Indonésia – Família católica é martirizada por terroristas islâmicos. Mais informações aqui. Créditos da imagem: Dom Antonio Carlos Rossi Keller.
Islamismo
“Podemos fazê-lo, o Papa nos deu permissão”.
Muçulmanos cospem sobre hóstia consagrada e quebram crucifixo em igrejas de Veneza
MADRI, 10 Ago. 16 / 08:00 pm (ACI/Actuall).- Mais uma vez os templos católicos da cidade italiana de Veneza foram vítimas de profanações e falta de respeito pelos muçulmanos: um jovem magrebino entrou no último dia 12 de julho na igreja de São Jeremias e se pendurou em um crucifixo, do qual quebrou o braço.
Este acontecimento faz parte de uma série de ataques cometidos nas igrejas católicas de Veneza: no último domingo, o pároco da igreja de ‘San Zulian’ (Veneza), Massimiliano D’Antiga, denunciou a profanação que ocorreu recentemente na sua capela.
Segundo o religioso, o ataque foi liderado por quatro mulheres muçulmanas que entraram na igreja com o rosto tampado com um véu, aproximaram-se do crucifixo e cuspiram nele. Em seguida, explicou que saíram do local sagrado escondendo-se entre os turistas presentes na igreja.
O pároco denunciou esta profanação ante as autoridades e pediu que reforcem as medidas de segurança, pois não se trata do único ataque que sofreu esta paróquia localizada próxima à conhecida Praça de São Marcos.
Outro caso que aconteceu nesta igreja foi o de dois jovens árabes que, depois de participar da celebração da Santa Missa presidida pelo pároco, aproximaram-se do altar para receber a comunhão e quando o sacerdote lhes deu a Hóstia Sagrada, cuspiram nela e fugiram do templo.
Além disso, os católicos que costumam frequentar esta paróquia asseguram que há muçulmanos que rezam suas orações dentro da igreja.
O próprio pároco relatou há quinze dias à mídia italiana como dois muçulmanos entraram no templo, estenderam um tapete e começaram a rezar.
Depois deste acontecimento, o sacristão da igreja se aproximou deles para que saibam que esse não era o local apropriado para rezar a Alá, mas eles responderam: “Podemos fazê-lo, o Papa nos deu permissão”.
Publicado originalmente em Actuall.
Imã na igreja: grave ofensa à fé e à razão.
Por Roberto de Mattei, Il Tempo – Roma, 03-08-2016 | Tradução: FratresInUnum.com: O presidente da Conferência Episcopal Italiana, cardeal Dom Angelo Bagnasco, criticou aqueles católicos que se mostraram perplexos e, em muitos casos, indignados pelo convite feito aos muçulmanos para rezarem nas igrejas italianas no domingo, dia 31 de julho: “Verdadeiramente não compreendo por quê. O motivo não me parece de fato existente”.
Segundo ele, a participação de milhares de muçulmanos na oração diante do altar pretende ser “uma palavra de condenação e uma tomada de distância absoluta da parte de quem – não somente os muçulmanos – não aceita qualquer forma de violência”. Na realidade, como observou Mons. Antonio Livi no site La nuova Bussola quotidiana, a participação dos muçulmanos nas cerimônias litúrgicas na Itália e na França foi ao mesmo tempo um ato sacrílego e insensato.
Sacrilégio porque as igrejas católicas, ao contrário das mesquitas, não são centros de conferências ou de propaganda, mas locais sagrados, onde se rende o do culto de adoração a Jesus Cristo, realmente presente “em corpo, sangue, alma e divindade” na Eucaristia. Se se julgava necessário um encontro para condenar a violência, tal ato político poderia realizar-se em qualquer outro lugar, mas não na Casa de Deus, que para o Papa e os bispos italianos só pode ser do único e verdadeiro Deus em três Pessoas, combatido pelo Islã militarmente ao longo dos séculos.
Em Roma, na Basílica de Santa Maria in Trastevere, estavam sentados na primeira fila três imãs da Capital, dois dos quais – Ben Mohamed Mohamed e Sami Salem – falaram do púlpito, citando várias vezes o Alcorão. Mas deram as costas ao Evangelho durante a homilia e sussurraram uma oração muçulmana enquanto os católicos recitavam o Credo. Na catedral de Bari, o pretenso Imã Sharif Lorenzini recitou em árabe a primeira Sura do Alcorão, que condena a incredulidade dos cristãos com estas palavras: “Mostra-nos o caminho reto, o caminho daqueles a quem favoreceste, e não o (caminho) daqueles que foram objeto de tua ira, nem daqueles que se desviaram”.
O que aconteceu foi também um ato desarrazoado, pois não há nenhum motivo para incentivar os muçulmanos a rezar e fazer sermões em uma igreja católica. A iniciativa dos bispos italianos e franceses induz os fiéis a crer que o Islã enquanto tal é isento de qualquer responsabilidade na estratégia do terror, como se não fosse em nome do Alcorão que muçulmanos fanáticos mas coerentes massacram cristãos no mundo. Negar, como o fez o Papa Francisco, que a guerra em curso seja religiosa, seria como negar que na década de setenta as Brigadas Vermelhas conduziram uma guerra política contra o Estado italiano.
A motivação dos terroristas do Estado Islâmico é religiosa e ideológica e usa como pretexto uma série de versos do Corão. Em nome deste, dezenas de milhares de católicos são perseguidos em todo o mundo, do Oriente Médio à Nigéria e desta à Indonésia. Enquanto o novo número de Dabiq, a revista oficial do Califado, convida seus militantes a destruir a Cruz e matar os cristãos, a Conferência EpiscopaI Italiana exime a religião maometana de qualquer responsabilidade, atribuindo os massacres dos últimos meses a poucos extremistas. É precisamente o contrário: foi só uma minoria (23.000 dos mais de dois milhões de islâmicos oficialmente registrados) a proporção de muçulmanos que aderiram à insensata iniciativa promovida pela Conferência Episcopal Italiana.
Devemos reprovar a maioria que rejeitou o convite ou, antes, acusar de hipocrisia os que o aceitaram? Pois não há nenhum motivo para os muçulmanos – que professam uma religião não só diferente, mas antitética da fé católica – virem rezar e pregar em uma igreja católica, ou convidarem os católicos a pregar e rezar em suas mesquitas.
O que aconteceu em 31 de julho é, sob todos os aspectos, uma ofensa grave à fé e à razão.
O Chamado da Floresta. O que nos ensina a história do padre degolado em Rouen.
Por Antonio Marghereti Mastino – Papale Papale | Tradução: FratresInUnum.com: Talvez eu também deveria dizer algo sobre o padre Jacques sacrificado no altar pelos maometanos “in persona Christi”, no mesmo dia de seu onomástico (Jacques é Tiago em francês), aos gritos de “Alá é grande”. Nesse sentido, é óbvio para todos.
Além disso, o lugar, o tempo e a modalidade escolhida, onde a obscenidade se mistura perversamente ao sacrilégio, mas jamais de modo tão claro ficou evidenciado quem está por trás disso, dessa então obscura guerra não declarada, mas eficaz: é ele, o doutor dos hereges, o arquiteto de sacrilégio, o inspirador de toda a obscenidade, o pai maldito de todo homicídio, a serpente primordial, o velho adversário: Satanás. E, pelo menos na Europa, ele nunca havia chegado tão perto do Santo dos Santos.
Todas as coisas que eu tinha escrito há dois anos, quando o chamado “Femen”, contratado pela agência internacional de desestabilização de George Soros, começou a invadir igrejas durante as missas solenes, saltando nuas sobre os altares de sacrifício, uivando sua pornografia e blasfêmias: eu vi ali um sinal sinistro e inequívoco, anunciando o futuro, e eu o escrevi. Onde o ataque de todas as frentes à Igreja, desde o seu interior pelo modernismo ideológico e pela própria corrupção do clero, que é uma luta pelo desarmamento do catolicismo; e externa, pela ideologia liberal-radical e o pensamento único através do despotismo das leis e da persuasão da anti-igreja midiática; coincidindo, na outra frente, a barbárie armada dos muçulmanos, tudo isso tinha – como eu disse – uma origem e um fim:
“As paróquias, os sacramentos, o Santíssimo Sacramento, o lugar onde Cristo está: eis os inimigos do Inimigo. Para atacar, desfigurar, flagelar… por um instinto obscuro consegue perceber que naquele Sacramento, onde se concretiza a encarnação, ali tudo se encerra, se salva e subsiste. E então ele querer atingir diretamente o Santíssimo Sacramento do Altar. Eles não sabem o que fazem, mas ele, o inimigo, ele sabe o que é o centro de tudo: estão mirando diretamente no coração da Igreja. Querem através de gestos dessacralizantes esmagar o pulsante músculo cardíaco dos católicos: o Sancta Sanctorum. Por isso, precisamente na véspera de Natal na catedral de Colônia, e diversas vezes em outros lugares, uma ativista do Femen nua subiu ao altar onde haviam acabado de celebrar o sacrifício de Cristo, gritando blasfêmias e exibindo seus órgãos genitais como se fosse um ostensório da nova redenção, latindo o seu “eu sou Deus,” Era ele! O antigo adversário que gritava seu desafio das vísceras daquela terra incógnita para cima do altar do Cordeiro. Forçado por Deus a manifestar-se, para aqueles que querem entender, e saindo da mesma porta pela qual entrou: a porta da obscenidade”.
Ontem, enquanto eu estava viajando, recebi várias mensagens ao telefone, também links. Eles falavam sobre o que aconteceu em Rouen. Na verdade, não me surpreendeu nem um pouco, eu sabia que ia acontecer, era uma questão de dias. Fechei todos os links e apaguei todas as mensagens depois de ler as mesmas manchetes. Foi o suficiente. Nada de novo, ou pelo menos nada de inesperado. Sim, porque o meu maior espanto era outro: entre aqueles que haviam me enviado mensagens escritas e áudio, entre os mais indignados, estavam muitos não católicos, não crentes, mas sinceramente afetados pelo que havia acontecido; e muitos crentes, embora não percebendo o significado sinistro do acontecido. Foi um não-católico, por incrível que pareça, homossexual, que me mandou uma mensagem me dizendo praticamente: “mas percebem, enquanto todos eles se viram para o outro lado para buscar um nome exótico para as coisas, e se voltam para Freud e Max Weber, psiquiatria e sociologia, percebem, esses chamados cristãos que, sendo como é, todos deveriam ter um só nome? Esse nome é Satanás. E Satanás lhes declarou guerra: até mesmo a mim, que não sou um crente, é evidente “.
Dei de ombros, e limitei-me a escrever-lhe: “Eu sabia disso há muito tempo”. Na verdade, escrevi em 2011, naquela noite de Natal, quando Satanás transfigurou-se naquela louca que caiu sobre Bento XVI, derrubando-o: “Nesta noite, o Perturbador foi obrigado a anunciar o seu ingresso dentro do Templo Supremo. É necessário aprender a interpretar os sinais. E este foi um sinal de que ele declarou guerra à Igreja e a declarou no seu interior, prenunciando o seu assalto ao Sólio Pontifício enquanto espera as tropas aliadas chegar do lado de fora, para dar-lhe mão forte”. Dito ists, foi o que aconteceu, acontece, acontecerá sempre. De resto, tudo já fora prenunciado. A própria Catherina Emmerick o fez, em suas visões, com palavras de rara clareza e transparente evidência, mas nas duas últimas frases estão a minha esperança: “mas tudo isso não durará por muito tempo no tocante ao ataque externo” e, em seguida, “mas Deus tinha outros projetos”, no tocante aos ataques internos.
O que então aconteceu em Rouen, onde o velho sacerdote se recusou durante a Eucaristia, a ajoelhar-se perante os carnífices de Maomé – apesar da genuflexão geral e adoração de pés islâmicos imundos por parte de certa hierarquia católica nos últimos lava-pés, antes dedicados ao Senhor e que agora se tornaram cenáculos do politicamente correto – o que aconteceu com o sacerdote sacrificado como um cordeiro sobre o altar? O que aconteceu, então? E o que isso significa?
Uma coisa realmente muito simples, ou melhor, duas… embora, é claro, eles vão continuar com as cambalhotas lógicas, manipulações semânticas, análises extravagantes e complicadas; especialmente, continuarão a girar para o outro lado tentando achar respostas erradas e perguntas superadas.
Essas duas coisas são: “dar o exemplo e o resto virá por si só” com o terrorismo, a primeira; lançar o “Chamado da Floresta”, inaugurando a primeira profanação e o sacrifício de um padre na Europa, a segunda.
A primeira. Aconteceu que o ISIS, que é o terrorismo inscrito no DNA de todo muçulmano e em cada linha do Alcorão, percebeu uma coisa. Percebeu que não é necessário se organizar, convocar especialistas em suicídios, legiões de homens-bomba treinados em campos terroristas; estes são apenas o começo, para dar um exemplo. Então, uma vez dado o exemplo, vem a multiplicação dos pães e peixes. Liderar pelo exemplo, aqui está o que eles entendem: o resto se seguirá. De fato, antes os massacres islâmicos na Europa que aconteciam uma vez ao ano passaram para seis meses… chegamos a um a cada fim de semana, e agora, como era natural e esperado, estamos em um ao dia. Dentro de duas semanas, tivemos o massacre em Bangladesh (11 italianos abatidos, Alcorão na mão); o massacre de Nice; o massacre de Munique; e a degeneração em ditadura islâmica do governo turco, que armou um golpe simulado para fazer uma limpeza dos oponentes seculares contra a islamização do mais ocidental dos países do Oriente Médio.
No entanto, eles precisavam de um exemplo, para que, finalmente, o dique cedesse. O exemplo veio e as barragens estão finalmente cedendo. Era necessário o chamado da selva.
Os terroristas sabem muito bem que cada muçulmano, mesmo o mais bonzinho, por uma série de circunstâncias e costumes, à inculturação milenar que receberam, é potencialmente um assassino, se apenas as mesmas circunstâncias ou uma situação temporária de força permitir-lhe impunemente, ou até mesmo com glória, aplicar sua cimitarra no pescoço do infiel, ou seja, qualquer não-muçulmano. Eles trazem destruição em suas veias, e sempre foi assim, a sua história de ruína e desertificação por onde eles passaram, todas as suas histórias, até mesmo os contos de fadas são polvilhadas com esta obsessão assassina e justicialista, essa obsessão com a decapitação, a espada: não conseguem respirar sem a cimitarra entrando no pescoço de alguém para agradar a Alá. Uma inculturação milenar, por mutação genética, se torna instinto, nesse caso instinto homicida. O nosso simpático vizinho muçulmano, como escrevi aqui há poucos dias, devemos resignar-nos de saber que, amanhã, se ele viesse a prevalecer, poderia se tornar naturalmente nosso degolador. E em silêncio, quem sabe alguns dos nossos vizinhos agradáveis, pizzaiolos muçulmanos, donos de lanchonetes de kebabbs não esperam exatamente por esse momento, e quando eles estão entre eles, assim o dizem, mudando seu sorriso bonito para o sorriso da fera. Estamos cercados por nossos próprios simpáticos e eventuais aspirantes a cortadores de gargantas. Estamos cheios até o pescoço. Nenhum de nós está seguro. Porque em cada esquina há pelo menos dois muçulmanos.
É emblemática uma história que nos contou algum tempo atrás [Vittorio] Messori…
Um amigo francês, religioso Católico em Jerusalém e notável estudioso da Bíblia, me contava recentemente que, no seu convento, trabalhava como sempre, como caseiro, um muçulmano já idoso. Honesto, trabalhador, de total confiança, era então parte da família e todos os religiosos o queriam bem e era recíproco. Uma sexta-feira, o homem voltou da mesquita com um ar caído. O Superior da casa, insistindo, conseguiu fazê-lo falar. Ele disse: << Hoje o imã que lidera a oração nos disse, em seu sermão, que no dia do triunfo de Alá e seu Profeta, no dia que em breve virá, e nós livraremos esta cidade sagrada de todos os judeus e cristãos, todos infiéis que não fizerem a profissão de fé deverão ser mortos. Assim manda o Alcorão e todos nós devemos obedecer >>. Uma pausa e então: << Mas não tenha medo Padre, porque eu te quero bem, eu sei como fazer e se eu tiver que fazê-lo vou encontrar uma maneira de não fazê-lo sofrer >>. A história, infelizmente, é autêntica.
Passa-se, portanto, do terrorismo islâmico dos kamikazes profissionais para aquele idiota da porta ao lado: um terrorismo de povo, onde cada agente islâmico infiltrado no Ocidente pelas forças de dissolução ocidentais, torna-se oficiosamente um outro kamikaze..
Foi dito em um filme de Almodovar que “matar é assim: depois que você o faz pela primeira vez, é como cortar suas unhas.” Torna-se normal. Basta que alguém o faça em nome de alguma coisa, que esse instinto antigo seja revestido de nobres princípios religiosos ou políticos e as barreiras vão caindo sob a avalanche da imitação, como em um bocejo que começa em um e infecta outros. Qualquer um, quem e onde você não espera, vai repetir o gesto. Não há necessidade de ISIS, e o ISIS sabe: isso é o terror. Passar de profissionais kamikazes para os idiotas da porta ao lado.
A segunda coisa. Bem, isso é o que eu respondi a todos que me perguntaram em privado, os detalhes que eu aprendi sobre a execução que podemos chamar ritual, de acordo com os códigos do Alcorão, do velho sacerdote de Rouen, e no momento mais emblemático: a celebração do sacrifício eucarístico.
Isso não é outra coisa senão o chamado da floresta, aquele sinal de “armai-vos e parti” e em nome de Allah abatei, com o que agora, finalmente, se chega onde estava destinado desde o princípio, o princípio dessa sórdida história, mas também do próprio Islã: derrotar o cristianismo em suas terras-símbolo e tomar o seu lugar, sem precisar fazer prisioneiros. O gesto sacrílego da garganta cortada do velho padre católico na França, em suma, significa: “Oh, muçulmanos em todos os lugares dispersos nesta terra de infiéis cheia de igrejas infiéis, entrai nesses lupanares e destruí, cortai gargantas”. Isso significa que a partir de agora qualquer igreja católica na Europa não estará mais segura, todas são um alvo de algum idiota muçulmano da porta ao lado. E a igreja de Rouen é apenas a primeira de uma longa série como a Via Crucis. A última – mas não muito longe – das etapa será Roma. Roma em breve será atacada, sinto, para usar a imagem de Emmerich, “hordas de bárbaros incultos e ignorantes” fazendo ali um massacre.
PURIFICAÇÃO
Nenhum de nós católicos praticantes pode sentir-se seguro… coisa horrível, mas… mas meu coração me diz que ao derramar o sangue do martírio, esse sangue resgatará, purificará e santificará muitas carnes relaxadas e corruptas de um clero que se tornou frio, acomodado, preguiçoso, dormente nos vícios e apodrecido por vidas duplas, entre os quais já não há espaço para a oração e até mesmo para a fé. Eu conheci sacerdotes que são poços de perdição antes de estarem perdidos até mesmo para si próprios. O sangue dos mártires, no entanto, tem o poder de fazer santos, ao fim, até mesmo dos personagens mais abjetos. E só Deus sabe se o pobre clero europeu não precisa realmente dessa terrível medicina amarga, para que Deus transforme em ouro o excremento do diabo: do martírio.
E, finalmente, um último pensamento que eu quero dedicar àquele que se senta em Roma como pontífice, que delegou até mesmo a contragosto as habituais declarações abstratas, cansativas, comentando sobre o martírio do padre francês, atribuindo tudo a um não identificado “louco ódio contra o amor “. Mah.
Chega-me um e-mail, que assim diz:
Em Lampedusa e Lesbos ele vai voluntariamente para gritar: “Vergonha”. Não se sabe a quem. Para um velho pároco morto no altar, apenas o costumeiro comunicado anódino e feito com um formulário padrão… mais importante é ir para Auschwitz, para condenar um regime morto 71 anos atrás …
Papa no avião: não identificar o Islã com a violência.
Cidade do Vaticano (RV) – Juventude, terrorismo, Turquia, Venezuela: estes foram alguns dos temas da coletiva de imprensa que o Papa tradicionalmente concede ao final de suas viagens. De Cracóvia ao Vaticano, Francisco respondeu às perguntas dos jornalistas, recordando logo no início a morte de uma colega, italiana Anna Maria Bianchini Jacobini, que morreu em Cracóvia enquanto fazia a cobertura da viagem.
Polônia
A primeira questão foi justamente como Francisco viveu esses dias na Polônia, “invadida” desta vez pelos jovens. “O povo polonês é muito entusiasta. Esta noite, com a chuva, pelas ruas havia não somente jovens, mas também velhinhas. É uma bondade, uma nobreza. Eu tive uma experiência com poloneses quando era criança: onde trabalhava meu pai, muitos poloneses vieram depois da guerra. Eram pessoas boas e isso ficou no coração. Reencontrei esta bondade. Uma beleza…obrigado!
Jovens
Eu gosto de falar com os jovens. E gosto de ouvi-los. Sempre me colocam em dificuldade, porque dizem coisas às quais eu não pensei ou que pensei pela metade. Os jovens inquietos, os jovens criativos… Eu gosto e dali adquiro a linguagem. Muitas vezes me pergunto: “Mas o que significa isto?”. E eles me explicam. O nosso futuro é com eles, e devemos dialogar. É importante este diálogo entre passado e futuro. É por isso que destaco tanto a relação entre os jovens e os avós, e quando digo “avós” entendo os mais velhos e os nem tanto, mas eu sim… Para dar também a nossa experiência, para que sintam o passado, a história e a retomem e a levem avante com a coragem do presente, como disse esta noite. É importante. Importante! Eu não gosto quando ouço: “Mas esses jovens dizem besteiras!”. Mas também nós dizemos muitas, eh! Os jovens dizem besteiras e dizem coisas boas: como nós, como todos. Mas ouvi-los, porque devemos aprender deles e eles devem aprender conosco. É assim. E assim se faz a história e assim se cresce sem fechamentos, sem censuras.
Crise turca e silêncio do Papa
Quando tive que dizer algo de que a Turquia não gostava, mas da qual eu estava certo, eu disse, com as consequências que vocês conhecem. Não falei porque ainda não estou certo, com as informações que recebi, do que está acontecendo ali. Ouço as informações que chegam à Secretaria de Estado, e também aquelas de algum analista político importante. Estou estudando a situação com os assessores da Secretaria de Estado e a coisa ainda não está clara.
Novas denúncias contra o Cardeal Pell
As primeiras notícias que chegaram eram confusas. Eram notícias de 40 anos atrás e nem mesmo a polícia deu atenção num primeiro momento. Uma coisa confusa. Depois, todas as denúncias foram apresentadas à Justiça e neste momento estão nas mãos da Justiça. Não se deve julgar antes que a Justiça julgue. Se eu desse um juízo a favor ou contra o Cardeal Pell, não seria bom, porque julgaria antes. É verdade, existe a dúvida. E há aquele princípio claro do Direito: in dubio pro reo. Devemos aguardar a Justiça e não fazer antes um juízo midiático, porque isso não ajuda. O juízo das fofocas, e depois? Não se sabe como acabará. Estar atentos àquilo que a Justiça decidirá. Uma vez que a Justiça falar, falarei eu.
Queda
Eu estava olhando para Nossa Senhora e esqueci do degrau… Estava com o turíbulo na mão… Quando percebi que estava caindo, me deixei cair e isso me salvou. Porque se tivesse resistido, teria tido consequências. Nada. “Esto fenomeno!” [Estou beníssimo!]
Mediação vaticana na Venezuela
Dois anos atrás, tive um encontro com o presidente Maduro, muito muito positivo. Depois ele pediu uma audiência no ano passado: era um domingo, um dia depois da minha chegada de Sarajevo. Mas depois ele cancelou aquele encontro porque tinha uma otite e não podia vir. Depois disso, deixei passar um pouco de tempo e lhe escrevi uma carta. Houve contatos para um eventual encontro. Sim, com as condições que se fazem nesses casos. E se pensa neste momento – mas não estou certo e não posso garantir isso, é claro? Não estou certo de que no grupo da mediação alguém – e nem sei se o próprio governo – quer um representante da Santa Sé. Não estou certo. No grupo estão Zapatero da Espanha, Torrijos e outra pessoa, e a quarta se falava da Santa Sé. Mas isso não tenho certeza…
Assassinato de Padre Jacques Hamel e “violência islâmica”
Eu não gosto de falar de violência islâmica, porque todos os dias quando leio os jornais vejo violências aqui na Itália: quem mata a namorada, outro que mata a sogra… E estas pessoas são violentos católicos batizados, eh! São católicos violentos… Se eu falasse de violência islâmica, deveria falar também de violência católica. Nem todos os islâmicos são violentos; nem todos os católicos são violentos. É como uma salada de frutas: tem tudo dentro; há violentos dessas religiões. Uma coisa é verdade: creio que em quase todas as religiões exista sempre um pequeno grupo fundamentalista. Fundamentalista. Também nós temos isso. E quando o fundamentalismo chega a matar – mas se pode matar com a língua, e isso o diz o Apóstolo Tiago e não eu, e também com a faca – creio que não seja justo identificar o Islã com a violência. Isto não é justo e não é verdadeiro! Tive um longo diálogo com o Grande Imã da Universidade de al-Azhar e sei o que eles pensam: buscam a paz, o encontro. O Núncio de um país africano me dizia que na capital há sempre uma fila de gente – está sempre cheio! – na Porta Santa para o Jubileu: alguns se detém nos confessionários, outros rezam nos bancos. Mas a maioria vai para frente, avante, para rezar no altar de Nossa Senhora: esses são muçulmanos que querem fazer o Jubileu. São irmãos. Quando estive na Rep. Centro-Africana, estive com eles e o imã também subiu no papamóvel. Pode-se conviver bem. Mas há grupos fundamentalistas. E me pergunto também quantos jovens – quantos jovens! – que nós europeus deixamos vazios de ideais, que não têm trabalho, que usam droga, álcool ou vão lá e se alistam em grupos fundamentalistas. Sim, podemos dizer que o chamado Isis é um Estado Islâmico que se apresenta como violento, porque quando nos mostra a sua carteira de identidade nos mostra como degola os egípcios na costa líbica ou outras coisas. Mas este é um grupo fundamentalista, que se chama Isis. Mas não se pode dizer – creio que não seja verdadeiro e não seja justo – que o Islã seja terrorista.
Iniciativas concretas contra o terrorismo
O terrorismo está em todos os lugares! Pense no terrorismo tribal de alguns países africanos… O terrorismo – não sei se dizê-lo, porque é um pouco perigoso… – cresce quando não há outra opção, quando no centro da economia mundial há o deus dinheiro e não a pessoa, o homem e a mulher. Este é o primeiro terrorismo. Expulsou as maravilhas da Criação, o homem e a mulher, e colocou ali o dinheiro. Este é terrorismo de base contra toda a humanidade. Pensemos nisso.
Panamá
Um jornalista panamense presentou o Papa com uma camisa com o número 17, sua data de nascimento, e o “sombrero” usado pelos camponeses do país, pedindo uma saudação ao povo e afirmando que os panamenses o aguardam. E o Papa respondeu: “Se eu não estiver, irá Pedro. Aos panamenses, muito obrigado. Faço votos de que se preparem bem, com a mesma força, a mesma espiritualidade e a mesma profundidade com a qual os poloneses e os habitantes de Cracóvia se prepararam.”
Ao final da coletiva, com um bolo, o Pontífice agradeceu a dois colaboradores que encerraram seu trabalho com esta viagem à Polônia: Pe. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa, e o Sr. Mauro, que foi responsável pelas bagagens dos voos papais por 37 anos.
“O Papa está errado. Estamos sofrendo ódio por parte de uma religião”.
Patriarca de Antioquia reage à declaração de Francisco: Terrorismo e cristão assassinados por ódio à sua fé, primeiro no Oriente Médio e, agora, na Europa. Ignace Youssif III Younan fala à “Radio Uno” (uma rádio italiana) e pede para “evitar a linguagem politicamente correta. Devemos dizer que foi um islamismo radical e terrorista”.
Por Il Foglio | Tradução: FratresInUnum.com: “Devemos evitar a linguagem policamente correta. Devemos dizer que foi um islamismo radical e terrorista. Este é o fato. Aqueles que causaram a tragédia em Dakar, 9 italianos, não eram nem pobres nem ignorantes. Eram de família muito bem posicionadas e educados. Não se pode falar de gente sofrida, socialmente marginalizada”. Quem disse isso, convidado pelo programa “Preto no Branco” da “Radio Uno”, foi Sua Beatitude Ignace Youssif III Younan, Patriarca de Antioquia dos sírios.

“Enquanto estamos vivendo esta tragédia, vocês (no ocidente, nota da redação) estão fazendo elucubrações teóricas, e a sangue frio, e nós devemos sofrer a cada dia, a cada momento, os perigos do terrorismo islâmico. Um bispo morto, dez padres mortos”, tudo nos últimos tempos, acrescentou.
Acerca da pergunta sobre as considerações do Papa sobre a guerra que não tem nada a ver com a religião, o Patriarca respondeu: “Com todo o respeito pelo Santo Padre, não está certo o que ele disse. Sempre houve gente mais rica que os outros. Aqui estamos sofrendo ódio por parte de uma religião”.
Em janeiro passado, Ignace Youssif III Younan comentava com “Il Foglio” a evolução dos acontecimentos no oriente próximo: “Alepo era a segunda cidade da Síria, rica e florescente de comércios. Hoje está irreconhecível, depois de três anos e três meses de assédio. Em Mossul havia umas trinta igrejas e mosteiros, que hoje estão abandonados ou foram transformados em mesquitas. Homs parece Stalingrado durante a Segunda Guerra mundial”. “Os raide (operação militar em território inimigo, nota do tradutor) não bastam, é necessário sermos realistas”, disse o patriarca ao Foglio à margem da iniciativa: “Os bombardeamentos aéreos não são suficientes, porque estes terroristas sabem como se esconder entre os civis. É necessário coordenar os raides com os exércitos nacionais, como estão fazendo os americanos no Iraque e os russos na Síria”.
Concorda, também, em falar sobre o genocídio que sofrem as comunidades cristãs locais: “Genocídio não significa apenas aniquilar uma comunidade, mas também erradicá-la, impedindo-a de voltar onde sempre esteve”. Pouco lhe agrada o acrônimo “Isis”: “Parece o nome de um perfume feminino, quando, ao contrário, se trata de bandas de terroristas que perderam o senso humano, a consciência, a moralidade. Precisa chamar cada coisa pelo seu nome, isto é, ESTADO ISLÂMICO”.
Nem mesmo um sacerdote degolado na igreja por terroristas islâmicos desperta políticos e bispos do sono.
Por Riccardo Cascioli, La Nuova Bussola Quotidiana, 27 de julho de 2016 | Tradução: FratresInUnum.com: Como todas as manhãs, uma vez que por razões de idade já não era mais o pároco, padre Jacques Hamel celebrava a missa matutina dos dias de semana, às 9 horas, na “sua” igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, uma paróquia de 20 mil almas da Diocese de Rouen, no coração da Normandia. Com ele, como todas as manhãs, estavam três freiras e dois outros fiéis. Mas ontem alguma coisa não sucedeu exatamente como nas outras manhãs: dois jovens islâmicos armados de facas invadiram a igreja durante a missa e renderam os presentes. Depois obrigaram o sacerdote de 86 anos de idade, Pe. Jacques, a ficar de joelhos.
E enquanto preparavam para cortar sua garganta na frente do altar onde ele estava renovando o sacrifício de Cristo na Cruz, um deles tomou o lugar do padre e se lançou em um sermão em árabe, como testemunhou irmã Danielle, uma das religiosas presentes que conseguiu fugir pouco antes que os criminosos enfiassem a faca na garganta do padre Jacques. “Foi horrível”, disse a irmã Danielle, e juntamente com o sacerdote também um outro fiel foi golpeado e está em estado crítico. A religiosa também disse que os dois terroristas, evidentemente orgulhosos de sua ação, gravaram toda a cena, imagens que definitivamente estão agora nas mãos da polícia que matou os dois, tão logo que eles colocaram suas cabeças para fora da igreja.
Como sempre, quase que por um reflexo, todos os meios de comunicação imediatamente disseram que se tratava de duas pessoas com transtornos mentais, mesmo antes de saberem a identidade, e o engraçado é que eles continuaram a descrevê-los assim, mesmo depois de ter sido conhecido que os dois eram “soldados” do Estado islâmico. Em particular um dos dois, de 19 anos, era um combatente estrangeiro fracassado, porque tinha tentado no ano passado entrar duas vezes na Síria para lutar, mas foi impedido por agentes turcos e enviado de volta para a França. Aqui ele cumpriu um ano ou mais na prisão antes de um juiz conceder-lhe a prisão domiciliar, apesar da opinião contrária do procurador anti-terrorismo de Paris. E eis aí os resultados. Realmente uma boa demonstração de seriedade por parte das instituições francesas – depois da série de ataques que estão golpeando a França por mais de um ano -, dão provas de uma “leviandade” no mínimo desconcertante. Especialmente porque viemos a saber que Saint-Etienne-du-Rouvray é um foco conhecido de extremistas islâmicos, reunidos em torno da mesquita local.
Padre Jacques morreu, assim, por ódio à fé, mas o que aconteceu na diocese de Rouen é um salto claro na qualidade do terrorismo islâmico na Europa: os locais de culto se tornaram um alvo, um cenário que muitas pessoas pensavam que estava relegado apenas ao Oriente Médio. Mas, agora, como muito bem observou uma declaração da Organização Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Oriente Médio veio até nós, confirmando uma profecia que não mais de há um ano atrás havia feito o arcebispo de Mosul, Amel Nona, em entrevista ao Corriere della Sera.
É preciso que voltemos a ler aquelas palavras: “Por favor, tentem entender. Os seus princípios liberais e democráticos aqui não valem nada. É necessário repensar a nossa realidade no Oriente Médio, porque vocês estão acolhendo em seus países um número crescente de muçulmanos. Vocês também estão em risco. Vocês têm que tomar decisões difíceis e arrojadas, com o risco de contradizer seus princípios. Vocês acham que os homens são todos iguais. Mas isso não é verdade. O Islã não diz que todos os homens são iguais. Seus valores não são os valores deles. Se vocês não entenderem isso a tempo, você se tornarão vítimas do inimigo que vocês acolheram em sua casa”.
Palavras claríssmas e pontualmente confirmadas, mas que ainda estão longe de serem compreendidas. Mesmo após o terrível assassinato em Saint-Etienne-du-Rouvray, a maior preocupação dos políticos, clérigos e intelectuais, é repetir platitudes e mentiras, “não é um choque de civilizações”, “terroristas não representam o islã”, “O islã é uma religião de paz”, e assim por diante. E mesmo aqueles que, finalmente, dizem que “estamos em guerra”, inevitavelmente se esquecem de indicar o que seria o inimigo e, possivelmente, como combatê-lo.
Sejamos francos: esta atitude não é surpreendente por parte dos líderes mundiais que há 15 anos repetem de forma irresponsável que a mudança climática é uma ameaça bem maior do que o terrorismo internacional. E eles continuam a fazer conferências sobre o clima, enquanto as bombas explodem sob os seus assentos. Não só isso. Como há anos sua preocupação fundamental é promover os direitos dos homossexuais e o casamento gay, como eles poderiam lidar com uma trivialidade como os milhares e milhares de muçulmanos – cidadãos e imigrantes que são – que não esperam outra coisa senão o dia de submetê-los todos à sharia ? Pensemos apenas na nossa casa e comparemos a energia e os recursos investidos pelo governo Renzi para aprovar a lei sobre uniões civis com aquelas dedicadas à segurança e ao combate do extremismo islâmico: alguém se lembra de um único ato significativo do governo para colocar sob controle a ameaça terrorista?
E não é que do ponto de vista da Igreja as coisas estejam muito melhores: o “eclesiasticamente correto” não quer que se fale mais de islâmicos quando se refere a terroristas islâmicos, que o Islã sempre foi definido como uma religião de paz, que não se deve discriminar o fato da imigração (antes, que mostremos como devemos acolher os muçulmanos, como devemos fazer uma bela figura). E quando ocorrem fatos como o de ontem, eis que se fala genericamente de ódio e violência no mundo, aos quais não devemos ceder.
Ninguém quer vingança nem responder com ódio àqueles que nos odeiam, e, como disse o arcebispo de Rouen, devemos responder primeiro com a oração. Naturalmente que a oração é a coisa mais importante: rezar pela alma do padre Jacques, pelos feridos (física e espiritualmente) na igreja de Saint-Etienne-du-Rouvray, rezar pela conversão dos muçulmanos, de todos os muçulmanos e não só terroristas, e também rezar pela paz no mundo. Mas não é verdade que a única coisa que podemos fazer é rezar, se com isso pretendemos nos fechar na igreja imaginando que Deus deve fazer sozinho aquilo que nos foi confiado como um dever, como se fosse uma magia. Assim se deixa o campo aberto à barbárie. A oração não é um espiritualismo abstrato; pelo contrário, é uma compreensão mais verdadeira da realidade, e deveria dar-nos a capacidade de compreender todos os fatores envolvidos e a coragem de afirmar e buscar a verdade.
Se o islã nos coloca claramente um desafio, o verdadeiro problema que hoje temos à frente é a nossa civilização, já em estado agonizante e incapaz de dar razão da sua identidade na frente do inimigo que a assalta. O problema real é também uma Igreja que agora está mais preocupada em se ajustar às coisas do mundo do que anunciar Cristo como esperança e destino de cada homem. A grande lição de João Paulo II sobre a identidade da Europa está agora arquivada, bem como o discurso magistral de Bento XVI em Regensburg sobre o desafio que une o Ocidente e o Islã; para não falar dos critérios sobre a imigração sugeridos há 15 anos pelo então Arcebispo de Bolonha Giacomo Biffi, que – se tivesse sido levado a sério – nos teria poupado de muitos problemas dos quais hoje nós provamos apenas como um aperitivo. Tudo ignorado e esquecido.
Agora estão na moda bispos e formadores de opinião do “diálogo” e do “acolhimento” sem mais e nem porquê, que acham que podem enfrentar problemas complexos com slogans e frases de efeito. Obviamente cortejando radicais islâmicos e achando que esses são superiores até mesmo para os padrões justos do direito internacional, que distinguem claramente entre o direito à imigração e o direito à invasão. Infelizmente, para estes o sangue do padre Jacques não será suficiente para acordá-los.
Os primeiros mártires do Islã na Europa.
Por Roberto de Mattei, “Il Tempo”, Roma, 27-07-2016 | Tradução: FratresInUnum.com: O primeiro mártir do Islã em terra da Europa tem um nome. É o padre Jacques Hamel, assassinado enquanto celebrava a Santa Missa no dia 26 de julho, na igreja paroquial de Saint-Etienne-du-Rouvray, na Normandia. Dois muçulmanos exaltando o Islã invadiram a igreja, e depois de tomar alguns fiéis como refém, degolaram o celebrante e feriram gravemente outro fiel. Sobre a identidade dos agressores e o ódio anticristão que os moveu não pairam dúvidas. Em sua agência de notícias Amaq, o Estado Islâmico definiu os dois assaltantes de “nossos soldados”.
O nome de Jacques Hamel se soma ao de milhares de cristãos que todos os dias são queimados, crucificados, decapitados em ódio à sua fé. Mas o massacre de 26 de julho marca uma guinada, porque é a primeira vez isso que acontece na Europa, lançando uma sombra de medo e consternação nos cristãos do nosso continente.
Obviamente não é possível proteger 50.000 edifícios religiosos na França, e um análogo número de igrejas, paróquias e santuários na Itália e em outros países. Cada sacerdote é objeto de eventuais ataques, destinados a se multiplicarem, sobretudo após o efeito emulativo engendrado por esses crimes.
“Quantas mortes são necessárias, quantas cabeças decepadas, para que os governos europeus compreendam a situação em que se encontra o Ocidente?” – perguntou o cardeal Robert Sarah. O que precisa acontecer, podemos acrescentar, para que os confrades do Cardeal Sarah no colégio cardinalício, a começar pelo seu líder supremo, que é o Papa, compreendam a terrível situação em que se encontra hoje não só o Ocidente, mas a Igreja universal?
O que torna esta situação terrível é a política de boas-intenções e de falsa misericórdia em relação ao Islã e a todos os inimigos da Igreja. Os católicos devem naturalmente rezar pelos seus inimigos, mas devem também estar cônscios de que não basta se limitarem a rezar, pois têm também o dever de combatê-los. É o que ensina o Catecismo da Igreja Católica no n° 2265, quando diz que a legítima defesa pode ser um dever grave para o responsável pela vida de outrem: “Defender o bem comum implica colocar o agressor injusto na impossibilidade de fazer mal”.
O Papa Francisco se disse “especialmente chocado por este ato de violência acontecido em uma igreja, durante uma missa, ação litúrgica que implora de Deus a sua paz para o mundo”, renunciando mais uma vez a chamar os assassinos pelo nome. O silêncio do Papa Bergoglio é paralelo ao dos muçulmanos de todo o mundo que não denunciam com voz alta, em uníssono e coletivamente, os crimes cometidos em nome de Alá pelos seus correligionários. No entanto, até mesmo o presidente francês François Hollande, em seu discurso à nação na noite de terça-feira, falou de uma guerra aberta da França contra Estado Islâmico.
Durante o seu pontificado, o Papa beatificou com procedimentos super-rápidos algumas personagens do século XX, como Oscar Arnulfo Romero e Don Pino Puglisi, que certamente não foram mortos em ódio à fé católica. Mas, em 12 de maio de 2013, também canonizou na Praça de São Pedro os oitocentos mártires de Otranto, massacrados em 11 de agosto de 1480 pelos turcos, por se recusarem a renegar a sua fé. Se o Papa Francisco anunciasse o início de um processo de beatificação do padre Hamel, daria ao mundo um sinal pacífico, mas forte e eloquente, da vontade da Igreja de defender a sua própria identidade. Se, no entanto, continuar a se iludir com a possibilidade de um acordo ecumênico com o Islã, repetir-se-ão os erros daquela desastrosa política que sacrificou as vítimas da perseguição comunista nos altares da Ostpolitik.
Mas o altar da política é diferente da mesa sagrada sobre a qual se celebra o sacrifício incruento de Cristo, e a esse sacrifício o padre Jacques Hamel teve a graça de unir-se em 26 de julho, oferecendo o próprio sangue.
O martírio do Pe. Hamel: o tormento dos cristãos orientais agora é o nosso.
Por Antony Burckhardt – Civilisation Chrétienne | Tradução: Luis Dufaur – A Aparição de La Salette e suas Profecias: A ameaça se realizou. Um padre foi degolado por muçulmanos enquanto celebrava a missa. Isso não aconteceu no Iraque, na Nigéria ou no Paquistão, mas numa pequena cidade da Normandia, sob o céu macio da nossa França como diz a canção.
Alguns estão atônitos face ao horror e se perguntam: por que nós? Por que um padre? Por que um homem de 86 anos?
E eles não saem do atordoamento: o padre Hamel mantinha relações amigáveis com a comunidade muçulmana. A mesquita de Saint-Etienne du Rouvray foi construída num terreno oferecido pela paróquia da cidade, informou“Le Point”.
O medo é legítimo e atinge a todos nós, mas a surpresa é no fundo uma grave falta nossa.
Durante anos, nós, os cristãos ocidentais, vínhamos sendo avisados pelos nossos irmãos orientais que conhecem o furor islâmico há séculos.
Em 10 de agosto de 2014, o arcebispo de Mosul, Iraque, Mons. Amel Nona advertiu os europeus numa entrevista ao “Corriere della Sera”:
“Nosso sofrimento hoje constitui o prelúdio daquele que os europeus ocidentais e cristãos vão sofrer no futuro próximo (…) vós acolheis em vossos países um número crescente de muçulmanos. (…) Vós deveis assumir posições fortes e corajosas (…) vossos valores não são os valores deles (…) Se vós não percebeis em tempo, vós vos tornareis vítimas do inimigo que recebestes em vossa casa”.
Mas, a Europa e o mundo cristão adormecido ficaram surdos às previsões do arcebispo Nona. Agora elas se tornaram realidade.
A agradável esplanada do restaurante, o belo passeio à beira-mar e agora uma pequena igreja provincial: já não há na França refúgio para se proteger do ódio dos islâmicos.
O arcebispo de Rouen apelou para a fraternidade e as mais altas autoridades do Estado invocaram a unidade nacional. Mas esses apelos humanistas não vão ajudar.
Os nossos algozes, escreve Burckhardt, querem nos apresentar sua própria interpretação da palavra “Islã”. E, em verdade, é uma versão única de arma na mão pingando nosso sangue. É claro que eles acham que em parte já ganharam.
O nosso hino nacional já não é cantado com vibração. A hierarquia eclesiástica descreve também como “vítimas” àqueles que vêm de assassinar brutalmente um de seus ministros, como diz o comunicado do arcebispo no site da diocese “Rouen Catholique”.
As sociedades doentes batem em aqueles que identificam a doença e receitam o remédio. Cantam as doçuras do “viver juntos”, mas falam com virulência sem precedentes contra os fabricantes de “ódio” e os semeadores de “divisão”, leia-se contra você e eu, que não aguentam mais tanta felonia.
Abre-se as igrejas para a comemoração do Ramadã, como fez a igreja de São João Batista, no bairro de Molenbeeck, Bruxelas, bairro de onde tinham saído os assassinos que poucos meses antes ceifaram dezenas de vidas no aeroporto e no metrô da capital belga. O ágape ecumênico foi noticiado pelo site da Igreja Católica na Bélgica.
Não há lugar para famílias cristãs mas sim para famílias muçulmanas no avião papal. Veja-se a notícia do “Le Journal du Dimanche”.
Saudamos como libertadores dos nossos “vícios” consumistas e capitalistas aqueles que vêm para tomar posse da terra de nossos antepassados. Ver por exemplo.
Finalmente, se nos inocula tranquilizantes confeccionados com argumentos ridículos: todos os muçulmanos não são terroristas, alguns deles estão entre as vítimas…
Sim, nem todos os muçulmanos são terroristas, mas todos aqueles que atualmente proclamam agressivamente o Islã, o são sem sombra de exceção.
Terão os jihadistas necessidade de uma insurreição geral da população muçulmana na Europa para atingir seus objetivos numa guerra civil?
Não. Eles só precisam do silêncio benevolente mas cúmplice – inclusive discreto – de sua comunidade e da passividade da nossa.
Alguns europeus exasperados pela incapacidade dos nossos governos poderão se envolver por sua vez em abusos visando muçulmanos.
Então surgirá entre eles a “necessidade” de uma unidade entre “moderados” e radicais de todas as arestas.
Aqueles que atualmente são 15% da nossa população serão tratados como se fossem a metade.
Para o retorno da “paz civil”, os muçulmanos serão sistematicamente aceitos em “diálogos de paz” que irão moldar o futuro dos nossos filhos.
O contador populacional vai continuar fazendo seu trabalho, o afluxo de “refugiados” prosseguirá, e então nós nos abaixaremos para agradecer a tolerância que os “mais moderados” vão mostrar para nós.
Se quisermos evitar esse cenário dantesco, é em Isabel a Católica expulsando os mouros de Granada que devemos procurar inspiração tão rapidamente quanto possível.
Caso contrário, a Europa em breve conhecerá o destino das cristandades outrora florescentes no Norte de África: em algumas décadas ela irá integrar o sinistro mundo regido pela Sharia: o Dar al-Islam.
Nice: prossegue a guerra de religião.
Artigo ainda mais atual, após o martírio de hoje do Padre Jacques Hamel.
Por Roberto de Mattei, Il Tempo, 16-07-2016 | Tradução: FratresInUnum.com: O Papa Francisco tinha razão quando há mais de um ano afirmou que a Terceira Guerra Mundial já havia começado e que está sendo travada “em fragmentos”. Mas é preciso acrescentar que se trata de uma guerra de religião, pois os motivos dos que a declararam são religiosos e até os homicídios perpetrados em seu nome são de índole ritual.
Francisco qualificou o massacre de Nice de ato de violência cega. Ora, a fúria homicida que induziu o condutor do caminhão a semear a morte na orla marítima não foi um ato irracional de loucura, mas fruto de uma religião que incita ao ódio e instiga à violência. Os mesmos motivos religiosos desencadearam as carnificinas do Bataclan de Paris, dos aeroportos de Bruxelas e Istambul e do restaurante de Dacca. Por mais bárbaros que tenham sido esses atentados, nenhum deles foi cego, mas foi parte de um plano lucidamente exposto pelo Estado Islâmico em seus documentos.
O porta-voz do EI, Abu al-Adnani, em uma gravação difundida pelo Twitter em fins de maio, lançou um apelo ao assassinato na Europa em nome de Alá, com estas palavras: “Quebra-lhe a cabeça com uma pedra, assassina-o a facadas, atropela-o, atira-o de um lugar elevado, estrangula-o ou envenena-o.” E o Corão não se expressa de modo diverso ao falar dos infiéis. O que sim constitui sintoma de loucura cega é continuar fechando os olhos para esta realidade.
É uma ilusão crer que a guerra ora travada não foi declarada pelo Islã ao Ocidente, mas que é uma guerra intestina do mundo muçulmano, e que a única forma de se salvar é ajudando o Islã moderado a derrotar o fundamentalista. Mas falar de Islã moderado é cair em contradição, porque os maometanos que se secularizam e se integram na sociedade ocidental deixam de ser muçulmanos, ou se tornam muçulmanos não observantes ou maus muçulmanos. Um verdadeiro muçulmano pode renunciar à violência por oportunismo, mas sempre considerará legítimo fazer uso dela contra os infiéis, porque assim ensina Maomé.
A guerra atualmente em curso é uma guerra contra o Ocidente, mas também contra o Cristianismo, porque o Islã quer substituir a Religião de Cristo pela de Maomé. Por isso, o objetivo final de sua conquista não é Paris nem Nova York, mas Roma, centro da única religião que o Islã se propõe aniquilar desde a sua origem. A guerra contra Roma remonta ao nascimento do próprio Islã, no século VIII. Roma era o objetivo dos árabes que em 830 e 846 ocuparam, saquearam e depois se viram obrigados a abandonar a Cidade Eterna. Roma era o ponto de mira dos muçulmanos que em 1480 decapitaram os 800 cristãos de Otranto e degolaram os nossos compatriotas em Dacca em 2016.
Trata-se de uma guerra religiosa, declarada pelo EI à irreligiosidade ocidental e à sua religião, que é o Cristianismo. E à medida que este se seculariza, vai abrindo caminho para seu adversário, que só pode ser derrotado por uma sociedade com uma identidade religiosa e cultural forte. Como observa o historiador inglês Christopher Dawson, o fator de coesão de uma sociedade e de uma cultura é o impulso religioso: “As grandes civilizações não dão à luz as grandes religiões como uma espécie de subproduto cultural; as grandes religiões são a base sobre as quais se sustentam as grandes civilizações. Uma sociedade que perdeu a sua religião está fadada a perder cedo ou tarde sua cultura.”
Esta guerra religiosa já é uma guerra civil europeia, porque se combate no interior das nações e das cidades de um continente invadido por milhões de imigrantes. Ouve-se com frequência que, face à invasão, devemos construir pontes em vez de levantar muros; mas só se defende uma fortaleza sitiada subindo a ponte levadiça, e não baixando. Alguns começam a dar-se conta.
As autoridades francesas previram a irrupção de uma guerra civil destinada a ser travada antes de tudo no interior dos grandes centros urbanos, onde a multiculturalidade impôs a impossível convivência de grupos étnicos e religiosos diversos. Em 1º de junho passado, um comunicado do Estado-Maior francês anunciou oficialmente a criação de uma força convencional do Exército, o Comando terrestre para o território nacional (COM TN), destinado a combater a jihad em território francês. Batizado de Au contact, o novo modelo estratégico se compõe de duas divisões sob um comando único, com um total de aproximadamente 77 mil homens dispostos a enfrentar o perigo de uma insurreição islâmica.
Ante esse perigo, além das armas materiais, utilizadas em todo conflito para exterminar o inimigo, são também e sobretudo necessárias as armas culturais e morais, consistentes na consciência de que somos herdeiros de uma grande civilização que definiu sua identidade ao longo dos séculos precisamente combatendo o Islã. Instamos respeitosamente o Papa Francisco, Vigário de Cristo, a ser o porta-voz de nossa história e de nossa tradição cristã face ao perigo que nos ameaça.