Francisco no Iraque, distanciamento zero: “Aquele que me faz decidir assim, que se ocupe das pessoas”. O paganismo da “fraternidade universal” a todo vapor.

FratresInUnum.com, 9 de março de 2021 – “A viagem do pontificado”, assim a qualificou a um jornalista durante a entrevista do voo papal de regresso a Roma. E, de fato, foi. Depois de tantos meses de pandemia, Francisco contrariou todas as normas de distanciamento recomendadas e até impostas, como se o vírus tivesse dado uma trégua aos cidadãos iraquianos.

Papa conclui visita ao Iraque com missa para milhares de fiéis | Mundo | G1

Trinta mil pessoas lotaram a missa de encerramento da visita do Papa Francisco ao Iraque.

As fotos das multidões aglomeradas em torno das ruas para ver o Papa chamaram muito a atenção, até o ponto em que um jornalista perguntou se ele não estaria preocupado pelo fato de algumas pessoas poderem adoecer e até morrer em decorrência de um contágio ocorrido naqueles dias. A resposta de Francisco foi uma evasiva daquelas:

“Como eu disse anteriormente, com o tempo as viagens ‘ficam cozinhando’ na minha consciência, e esta é uma das coisas que me fortalecia. Pensei muito, rezei muito sobre isso e finalmente tomei a decisão que realmente veio de dentro. E eu disse que Aquele que me faz decidir assim, que se ocupe das pessoas. Mas depois da oração e da consciência dos riscos. Depois de tudo isso”.

Agora, a gente se pergunta:

O que vão dizer esses bispos que estão trancando Igrejas e negando sacramentos ao povo com a desculpa das restrições governamentais impostas por ditadores que não sofrem a mínima oposição? Bispos há que não saem de casa, que estão totalmente confinados, cujo único conselho espiritual ao povo é: “fique em casa”.

O que fazer, agora, quando o próprio Papa relativizou o fanatismo sanitarista quando o assunto foi causar um impacto midiático como o primeiro pontífice a visitar o Iraque?

Mas, se fosse uma visita apostólica a mais, tudo bem. Houve, em todo o episódio iraquiano destes dias, algumas ocorrências problemáticas que quase ninguém percebeu…

Paulo VI foi o primeiro papa a visitar Jerusalém depois de São Pedro. E não apenas isso, há diversos testemunhos e fotos de que ele usava com bastante frequência o ephod, aquele artefato que os sacerdotes judeus usavam sobre os paramentos enquanto serviam o templo, aquele que foi utilizado por Caifás quando condenou Nosso Senhor à morte. Paulo VI, sob certo aspecto, reconduziu à Igreja a uma espécie de regressão judaica.

Agora, Francisco conseguiu ir mais longe: regrediu a Ur dos Caldeus, terra de onde Abrão saiu, abandonando a idolatria para servir apenas ao Deus vivo e verdadeiro. O gesto de Bergoglio é simbolicamente uma regressão ao paganismo, aquele paganismo que desde há tempos inspira o seu ecologismo teológico e a sua visão deísta e filantropista da fraternidade humana.

Na oração que dirigiu no encontro inter-religioso, Francisco simplesmente não mencionou o nome de Jesus, aquele do qual disse São Paulo “que todo joelho se dobre no céu, na terra e nos infernos”. Se o Islã nega que Allah tenha filhos, nega o Deus da Divina Revelação, e recai naquela censura do Apóstolo: “É o anticristo esse mesmo que nega o Pai e o Filho” (1 João 2,22), como Francisco, o apóstolo da fraternidade universal, poderia ferir  sua suscetibilidade?

Falando de sua visita ao Aiatolá Al Sistani, líder máximo dos muçulmanos xiitas, Francisco disse: “Senti o dever de fazer esta peregrinação de fé e de penitência, e de ir encontrar um grande, um homem sábio, um homem de Deus: só escutando-o é que se pode perceber isto”. E, mais adiante, continuou dizendo que ele é “um homem humilde e sábio, este encontro me fez bem à alma. Ele é uma luz, e estes sábios estão em toda parte porque a sabedoria de Deus foi espalhada pelo mundo inteiro. A mesma coisa acontece com os santos que não são apenas os que estão nos altares”.

Prosseguindo, Francisco confessa que tudo isso faz parte de um plano: “O documento de Abu Dhabi de 4 de fevereiro foi preparado com o Grão Imame em segredo, durante seis meses, orando, refletindo e corrigindo o texto. Foi – é um pouco presunçoso dizê-lo, o tomem como uma presunção – um primeiro passo do que você me pergunta. Podemos dizer que este (a visita a Al Sustami) seria o segundo e que haverá outros. O caminho da fraternidade é importante”.

Francisco é muito consciente dos passos que dá: “Você sabe que há algumas críticas: que o Papa não é corajoso, é um inconsciente que está dando passos contra a doutrina católica, que está a um passo da heresia, há riscos. Mas estas decisões são sempre tomadas em oração, em diálogo, pedindo conselho, em reflexão”.

Certamente, Francisco se referiu às admoestações feitas especialmente por Dom Athanasius Schneider, que ousou interpelá-lo pessoalmente e, diante do qual, o Papa também foi evasivo.

Portanto, fica muito evidente que Francisco está levando a Igreja para bem longe do anúncio explícito de que o único Senhor e Salvador do mundo é Nosso Senhor Jesus Cristo, o filho da Virgem Maria, o Cabeça do seu Corpo Místico, que é a Igreja. Estamos em mar aberto, rumo à completa apostasia, enquanto o mundo inteiro está preocupado com uma pandemia que pode fazer greve quando o assunto é aviltar a doutrina católica e pisar no Sangue Preciosíssimo de Nosso Senhor.

Exsurge, Domine!

Uma carta de um missionário ao Papa Francisco.

Missionário no Tibet ao Papa. Proselitismo? Enviaste-me aqui para converter pagãos, hereges e cismáticos. 

Por Marco Tosatti, 31 de outubro de 2016 | Tradução: FratresInUnum.com: O site Adelante la Fe publicou uma carta que um missionário no Oriente teria enviado ao Papa, da sua missão no Himalaia, em 5 de Outubro de 2016. É uma carta muito longa, que aconselhamos a todos que leiam o original em espanhol, mas, que achamos por bem reportar alguns trechos porque tocam em temas quentes, mesmo hoje, o dia da visita à Suécia: conversão, missão e “proselitismo”, temas que parecem cativar neste momento, a atenção do Pontífice reinante.

“Estando em uma missão, pela graça de Deus, na cordilheira do Himalaia e a ponto de comemorar os quatro anos da minha ordenação sacerdotal, decidi escrever-lhe esta carta, tornando-a pública porque o seu conteúdo é da mesma natureza”, escreve o padre Federico Juan, S.E.

Tendo sido enviado há algum tempo como um missionário para o Extremo Oriente,  escreve o religioso (“uma enorme graça celestial para mim com a minha alma pecadora”), no entanto, “meu espírito sofre uma extrema desolação ao ler as repetidas investidas de Sua Santidade contra aquilo que de um modo pejorativo e sem distinção chama de proselitismo. E, particularmente, a dor que me causou ter lido que o Vigário de Cristo, sem esclarecer o sentido, disse que o ‘proselitismo é um absurdo solene e que não faz sentido’. Poderíamos até dizer que esta frase é o resultado de uma transcrição infiel por parte de um jornalista ateu, mas a sua publicação na página oficial da Santa Sé torna essa defesa improvável”.

Continua, assim, a carta do missionário. “E cresceu ainda mais a minha angústia quando Sua Santidade perguntou retoricamente: ‘Eu vou convencer alguém para que se torne Católico?’, e em seguida vem a resposta: ‘Não, não, não’. (Mensagem de vídeo para a Festa de São Caetano). Essa tripla negação do papa atual trouxe-me à mente aquela do primeiro”.

Padre Fernando recorda que a Santa Madre Igreja, por meio dos superiores religiosos, e “também por meio de Sua Santidade – que, pessoalmente, ordenou-me para ser um missionário no Extremo Oriente”, enviou-o para terras distantes para evangelizá-los.

“Eu não recebi nenhum mandato como assistente social, como socorrista em emergências, alfabetizador, distribuidor de polenta ou dialogante em série; mas fui enviado pelo Pai celeste e pela Santa Igreja como o arauto da Santa Fé Católica, para tentar ganhar para Cristo o maior número de almas, pregando oportuna e inoportunamente”.

O missionário disse que está feliz de “empenhar-se até a morte para ganhar para a Igreja Católica tantas almas quanto seja possível”,  certo de que assim alcançarão o Paraíso e convencido de que este trabalho de “difundir a Igreja de Deus em terras pagãs, terras de heresia e de idolatria é uma obra sagrada de misericórdia”, superiora a todos bens corporais ou benefícios temporais. O exemplo que o inspira é São Francisco Xavier, Jesuíta assim como o Pontífice.

“Em espanhol, podemos bem dizer que é Deus encarnado que, em pessoa, nos mandou ‘proselitar’ a todas as nações … e se alguém simplesmente pensa que o proselitismo é um absurdo, solenemente responderemos que a sabedoria de Deus é loucura para o mundo”.

O missionário se sente impulsionado a “manifestar o profundo mal-estar que invade a alma ao constatar as repetidas condenações daquelas obras que Sua Santidade define com o termo socialmente pejorativo de proselitismo”. O termo em espanhol é extremamente ambíguo e pode ser usado para definir manobras covardes e ao mesmo tempo o sacrifício apostólico dos missionários “que se consomem e morrem para converter pagãos, hereges e cismáticos à única e verdadeira Igreja”. O religioso recorda alguns textos famosos das missões, em que o termo é usado em um sentido positivo. Mas sofre quando vê que o Pontífice “omite em citar ” o sentido bom do termo: “esta omissão é muito dolorosa para o meu espírito, porque se não é esclarecido o outro valor, é quase obrigatório interpretar essas condenações papais como uma repreensão fulminante contra o trabalho de cada missionário, inclusive o subscrito, que ousou fazer aquilo pelo qual foi enviado pela própria Igreja, ou seja, a conversão dos infiéis”.

“Beijando os seus digníssimos pés”,  padre Federico pede ao Pontífice uma bênção, e que esta carta o impulsione a “esclarecer o significado das suas declarações, e, portanto, reivindicar a importância e a urgência de trabalhar incansavelmente para a conversão à fé Católica de todos os pagãos, hereges e cismáticos “.

Misericordiosamente proscrito.

Indicamos ao Dalai Lama que participe, junto com outros marginalizados, do próximo Grito dos Excluídos. Que a CNBB realize, no próximo “Grito”, um ato de reparação pela falta de misericórdia para com essas periferias existenciais. 

Dalai Lama não é convidado para Assis: “Uma pena, eu teria ido de bom grado”

IHU – O espírito de Assis é sempre inclusivo, mas, desta vez, excluiu o Tibete. A 30 anos exatos da intuição profética de Wojtyla, que reuniu por primeiro na cidadezinha daÚmbria os maiores líderes religiosos do mundo, incluindo o Dalai Lama, foi celebrada, na manhã dessa terça-feira, uma iniciativa semelhante pela paz. Desta vez, porém, o homem que encarna o líder espiritual do budismo tibetano não esteve lá.

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada no jornal Il Messaggero, 20-09-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Ele não foi convidado. O Dalai Lama, nestes dias envolvido em um ciclo de conferências entre Paris e Estrasburgo, anunciou que “teria ido de bom grado”, mas que ninguém, nem da Comunidade de Santo Egídio, promotora da iniciativa, nem doVaticano, fez qualquer convite. Desatenção? O monge budista Tseten Chhoekyapa, estreito colaborador do Dalai Lama para a Europa, desfez a questão com poucas palavras e muita amargura. “As razões? Peçam as explicações ao Vaticano ou à Santo Egídio.”

Sim, porque a presença do Dalai Lama teria sido bastante complicada, enquanto a diplomacia do papa está envolvida em uma negociação muito delicada com o governo dePequim para a normalização das relações com a Igreja Católica clandestina.

O processo

Um dossiê emaranhado aberto desde que Mao tomou o poder e rompeu as relações com a Santa Sé, provocando, progressivamente, um enrijecimento das posições, até verdadeiras perseguições contra os católicos. Com o tempo, a situação melhorou, e agora, com o Papa Francisco, entreveem-se frestas concretas de distensão e de diálogo com o governo chinês.

O convite ao Dalai Lama provavelmente teria explodido o banco das negociações. Arealpolitik só podia prevalecer, e assim, na tarde dessa terça-feira, em Assis, o papa, diante do túmulo de São Francisco, assinou uma declaração de paz com islâmicos, xintoístas, ortodoxos, anglicanos, budistas (japoneses), mas não com os tibetanos.

Não importa se as relações da Anistia Internacional não deixam dúvidas sobre o assédio que sofre esse povo por parte da ocupação chinesa em diante. Números de dar calafrios. Desde 2009, 200 monges puseram fogo em si mesmos em protesto. A Anistia Internacional fala de “genocídio tibetano”, também por causa do um milhão de pessoas desaparecidas em décadas de ocupação.

O Dalai Lama, nestes dias, lançou um apelo às instituições europeias, implorando uma maior proteção (provocando imediatamente a reação de Pequim, que ameaçou retaliações à União Europeia) e pedindo apoio para um Tibete com um alto grau de autonomia dentro da China.

Mas, em Assis, a Comunidade de Santo Egídio convidou apenas o venerávelMorikawa Koei, líder dos budistas japoneses, recentemente recebido também em audiência pelo Papa Francisco.

No entanto, “eu sempre acolhi de bom grado os convites do papa, começando em 1973”, comentou o Dalai Lama. Paulo VI foi o primeiro a recebê-lo no Vaticano. Em 2014, em Roma, foi organizado um encontro de todos os prêmios Nobel da Paz, mas, também naquela ocasião, não chegou nenhum convite ao Dalai Lama.

O Papa Francisco, no entanto, algum tempo depois, disse que o admirava muito, mas que não era habitual para o protocolo receber os chefes de Estado ou os líderes daquele nível quando participam de uma reunião internacional em Roma.

“De qualquer forma – acrescentou Francisco, respondendo aos jornalistas – não é verdade que eu não recebi o Dalai Lama porque tenho medo da China. Nós estamos abertos e queremos a paz com todos. O governo chinês é educado, nós somos educados. Fazemos as coisas passo a passo. Eles sabem que estou disposto a recebê-los ou a ir lá, na China. Eles sabem disso.”

Pequim vale uma missa, sim.

“Depois de Palmira, querem o Louvre”.

Fala Boulad, o jesuíta que soa o alarme ao Ocidente moribundo. O abandono dos cristãos testemunha a crise moral e espiritual do Ocidente.

Padre Henri Boulad, sj. Padre Henri Boulad, sj.De Giulio Meotti, 25 de setembro de 2015, Il Foglio | Tradução: FratresInUnum.com –  Roma. A cada cinco minutos, um cristão no mundo é morto por causa de sua fé. É o que revela um relatório da ONG Christian Freedom International: são duzentos milhões, os cristãos perseguidos. “A Europa tem sangue em suas próprias mãos pelo que ocorre com os cristãos no Oriente Médio”, disse ao jornal Foglio Henri Boulad, padre e teólogo egípcio, ex-reitor do Colégio dos Jesuítas do Cairo, autor de trinta livros traduzidos em todo o mundo. “E o abandono dos cristãos testemunha a crise moral e espiritual que levou o Ocidente a vender seus princípios e valores”.

O epicentro da perseguição aos cristãos hoje são Iraque e Síria, onde, segundo a ONG Christian Freedom International, o Estado Islâmico está transformando as igrejas em centros de tortura. Há mais cristãos martirizados nos séculos XX e XXI do que nos dezenove séculos precedentes.

O avô de Henri Boulad escapou de um massacre em Damasco no ano de 1860, onde dezenas de milhares de cristãos foram massacrados em uma semana. Nascido em Alexandria em 1931, de origem sírio-italiana, padre Boulad concluiu seus estudos de teologia no Líbano, de filosofia na França, de psicologia nos Estados Unidos. Superior dos jesuítas em Alexandria e vice-presidente da Caritas Internacional, Boulad é também conhecido como “o profeta do otimismo”. “A Europa e o Ocidente que se calam sobre as perseguições aos cristãos são cristófobos”, disse ainda Boulad ao Foglio. O Departamento de Estado americano é relutante em emitir vistos aos cristãos enquanto minoria sob ataque. Faith McDonnel, do Institute on Religion & Democracy, denuncia que a postura da diplomacia americana é motivada no fato de não se querer reconhecer a perseguição operada contra os cristãos enquanto tal. Na Inglaterra ocorre o mesmo, tanto que Lord Carey, ex-arcebispo de Canterbury, subscreveu um apelo ao governo Cameron pedindo que “acolhesse os refugiados cristãos e lhes concedesse prioridade como requerentes de asilo”, recordando que “os cristãos iraquianos e sírios têm sido massacrados, torturados e reduzidos à escravidão”. Na França se pôde ouvir o especialista na Síria da Universidade de Tours, Frédéric Pichon, que denunciou no último 11 de setembro na Rádio Courtoisie: “Existem ordens precisas da parte do governo para ignorar o problema dos cristãos do oriente”:

Palmira, cidade histórica semita no centro da Síria, foi tomada e destruída pelo Estado Islâmico.
Palmira, cidade histórica semita no centro da Síria, alvo do Estado Islâmico.

“É a traição da própria Europa”, nos diz Boulad. “Vinte anos atrás, eu escrevi um artigo intitulado ‘Europa, cuidado para não perder tua alma!’. Hoje, [tal perda] é quase completa. O Ocidente perdeu aquilo que lhe permitiu ser o veículo de cultura, civilidade, humanismo, valores espirituais. Aquilo que fez do Ocidente o farol do mundo, que produziu o Renascimento e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, Michelangelo, Pascal e Beethoven, está lentamente morrendo diante dos nossos olhos”.

Como explicar a cegueira europeia sobre o islã? “A Europa não faz ideia de que coisa seja o islã e mesmo a Igreja Católica está totalmente inconsciente. Os muçulmanos moderados são uma legião, mas o islã moderado não existe. É um desejo piedoso, uma utopia sob a forma de wishful thinking. Trata-se de uma projeção daquilo que queríamos que fosse o islã e que poderia ter sido se todas as tentativas de reforma não tivessem sido sistematicamente bloqueadas desde o século IX. Tenho um relacionamento de amizade com os muçulmanos. Nas nossas escolas católicas, temos cinquenta por cento de alunos muçulmanos. Nas nossas clínicas, a maior parte dos pacientes é muçulmana. É o islã que é problemático. A grande maioria dos muçulmanos rejeita o islã radical, mas no fim são os extremistas que têm a última palavra e o seu argumento decisivo não é o diálogo, é a lâmina ou a pistola. O islã está destruindo Palmira, mas deseja também o Louvre. Toda a nossa civilização está a ser posta em jogo com a islamização da Europa”.

Henri Boulad, na sua crítica, inclui também a Igreja Católica. “O Papa Francisco em uma mensagem depois do massacre dos cristãos disse que a verdadeira interpretação do islã não prevê a violência, quando ao invés disso é o próprio Corão que prescreve a violência contra os infiéis. Há um complô de politicamente correto atualmente no Ocidente. Esconde-se a verdade, sobretudo através dos meios de comunicação que filtram as informações. A Europa corre o risco de se tornar uma civilização islâmica. O risco é enorme. O Ocidente é estúpido e vende a própria alma ao diabo. Mas é um bumerangue. E penso que já seja muito tarde. O verme está no fruto. Um dia, este magnífico edifício da Civilização Ocidental tombará sozinho”.

Cardeal de Viena em defesa do Centro Rei Abdullah.

Por HPD Durchsuchen | Tradução: Fratres in Unum.com: O Arcebispo de Viena, Christoph Schönborn, luta em defesa da preservação do Centro Rei Abdullah, que é financiado pela Arábia Saudita e até hoje ainda não está claro que atividades realiza.

O Deutsch-Türkischen Nachrichten descreve essa atitude como uma “aliança estranha”.

“O governo austríaco quer fechar o Centro Rei Abdullah, em Viena, o mais rápido possível. O centro foi fundado por um tratado entre a Arábia Saudita, Espanha e Áustria para supostamente promover o diálogo inter-religioso e intercultural”. No entanto, a Arábia Saudita é conhecida sobretudo por fomentar o wahhabismo [corrente islâmica extremista] com grande aporte de dinheiro internacional.

“Os sauditas rejeitam não só a prática de outras religiões, mas lutam também contra as correntes do Islã que não atendem à versão nacional.” O governo austríaco não quer mais apoiar essa missão e deseja fechar o centro.

Todavia, tanto o Presidente Heinz Fischer quanto o Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schönborn, criticam as ações do governo. “As pontes de diálogo” não devem ser fechadas prematuramente. Mesmo se a Áustria rescindir o acordo, a agência em Viena continuará existindo, informou a imprensa. A Kath Press citou o cardeal: “Justamente agora são necessárias pontes entre as culturas e locais de diálogo, especialmente lá, onde desenvolvimentos são especialmente necessários e as relações são problemáticas.”

Nisso os líderes das religiões estão de acordo: mesmo quando se trata de disputas entre eles, juntos são contra qualquer limitação do exercício de seu poder.

Absolutamente inédito! Um relvado triangular, momentos de oração, músicas, apertos de mão, uma oliveira plantada…

Rádio Vaticano – Foi apresentado na manhã desta sexta-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé o encontro de oração pela paz do próximo domingo, que reunirá o Papa Francisco, o presidente palestiniano Mahmoud Abbas e o presidente israelita Shimon Perez. O objetivo do briefing foi apresentar detalhadamente este acontecimento absolutamente inédito. Presentes o P. Federico Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé e o P. Pierbatista Pizzaballa, Custódio da Terra Santa.

O evento será no final da tarde de domingo nos Jardins Vaticanos. Os presidentes serão recebidos na Casa Santa Marta pelo Santo Padre onde também estará presente o Patriarca Ecuménico Bartolomeu I. Presente também o Custódio da Terra Santa Padre Pierbattista Pizzaballa que, neste encontro com os jornalistas, afirmou não se tratar de um encontro inter-religioso mas de um encontro de invocação a Deus pelo dom da paz:

“É um momento de invocação, de oração mas sobretudo de invocação a Deus pelo dom da paz. É uma pausa no que diz respeito à política: o Santo Padre não quer entrar em questões políticas do conflito israelo-palestiniano, convidando também os políticos a fazerem também eles uma pausa para olhar para o alto e depois do alto também olhar a realidade da Terra Santa.”

“Não é um encontro de oração inter-religiosa. É um encontro de invocação da paz dos povos palestinianos e israelitas que são compostos por hebreus, cristãos, muçulmanos.”…

O local do encontro será um relvado triangular entre a Casina Pio IV e os Museus Vaticanos orientado para a Cúpula de São Pedro. O Papa Francisco, o Patriarca Bartolomeu e os dois Presidentes ficarão no vértice deste triângulo, enquanto num dos lados estarão dispostas as delegações, os cantores e os músicos. A imprensa ficará no lado oposto, no lado aberto para os Museus.

Inicialmente haverá uma abertura musical e um breve comentário, em inglês, que explicará o desenvolvimento do evento, seguido por três momentos que se desenvolverão na ordem cronológica das três religiões, isto é, o primeiro é o momento do judaísmo, depois o do cristianismo e de seguida o do Islão. O momento judaico terá textos em hebraico; o momento cristão textos em inglês, italiano e árabe e o momento muçulmano textos em árabe.

Este evento observará o seguinte esquema: um momento de agradecimento e louvor a Deus pela Criação; um momento de pedido de perdão, seguido por um momento de invocação pela paz. Estes momentos serão intercalados por interlúdios musicais.

Após estes três momentos – que são a parte substancial da invocação pela paz -, haverá uma breve leitura em inglês que introduz o último momento que serão os discursos do Papa Francisco, do Presidente Perez e do Presidente Abbas. Depois haverá um gesto de paz – provavelmente um aperto de mão – e será plantada uma oliveira.

No briefing desta sexta-feira com os jornalistas o P. Lombardi recordou as palavras do Papa Francisco pronunciadas na Terra Santa aquando do convite aos presidentes palestiniano e israelita:

“Todos desejamos a paz. Tantas pessoas constroem-na cada dia com pequenos gestos. Muitos sofrem e suportam pacientemente o esforço de tantas tentativas para construí-la e todos – especialmente aqueles que são postos ao serviço dos seus próprios povos – temos o dever de fazermo-nos instrumentos e construtores de paz, antes de mais na oração. Construir a paz é difícil, mas viver sem paz é um tormento. Todos os homens e mulheres desta terra e do mundo pedem-nos de levar perante Deus a sua ardente aspiração à paz.” (RS)

É possível dialogar?

Menina muçulmana de 8 anos morre de abusos na noite de  núpcias  

Por A Blog for Dallas Area Catholics | Tradução: Fratres in Unum.com – Resumindo, ela foi estuprada até a morte. Esta é uma prática amplamente disseminada em muitos dos países muçulmanos mais atrasados, e em certas partes da Índia. Não sei como as estimativas abaixo são geradas, provavelmente, há algum protecionismo nessas cifras, mas casamento infantil é real e garotinhas sofrem horrivelmente com isso:

Al Nahar, Líbano, informou que uma noiva de oito anos de idade morreu no Iêmen em sua noite de núpcias após ter sofrido lesões internas devido a trauma sexual. As organizações de direitos humanos estão pedindo a prisão do marido, que era cinco vezes mais velho que ela.

A morte ocorreu na área tribal de Hardh, no noroeste do Iêmen, que faz fronteira com a Arábia Saudita. Isso traz ainda mais atenção à questão já existente dos casamentos infantis forçados na região do Oriente Médio.

“De acordo com o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), entre 2011 e 2020, mais de 140 milhões de meninas se tornarão noivas infantes. Além disso, dos 140 milhões de meninas que se casarão antes dos 18 anos de idade, 50 milhões terão menos de 15 anos.”

Estima-se que mais de um terço das jovens imenitas se casam antes dos 15 anos. Não apenas elas perdem acesso à saúde e à educação, essas noivas infantes estão comumente sujeitas à violência física, emocional e sexual em seus casamentos forçados.

Quando muçulmanos cobiçam e depois casam com noivas infantes, eles estão apenas emulando o seu profeta “magnífico”. Maomé casou-se com uma menina de 9 anos de idade. Esse é o motivo pelo qual é tão difícil abolir essa prática. Uma lei que visava tornar ilegal esse tipo de casamento foi aprovada no Iêmen há alguns anos, porém, mais tarde islamistas radicais voltaram ao poder e a revogaram. Muito provavelmente há milhões de garotinhas que atualmente sofrem sob essas circunstâncias em países muçulmanos. Li a história de uma menina afegã de 11 anos que sangrou por muitos meses após dar à luz a uma criança em sua idade incrivelmente tenra. Evidentemente, ela não recebeu essencialmente qualquer assistência médica, e teve que continuar sendo escravizada por seu marido/dono em sua cabana. Depois, há a epidemia de estupro de meninos por homens Pashtun, no Afeganistão e Paquistão – que o nosso governo doente não permite que nossas tropas façam qualquer coisa a respeito disso, mesmo quando eles flagram esses depravados em ação.

São coisas como estas que reforçam minha visão muito sombria de “ecumenismo” e “inculturação,” em oposição de evangelização e a apresentação da realização mais elevada da Civilização Ocidental, o Santo Sacrifício da Missa, na forma pura, não inculturada. Ou será que nós, católicos, não acreditamos mais que a conversão é infinitamente superior ao diálogo interminável e infrutífero?

Carta aberta ao Papa Francisco sobre sua Mensagem aos muçulmanos por ocasião do encerramento do Ramadã.

Por Padre Guy Pagès

Santíssimo Padre,

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo que Vos confiou a missão de conduzir a Igreja!

Permiti-me, em nome de numerosas pessoas chocadas pela vossa carta aos muçulmanos por ocasião do Id al-Fitr [1] e em virtude do cânon 212 § 3 [2], comunicar-vos as reflexões desta Carta aberta.

Saudando com “um grande prazer” os muçulmanos por ocasião do ramadã, o qual é considerado um tempo consagrado “ao jejum, à oração e à esmola”, Vós pareceis ignorar que o jejum do ramadã é tal, que “a cesta [de compras no supermercado] média de uma família que faz o ramadã aumenta 30%” [3], que a esmola muçulmana se destina somente aos muçulmanos necessitados, e que a prece muçulmana consiste principalmente em rejeitar cinco vezes por dia a Fé na Trindade e em Jesus Cristo, a pedir o favor de não seguir o caminho dos transviados que são os cristãos… Ademais, durante o ramadã, a delinquência aumenta de modo vertiginoso [4]. Há realmente nessas práticas algum motivo de elogio possível?

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JMJ 2013 – Ele, o padroeiro dos bons garotos, voltou.

0207 21072013172957CNBB – A programação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013) já começou com o “Encontro Inter-Religioso entre católicos, judeus e muçulmanos” na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Os palestrantes do debate foram unânimes ao apontar o diálogo como ferramenta fundamental para a convivência pacífica entre povos e culturas.

A discussão entre jovens e representantes das religiões esteve focada na unidade entre os que professam a fé em um único Deus. “Começamos a Jornada exatamente no ponto central: poder acolher as diferenças. O Papa Francisco tem insistido muito na importância de saber dialogar com as diferenças. Acho que realmente é esse o espírito que nos move na Jornada”, disse padre Josafá Siqueira, reitor da PUC-Rio. Durante o evento, os debates abordaram o potencial transformador da juventude e os motivos que se tem para seguir os princípios ensinados por Deus através da Sagrada Escritura. “Jovem, vá ao texto sagrado! As atitudes de Deus descrita na Torá é para que nós imitemos. Nós temos que imitar Deus”, comentou o rabino Abraham Shorka.

Para a jovem muçulmana brasileira Samia Isbelle, da equipe de organização do evento, o encontro simboliza a vontade de uma nova vida pautada pela tolerância e amor. “Acho que o fato de estarmos aqui comprovou que as pessoas enxergam que a melhor forma de viver é respeitar um ao outo, conhecer e dialogar”, disse. Fizeram parte da mesa do encontro o arcebispo do Rio de Janeiro e presidente do Comitê Organizador Local (COL), Dom Orani João Tempesta; o rabino Heliel Haber e os sheiks Jihad Hassan e Hamed Mohammed Wali Khan. Também estiveram presentes o presidente da Conferência Episcopal para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB, José Francisco Biasin (foto à esq.); representantes da Nicarágua, Bolívia, Argentina, El Salvador, Argélia e Espanha.0169 21072013172940

Nesta semana, a PUC-Rio também vai receber mais dois eventos da JMJ Rio2013. Segunda, 22, das 9h às 13h30, será realizada a “Conferência da Sustentabilidade” sobre o “Compromisso da JMJ para a salvaguarda da Criação”. Criado por jovens católicos de várias partes do mundo, a conferência é um dos frutos do legado ambiental da Jornada. A conferência ocorrerá no Auditório do RDC, localizado no interior do campus da Gávea. Na tarde de quarta, o ginásio da PUC-Rio reunirá jovens do Movimento Eucarístico Jovem (MEJ) para momentos de partilha, oração e testemunhos. O encontro será de 16h às 19h.

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A seguir, imagens de uma celebração toda amorosa com o padroeiro dos bons meninos:

Tolerância e paz ou irenismo puro?

Religiosos comemoram dia contra a intolerância religiosa no Rio de Janeiro.
Religiosos comemoram Dia de Combate à Intolerância Religiosa no Rio de Janeiro.

Fratres in Unum.com – Um dia após as comemorações do mártir São Sebastião, padroeiro da cidade, a Arquidiocese do Rio de Janeiro participou das celebrações do Dia Nacional de combate à Intolerância Religiosa, organizadas na Cinelândia, e armou sua tenda junto com as demais religiões para divulgar a Jornada Mundial da Juventude.

Segundo a edição 779 do jornal arquidiocesano “O Testemunho de Fé”, os visitantes que lá estiveram puderam contar com show do padre Omar Raposo — que, não fosse a projeção que o sacerdócio lhe dá, não cantaria nem nos piores dos botecos do Rio —  e a presença do padre Jorge Luis Neves Pereira da Silva, vulgo Padre Jorjão: dupla famosa de admiradores e abençoadores de Oscar Niemeyer, escolas de sambas, novelas das 8 e Fábio de Melo. Ainda segundo o mesmo periódico, “a participação da Igreja Católica no movimento em defesa do respeito e da liberdade religiosa tem sido ampla desde o Concílio Vaticano II, com a publicação, em novembro de 1964, do decreto sobre o ecumenismo Unitatis Redintegratio, e em outubro de 1965, da Declaração Nostra aetate sobre a Igreja e as religiões. Em busca da restauração da unidade entre todos os cristãos e em favor da paz e do amor entre a humanidade, mesmo sem concordar com outras doutrinas, os documentos conciliares reconhecem que todas as manifestações religiosas são expressões da fé e da cultura de cada povo, e, por isso é preciso acolher com respeito todas as religiões. Esse diálogo acontece na perspectiva de ir ao encontro das aflições humanas, comuns a todos os povos, pois é por meio das religiões que os homens procuram resposta aos mais profundos anseios e questionamentos da condição humana.”

E qual seria o propósito de tal evento em uma cidade, para usarmos um eufemismo e não falarmos de apostasia, tão aberta à pluralidade religiosa como o Rio de Janeiro, onde qualquer denominação pode abrir seu templo sossegadamente e onde pessoas dos mais diversos credos podem sair às ruas trajadas segundo suas crenças ou ainda falar publicamente sobre elas? O diácono Nelson Águia, um dos envolvidos, responde: “Nós não vamos ali debater questões dogmáticas, doutrinárias, isso nós deixamos para os teólogos. O que nós queremos é demonstrar ao mundo que as religiões pregam o amor e a fraternidade. E a Igreja Católica, claro, não ficaria fora disso, é uma missão dada por Jesus: ‘amai-vos uns aos outros como Eu vos amei”.

Resta-nos apenas fazer algumas indagações aos padres da Arquidiocese do Rio de Janeiro: em vista de eventos como esse, poderia um sacerdote da arquidiocese pregar livre e coerentemente, em suas homilias, programas de rádio ou artigos, que a Igreja Católica é a única Igreja fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo, que as outras religiões não pregam paz e amor, mas o erro, e que levam as almas à perdição eterna? Ou tal pregação seria considerada intolerante? A explanação do “Testemunho de Fé” sobre o Concílio Vaticano II e, mais do que isso, a aplicação dessas idéias no evento irenista da Cinelândia estão de acordo com a “hermenêutica da continuidade”?

Tudo em nome da divulgação da Jornada Mundial da Juventude, evento alardeado com todo dinheiro e estratégias de marketing possíveis e imagináveis, mas que apenas maquia o estado cadavérico do catolicismo no Rio, estado com menor proporção de católicos do Brasil.

Também em Brasília o Dia de Combate à Intolerância Religiosa foi comemorado:

O que se pode esperar do comitê petista fundado na comemoração deste ano, ainda mais com uma ministra que é uma ardorosa defensora dos “direitos humanos”? Trata-se de mais uma de muitas medidas para a perseguição à única religião verdadeira, a Católica. Lamentavelmente, poucos compreendem que “primeiro, a religião que vem do céu é verdade, e é intolerante com relação às doutrinas errôneas; segundo, a religião que vem do céu é caridade, e é cheia de tolerância quanto às pessoas”.

É a esse movimento irênico de implantação de uma religião universal que a Arquidiocese do Rio e outros católicos ingênuos dão, conscientemente ou não, aval.