Arquidiocese de São Paulo – Nota de Esclarecimento sobre o ato inter-religioso na Catedral da Sé.

Dom Odilo Pedro Scherer emite nota de esclarecimento sobre o ocorrido na Catedral da Sé na tarde de ontem, 30 de setembro

ESCLARECIMENTO
A quem interessar possa, desejo dirigir uma palavra esclarecedora a respeito da manifestação inter-religiosa realizada no dia 30 de setembro na Catedral metropolitana de São Paulo.

Antes de tudo, peço muita calma! Estejamos muito atentos àquilo que ouvimos e lemos e de quem recebemos mensagens. Checagem das informações e discernimento são coisas indispensáveis, para não sermos arrastados por informações de todo tipo. É necessário ver, se as fontes das informações são confiáveis. Há muita fonte poluída por aí e quem bebe de fontes envenenadas, fica envenenado também e pode até morrer…

A manifestação na Catedral de São Paulo partiu de uma organização inter-religiosa, que queria dar o seu apoio ao sínodo da pan-Amazônia, que o Papa Francisco vai abrir em Roma no próximo domingo, dia 06 de outubro. Estiveram presentes numerosos representantes de religiões não-cristãs mas falaram apenas representantes de oito religiões, além da minha fala e do cardeal Dom Cláudio Hummes. Não foi uma celebração ecumênica, mas um ato inter-religioso, o que é diferente. Nem estávamos vestidos para uma celebração.

Não falou nenhum político. O nome de nenhum político sequer foi mencionado! Tudo transcorreu na melhor serenidade e sem nenhum inconveniente. Está longe da verdade quem divulga que foi um uma “balbúrdia” e uma “profanação”. Quem fala isso mente.

Não houve nenhuma menção a “Lula livre”. Depois que deixei a Catedral, vi imagens nas mídias sociais, que mostravam flâmulas, penduradas como se fosse num varal num espaço lateral da catedral, e que tinham a inscrição “Lula livre”. Foi obra de alguém que instrumentalizou o momento, infelizmente. Mas nada disso fez parte da organização do ato inter-religioso, nem teve influência no ato.

Vi também imagens pelas mídias sociais, só depois que deixei a Catedral da Sé, sobre um início de tumulto provocado por alguns pouquíssimos jovens, na entrada da Catedral (não foi durante o ato-inter-religioso), os quais queriam se opor ao ato porque viram as flâmulas “Lula livre”. Foi algo que não interferiu na manifestação inter-religiosa em si. Pelas imagens e falas, percebi que algumas pessoas tentaram impedir que os jovens entrassem na Catedral para fazerem seu protesto. Mas ninguém “expulsou” os jovens da Catedral, menos ainda por iniciativa da própria Catedral, ou do Arcebispo. Mente quem afirma o contrário e traz para o centro da questão, de maneira equivocada ou malévola,  algo que foi apenas marginal e nem foi percebido durante a manifestação inter-religiosa.

Essa manifestação foi digna, respeitosa e não houve nada de ofensivo ou contrário à fé católica ou ao decoro da igreja-catedral. Nem foi um ato sincrético, nem “balbúrdia”,  nem “profanação”, nem “palhaçada”, nem foi uma manifestação “política”, como alguns estão divulgando e querem fazer crer. Quem fala isso mente.

Na Catedral havia a presença ou a representação de mais de 100 instituições e organizações religiosas e civis de diversas expressões, que assim manifestaram seu apoio à iniciativa do sínodo. Também havia políticos de vários partidos. Ninguém, a não ser os oito líderes religiosos, teve a palavra. As falas foram breves e respeitosas.

Os representantes das diversas religiões não cristãs e um representante evangélico, que tomaram a palavra, manifestaram apreço pelo Papa Francisco e pela iniciativa do sínodo, convocado por ele. E manifestaram sua confiança e os desejos de bons frutos dessa assembleia sinodal da Igreja Católica.

Eventuais posturas ou manifestações individuais e não programadas pelo ato inter-religioso não podem ser confundidas com o ato, em si, nem com o propósito de quem organizou o mesmo, cujo objetivo foi o de manifestar o apreço pela realização da assembleia do sínodo para a grande Amazônia.

Convido todos a serenarem os ânimos, a se informarem bem antes de quaisquer manifestações contundente ou ofensivas e, em vez de polarizações excludentes e de manifestações condenatórias, busquemos o diálogo com todos, no respeito pelas convicções diferentes, sem esconder as próprias. Em vez de voltarmos nossas energias uns contra os outros, demo-nos as mãos, dialoguemos e colaboremos na busca de solução para tantos problemas concretos ao nosso redor e para aquilo que é importante para o mundo, “casa comum” de todos nós, confiada aos nossos cuidados.

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

Retrospectiva 2018 – Nº 7: “Deus é, pelo menos, bissexual ou transexual”.

Continuamos publicando os 10 posts mais lidos de 2018. Na sétima posição, matéria de 14 de março de 2018.

14 de março de 2018 – Aula inaugural na Faculdade de Teologia da PUC de São Paulo. Convidado especial, Pe. Benedito Ferraro. De manhã, no campus Ipiranga, em que estudam mormente seminaristas; à tarde, no campus Santana, composto por leigos, em sua maioria.

O tema central da “Lectio Magistralis” eram “Os 50 anos da Conferência de Medellin”.

Depois de exaltar bandeiras ultra-progressistas, o Padre Ferraro chegou ao ápice das suas ideias afirmando que “Deus é, pelo menos, bissexual ou transexual” e que os discursos patriarcalistas e machistas não se sustentam mais, pois são fruto de construções históricas que devem ser corrigidas.

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Banheiro unissex: a PUC-SP é pioneira!

Por Edson Luiz Sampel 

FratresInUnum.com, 1º de setembro de 2017 – É fácil compreender o porquê da existência de banheiros masculinos e banheiros femininos. Quer-se preservar o pudor. Fedor é tudo que se faz no banheiro, porque nesse recinto urinamos e evacuamos. Qual é a graça de um banheiro? Nenhuma. Nele adentramos por necessidade fisiológica e, aliviados, escapulimos o quanto antes. O banheiro unissex, montado em uma “universidade católica” (pioneirismo da PUC-SP), tem que objetivo? Fraternal compartilhamento de odores dos moços e das moças? Que horror!

Na verdade, o real motivo dessa novidade da PUC-SP é atender a certos alunos que ainda não tinham um banheiro próprio: transexuais, etc. Agora têm! A propósito, na reportagem do Jornal Nacional (29/8/2017), que deu essa “grande notícia”, entrevistou-se um rapaz, que afirmou que se sentia constrangido em ter de se pentear e retocar a maquiagem no banheiro masculino.

Com a palavra sua eminência, o arcebispo de São Paulo e grão-chanceler da PUC-SP! Gostaria de saber se essa novidade, banheiro unissex, é compatível com a moral cristã, vale dizer: no banheiro unissex preserva-se o pudor?

Edson Luiz Sampel

Doutor em Direito Canônico e membro da Sociedade Brasileira de Canonistas (SBC)  

A mais nova crise da UJUCASP.

Por Dr. Rodrigo Pedroso

A UJUCASP (União de Juristas Católicos de São Paulo) passa por mais uma crise. Tudo começou com a notícia do evento “Igualdade de gênero, educação e expressão” realizado pela PUC/SP, no último 31 de maio, às 19h. Estava previsto que o evento seria aberto pela própria reitora da Pontifícia Universidade Católica, contando com uma bancada comprometida unanimemente com a defesa da ideologia de gênero e da legalização do aborto. No evento, também seria lançado o livro Gênero e Educação – Fortalecendo uma agenda para as políticas educacionais.

Ao tomar conhecimento da realização do evento, alguns membros da UJUCASP manifestaram por correio eletrônico seu inconformismo à diretoria e aos demais integrantes da entidade. Tais mensagens mereceram do pe. Rodolpho Perazzolo, diretor eclesiástico da UJUCASP e secretário executivo da mantenedora da PUC/SP, a seguinte resposta:

“Por mais de uma vez, tive oportunidade de dizer que a Universidade é um espaço de livre discussão de posições e idéias, É da essência mesma da Universidade que assim seja. O que me decepciona é que muitos dos nossos são professores ali e não se manifestam nestes temas em que temos posição clara! Preferem o silêncio, a ausência, a crítica estéril, intra-muros, à boca pequena, ao invés de comparecerem e debaterem, na mais rica tradição universitária! Quando celebro os mártires ou os apóstolos, sempre me lembro e me pergunto se estaria preparado para suportar “os cárceres e flagelos” que acompanharam suas vidas. Assim, senhores e senhoras, estão todos convidados a comparecerem ao evento e assumir posição!

Padre Rodolpho.”

A resposta do pe. Rodolpho motivou os seguintes comentários do dr. Rodrigo Pedroso, advogado e também membro da UJUCASP:

“Revmo. Padre Rodolpho

Caríssimos confrades

Com todo o respeito, sinto-me obrigado a não apenas divergir do posicionamento do Revmo. Pe. Rodolpho, como também manifestar minha perplexidade.

Sem querer entrar no mérito do direito canônico, porém mesmo perante o direito positivo secular tal posicionamento é carente de sentido.

É certo que a universidade é um espaço de livre discussão de posições e ideias. Entretanto, não se pode omitir que toda liberdade humana, pelo menos em sentido moral e jurídico, é necessariamente limitada pelas características próprias da instituição em que se desenvolve. E, perante o direito positivo brasileiro, a PUC/SP é uma instituição confessional de ensino, tal como prevista no art. 20, III, da LDB.

Conforme o referido dispositivo da legislação, confessional é a instituição privada de ensino, instituída por grupos de pessoas físicas ou por uma ou mais pessoas jurídicas que atendem a orientação confessional e ideologia específica, sem fins lucrativos, que incluam na sua entidade mantenedora representantes da comunidade.

Portanto, conforme a definição legal, as instituições confessionais de ensino, no direito brasileiro, apresentam uma peculiaridade que limita em seu seio a livre discussão de posições e ideias. Uma instituição confessional de ensino, por definição e por imposição legal, não pode ser neutra, ela existe para promover uma doutrina específica, uma determinada visão de mundo. A discussão de posições e ideias numa instituição confessional de ensino não se pode dar nos mesmos termos que numa instituição laica, até porque se presume que a instituição confessional já assumiu posições sobre algumas coisas, que são, portanto, indiscutíveis e inegociáveis. Numa instituição confessional, a livre discussão de posições e ideias deve desenvolver-se dentro do quadro delimitado pela doutrina por ela adotada e promovida.

A resposta do Revmo. Pe. Rodolpho é falha não apenas por desconhecer totalmente este importante ponto do direito positivo brasileiro, como também por não corresponder aos fatos denunciados. Efetivamente, o que se anuncia na PUC/SP não é um debate pluralista e igualitário entre defensores e impugnantes da ideologia de gênero, em paridade de armas, o que já seria escandaloso numa universidade católica, por meter em pé de igualdade o falso e o verdadeiro. Pelo contrário, trata-se de um evento de pura promoção da ideologia de gênero, em que todos os seus palestrantes estão comprometidos com ela. Entre eles está a prof. Silvia Pimentel, veterana do abortismo nos meios jurídico-acadêmicos brasileiros e especialmente na PUC/SP (aliás, é mais uma vergonha para a PUC/SP que essa mulher seja docente lá) e representantes de diversas ONG’s abortistas.

E, caso algum dos nossos cometer a imprudência de seguir o conselho do Revmo. Pe. Rodolpho, comparecendo ao evento e lá assumindo posição, sabemos que seremos acusados de perturbar o simpósio, dirão que nossa manifestação não estava prevista, isso se tiverem a bondade de não nos insultar, agredir e cobrir de escarros. De fato, os defensores da doutrina supostamente promovida pela instituição oficialmente confessional estarão na plateia, no piso, no chão, enquanto os seus inimigos estarão pontificando na mesa, com apoio institucional. Pelo jeito, Revmo. Padre Rodolpho, o senhor não é bom de conselhos e o venerável Cardeal-arcebispo deveria meditar no assunto.

Voltando à legislação, a definição legal do art. 20, III, não é à toa, porque a mesma LDB autoriza, em seu art. 77, a destinação de recursos públicos às instituições confessionais de ensino.

Nesse sentido, quando uma instituição confessional de ensino perde a sua identidade, ela torna-se uma fraude e uma fraude que pode receber recursos da Fazenda Pública. Não dá para nos indignarmos com a corrupção da Lava-jato, da JBS ou de não sei mais o quê, se não tivermos a mesma indignação quando uma instituição se mascara de confessional sem o ser, mas com isso adquirindo prerrogativas na legislação brasileira, como o direito de receber fundos públicos. Aliás, de acordo com a Lei Federal n. 8.429/1992, tal comportamento poderia caracterizar ato de improbidade administrativa, com a responsabilização de todos os que, mesmo não sendo agentes públicos, induziram ou concorreram para a sua prática, ou dele se beneficiaram.

Graça e paz,

Rodrigo R. Pedroso.”

Aos comentários de Pedroso reagiu o pe. Rodolpho renunciando à diretoria eclesiástica da UJUCASP, com as seguintes palavras:

“Considerando as palavras do ilustre Dr Rodrigo Pedroso, e outras que se fizeram ouvir nestes dias, tomo a decisão de entregar meu cargo de Diretor Eclesiástico da Ujucasp ao Eminente Cardeal que me nomeou. Com certeza este sodalício necessita de um Diretor mais “ortodoxo” do que este pobre Sacerdote. Mantenho minhas atividades na PUCSP, como Secretario Executivo da Fundação mantenedora, agindo conforme meus princípios e conforme meu espírito aberto, democrático e cristão verdadeiro, que como Jesus com a Samaritana, ao invés de condenar, mostra a Água Viva da salvação a todos os corações ressecados pelo pecado. Prefiro assim fazer do que partir para o apedrejamento! Proclamo a Boa Nova e não a Lei Mosaica! A todos os irmãos e irmãs desejo Paz e Bem!”

A seguir, a Dra. Ana Paula de Albuquerque Grillo, consultora jurídica chefe da mantenedora da PUC/SP também tornou pública a renúncia a seu cargo na diretoria da UJUCASP.

Entretanto, apesar dos enfáticos termos de ambas as renúncias, no último 2 de junho a UJUCASP divulgou uma nota, atribuída a seu presidente,  informando que, tendo ouvido o cardeal moderador, sua diretoria estava mantida, com todos os membros em exercício de seus respectivos mandatos.

Esperam-se mais novidades nos próximos dias, pois não parece que a singela nota emitida pela diretoria será suficiente para superar a nova crise por que passa a UJUCASP.

* * *

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Benção de cardeal a desfile de escola de samba com imagem de Nossa Senhora Aparecida continua rendendo desligamentos na Ujucasp. 

Por Catarina Maria B. de Almeida | FratresInUnum.com

A sangria na União dos Juristas Católicos de São Paulo – Ujucasp, decorrente da benção de Dom Odilo Scherer ao desfile de carnaval em “homenagem” a Nossa Senhora Aparecida, parece não ter fim.

apagueDepois das saídas de Dr. Ricardo Dip e Dr. Edson Sampel, ontem, desligou-se da entidade o juiz de direito Dr. Daniel Serpentino.

Anteriormente, pela mesma razão, havia se desvinculado também o Dr. Marcelo Andrade, advogado, proeminente membro da Associação Cultural Montfort, em cujo site estão diversas vídeo-aulas por ele proferidas.

Saída essa ainda mais significativa, uma vez que o grupo Montfort vivia, até então, em lua-de-mel com Dom Odilo, tendo recebido gestos de boa vontade do arcebispo e contado, inclusive, com sua participação em um congresso da entidade. O rompimento de tão nobre expoente da associação poderia, de certo modo, abalar essa relação. O temor de que isso ocorresse poderia explicar a tímida manifestação da Montfort acerca do assunto, tendo o Dr. Marcelo que publicar artigo muito mais contundente em outro veículo.

Outros membros da União dos Juristas manifestaram formalmente seu descontentamento com o ato de Dom Odilo, Moderador da entidade, porém, preferiram não se desligar.

Por sua vez, o presidente da Ujucasp, o respeitado Dr. Ives Gandra da Silva Martins, saiu em defesa do Cardeal de São Paulo e tentou vetar a discussão da questão entre as fileiras da Ujucasp, o que acirrou ainda mais os ânimos.

Espera-se que outros membros ainda formalizem seu desligamento, enquanto se cogita a criação de outra associação de juristas católicos para representar os resignatários.

De saída (II).

Como prevíamos, outro jurista abandona a Ujucasp por conta da chancela de seu moderador, Dom Odilo Pedro Scherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, à “homenagem” carnavalesca a Nossa Senhora Aparecida. 

Por Catarina Maria B. de Almeida | FratresInUnum.comA União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp) perde mais um membro. Desta vez, o canonista dr. Edson Sampel se desliga da associação pelo mesmo motivo que o desembargador dr. Dip, isto é, por discordar da autorização dada pelo arcebispo de São Paulo para a malsucedida “homenagem” a Nossa Senhora Aparecida no desfile de carnaval. Eis, abaixo, trecho da carta que dr. Sampel endereçou ao presidente da Ujucasp e aos integrantes da entidade:

“São Paulo, 1.º de março de 2017.

Exmo. sr. dr. presidente da União dos Juristas Católicos de São Paulo (Ujucasp).

Irmãs e irmãos.

(…)

2) Tenho participado dos debates cibernéticos desta sociedade sempre com argumentos ad rem; jamais com argumentos ad hominem, em consideração aos consócios.

3) Manifesto-me, sem respeito humano, embasado em inconcusso direito de expressão, assim estatal (cf. artigo 5.º, IV, da constituição da república) como canônico (cf. cânon 212, § 2.ºdo C.I.C.).

4) Move-me, outrossim, a correção fraterna (cf. Mt 18,15).

5) Consumatum est! Perpetrou-se a profanação da imagem de nossa Senhora Aparecida. Com efeito, ensina santo Tomás de Aquino que “toda irreverência às coisas sagradas será injúria feita a Deus e terá razão de sacrilégio” (II-II, q. 99, a. 1.º).

6) Eis a tradução do cânon 1171 do C.I.C.: “as coisas sagradas, destinadas ao culto divino, sejam tratadas com reverência e não se empreguem para uso profano ou não próprio a elas, mesmo que pertençam a particulares.”

7) A Igreja não deve ser politicamente correta! Leia-se, a propósito, a lucipotente ensinança do papa emérito: “Ela [a Igreja católica] ainda tem poder de provocação, que é aguilhão e sinal de contradição, ou, como diz são Paulo, skandalon (…) Isso mostra que ela significa alguma coisa e que não se pode simplesmente passar por cima dela, passando à ordem do dia” (O Sal da Terra, p. 101).

8) Entre outras vicissitudes, causaram bastante desconforto certas incongruências na PUC-SP, coirmã da Ujucasp, denunciadas pelo confrade dr. Dávio Júnior e pelo confrade resignatário dr. Dip, bem como o silêncio da colenda cúria metropolitana aquando da “passeata gay” no território da Arquidiocese de São Paulo, no exato instante em que os confrades redigíamos um livro contra a ideologia de gênero.

9) O beneplácito à escola de samba constitui apenas a gota d’água.

10) Posto isto, por discordar veementemente da autorização politicamente correta concedida pelo ínclito moderador da Ujucasp e arcebispo de São Paulo (purpurado digno de toda deferência e devoção), permitindo-se, assim, a equivocada “homenagem” momesca à nossa Senhora Aparecida, hic et nunc, nos termos do artigo 7.º, I, do estatuto,desligo-me desta sociedade .

P.s.: um sotaina, conhecido de longos anos, perguntou-me: o que você acha? Se Bergoglio fosse o ordinário da Arquidiocese de São Paulo, daria ele a autorização à escola de samba? Respondi: acho que não/ a escola de samba ficou em 7.º lugar e nem sequer conseguiu veicular o mínimo de “evangelização”, isto é, não logrou “informar” aos foliões que nossa Senhora Aparecida é Maria, a mãe de Jesus (bela assessoria!)/ as baianas travestidas de nossa Senhora Aparecida não fazem alusão ao candomblé (sincretismo)? Não são as baianas que todo ano lavam a escadaria da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim, na Bahia?/ informou há pouco dr. Dávio Jr. que Jesus não foi mencionado no desfile (não deveriam cantar no samba-enredo que a homenageada nasceu há dois mil anos, se chama Maria etc; qualquer homenagem sempre faz isso)/ o brilhante advogado e confrade dr. Rodrigo Pedroso acaba de expor mais uma incoerência da PUC-SP, coirmã da Ujucasp, qual seja, a nomeação de Haddad, ex-prefeito de São Paulo, de linha comunista, para integrar órgão importante da universidade.”

Pé-frio. A derrota carnavalesca de Dom Odilo.

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Há semanas o laicato católico está em polvorosa: Nossa Senhora Aparecida foi usada no carnaval 2017, e com total apoio de Dom Odilo e da CNBB. O Cardeal de São Paulo chegou a escrever um artigo para defender a alegada homenagem, contando com o apoio entusiasta de decadentes “celebridades” da música católica, como os diminutivos Padres Zezinho e Joãozinho, além de rebolados de padres cantores e assanhados comerciais na TV Aparecida. E a massa aplaude: Dom Odilo é do balacobaco!

Contudo, nada detém o azar de Dom Odilo. É inacreditável! Tudo que este senhor toca seca imediatamente! Ele se consagrou como uma espécie de Mick Jagger brasileiro.

Os fatos não negam! Ele tem um histórico nada invejável. Confiram:

Tentou conseguir a presidência da CNBB. PERDEU!

Tentou ganhar o Conclave de 2013, e tinha até escolhido seu nome de papa, segundo a sua própria família. PERDEU!

Estava no Conselho de Finanças do Vaticano. Foi demitidoPERDEU!

Capitaneou a reforma política da CNBB na Arquidiocese de São Paulo. Ficou bravo com fiéis que protestaram contra ela na Assembléia da CNBB em AparecidaPERDEU!

Foi aventurar-se no samba e nem o Carnaval consegue ganhar! A Unidos da Vila Maria amargou um pífio 7º lugar na classificação geral das escolas da samba. Tivesse vencido, seria um alvoroço só nas redes sociais e nos sites chapa-branca. Como perdeu, silêncio…

Fizeram os católicos passar um papelão em dois níveis: profanando a Sagrada Imagem de Nossa Senhora; e fazendo-o de graça, para perderem de lavada!

De fato, se Dom Odilo ganha em algo, é no quesito de maior pé-frio do Brasil!

E, como segundo alguns pseudo-téologos diminutos, é preferível “errar com a Igreja”, bem…, se for com Dom Odilo, será necessário também perder com ela!

Agora, já sabem. Se Dom Odilo passar em seu lado da calçada, se benza! Ele chegou no Titanic com um século de atraso.

De saída.

Por Catarina Maria B. de Almeida | FratresInUnum.com – Dr. Ricardo Dip, desembargador presidente da seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, formalizou seu pedido de desligamento da UJUCASP – União dos Juristas Católicos de São Paulo, associação presidida pelo dr. Ives Gandra da Silva Martins que reúne advogados, magistrados e operadores do direito em geral.

Razão: a promoção, pela Arquidiocese de São Paulo e seu arcebispo, Dom Odilo Pedro Scherer, do desfile de carnaval com a imagem de Nossa Senhora Aparecida. O cardeal arcebispo ocupa a posição de poder moderador na União dos Juristas.

Outros membros da UJUCASP manifestaram perplexidade com a “homenagem” carnavalesca à Santíssima Mãe de Deus, dentre eles, o dr.  Edson Luiz Sampel, que escreveu a respeito neste mesmíssimo fórum.

Espera-se, com isso, que a UJUCASP sofra outras baixas, quiçá não tão impactantes como a de Dip — tanto pelo elevado posto que ocupa, como por sua privilegiada inteligência — mas, ainda assim, significativas para a entidade, vez ou outra confrontada com uma alegada subserviência à Arquidiocese de São Paulo.

Arquidiocese de São Paulo eleva o tom contra “Pastor” — com aspas — da Universal.

Folha de São Paulo – A três semanas da eleição, a Igreja Católica fez ontem um duro ataque à campanha de Celso Russomanno e à Igreja Universal do Reino de Deus insinuando que eventual vitória do candidato do PRB representa uma ameaça à democracia.

Russomanno lidera as pesquisas de intenção de voto para prefeito de São Paulo e tem o apoio da Universal, que é ligada ao PRB.

Em nota, a Arquidiocese de São Paulo ressalta o vínculo do candidato com a igreja neopentecostal, que acusa de incitar a intolerância religiosa, e expõe preocupação com sua possível eleição.

“Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem pelo voto? É para pensar”, diz a nota assinada pela arquidiocese, que é comandada pelo cardeal dom Odilo Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo.

A nota acusa o bispo da Universal Marcos Pereira, que é presidente do PRB e chefia a campanha de Russomanno, de disseminar posições “ridículas, confusas e desrespeitosas” sobre os católicos.

Ela é uma resposta a texto que Pereira publicou em maio de 2011 em seu blog e que voltou a circular recentemente nas redes sociais.

No artigo, o presidente do PRB vincula a Igreja Católica à proposta de distribuição do chamado “kit gay”.

Idealizado na gestão de Fernando Haddad (PT) –hoje também candidato a prefeito de São Paulo– no Ministério da Educação, o tema despertou reações negativas de evangélicos, o que levou a a presidente Dilma Rousseff a determinar sua suspensão.

O “kit gay” tinha o objetivo de combater a homofobia nas salas de aula com vídeos e material didático [ndr: a leniência com que a Folha de São Paulo se refere ao famigerado “kit gay” apenas indica a ideologia do jornal. Para conhecer a realidade da iniciativa petista, clique aqui]

O texto de Pereira tem sido vinculado, nas redes sociais, à campanha de Russomanno. A arquidiocese disse que só agora conheceu o seu teor.

“Estamos vivendo a política da catequização da Igreja de Roma. (…) Dias de absurdos e depravações. Dias em que filhos e netos chegam à escola e recebem ‘kits’ distribuídos pelos próprios professores lhes ensinando como serem gays ou como optarem por serem gays”, diz Pereira no artigo. de 2011

“Precisamos salvar o Brasil e torná-lo um país verdadeiramente laico, completamente livre da influência da religião”, conclui o bispo.

A arquidiocese classificou o texto de Pereira como “destempero”. “Atribuir o malfadado ‘kit gay’ e os males da educação no Brasil à Igreja Católica não faz sentido e cheira a intolerância.”

PERFIL FALSO

Procurado, Pereira disse que o texto foi escrito em “outro contexto” e que, hoje, é letra morta. “Esse texto não diz nada sobre o momento atual, e a mim não interessa ressuscitá-lo”, afirmou.

“Criaram um perfil falso e começaram a divulgar no Twitter. A quem interessa trazer isso de volta agora?”, questionou. A assessoria de Russomanno disse que ele não comentaria.

Esse não é o primeiro embate entre a Igreja Católica e a Universal. O episódio mais rumoroso ocorreu em 1995.

No feriado de Nossa Senhora Aparecida, o bispo Sérgio Von Helde, da igreja evangélica, chutou uma imagem da santa em um programa da Universal transmitido ao vivo pela TV Record.

A emissora pertence ao bispo Edir Macedo, líder da denominação –que também já atacou a Igreja Católica em diversas ocasiões.

Leia na íntegra: Nota de repúdio da Arquidiocese de São Paulo