctor of Sacred Theology and Jurisprudence

Philippe Pichot Bravard, Maître de conférences HDR, écrivain

Dr. James P. Lucier, PhD, former Staff Director, U.S. Senate Foreign Relations Committee

Fr Aleksandrs Stepanovs

Fr Andrew Benton

Fr Tim Meares

Fr Vaughn Treco

Fr Edmund Castronovo

Fr Pat Scanlan Cloyne, diocesan priest

Br Johannes Elisa of the Cross OCDS ter Veer

14th November 2019

Fr Luis Marja de la SS. Trinidad y de la Santa Cruz

Fr Kazimierz Stefek, Parish Priest

William Melichar, OCDS, JD, MA

Mirella Sacilotto Sharkey, Ph. D.

Fr Peter Masik

Pichot Bravard Philippe

Mons. Viganò: “A abominação de ritos idolátricos penetrou no santuário de Deus”.

Por LifeSiteNews, Roma, 6 de novembro de 2019 | Tradução: Hélio Dias Viana – FratresInUnum.com –  O arcebispo Carlo Maria Viganò pede a reconsagração da Basílica de São Pedro, à luz do que ele chama de “horríveis profanações idolátricas” que foram cometidas em seus muros pela veneração de estátuas da Pachamama.

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Em uma nova entrevista com o LifeSiteNews sobre o Sínodo da Amazônia, o arcebispo Viganò disse: “A abominação de ritos idolátricos entrou no santuário de Deus e deu origem a uma nova forma de apostasia cujas sementes, ativas há muito tempo, estão crescendo com renovado vigor e eficácia.”

Ele prossegue: “O processo de mutação interna da fé, que ocorre na Igreja Católica há várias décadas, viu neste Sínodo uma dramática aceleração em direção à fundação de um novo credo, resumido em um novo tipo de adoração [cultus]. Em nome da inculturação, elementos pagãos estão infestando o culto divino, a fim de transformá-lo em um culto idolátrico.”

Clérigos e leigos “não podem permanecer indiferentes aos atos idolátricos que testemunhamos”, insiste o arcebispo. “É urgente redescobrir o significado de oração, reparação e penitência, do jejum, dos pequenos sacrifícios, dos buquês espirituais e, acima de tudo, da adoração silenciosa e prolongada diante do Santíssimo Sacramento.”

Nesta exaustiva entrevista (veja o texto completo abaixo), abordamos com o arcebispo Viganò o que a “saga da Pachamama” revela sobre o estado da Igreja e como é a consequência lógica de outras declarações “aberrantes” feitas no atual pontificado. Também falamos sobre o documento final do Sínodo, que ele chama de “ataque frontal contra o edifício divino” da Igreja; o que o Sínodo da Amazônia revela sobre “sinodalidade”; e o que seus organizadores conseguiram.

Segundo o arcebispo Viganò, o “paradigma da Amazônia”, que visa fundamentalmente “transformar” a Igreja Católica, está alinhado com uma agenda “globalista” e “serve como uma passarela para baldear o que resta do edifício católico rumo a uma religião universal indefinida”.

“Para todos nós católicos, a paisagem da Santa Igreja está se tornando mais escura a cada dia”, diz ele. “Se esse plano satânico for bem-sucedido, os católicos que aderem a ele mudarão de fato de religião, e o imenso rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo será reduzido a uma minoria”.

“Essa minoria provavelmente terá muito que sofrer […] mas com Ele vencerá”, diz, concluindo suas observações com as palavras provocativas, proféticas e oportunas da mística e santa do século XIV, Brígida da Suécia.

A seguir, a nossa entrevista sobre o Sínodo da Amazônia com o Arcebispo Carlo Maria Viganò.

LifeSiteNews: Excelência, como o senhor caracterizaria o conjunto da narrativa do Sínodo? Existe uma imagem que o resuma adequadamente?

Arcebispo Viganò: A barca da Igreja está sacudida por uma tempestade furiosa. Para acalmar a tempestade, aqueles sucessores dos Apóstolos que tentaram deixar Jesus na praia e que não mais percebem Sua presença, começaram a invocar a Pachamama!

 “Quando virdes estabelecida no lugar santo a abominação da desolação […] então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será” (Mt 24, 15 e 21).

A abominação dos ritos idolátricos entrou no santuário de Deus e deu origem a uma nova forma de apostasia, cujas sementes – que estão em atividade há muito tempo – estão crescendo com renovado vigor e eficácia. O processo de mutação interna da fé, que ocorre na Igreja Católica há várias décadas, viu neste Sínodo uma aceleração dramática em direção à fundação de um novo credo, resumido em um novo tipo de culto [cultus]. Em nome da inculturação, elementos pagãos estão infestando o culto divino, a fim de transformá-la em um culto idolátrico.

LSN: Qual parte do Documento Final do Sínodo Amazônico o senhor considera mais preocupante ou problemática?

AV: A estratégia de toda a operação do Sínodo da Amazônia é o engano, a arma preferida do diabo: dizer meias-verdades para alcançar um fim perverso. Falta de padres: para destruir o celibato, primeiro na Amazônia e depois em toda a Igreja, eles dizem que é necessário abrir-se aos padres casados e ao diaconato das mulheres. Em que continente a primeira evangelização da Igreja Católica foi realizada por padres casados? As missões na África, Ásia e América Latina foram feitas principalmente pela Igreja latina, e apenas em pequena escala pelas Igrejas orientais que têm clérigos casados.

O documento final desta assembleia vergonhosamente manipulada, cuja agenda e resultados foram planejados há muito tempo, é um ataque frontal contra o edifício divino da Igreja, atacando a santidade do sacerdócio católico e pressionando pela abolição do celibato eclesiástico e por um diaconato feminino.

LSN: O que a saga da Pachamama revelou? E o que deve ser feito em resposta?

AV: Em Abu Dhabi, o Papa Francisco declarou por escrito que Deus “deseja” todas as religiões. Apesar da correção fraterna apresentada a ele pessoalmente e por escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, o Papa Francisco ordenou que sua declaração herética fosse ensinada nas universidades pontifícias e que se criasse uma comissão especial para espalhar este grave erro doutrinário.

Consistente com essa doutrina aberrante, não surpreende que o paganismo e a idolatria também sejam incluídos entre as religiões desejadas por Deus. O Papa no-lo mostrou e levou-o a cabo pessoalmente, profanando os jardins do Vaticano e a Igreja de Santa Maria em Traspontina, e dessacralizando a Basílica de São Pedro e a missa de encerramento do Sínodo, colocando no altar da Confissão aquela “planta” idolátrica que está intimamente ligada à Pachamama.

De acordo com a tradição da Igreja, a Igreja de Santa Maria em Traspontina e a Basílica de São Pedro devem ser novamente consagradas, à luz das terríveis profanações idolátricas nelas cometidas.

A saga da Pachamama revelou uma violação flagrante e muito séria do Primeiro Mandamento, bem como a tendência à idolatria em uma “Igreja com rosto amazônico”. Esse rito, que ocorreu no coração do cristianismo e do qual Bergoglio participou, assume o valor de um rito iniciático da nova religião. A veneração da Pachamama é o fruto venenoso da “inculturação” a qualquer preço e uma expressão fanática da “Teologia Índia”. O Sínodo ofereceu uma plataforma de lançamento para esta nova igreja sincretista neopagã, dedicada ao culto da Mãe Terra, ao mito naturalista do “bom selvagem” e à rejeição do modelo e do estilo de vida ocidentais das sociedades avançadas.

A idolatria chancela a apostasia. É o fruto da negação da verdadeira fé. Nasce da desconfiança em Deus e degenera em protesto e rebelião. O Pe. Serafino Lanzetta disse recentemente:

“Adorar um ídolo é adorar a si mesmo no lugar de Deus […] é adorar o anti-Deus que nos seduz e nos separa de Deus, ou seja, o diabo, como pode ser claramente visto nas palavras de Jesus ao tentador no deserto (cf. Mt 4, 8-10). O homem não pode deixar de adorar, mas deve escolher quem adorará. Ao tolerar a presença de ídolos – a Pachamama em nosso contexto atual – ao lado da fé, se diz que a religião é basicamente o que satisfaz os desejos do homem. Os ídolos são sempre atraentes porque se adora o que se quer e, acima de tudo, não é preciso suportar muitas dores de cabeça com a moral. Pelo contrário, os ídolos são na maior parte a sublimação de todos os instintos humanos. A verdadeira dor de cabeça, no entanto, ocorre quando a corrupção moral se espalha e infesta a Igreja. Um ‘abandono de Deus’ por impureza, prostituir-se com outros deuses, trocando a verdade de Deus por mentiras e adorando e servindo criaturas em vez do Criador (cf. Rom 1, 24-25). Parece que São Paulo está falando conosco hoje. A raiz dessa triste e trágica história é o colapso dogmático e moral”.

Não podemos permanecer indiferentes aos atos idolátricos que testemunhamos e nos deixaram perplexos. Esses ataques contra a santidade de nossa Igreja Mãe exigem de nós uma reparação justa e generosa. É urgente redescobrir o significado da oração, reparação e penitência, do jejum, dos “pequenos sacrifícios, dos buquês espirituais” e, sobretudo, da adoração silenciosa e prolongada diante do Santíssimo Sacramento.

Imploremos ao Senhor que volte e fale ao coração de sua Amada Noiva, atraindo-a de volta para Si na graça de seu primeiro e irrevogável amor, depois de cometer o erro de se entregar ao mundo e à sua prostituição.

LSN: O que o Sínodo da Amazônia nos mostrou sobre a natureza da “sinodalidade”?

AV: A Igreja não é uma democracia. O Sínodo dos Bispos, desde que Paulo VI o estabeleceu através do Motu Proprio Apostolica Sollicitudo em 15 de setembro de 1965, sempre lidou com problemas relacionados com a Igreja universal e concedeu aos bispos que representam todas as conferências episcopais no mundo inteiro o direito de participar. O Sínodo da Amazônia não respeitou esse critério.

A Igreja na Amazônia certamente tem seus próprios problemas, os quais precisam, portanto, ser abordados em nível local. Para resolvê-los, seria suficiente que os bispos latino-americanos seguissem as recomendações que o Papa Bento XVI lhes fez por ocasião de sua visita a Aparecida em 2007. Eles não o fizeram. De fato, há décadas muitos deles têm permitido, senão encorajado, que adeptos da teologia da libertação e de ideologias de origem assaz germânica, com os jesuítas na linha de frente, continuem se recusando a proclamar Cristo como o único Salvador.

“Guardai-vos dos falsos profetas. Eles vêm a vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores” (Mt 7, 15). A situação em um setor da Igreja na Amazônia tem sido um fracasso, em parte por causa dos núncios apostólicos no Brasil, como o atual Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, que propôs candidatos ao episcopado como os que vimos no Sínodo da Amazônia. Promovendo um Sínodo em Roma, em vez de promover um sínodo local, e convidando bispos selecionados entre os mais cegos para guiar outros cegos, houve uma tentativa de exportar e espalhar a doença para a Igreja universal?

O Papa Francisco usa a “sinodalidade” de uma maneira extremamente contraditória e minimamente sinodal! “Sinodalidade” é um dos “mantras” do atual pontificado, a solução mágica para todos os problemas que afetam a vida da Igreja. A tão aclamada “conversão sinodal” substituiu a conversão a Cristo. É exatamente por isso que a “sinodalidade” não é a solução, mas o problema.

Além disso, o Papa Francisco parece conceber a sinodalidade como uma via de mão única: os atores, o conteúdo e os resultados são planejados e dirigidos de maneira direcionada e inequívoca. Como resultado, a instituição sinodal é seriamente deslegitimada e a adesão dos fiéis a ela fica prejudicada.

Também se tem a impressão de que a sinodalidade está sendo apreendida e usada como um instrumento para se libertar da Tradição e daquilo que a Igreja sempre ensinou. Como pode existir verdadeira sinodalidade onde a fidelidade absoluta à doutrina está ausente?

Falando no Angelus sobre a assembleia recém-concluída, Francisco disse: “Caminhamos fitando-nos nos olhos e ouvindo-vos com sinceridade, sem esconder dificuldades.” Essas palavras falam de uma sinodalidade exercida a partir de baixo, não de Cristo, o Senhor, nem de ouvir sua verdade eterna. Elas refletem uma sinodalidade sociológica e mundana que serve a um projeto ideológico meramente humano.

LSN: O senhor tem alguma ideia de como o aparelho de mídia do Vaticano lidou com o Sínodo? Os críticos dizem que perdeu toda a credibilidade.

AV: Durante o Sínodo, assistimos a um gerenciamento de comunicação no estilo soviético, com a imposição de uma “versão oficial” que quase nunca coincidia com a realidade. Quando a evidência de mentiras ou ambiguidade foi trazida à luz por tantos jornalistas corajosos, eles o negaram ou denunciaram uma conspiração.

As vestes foram rasgadas, a ponto de se registrar uma queixa-crime sobre as deusas-mães Pachamama jogadas no rio Tibre! Depois vieram os epítetos habituais – católicos conservadores e fanáticos; retrógrados que não acreditam no diálogo; pessoas que ignoram a história da Igreja –, segundo um editorial publicado no Vatican News favorável às estátuas, completado com uma citação do cardeal S. John-Henry Newman. No entanto, a citação de Newman, segundo a qual os elementos de origem pagã são santificados por sua adoção na Igreja, não apenas testemunha a má-fé da pessoa que a usou, mas também se volta contra ela.

A citação de Newman, de fato, ressalta a diferença substancial existente entre a prática sábia da Igreja de Cristo e os métodos da apostasia modernista. De fato, a Igreja Romana, que destruiu a tirania dos ídolos demoníacos (pense na demolição dos templos de Apolo por São Bento ou no carvalho sagrado por São Bonifácio) e estabeleceu o reino de Cristo, adota formas da antiga religião pagã e as batiza. Os novos modernistas, pelo contrário, que acreditam que Deus deseja positivamente a diversidade das religiões, se entregam alegremente ao sincretismo e à idolatria.

LSN: O que especificamente sobre a Igreja e sua fé foi posto em risco ou ameaçado pelo Sínodo da Amazônia?

AV: O Sínodo Amazônico faz parte de um processo que visa nada menos que mudar a Igreja. O pontificado do Papa Francisco está repleto de atos sensacionais que visam minar doutrinas, práticas e estruturas que até agora eram consideradas consubstanciais à Igreja Católica. Ele próprio definiu esse processo como uma “mudança de paradigma”, isto é, uma clara ruptura com a Igreja que o precedeu.

Com o Sínodo da Amazônia surgiu a utopia de uma nova igreja tribalista e ecologista. É o antigo projeto deste progressismo latino-americano – já enfrentado por João Paulo II e pelo então cardeal Ratzinger, mas nunca realmente erradicado –, que agora está sendo promovido pelo topo da hierarquia católica. O objetivo deste Sínodo é avançar para a consagração definitiva da teologia da libertação em sua versão “verde” e “tribal”.

Com esse Sínodo, como em outras ocasiões, a Igreja Católica parece estar alinhada com as estratégias que dominam a cena globalista, as quais são apoiadas por forças e finanças poderosas. Essas estratégias são radicalmente anti-humanas e intrinsecamente anticristãs. A agenda inclui até a promoção do aborto, da ideologia de gênero e do homossexualismo, e dogmatiza a teoria do aquecimento global antropogênico.

Para todos nós católicos, a paisagem da Santa Igreja está se tornando mais escura a cada dia. A ofensiva progressista em curso anuncia uma revolução real, não apenas na maneira como a Igreja é entendida, mas também nas imagens apocalípticas que ela dá para toda a ordem mundial. Com profunda tristeza, vemos o presente pontificado marcado por fatos incomuns, comportamentos desconcertantes e declarações que contradizem a doutrina tradicional e semeiam uma dúvida geral nas almas sobre o que é a Igreja Católica e quais são seus verdadeiros e imutáveis ​​princípios. Parece que estamos nas garras de um caos religioso de proporção gigantesca. Se esse plano satânico for bem-sucedido, os católicos que aderem a ele de fato mudarão de religião, e o imenso rebanho de Nosso Senhor Jesus Cristo será reduzido a uma minoria. Essa minoria provavelmente terá muito que sofrer. Mas será sustentada pela promessa de Nosso Senhor de que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja, e com Ele vencerá no Triunfo do Imaculado Coração de Maria prometido por Nossa Senhora em Fátima.

LSN: O que o senhor acha que os organizadores do sínodo obtiveram do ponto de vista deles? Que avanços eles fizeram em sua agenda?

AV: Os organizadores e protagonistas do Sínodo certamente alcançaram um de seus objetivos: tornar a Igreja mais amazônica e a Amazônia menos católica. O paradigma amazônico não é, portanto, a etapa final do processo de transformação visado pela “revolução pastoral” promovida pelo atual magistério papal. Serve como uma passarela para baldear o que resta do edifício católico rumo a uma religião universal indefinida.

O paradigma amazônico, com sua veneração panteísta da Mãe Terra e a interconexão utópica entre todos os elementos da natureza, deve permitir (de acordo com as especulações teológicas desenvolvidas na área germânica) a superação da religião católica tradicional através de um panteão mundial e apátrida. O recente Sínodo obteve sucesso no sentido de criar uma igreja amazônica constituída por um conjunto de crenças, adoração, práticas pagão-sacramentais, liturgias inculturadas em comunhão com a Natureza e muitos clérigos indígenas casados, com vistas à ordenação de mulheres. É um passo aberrante e verdadeiramente significativo na agenda de uma “igreja em saída”, ocupada no processo da Grande Substituição do Catolicismo por Outra Religião, que glorifica o Homem no lugar de Deus.

LSN: O senhor foi Núncio Apostólico nos Estados Unidos. O que acha da ideia de os leigos inundarem as Nunciaturas Apostólicas do Vaticano com cartas?

“O Rei­no dos Céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam” (Mt 11, 12). Como o professor Roberto De Mattei nos convida: “Precisamos militarizar nossos corações e transformá-los em uma Acies Ordinata. A Igreja não tem medo de seus inimigos e sempre vence quando os cristãos lutam. Nossos adversários estão unidos pelo ódio ao bem; devemos nos unir no amor ao bem e à verdade. Esta não é uma batalha comum, mas uma guerra! É urgente que diante do processo contínuo de autodemolição da Igreja, a resistência católica seja fortemente unida e visível, e também supere ‘os muitos mal-entendidos que frequentemente dividem o campo do bem e busque entre essas forças uma unidade de propósitos e ação, mantendo suas diferentes identidades legítimas’” (De Mattei).

Nesta hora das mais graves, os leigos são certamente a ponta de lança da resistência. Por sua coragem, eles devem apelar a nós pastores, e nos encorajar a avançar com mais coragem e determinação para defender a Noiva de Cristo. A advertência de Santa Catarina de Siena é dirigida aos pastores: “Abram os olhos e observem a perversidade da morte que veio ao mundo, e especialmente ao Corpo da Santa Igreja. Ai de mim! Que seus corações e almas explodam ao ver tantas ofensas contra Deus! Ai de mim! Chega de silêncio! Gritem com cem mil línguas. Vejo que, através do silêncio, o mundo está morto, a Noiva de Cristo está pálida.”

LSN: O senhor gostaria de adicionar algo?

AV: Vamos dar a última palavra a Santa Brígida da Suécia, co-padroeira da Europa:

“O Pai falou, enquanto todo o exército do céu estava ouvindo, e Ele disse:

‘Diante de vós declaro minha queixa, entreguei minha filha a um homem que a atormenta terrivelmente e amarra seus pés a uma estaca de madeira, de tal modo que a medula saiu de seus pés.’

“O Filho respondeu: ‘Pai, eu a redimi com meu sangue e a tomei como noiva, mas agora ela foi raptada à força.’

“O Pai exclamou: ‘Meu Filho, compartilho o vosso lamento, vossa palavra é minha, vossas obras são minhas. Vós estais em Mim e eu em Vós. Que vossa vontade seja feita.’

“Então a Mãe falou, dizendo: ‘Vós sois meu Deus e meu Senhor. Meu seio portou os membros do vosso Filho abençoado, que é vosso verdadeiro Filho e meu verdadeiro Filho. Não recusei nada a Ele na terra. Por causa de minhas orações, tende piedade de sua filha, a Igreja!’

“O Pai respondeu: ‘Visto que nada me recusastes na Terra, não quero Vos recusar nada no Céu. Que seja feita a vossa vontade.’

“Depois disso, os anjos falaram, dizendo: ‘Vós sois nosso Senhor, em Vós possuímos tudo de bom e não precisamos de nada além de Vós. Quando Vós escolhestes esta Noiva, todos nos alegramos; a essa altura, temos motivos para ficar triste, porque ela foi entregue nas mãos dos piores homens, que a ofendem com todo tipo de insultos e abusos. Portanto, tende piedade dela, segundo vossa grande misericórdia, e não há ninguém para consolá-la e libertá-la senão Vós, Senhor, Deus Todo-Poderoso.’

“Então Ele disse aos anjos: ‘Vós sois meus amigos e a chama do vosso amor queima em meu coração. Terei piedade de minha filha, minha Igreja, pelo amor de vossas orações’ ”(Revelações, livro I, capítulo 24).

Mais uma vez, permitamos que Santa Brígida fale:

“Saiba que, se algum Papa conceder aos padres a permissão para contrair matrimônio carnal, ele será espiritualmente condenado por Deus […]. Deus privaria completamente o mesmo Papa da visão e audição espirituais, bem como das palavras e ações espirituais. Toda a sua sabedoria espiritual ficaria completamente congelada. Então, após sua morte, sua alma seria lançada no inferno para ser atormentada para sempre, para se tornar alimento de demônios eternamente e sem fim. Sim, mesmo que o próprio Papa São Gregório tivesse decretado isso, ele nunca obteria o perdão de Deus a partir dessa sentença, a menos que a revogasse humildemente antes da morte” (Apocalipse, livro VII, 10).

Senhor, tende piedade da vossa Igreja, pelo amor de nossas orações e aflições!

Dom Athanasius Schneider: Oração de reparação pelos atos idolátricos praticados por ocasião do recente Sínodo para a Amazônia.

Por Dom Athanasius Schneider

cruz

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, recebei do nosso coração contrito, pelas mãos da Imaculada Mãe de Deus, a sempre-Virgem Maria, este sincero ato de reparação pelos atos de veneração de ídolos e símbolos de madeira que ocorreram em Roma, Cidade Eterna e coração do mundo católico. Derramai o Vosso Espírito no coração do nosso Santo Padre, o Papa Francisco, dos Cardeais, dos Bispos, dos sacerdotes e dos fiéis leigos; possa Ele expulsar as trevas das mentes, para que assim reconheçam a impiedade de tais atos, que ofenderam a Vossa divina majestade, e Vos ofereçam enfim atos públicos e privados de reparação.

Derramai em todos os membros da Igreja a luz da plenitude e da beleza da fé católica. Acendei neles o ardente zelo de levar a fé de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, único Salvador, a todos os homens, especialmente às pessoas da região amazônica que ainda são escravizadas pelo serviço a fracas e perecíveis coisas materiais, como o são os surdos e mudos símbolos e ídolos da “mãe terra”. Acendei a luz da fé naquelas pessoas, sobretudo nas pessoas das tribos da Amazônia, que ainda não têm a liberdade dos filhos de Deus e que não têm a felicidade indescritível de conhecer Jesus Cristo e participar por Ele na vida da Vossa natureza Divina.

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, Vós sois o único verdadeiro Deus, e além de Vós não há outro deus ou salvação, tende piedade da Vossa Igreja. Olhai especialmente para as lágrimas e os suspiros contritos e humildes dos pequeninos na Igreja. Olhai para as lágrimas e súplicas das crianças, dos jovens, dos pais e mães de família, e ainda as dos verdadeiros heróis cristãos, que movidos pelo zelo da Vossa glória e pelo amor da Santa Madre Igreja, arrojaram na água os símbolos da abominação que a poluíam. Tende piedade Poupai-nos, Senhor, parce Domine, parce Domine! Tende piedade de nós: Kyrie eleison! Amém.

Il volto amazzonico del Documento Finale del Sinodo Un volto boffiano.

Di Hermes Rodrigues Nery | Traduzione: Calogero Cammarata – Il Documento Finale (DF) del Sinodo pan-amazzonico è molto, molto più grave di quanto immaginavamo. Chi conosce il contesto, ne intende la gravità.

È la Chiesa voluta da Leonardo Boff (da quando ha scritto “E la Chiesa è diventata popolo” nel 1985), strutturata in modo da poter applicare il progetto del potere globale, ancorato nelle premesse della Carta della Terra, con postulati anticristiani.

In tale DF si usano retorica ed eufemismi per ingannare gli ignari, e si prevede che tutte le strutture della Chiesa siano obbligate ad accettare questo progetto, creando anche un fondo globale per esso. Gravissimo!

Il volto amazzonico è un eufemismo per l’applicazione di un’agenda ecologica globale, che altera il vero significato dell’evangelizzazione. È un volto boffiano. Basta leggere il libro di Boff: “E la Chiesa è diventata un popolo”; tutto ciò che è contenuto nel DF del Sinodo lo si ritrova lì.

Il tema che più appare nel testo è l’urgenza della CONVERSIONE culturale ed ecologica. Conversione è il termine calcolato per promuovere la riprogettazione sociale all’interno stesso della Chiesa, affinché i cattolici assimilino senza protestare l’agenda dell’ambientalismo globale concepito dall’ONU, e accettino docilmente la nuova etica dei valori relativi e dello sviluppo sostenibile, come se fossero princípi della dottrina sociale della Chiesa.

Il termine “conversione” ha il suo significato perverso e diventa così un eufemismo per una deviazione degli scopi.

Vale la pena ricordare gli obiettivi del Rapporto Kissinger (1974): alterare i modelli culturali e le credenze religiose. Da qui la perversione dei significati originari, fino ad arrivare alla CONVERSIONE culturale ed ecologica, che include un significato rivoluzionario. Vi si trova anche il PECCATO ECOLOGICO, che vogliono introdurre per gli stessi scopi.

Il DF è contrassegnato dal “NUOVO PARADIGMA” dell’ecologia integrale, dalla cura della “casa comune” e dalla difesa dell’Amazzonia, che si basano su tali interessi.

Il DF ricorre a molte retoriche: difendere la vita, difendere la terra, difendere la cultura dei popoli indigeni, ecc. Il problema sono le premesse, la diagnosi fatta e le soluzioni proposte. Ecco cosa dice Juan Cláudio Sanahuja: “Difendere una realtà con argomentazioni e ragioni non corrette e inadeguate è il modo migliore per lasciare quella realtà completamente indifesa, e sostenerla su basi sbagliate è il modo più diretto per lasciarla senza sostegno”.

Con il DF, la Chiesa diventa vulnerabile alle sabbie mobili dell’ambientalismo globale. Saranno diffusi pastori ecologici in parrocchie, università e spazi ecclesiali in tutto il mondo; e si creerà anche una “Università Cattolica Amazzonica”, con materiale didattico che dia priorità alla “cultura indigena”. Tutto all’unisono per difendere l’agenda ecologica dell’ONU; e chi non è in sintonia con tale agenda commetterà un “peccato ecologico”.

Ci sarà anche una formazione (anche online) per i sacerdoti, di modo che facciano proprio il volto boffiano della Chiesa, con le seguenti discipline accademiche: ecologia integrale, ecoteologia, teologia della creazione, teologie indigene, spiritualità ecologica, storia della Chiesa in Amazzonia e antropologia culturale dell’Amazzonia. (DF, 108) Infine, in questa formazione ci sarà un’overdose di ecologia integrale.

Ban Ki-moon e Jeffrey Sachs sono felicissimi. Non è mai stato più facile agire all’interno della Chiesa come agenti di sovversione della fede, con un’agenda e un progetto di potere contro i poveri, con la retorica della difesa dei poveri, strumentalizzando la Chiesa per i loro scopi.

Per Vaclav Klaus, in verità l’economia verde è insostenibile e mira ad evitare che i poveri escano dalla povertà. Pertanto, la decisione politica di Jorge Mário Bergoglio di fare dell’ambientalismo globale la priorità del suo pontificato è forse il suo più grande errore.

Il DF difende il diritto dei popoli indigeni alle loro pratiche religiose ancestrali, e la Chiesa dovrebbe imparare da loro. Esige anche che non si faccia proselitismo. Le popolazioni indigene, con le loro pratiche religiose ancestrali (pratiche pagane), hanno la priorità. I preti devono essere lì in condizioni di ascolto. In questo senso, il DF crea diversi ostacoli all’evangelizzazione, facilitando così la diffusione del paganesimo. E’ ovvio che esso facilita e rende il prete vittima e ostaggio di quest’ultimo. La domanda è: i preti, come evangelizzeranno con questa “camicia di forza” culturale che il DF vuole far loro indossare?

Il testo dei vescovi sinodali è chiaro: niente proselitismo. La catechesi deve mettersi all’ascolto delle pratiche delle popolazioni indigene; imparare da esse. Ci deve essere una teologia inculturata. Non ci deve essere colonizzazione ideologica, arbitrarietà, imposizioni, nessuna lettura anacronistica della realtà.

Qualcuno può spiegare come questo possa funzionare nella pratica? Per esempio: in seno ad una cultura poligama e ad una cultura che accetta infanticidio, incesto, ecc. Come evangelizzare, se il DF dice che sono tali culture ad avere la priorità? Qualcuno con la coscienza sana può spiegarlo? In pratica, funzionerà?

Il fatto è – come sottolinea Sanahuja -, che: “Far finta che gli indigeni tornino alle loro pratiche religiose ancestrali è un modo per cancellare e prevenire l’evangelizzazione”.
E’ di questo che si tratta.

Il DF ribadisce quello che già aveva causato stupore nell’“Instrumentum Laboris”: che nelle culture pagane ci sarebbero i “semi del Verbo”.

“Il mondo indigeno, con i suoi miti, racconti, riti, canti, danze ed espressioni spirituali, arricchisce l’incontro interculturale. Puebla (1) riconosce già che ‘le culture non sono terre vuote, senza valori autentici. L’evangelizzazione della Chiesa non è un processo di distruzione, ma di consolidamento e rafforzamento di questi valori; un contributo alla crescita dei ‘semi del Verbo’ (Documento di Puebla, 401, cfr. GS 57) presenti nelle culture”. (DF, 54).

E in più: “rifiutiamo un’evangelizzazione in stile colonialista. Annunciare la Buona Novella di Gesù significa riconoscere i semi della Parola presenti nelle culture” (DF, 55).
In questo senso, secondo il DF, l’evangelizzazione è quella che accetta e promuove la cultura indigena, la cultura pagana.

E il DF va ancora oltre: “Dobbiamo dare una risposta veramente cattolica alla richiesta delle comunità amazzoniche di ADATTARE LA LITURGIA, valorizzando la visione del mondo, le tradizioni, i simboli e i riti originali che includono dimensioni trascendenti, comunitarie ed ecologiche” (DF, 116). Sarà inoltre elaborato “un rito amazzonico che esprima il patrimonio liturgico, teologico, disciplinare e spirituale dell’Amazzonia” (DF, 119).

Ora capisco perché a molti vescovi non gliene importa niente delle nostre richieste di preservare l’identità cattolica. Da tempo il clero stesso sta lavorando alacremente per svuotare la Chiesa della sua identità cattolica, in nome di un’inculturazione che indebolisce ogni giorno il vigore della fede cattolica nella sua ricchezza civilizzatrice.
Il progetto che essi presentano nel DF si discosta dal realismo cristiano. Ovunque esso fa eco a Rousseau.

Leonardo Boff e Frate Betto stanno festeggiando. È la Rivoluzione francese sognata da Carlo Maria Martini all’interno della Chiesa, finalmente realizzata. Sono stati anni di attesa, di lotta, di astuzia. Si è trattato di rinnovare il patto delle catacombe. Questo è ciò che voleva Frate Betto: “Faremo un papa latinoamericano e imporremo la rivoluzione dall’alto verso il basso”.

I vescovi sinodali non hanno avuto la decenza di divulgare i loro nomi: cioè come ognuno ha votato. Quello che importava erano i risultati: con la richiesta di avere sacerdoti sposati è stata approvata la fine graduale del celibato; è stata presentata  la richiesta di avanzare negli studi per il diaconato femminile, ecc. Al punto 111 è detto che alcuni chiedevano la graduale fine del celibato non solo in Amazzonia, e che “alcuni sostenevano un approccio universale al problema”.

Oltre al consumo della carne, vogliono limitare anche quello del pesce. E molto altro ancora.

Nel DF prevale il “buon selvaggio” (come sognava Rousseau), che sa vivere con le sue culture pagane ancestrali. Ripeto: è una visione che si discosta dal realismo cristiano. Aperta la breccia per la graduale fine del celibato, Boff si vanta di se stesso, pensa di essere un genio della strategia. Tanti auspicavano che Helder Câmara fosse ancora vivo per vedere i progressi compiuti. Pensano che sia fantastico essere dei demolitori e festeggiano il fatto di esserlo.

Il DF strumentalizza la Chiesa per dare sostegno politico alle popolazioni indigene nei loro diritti di autodeterminazione, promuovendo la balcanizzazione della regione, ostacolando l’azione dello Stato brasiliano nell’investire per promuovere uno sviluppo responsabile nella regione, e creando tutte le condizioni politiche per una futura internazionalizzazione dell’Amazzonia. “E’ urgente superare i confini imposti dalla geografia” (DF 112), proponendo così la creazione di una rete ecclesiale panamazzonica (e perfino una propria Conferenza Episcopale), anticipandone così l’internazionalizzazione.

I punti 46 e 47 sono chiari al riguardo. Si appoggia pienamente la risoluzione 169 dell’OIL (Organizzazione Internazionale del Lavoro) che garantisce le vaste riserve indigene, creando territori autonomi e sottosviluppati. Ci sono stati dell’Amazzonia la cui metà sono riserve indigene che favoriscono le ONG che ci sono, ecc. Tutto ciò costituisce una grave minaccia alla sovranità nazionale e all’integrità territoriale brasiliana.

I movimenti sociali popolari (quasi tutti di sinistra) utilizzeranno la Chiesa ancora di più per i loro scopi, contrariamente allo sviluppo responsabile della regione.

I DF acutizza così la tensione nella regione, aggravando ulteriormente l’instabilità, l’insicurezza e i conflitti in Amazzonia. Le iniziative proposte dal DF sono una dichiarazione di guerra al Brasile: e mettono a rischio la nostra sovranità nazionale. Al punto 73, c’è l’affermazione: ”Vogliamo sostenere una cultura di pace e rispetto – non violenza e abusi”. Ma le proposte presentate vanno nella direzione opposta.

Quando inizieranno a mettere in atto il progetto presentato dal DF, la confusione che si creerà in Amazzonia sarà sconsiderata. Si inasprirà la tensione sociale, perfino col rischio di una guerra.

Purtroppo, come cattolico apostolico romano, devo riconoscere che le proposte rousseiane che vengono avanzate non portano alla “cultura della pace” che proclamano a parole. Il volto boffiano che propongono è un errore. La loro strategia è quella di creare un dipartimento della Curia romana per “costringere” le altre diocesi del mondo ad assumere il volto boffiano della Chiesa, imponendo questa chiesa circolare e orizzontale dall’alto verso il basso.

Predomina lo spirito di insurrezione, di ribellione contro l’identità cattolica, e perfino contro l’istituzione del Papato, per difendere il decentramento, per orizzontalizzare tutto, in una chiesa circolare, in una chiesa a mosaico, che dialoga e interagisce con il paganesimo, ecc.

Non mi sorprende che Boff sia un ammiratore di Lutero. Nel libro “E la Chiesa si è fatta popolo”, egli dedica un intero capitolo per parlare di Lutero, che per lui è stato un liberatore. Lui stesso si sente un Lutero, un liberatore. La strategia dei Teologi della Liberazione nel costituire un “laboratorio” della loro chiesa in Amazzonia può mettere a rischio la credibilità della Chiesa nel mondo intero. Si tratta di un’avventura dalle conseguenze imprevedibili, con contraddizioni e incoerenze inaccettabili.

Quello che Mons. Lorenzo Baldisseri ha detto all’inizio del Sinodo, che “anche se si riferisce ad una determinata area geografica, è sempre un Sinodo che riguarda la Chiesa universale”, manifesta il desiderio di estendere il volto boffiano a tutta la Chiesa.

*

Oggi è un giorno di lacrime e dolore. L’impressione che rimane è che sia stato tutto vano quello per cui abbiamo combattuto per tutti questi anni. Ma sono confortato da ciò che ha detto Nostro Signore Gesù Cristo: “Beati coloro che piangono, perché saranno consolati”.

Nel giorno del Giudizio, spero di poter dire al Signore: “Ho fatto tutto il possibile per essere fedele a Te!”

Hermes Rodrigues Nery é Coordinatore del Movimento Legislazione e Vita.
Email: prof.hermesnery@gmail.com

NOTA

1 – Nota nostra – Si tratta del «Messaggio ai popoli dell’America Latina», con il quale si apre il documento finale, approvato il 13 febbraio 1979, della III Conferenza generale dell’Episcopato latinoamericano, tenutasi a Puebla, Messico, dal 28 gennaio al 13 febbraio 1979, alla presenza di Giovanni Paolo II.

Revelado jovem que atirou ídolo Pachamama no Tibre.

Por LifeSiteNews, 4 de novembro de 2019 | Tradução: FratresInUnum.com — O homem que atirou a infame estátua de Pachamama no Rio Tibre revelou sua identidade hoje. Em vídeo ele explica sua motivação para ter retirado o “ídolo pagão” da igreja de Santa Maria em Transpontina, perto do Vaticano, no mês passado. 

Alexander Tschugguel, 26, de Viena, Áustria, conversou com o co-fundador do LifeSite, John-Henry Westen, dizendo-lhe: “para mim, foi algo realmente ruim, porque vi naquelas estátuas e naqueles ídolos… uma violação ao Primeiro Mandamento.” Ele diz que foi motivado simplesmente pelo desejo de “retirar objetos pagãos de uma igreja católica.”

Tschugguel converteu-se do luteranismo há 10 anos e estava em Roma cobrindo o Sínodo da Amazônia. Ele contou à LifeSite que consultara um sacerdote e rezara muitos rosários junto com sua esposa antes de levar a cabo seu plano. Ele disse que “a preparação espiritual foi fundamental”.

Ao chegar à igreja, percebeu que ela ainda estava fechada. Decidiu rezar o rosário do lado de fora e a porta foi destrancada pouco tempo depois; entrou assim que abriram. Ele afirmou que não estava preocupado com as consequências ou com a possibilidade de as coisas não saírem conforme planejado.

“Se ficarmos sempre pensando sobre o que acontecerá depois, e se ficarmos sempre pensando dessa maneira, nunca faremos nada.” Se alguma coisa ruim estiver acontecendo em uma igreja católica, “precisamos agir,” ele disse. “Seja lá o que acontecer, não poderá ser tão ruim assim.” A “pior coisa” que pode acontecer é não irmos para o Céu.

Assista abaixo ao vídeo com a declaração dele sobre a razão de ter retirado a estátua:

Tschugguel, que é ativo no Twitter, fundou o Instituto São Bonifácio, uma organização de leigos católicos que deseja que a Igreja viva sua doutrina tradicional. “Não vamos mais ficar calados,” ele disse. São Bonifácio foi um monge do século VIII, talvez mais conhecido por cortar um carvalho venerado pelos pagãos alemães.

Tschugguel diz que retirou a estátua não por um desejo de ofender alguém, mas porque deseja que os próprios povos da Amazônia “tenham a verdade de Cristo” e não algum tipo de “escárnio da religião cristã.” Ele negou estar tentando chamar a atenção para si de alguma maneira, mas admitiu que “é fantástico ver” as muitas vozes de apoio que surgiram desde que seu vídeo foi publicado, especialmente por parte do clero. No momento, mais de 20.000 assinaturas foram acrescentadas à petição da LifeSite apoiando a retirada de símbolos pagãos de propriedades do Vaticano.

Tschugguel disse à LifeSite que todos os católicos têm o dever de respeitar as pessoas e que de maneira alguma ele odeia o Papa Francisco, como alguns alegaram. “É nosso dever rezar pelo papa, apoiá-lo e respeitar a sua autoridade,” ele disse. “Por que rezaríamos por ele se o odiássemos?”

“Por favor, Santo Padre,” ele prosseguiu, “entenda o seguinte: como católicos, não queremos objetos pagãos na Igreja Católica. Queremos que as nossas igrejas sejam limpas e puras no que tange a fé e queremos que a Igreja siga Jesus Cristo, simples assim.”

Tschugguel disse que rejeita a ideia de ter cometido um furto, uma vez que os objetos eram “ídolos pagãos” que não pertenciam a uma igreja católica. “Eu enfrentarei quaisquer desafios judiciais da mesma maneira, calmo… Não estou amedrontado. Realmente não estou com medo.” Ele também disse ter outros vídeos e fotos que comprovam sua autoria da ação.

Tschugguel disse que o Sínodo fez com que se sentisse “muito decepcionado.” Foi “uma grande amálgama de ideais erradas… justiça social… teologia da libertação”. O Sínodo também “anda de mãos dadas com a agenda globalista.”

Ao ser indagado sobre o tipo de conselho que ele daria aos jovens católicos, Tschugguel disse que estes devem frequentar a igreja católica tradicional local, rezar “toneladas” de rosários, e depois estudar a fé, para que sejam capazes de defendê-la em público. Ele também recomendou que se se dirigissem às suas famílias, amigos, grupos pró-vidas próximos, e que fizessem suas vozes serem ouvidas. Se alguma coisa “não for católica, falem claramente!…Somos parte da batalha entre o Reino de Deus e o reinado de Satanás.”

O rosto amazônico do Documento Final – um rosto boffiano.

Por Hermes Rodrigues Nery

O Documento Final do Sínodo Pan-Amazônico é muito, mas muito mais grave do que imaginamos. Para quem sabe do contexto, entende a gravidade. É a Igreja de Leonardo Boff que ele quis (desde quando escreveu “E a Igreja se fez Povo”, em 1985), estruturada para aplicar o projeto de poder global, ancorado nas premissas da Carta da Terra, com postulados anticristãos. Eles se utilizam da retórica e dos eufemismos para enganar os desavisados, propõem que todas as estruturas da Igreja sejam obrigadas a acatar esse projeto, criando inclusive um fundo global para isso. Gravíssimo! O rosto amazônico é eufemismo para aplicação de uma agenda ecológica global, que desvia o verdadeiro sentido da evangelização. É rosto boffiano mesmo. É só ler o livro dele “E a Igreja se fez Povo”. Está tudo lá o que está contido no Documento Final.

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O termo que mais aparece no texto é a urgência de CONVERSÃO cultural e ecológica. Conversão é o termo calculado para promover a reengenharia social dentro da própria Igreja, para que os católicos assimilem a agenda do ambientalismo global gestado pela ONU, sem protestos, e acatem docilmente as novas éticas (dos valores relativos, do desenvolvimento sustentável), como se fossem princípios da doutrina social da Igreja. O termo “conversão” tem o seu significado pervertido e se torna assim um eufemismo para um desvio de propósitos.

Cabe lembrar os objetivos do Relatório Kissinger (1974): alterar os padrões culturais e crenças religiosas. Daí a perversão do sentido original, que passa agora a ser CONVERSÃO cultural e ecológica, com sentido inclusive revolucionário. E há também o PECADO ECOLÓGICO que querem introduzir, para os mesmos fins. O Documento Final é marcado pelo”NOVO PARADIGMA” da ecologia integral, do cuidado da ‘casa comum’ e da defesa da Amazônia, defesa esta a partir de tais interesses. O Documento Final recorre a muitas retóricas: defender a vida, defender a terra ,defender a cultura dos povos indígenas, etc. O problema são as premissas, o diagnóstico feito e as soluções propostas. É o que diz Juan Cláudio Sanahuja: “Defender uma realidade com argumentos e razões que não são corretos e adequados é a melhor maneira de deixar esta realidade completamente indefesa, e que afirmá-la com base errônea é a maneira mais direta de deixá-la sem apoio”. Com o Documento Final, a Igreja torna-se vulnerável à areia movediça do ambientalismo global. Pastorais ecológicas serão difundidas em paróquias, universidades e espaços eclesiais do mundo todo. E ainda a criação de uma “Universidade Católica Amazônica, com material didático que priorize a cultura indígena”. Todos em uníssono defendendo a agenda ecológica da ONU. E quem não estiver afinado com a agenda, estará cometendo “pecado ecológico”. Haverá treinamento (inclusive on line) para os padres assumirem o rosto boffiano de Igreja, com as seguintes disciplinas acadêmicas: “ecologia integral, eco-teologia, teologia da criação, teologias indianas, espiritualidade ecológica, a história da Igreja na Amazônia e antropologia cultural da Amazônia”. (DF, 108) Enfim, uma overdose de ecologia integral na formação dos padres. 

Ban Ki-moon e Jeffrey Sachs estão satisfeitíssimos. Nunca foi tão fácil agir por dentro da Igreja como agentes da subversão da fé, com uma agenda e um projeto de poder contra os pobres, com a retórica de defesa dos pobres, instrumentalizando a Igreja para tais fins. Para Vaclav Klaus, a economia verde, na verdade, é insustentável, e visa impedir os pobres de saírem da pobreza. Por isso, a decisão política de Jorge Mário Bergoglio em fazer do ambientalismo global a prioridade do seu pontificado seja talvez o seu maior equívoco.   

O Documento Final defende o direito dos indígenas às suas práticas religiosas ancestrais, e a Igreja é quem deve aprender com eles. Também exige que não se faça proselitismo. Os indígenas, com suas práticas religiosas ancestrais (práticas pagãs) é quem tem prioridade. Os padres devem estar lá em estado de escuta. Nesse sentido, o Documento Final cria vários obstáculos à evangelização, facilitando assim a disseminação do paganismo. É óbvio que facilita, e torna o padre vítima e refém disso. A pergunta que se faz: como os padres irão evangelizar com essa”camisa de força” cultural que o Documento Final quer colocar? O texto dos bispos sinodais é claro: nada de proselitismo. A catequese deve estar à escuta das práticas dos indígenas. Aprender com eles. Tem que haver uma teologia inculturada. Nada de colonização ideológica, de arbitrariedades, de imposições, numa leitura anacrônica da realidade. Alguém consegue explicar como isso pode funcionar, na prática? Por exemplo: numa cultura polígama, ou até mesmo a que aceita o infanticídio, o incesto, etc. Como evangelizar, se o Documento Final diz que eles é quem tem a prioridade? Alguém em sã consciência pode explicar isso? Na prática, isso vai funcionar? O fato é – como destaca Sanahuja: “Pretender que os indígenas retornem às suas práticas religiosas ancestrais  é uma maneira de apagar e impedir a evangelização”. É disso que se trata. 

O Documento Final retoma o que já havia causado estranhamento no Instrumentum Laboris, reconhecendo que há “sementes do Verbo” nas culturas pagãs”:

“O mundo indígena, com seus mitos, narrativas, ritos, canções, dança e expressões espirituais, enriquece o encontro intercultural. Puebla já reconhece que ‘as culturas não são terras vazias, sem valores autênticos. A evangelização da Igreja não é um processo de destruição, mas de consolidação e fortalecimento desses valores; uma contribuição para o crescimento dos ‘germes do verbo’ (DP 401, cf. GS 57) presente em culturas”. (DF, 54) E mais: “rejeitamos uma evangelização no estilo colonialista. Anunciar as Boas Novas de Jesus implica reconhecer os germes da Palavra presentes nas culturas” (DF 55). Nesse sentido, para o Documento, evangelização é aquela que aceita e promove a cultura indígena, a cultura pagã.

E o Documento Final avança ainda mais: “Devemos dar uma resposta verdadeiramente católica ao pedido das comunidades amazônicas para ADAPTAR A LITURGIA, valorizando a visão de mundo, tradições, símbolos e ritos originais que incluem dimensões transcendentes, comunitárias e ecológicas”. (DF, 116). Será elaborado também “um rito amazônico que expressa a herança litúrgica, teológica, disciplinar e espiritual da Amazônia” (DF, 119). Agora entendo porque muitos bispos não estavam nem aí para os nossos pleitos de preservação da identidade católica. Há muito tempo que o próprio clero vem trabalhando, com afinco, para esvaziar a Igreja de sua identidade católica, em nome de uma inculturação que debilita a cada dia, o vigor da fé católica, em sua riqueza civilizacional. O projeto que eles apresentam no Documento Final destoa do realismo cristão. Ecoa Rousseau por toda a parte.  Leonardo Boff e Frei Betto estão em festa. É a Revolução Francesa sonhada por Carlo Maria Martini, dentro da Igreja, enfim, realizada. Foram anos de espera, de luta, de astúcia. Fizeram questão de renovar o pacto das catacumbas. Foi o que quis Frei Betto: “Faremos um papa latino-americano e imporemos a revolução de cima para baixo”. Os bispos sinodais não tiveram a decência de divulgar os seus nomes, de como cada um votou. O que importa foram os resultados: aprovou-se o fim gradual do celibato, com o pedido para que haja padres casados, solicitou-se ainda para avançar nos estudos para o diaconato feminino, etc. No item 111, eles disseram que alguns pediram o fim gradual do cleibato não apenas na Amazônia, mas disseram que “alguns defenderam uma abordagem universal ao problema”. 

E ainda: Além da carne, querem restringir até o consumo de peixes. E muito mais. Prevalece o tom no DF de que o “bom selvagem” (como sonhou Rousseau) é que sabe viver, com suas culturas pagãs ancestrais.Repito: É uma visão que destoa do realismo cristão. Aprovada a brecha para o fim gradual do celibato, Boff se vangloria, se acha um gênio da estratégia. Queriam que Helder Câmara estivesse vivo para ver os avanços que fizeram. Se acham o máximo por serem demolidores. Festejam por serem demolidores.

O Documento Final instrumentaliza a Igreja para dar apoio político aos indígenas em seus direitos de autodeterminação, fomentando a balcanização da região, dificultando a ação do Estado brasileiro em investir para promover o desenvolvimento responsável na região, e criando todas as condições políticas para uma futura internacionalização da Amazônia. “É urgente superar as fronteiras impostas pela geografia” (DF 112), com isso propõe a criação de uma a rede eclesial panamazônica (até mesmo uma conferência episcopal própria), antecipando assim a sua internacionalização. Os ítens 46 e 47 são claros em relação a isso. Dá apoio total à resolução 169 da OIT que garante as enormes reservas indígenas, criando territórios autônomos e subdesenvolvidos. Há estados na Amazônia em que metade são reservas indígenas que favorecem as OnGs que lá estão, etc. Tudo isso é uma séria ameaça à soberania nacional e á integridade territorial brasileira. Os movimentos sociais populares (quase todos de esquerda) utilizarão ainda mais a Igreja para seus fins, contrários ao desenvolvimento responsável da região. O Documento Final, com isso, agudiza a tensão na região, agravando ainda mais a instabilidade, a insegurança e os conflitos na Amazônia. As iniciativas propostas pelo Documento Final é uma declaração de guerra ao Brasil. Coloca em risco a nossa soberania nacional. No ítem 73, temos a afirmação: “Queremos sustentar uma cultura de paz e respeito – não violência e abuso”. Mas as propostas que apresentam vão no sentido contrário.  

A confusão que eles irão criar na Amazônia quando começarem a por em execução o projeto apresentado no Documento Final é temerária. Eles irão agravar a tensão social, há risco inclusive de guerra. Infelizmente, como católico apostólico romano, tenho que reconhecer que as propostas rousseunianas que eles propõem não conduzem à “cultura da paz” que eles apregoam. É um equívoco o rosto boffiano que eles propõem. A estratégia deles é criar um departamento na cúria romana para “obrigar” as outras dioceses do mundo a assumirem o rosto boffiano de Igreja, impondo de cima para baixo, essa igreja circular e horizontal. Prevalece o espírito da insurgência, da rebelião contra a identidade católica, contra até mesmo a instituição do papado, por defenderem a descentralização, para horizontalizar tudo, na igreja circular, na igreja mosaico, que dialoga e interage com o paganismo, etc. Não é a toa que Boff é admirador de Lutero. No livro “E a Igreja se fez Povo” ele dedica um capítulo inteiro para falar de Lutero, que para ele, foi um libertador. Ele próprio se sente um Lutero, o libertador. A estratégia dos Teólogos da Libertação em fazer um “laboratório” da Igreja deles na Amazônia pode colocar em risco a credibilidade da Igreja no mundo todo. É uma aventura com conseqüências imprevisíveis, com contradições e incoerências inaceitáveis. Aquilo que D.Lorenzo Baldisseri falou no início do Sínodo,de que “mesmo que se refira a uma área geográfica específica, é sempre um Sínodo que se refere á Igreja universal”, expressa o afã de estender o rosto boffiano para toda a Igreja.

*

Hoje é um dia de lágrimas e de dor. A impressão que fica é de que foi tudo em vão o que lutamos esses anos todos. Mas me conforta o que disse Nosso Senhor Jesus Cristo: “Bem-Aventurados os que choram, porque serão consolados”. Espero, no dia Juízo, dizer ao Senhor: “Fiz tudo o que estava ao meu alcance para ser fiel a Vós!”

Hermes Rodrigues Nery é Coordenador do Movimento Legislação e Vida. Email: prof.hermesnery@gmail.com