A misericórdia golpeia o IBP em Curitiba.

Por FratresInUnum.com, 27 de dezembro de 2021: A implementação a jato do motu proprio Traditionis Custodes pelo episcopado brasileiro surpreende. Repentinamente, nossos bispos, que boicotaram tanto quanto puderam a aplicação de Summorum Pontificum, tornaram-se bravos papistas ultramontanos, ardorosos defensores da honra do bispo de Roma.

O Instituto do Bom Pastor recebeu sua sentença de morte em Curitiba, Paraná. Os fieis se mobilizam e pedem apoio por meio deste abaixo-assinado. Assine!

Dom Peruzzo, o arcebispo, acaba de lançar uma nota — pessimamente escrita, como é praxe no nosso episcopado paulofreiriano — que não deixa alternativas ao apostolado do IBP. Aos fiéis católicos, nos dias de hoje, é impossível usar o adágio “vá reclamar com bispo”. Imagine, então, cogitar recorrer ao Papa!

Portanto, ao menos façamos chegar aos ouvidos empedernidos o brado de santa indignação. E que cessem as contribuições financeiras, único apelo ao qual a impiedade dos hierarcas se dobra.

Carta aberta do Pe. Paul Aulagnier (+ 06-05-2021) do IBP ao Papa Bento XVI.

Faleceu ontem padre Paul Aulagnier, um dos fundadores do Instituto do Bom Pastor e dos primeiros discípulos de dom Lefebvre. Há diversas publicações dele no histórico de nosso blog — a seguir, republicamos um post de 2009. RIP.

Original em La Revue Item

Tradução de Marcelo de Souza e Silva

Santíssimo Padre,

Permiti-me dirigir-me a vós com toda simplicidade de coração, com toda lealdade num espírito filial. Permiti-me expressar minha inquietação… desta maneira em uma «carta aberta», minha estupefação sobre um ponto preciso: a condenação de Dom Lefèbvre. Não compreendo porque vós não reexaminais este assunto.

Esta é a razão desta minha defesa.

Vós bem sabeis que ele foi um grande prelado, um grande missionário. Delegado apostólico para a África de língua francesa. Ele foi o grande defensor da Igreja em terras africanas. Deixou, quando de lá partiu, uma obra extraordinária. Tal é o reconhecimento de todos. Tudo isso postula em seu favor.

Tendo ele retornado à França, foi nomeado pelo Papa João XXIII, Arcebispo-bispo de Tulle, pôs-se então à tarefa sem ressentimentos e com o mesmo zelo que na África. Uma única coisa lhe interessava: servir a Igreja na fidelidade ao Sumo Pontífice. Apenas nomeado para a diocese de Tulle, ele foi eleito superior geral da Congregação dos Padres do Espírito Santo, uma congregação forte que contava mais de cinco mil membros no mundo todo.

O Concílio Ecumênico do Vaticano II fora então convocado pelo Papa João XXIII. Enquanto superior geral ele participou das sessões preparatórias do Concílio. Ele nos contou tudo… assim que tivemos a graça de conhecê-lo primeiro em Roma depois e em seguida em Ecône.

Abbé Paul AulagnierDolorosamente afetado pela crise sacerdotal, pelo colapso das vocações no Ocidente e pela perda do senso sacerdotal, tendo sido liberado de todas as suas responsabilidades – ele apresentou sua demissão, Roma o aconselhara a tal – ele decidiu enfim fazer de tudo para lutar contra. Fundou seu seminário em Friburgo com a autorização episcopal de Dom Charrière e com os encorajamentos do Cardeal Journet. Ele criou seu instituto sacerdotal: a Fraternidade Sacerdotal São Pio X, sempre com a autorização de Dom Charrière, Bispo de Friburgo-Lausanne-Genebra. Que alegria foi a sua logo que recebeu o decreto do bispo! Uma alegria própria da Igreja! Ele nos ensinou a grandeza do sacerdócio, seu papel, seu sentido.  Ele nos fez apreciar o tesouro da Missa, da Missa Católica. Ele nos fez relembrar sua finalidade, seus frutos e sua importância para o sacerdote e para os fiéis. Ele nos deu desde o coração até a obra um «moral de ferro». Ele multiplicou seus contatos para permitir a expansão de sua obra. Ele era incansável.

Chegou o ano de 1969, abril de 1969. Deu-se a publicação da Constituição Missale Romanum e do novo rito da Missa, a Nova Missa de Paulo VI. Terrível reforma litúrgica… contestada, contestável, que ia abalar desde as bases ao cume a Santa Igreja e sua unidade.

Teólogos se levantaram para se opor a aquilo, cardeais também. Intelectuais de renome fizeram ouvir sua voz. Para citar apenas um nome, permiti que eu invoque o Cardeal Ottaviani. Em uma carta ao Sumo Pontífice, Paulo VI, ele lhe apresentou uma crítica ao novo rito pedindo-lhe «ab-rogar este novo rito ou, ao menos, não privar o orbe católico, da possibilidade de continuar a recorrer à integridade e fecundidade do Missal Romano de São Pio V». Tudo isso provocou grande celeuma. Dom Lefèbvre tomou posição tarde demais.

Foi somente em 2 de junho de 1971 que ele reuniu em Ecône seu corpo docente e os seminaristas. No dia seguinte, ele foi ter com «os teólogos» e os seminaristas. Ele expôs sua posição. Explicou sua intransigência, seu «non possumus», com argumentos claros. Ele nos deixou, ao fim desta conferência, um texto, um pequeno texto que resumia sua corrente de pensamento. Naquela época, eu, seminarista, guardei ciosamente esse texto. Com freqüência eu o lia e relia. A posição de nosso fundador é simples, doutrinal, fundamentada sobre a mais segura teologia, sobre os decretos solenes do Concílio de Trento e sobre os princípios do Direito Canônico. Esta posição era púbica. Ela está escrita. Nas conferências ele jamais cessou de explicá-la e de justificá-la.

Ora, foi em razão dessa posição sobre a Missa que Dom Lefèbvre foi condenado.

Sua fundação foi tratada inicialmente como «selvagem». O primeiro a pronunciar tal termo foi Dom Etchegaray. Ele era naquela época Arcebispo de Marselha… Primeira afirmação falsa: Seu seminário não tinha nada de selvagem, tampouco seu instituto. «Tudo» foi aprovado por Dom Charrière, por Dom Adam. A fundação de Albano gozou do beneplácito do bispo local. Nada de «selvagem» a bem da verdade. Muito ao contrário, Dom Lefèbvre, como homem da Igreja, respeitador de suas leis, quis fazer tudo de acordo com as autorizações necessárias. E foi assim que ele fez. Mas pouco importava, ele não estava mais na linha. Porque ele não queria seguir cegamente as reformas conciliares… Tendo ele impedido que se voltasse atrás, era necessário desacreditá-lo. Suas fundações só poderiam ser classificadas como selvagens e condenadas.

Iniciava-se o ciclo infernal.

Então teve lugar uma visita canônica. Dom Onclin e Dom Deschamps foram enviados de Roma. Eles tinham propostas «novas» de tal forma que Dom Lefèbvre precisou protestar logo que ambos partiram. Foi quando surgiu então seu protesto de Fé de 24 de Novembro de 1974. Deus! Como tal declaração fez jorrar tinta! Como foi comentada! No exterior e no interior… e pelo próprio corpo docente. Era necessário que Dom Lefèbvre se retratasse. «Ele assinara sua própria condenação»… E foi então intimado em Roma diante de uma comissão «ad hoc», diante do Cardeal Garonne, Cardeal Wright e Cardeal Tabera. Eles tentaram convencê-lo da «futilidade» de sua posição. Tentativa inútil. Eles não imaginaram que encontrariam tamanha segurança, tamanha força, a força simples da doutrina católica, amada mais que a si mesmo.

Não podendo convencê-lo, era necessário esmagá-lo. Assim, sobrevieram-lhe as sanções canônicas. As pressões psicológicas foram terríveis a princípio.

Houve a ameaça de se fechar o seminário da Fraternidade. Como as ameaças não o detiveram, delas se passou para as sanções. E foi Dom Mamie, Bispo de Friburgo, que tomou a frente em tudo isso. Ao pobre, foi-lhe dada ordem de não realizar as ordenações do dia 29 de Junho de 1976. Terrível dilema do qual eu fui uma testemunha privilegiada. Na noite do dia 28, em meu escritório, ele ainda buscava uma solução… pesava os prós e os contras… A festa já se aproximava com todo seu fulgor.

Tudo estava pronto… «apesar de tudo, dizia-me ele, podemos ainda não fazer as ordenações». Ele era de uma calma suprema, tranqüilo. E no dia 29, diante de uma imensa multidão, ele explicou sua atitude. Ele falou com clareza e sem meios termos: nossa fidelidade à missa de sempre, à missa codificada, e mesmo canonizada por São Pio V é a causa de nossas dificuldades com Roma.

A sanção canônica sobreveio em 22 de Julho de 1976. Ele foi declarado «suspenso a divinis». Ele não poderia exercer nenhum poder inerente ao seu estado sacerdotal e episcopal. Em Lille, aos 29 de Agosto de 1976, ele explicou tudo novamente. Ele falou abertamente da reforma litúrgica, da reforma da missa, da missa «equívoca». Foi lá que ele falou da missa «híbrida»: «a Nova Missa é uma espécie de missa híbrida que não é hierárquica, mas democrática, onde a assembléia ocupa lugar mais importante que o sacerdote». Pode-se resumir a posição de Dom Lefèbvre dizendo que ele rejeita a nova missa porque ela é equívoca, mais protestante que católica, distante da Tradição católica e até mesmo em total ruptura com a Tradição e os dogmas católicos.

E o conflito perdurou. Hoje, vós sois a autoridade. É por isso que eu me dirijo a vós. Vós tendes mantido a condenação de Dom Lefèbvre, de sua fundação, de seus sacerdotes porque eles querem permanecer fiéis a esta Missa católica para salvaguardar sua Fé, garantia da eternidade.

No entanto, vós, quando éreis cardeal, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, vós vos tornastes bem severo quanto a essa reforma litúrgica que nos entristece.

Permiti que eu vos cite.

Vós prefaciastes um livro de Monsenhor Gamber em sua edição francesa gratamente difundida por Dom Gérard Calvet e intitulada A Reforma Litúrgica em Questão. Neste prefácio, vós elogiastes Monsenhor Gamber por sua obra teológica e litúrgica. Vós o recomendastes fortemente e fizestes dele um modelo, «um padre» desse renovar litúrgico que  trouxestes e ainda traz entre todos os vossos anseios. «Esse novo recomeço precisa de padres que lhe sejam modelos… Quem procura hoje tais padres encontrará um sem sombra de dúvida na pessoa de Monsenhor Klaus Gamber… ele poderia com sua destreza litúrgica – vós o dissestes – tornar-se um padre do novo recomeço» (p. 7). Não se pode ser mais claro.

Vós criticais «graciosamente» neste prefácio a reforma litúrgica. Vós afirmais que «a liturgia é (deve ser) um desenvolvimento contínuo», harmonioso (p. 7). E de fato a liturgia católica foi isto, aquela codificada por São Pio V. Ela evoluiu harmoniosamente através dos séculos. Tal se pode dizer tanto da liturgia quanto da doutrina católica. Não há pior herético que o «fixista». Não há nada mais radicalmente estático que a morte. A liturgia católica não é isso. Nós bem o sabemos. Isto posto, vós partis «em guerra» contra a liturgia reformada oriunda do Concílio Vaticano II. «O que se deu após o Concílio significa uma outra coisa: no lugar da liturgia, fruto do desenvolvimento contínuo, foi colocada uma liturgia fabricada. Saiu-se do processo vivo de crescimento e de transformação para se vagar na fabricação». Esta é a obra de Dom Bugnini. «Não se quis continuar a transformação e a maturação orgânica do ser vivo pelos séculos e as substituíram – segundo um modo de produção técnico – pela fabricação, produto banal do momento» (p. 7).

Vós dissestes também: «A liturgia não é o produto do nosso fazer». Esta é a grande idéia de Monsenhor Gamber. Dom Lefèbvre teria sido desta mesma opinião, ele que sustentou até a ruptura as reformas de São Pio X, de Pio XII e mesmo de João XXIII em matéria litúrgica, contra certos seminaristas americanos que as rejeitavam.

Vós nos pedistes que pendêssemos para o pensamento de Monsenhor Gamber, que nós o tomássemos por nosso. Vós destes uma aprovação sentida de sua obra. É o que eu tenho feito.

Por vossa recomendação, eu li este livro. Devo confessar que jamais encontrei crítica tão forte, tão radical à Nova Missa mesmo sob a pena de Dom Lefèbvre.

Então observe agora minha questão. Vêde onde quero chegar. Vêde o que eu quereria vos dizer se vós me recebêsseis: «Por que aprovar tão denodadamente Monsenhor Gamber, aplaudi-lo, recomendá-lo e continuar a reprovar Dom Lefèbvre?» Monsenhor Gamber é, porém, ainda mais severo em sua crítica ao novo rito que Dom Lefèbvre. Não haveria então dois pesos e duas medidas? Eis meu pasmo e mesmo minha angústia!

Vêde algumas críticas de Monsenhor Gamber: «Colocou-se, doravante (com a reforma litúrgica) e de modo exagerado, o peso sobre a atividade dos participantes, deixando num segundo plano o elemento cultual» (p. 15).

Foi isso que Dom Lefèbvre afirmou em Lille, nem mais, nem menos. «Esse (elemento cultual, i.e. o Sacrifício, a própria ação eucarística) foi empobrecida mais e mais no nosso meio». «Do mesmo modo, agora falta em larga medida a solenidade que faz parte de toda a ação cultual, sobretudo se esta é realizada diante de uma grande multidão» (p. 12). É isso o que nós dizemos, nem mais, nem menos. Monsenhor Gamber ousa escrever a este respeito: «Em lugar da solenidade vê-se reinar freqüentemente uma austeridade calvinista» (p. 13).

Monsenhor Gamber prossegue… «Não raro, vemos certos ritos serem desprezados pelos próprios pastores e deixados de lado sob pretexto de que seriam antiquados: não se quer deixar suspeitar que se teria fracassado o trem da evolução moderna. Não obstante, uma multidão do povo cristão permanece ligada a tais formas antigas cheias de piedade. Os reformadores de hoje, muito apressados, não consideraram suficientemente até que ponto, no espírito dos fiéis, a doutrina e as formas piedosas coincidem. Para muitos modificar as formas piedosas significa modificar a fé».

Prefaciando este livro, vós destes vossa aprovação a esta crítica geral.

Dom Lefèbvre disse a mesma coisa. Ele não cessou durante toda a sua vida de nos lembrar o axioma fundamental em matéria litúrgica: lex orandi, lex credendi. Foi o tema de sua conferência – entre mais de mil – de 15 de Fevereiro de 1975, dada em Florença: «Para muitos, modificar as formas tradicionais significa modificar a fé».

«Os responsáveis na Igreja não escutaram a voz daqueles que não cessaram de adverti-los pedindo-lhes que não suprimissem o Missal romano tradicional (e autorizassem a nova liturgia somente em certo limites e «ad experimentum»)… Hoje, eis infelizmente esta situação: numerosos bispos se calam diante de quase todas as experiências litúrgicas, mas reprimem mais ou menos severamente o sacerdote que, por razões objetivas ou de consciência, se prende à antiga liturgia» (p. 14).

Foi a essa constatação que chegaram os «Grandes» no cardinalato. Foi isso o constatado por Dom Lefèbvre. Era isso o que fazia com que Dom Lefèbvre se ativesse por razões objetivas ou de consciência à antiga liturgia.

Então, já que vós sustentastes o pensamento de Monsenhor Gamber, visto haverdes prefaciado seu livro, querei, eu vos suplico fazer abrir o dossiê «questão Lefèbvre» e o julgar em bom e devido modo.

Monsenhor Gamber é deveras severo… contra essa reforma litúrgica. Após ter reconhecido que «as inovações litúrgicas» são possíveis, mas que tudo deve ser feito «com bom senso e prudência». Isso não é a razão última, mas pouco importa, ele conclui voltando-se então para o concreto da reforma litúrgica nascida do Concílio Vaticano II: «A ruptura com a Tradição está doravante consumada». Ele sublinha ainda: «Pela introdução da nova forma da celebração da Missa (trata-se aqui do próprio rito novo) e dos novos livros litúrgicos, e ainda mais pela liturgia concedida tacitamente pelas autoridades, organizada livremente na celebração da missa sem que se possa auferir de tudo isso uma vantagem do ponto de vista pastoral (e isto é o mínimo que se pode dizer!), juntamente a tudo isso, prossegue ele, constata-se em larga medida, uma decadência da vida religiosa que, é verdade, tem também outras causas. As esperanças postas na reforma litúrgica – já se pode dizer – não foram realizadas».

Vós prefaciastes isto.

Dom Lefèbvre jamais usou termos tão fortes e brutais.

Por graça! Retomai o dossiê. Dai nova vida ao recurso que o próprio Dom Lefèbvre levou às mãos do Prefeito da «Assinatura Apostólica» da época, mas que este último não pôde tratar por ordem do onipotente Cardeal Dom Villot. Hoje, vós tendes poder para isso. Fazei cessar a injustiça na Igreja… na França de modo particular… Fazei cessar a injustiça contra Dom Lefèbvre.

Vêde ainda! «De ano em ano, a reforma litúrgica, louvada com excesso de idealismo e grandes esperanças por numerosos sacerdotes e leigos, prova ser, como nós já havíamos dito, uma desolação de proporção assustadora». (p. 15)

Dom Lefèbvre disse isso, mas digo que jamais o fez tão fortemente.

Nosso autor prossegue: «Em vez das esperadas renovação da Igreja e da vida eclesiástica, nós assistimos a um desmantelamento dos valores da Fé e da piedade que nos foram transmitidas, já no lugar de uma renovação fecunda da liturgia, vemos uma destruição das formas da missa que foram organicamente desenvolvidas no curso dos séculos» (p. 15).

Vós aprovastes este julgamento, vós o prefaciastes elogiosamente. Dom Lefèbvre, que não disse nada além disso, foi condenado, mas Monsenhor Gamber foi aplaudido.

Prossigo minha leitura: «…a isto some-se uma amedrontadora aproximação das concepções do protestantismo sob a bandeira de um ecumenismo mal compreendido… Isto significa nada menos que o abandono de uma tradição até então comum ao Oriente e ao Ocidente» (p. 15).

Dom Lefèbvre não disse outra coisa. Foi o que ele disse em um artigo publicado em 1971 em La Pensée Catholique – mas já escrito em pleno Concílio: «Para se permanecer católico seria necessário tornar-se protestante?»… E ele concluía: «Não se pode imitar os protestantes indefinidamente sem de fato se tornar um». Mas eu julgo Monsenhor Gamber mais categórico ainda. Ele mesmo fala «de uma amedrontadora aproximação das concepções do protestantismo». A linha de pensamento é a mesma!

Então como é possível tecer louvores a um, Monsenhor Gamber, e continuar a condenar o outro, Dom Lefèbvre. Ambos dizem o mesmo.

Por graça, abri novamente o processo de Dom Lefèbvre. Esta é uma súplica legítima.

Monsenhor Gamber, em um segundo capítulo, trata da «ruína» do rito romano. Ele o pranteia, como vós o fazeis em vosso Motu Proprio Summorum Pontificum. De tal modo ele avança em sua análise que chega ao ponto de dizer que o rito novo, sem ser de per si inválido – o que Dom Lefèbvre jamais disse – é celebrado com mais e mais freqüência de maneira inválida. Dom Lefèbvre disse exatamente a mesma coisa. Nem mais, nem menos. Ele é apenas um pouco mais preciso: «Todas essas mudanças no novo rito são realmente perigosas, porque pouco a pouco, sobretudo para os jovens sacerdotes que não mais têm a idéia de sacrifício, da presença real e da transubstanciação, e para os quais tudo isso não significa mais nada, esses jovens sacerdotes perdem a intenção de fazer o que a Igreja faz e não celebram mais missas válidas» (Conferência de Florença de 15 de Fevereiro de 1975).

Esta foi a grande preocupação de João Paulo II no fim de seu reinado, sobremodo expressa em sua encíclica «Ecclesia de Eucharistia».

Eu passo, pois, ao capítulo IV do livro: o julgamento do prelado é terrível.

Ele expõe a princípio, brevemente, porém adequadamente, a reforma luterana, a reforma que Lutero fez a Missa católica sofrer, a Missa romana. «O primeiro, escreveu ele, a ter empreendido uma reforma da liturgia e isso em razão de considerações teológicas foi, incontestavelmente, Martinho Lutero. Ele negava o caráter sacrificial da Missa e por isso se escandalizava com certas partes da Missa, em particular as orações sacrificiais do Cânon» (p. 41).

Daí advém a reforma que ele empreendeu da missa e logo de início suprimiu as orações sacrificiais, mas ele agiu prudentemente – com a prudência da carne – para não chocar e criar reações.

Ora, nada de tão comparável com a reforma litúrgica conciliar.

Monsenhor Gamber é terrível. Ele afirma inicialmente que se agiu muito brutalmente no Concílio: «A nova organização da liturgia e, sobretudo, as modificações profundas do rito da Missa que apareceram sob o pontificado de Paulo VI e entrementes se tornaram obrigatórias – pode-se legitimamente discutir este ponto – foram muito mais radicais que a reforma litúrgica de Lutero e levaram muito menos em conta o sentimento popular» (p. 42).

Depois, ele afirma que alguns elementos da doutrina protestante foram levados em conta para justificar a reforma litúrgica. Ele fala ainda da «repressão do elemento latrêutico», «a supressão das formulas trinitária», e enfim do «enfraquecimento do papel do sacerdote». Aqui se encontra, pura e simplesmente, as afirmações de Dom Lefèbvre, aquelas do «Breve Exame Crítico» apresentado ao Papa pelo Cardeal Ottaviani. E diz ainda que «não foi suficientemente esclarecido em que medida, tanto aqui quanto no caso de Lutero, as considerações dogmáticas puderam exercer alguma influência» (p. 42).

Ele reconhece que «foi a nova teologia (liberal) que apadrinhou a reforma conciliar». Ele se ressente de que o Papa Paulo VI não tivesse acreditado que deveria ter levado a sério «as críticas dogmáticas», «nem as imperiosas e ásperas repreensões dos cardeais de mérito – como aqui não se pensar no Cardeal Ottaviani, no Cardeal Bacci, os quais haviam lançado objeções dogmáticas quanto ao novo rito da missa – nem as instantes súplicas provenientes de todas as partes do mundo impediram Paulo VI de introduzir imperativamente o novo missal» (p. 43).

Assim, para Monsenhor Gamber cuja doutrina vós tanto nos recomendais, o «Novo Ordo Missae» teria «odores» protestantes pelos traços de teologia protestante, teologia liberal.

Confessai que tudo isso, objetivamente, pode impedir qualquer entusiasmo de celebrá-lo e torna difícil falar de «santidade» ou de «valor» do novo rito como vós nos pedis para fazê-lo na carta que endereçastes aos bispos. A contradição permanece!

Vós aprovastes estas críticas. Por que então continuais a condenar Dom Lefèbvre?

Seu erro foi talvez ter tido razão cedo demais, ou de ter sido, em sua época, um bispo de caráter… Mas se ele demonstrava essa qualidade quem poderia com razão criticá-lo, ainda mais por tal lucidez e tamanha força? Foram estes os motivos da condenação?

Após estas críticas gerais, Monsenhor Gamber chega a um ponto mais peculiar: à prex eucharistica. Ainda nesse ponto a crítica permanece terrível. «Os três novos cânons constituem por si mesmos uma ruptura completa com a tradição. Eles foram compostos de acordo com modelos orientais e galicanos, e representam, ao menos em seu estilo, um corpo estranho no rito romano» (49). Ele aprofunda um pouco mais em seu «menu» até as palavras da consagração, e é ainda mais severo: «A modificação ordenada por Paulo VI das palavras da consagração e das frases que se seguem… não tinha a menor utilidade para a pastoral. A tradução de «pro multis» para «por todos» que se refere a concepções teológicas modernas e que não é de modo algum encontrado em nenhum texto litúrgico antigo, é duvidosa e tem na verdade causado escândalo» (p. 50).

Monsenhor Gamber estava chocado, deveras chocado, com a mudança do termo «mysterium fidei» da fórmula da consagração do vinho. Mas sua explicação é luminosa: «Do ponto de vista do rito, é para se ficar estupefato ao ver que se tenha podido retirar, sem razão, o termo «mysterium fidei» inserido nas palavras da consagração desde por volta do século VI, para lhes conferir um significado novo; ele se tornou uma exclamação do sacerdote após a consagração. Uma exclamação desse tipo jamais esteve em uso. A resposta da assembléia: «Proclamamos, Senhor, a vossa morte…» só é encontrada em anáforas egípcias. Porém é estranha aos ritos orientais e a todas as orações eucarísticas ocidentais e está em total desconformidade com o estilo do cânon romano» (p. 50).

Desse modo, nós nos prontificamos a nos ater a crítica de Monsenhor Gamber. Eu creio que ela basta para poder justificar nossa posição prática. No entanto, porque quisemos permanecer ligados a estas críticas, àquelas do Breve Exame Crítico, que são as mesmas, nós fomos praticamente excomungados, cassados de nossas igrejas, nós fomos tomados por retrógrados. E nos disseram que não temos o senso da Tradição…

Mas então porque elevar às nuvens Monsenhor Gamber e continuar a combater Dom Lefèbvre? Eu não entendo.

Não haveria injustiça nisso? Eis o que eu tenho em meu coração e o que eu quero vos dizer, vós que sois o pai de todos.

Monsenhor Gamber vem a concluir o capítulo por este veredito: «Com o novo, quis-se mostrar aberto à nova teologia, tão equívoca, aberta ao mundo de hoje» (p. 54). «O que é certo é que o novo Ordo Missae, desta forma, não recebeu o assentimento da maioria dos padres conciliares».

Incrível!

Esta única afirmação deveria bastar para que qualquer um se ativesse firmemente ao antigo rito… «Mas vós não tendes o espírito do Concílio»! Esta arma que mata. No entanto, o que é este espírito do Concílio que é necessário ter para viver… Monsenhor Gamber o tinha? Mas que arbitrário! Que arbitrário!

Vós poderíeis talvez me dizer: «Tu te enganas. Não é a missa que põe o problema. Mas as sagrações. Dom Lefèbvre as realizou sem autorização pontifical. Por isso devia ser punido. Hoje, o novo Direito canônico prevê a excomunhão. Eis o problema! Eis o porquê da condenação». Mas é realmente esse o problema?

A idéia da sagração de um membro da Fraternidade havia sido aceita quando do protocolo de 5 de maio de 1988. Vós mesmo a havíeis aceitado.

Mas para o momento, permaneçamos ao nível do simples bom senso.

Dom Lefèbvre não foi menos amado pelas autoridades eclesiásticas após as sagrações que antes delas. Ele não foi menos execrado depois das sagrações que antes das mesmas. Antes delas, fizeram-lhe guerra, sua obra foi declarada «selvagem». Dom Garonne o declarou «louco»… Os bispos das dioceses lhe escreveram cartas horríveis quando ele visitava os tradicionalistas de suas dioceses. E que cartas!

Sim, Dom Lefèbvre já não era amado desde antes das sagrações. Ele não mais estava, parecia-lhe, em sua «comunhão». Já se lhe fechavam as igrejas. Os corações dos bispos se lhe fecharam… Mesmo em Roma, não se ousava mais recebê-lo… quando ele visitava um dicastério… o Prefeito ficava embaraçado… Ser visto com Dom Lefèbvre era comprometedor… Já muito antes das sagrações, ele era o « mal amado» da Igreja. Ele não tinha o espírito conciliar… E de fato, sua obra, sua obra sacerdotal foi interditada, seu seminário foi fechado. Interditadas as ordenações sacerdotais… Obviamente, ele nos ordenou para o Sacrifício da missa…! Ele era execrado por seus pares bem antes das sagrações e mesmo durante o Concílio.

Não se lhe perdoava a posição, sua presidência do Coetus internationalis Patrum.

Mesmo antes do Concílio, quando ele era Arcebispo-Bispo de Tulle, os cardeais e arcebispos da França lhe fechavam a porta de suas assembléias e reuniões. Mas ele tinha pleno direito a tomar parte nelas. Eles lhe recusavam tal. Isto é histórico! Se o Cardeal Richaud – então Arcebispo de Bordeaux – estivesse ainda neste mundo, ele poderia testemunhar quanto a isso.

Dom Lefèbvre no-lo disse. Mas ele ria-se disso. Ele não era rancoroso. Sim, mesmo antes das sagrações, Dom Lefèbvre não era amado. Era assim.

Sob esses aspectos, o problema das sagrações toma seu sentido verdadeiro. É na verdade um problema menor, o que quer que se diga… Neste sentido, as sagrações não foram a razão fundamental de sua excomunhão. Na prática, ele já o era. Após as sagrações ele se tornou, pode-se dizer, canonicamente. E isso não mudou quase nada… A pena canônica – sua declaração – foi inicial e essencialmente diplomática: para fazer medo e assustar os fiéis e lhes fazer abandonar o barco… O Cardeal Gagnon julgou mal.

Mas admitamos que a excomunhão tenha sua razão essencial e exclusiva nas sagrações. Esta ação – esta sanção – estende-se a Dom Lefèbvre, aos quatro bispos consagrados e ao co-consagrador Dom Castro Mayer… a mais ninguém, e de modo algum à Fraternidade Sacerdotal São Pio X e seus padres. Eles não estão excomungados. Eles estão na Igreja e são da Igreja. Eu mesmo nunca recebi a menor notificação de excomunhão. O Motu Proprio Ecclesia Dei Adflicta não me diz respeito diretamente.

Vós me direis talvez que a Fraternidade Sacerdotal São Pio X tenha sido suprimida por Dom Mamie, Bispo de Friburgo, e não exista mais. Ela não é mais de direito diocesano. Vós sois “zero”, nada. Vós não tendes qualquer existência legal.

Ah ! Permiti-me ainda!

Dom Mamie quis talvez suprimir a Fraternidade Sacerdotal São Pio X… Mas eu me permito humildemente vos lembrar que nós o fomos em razão de nossa ligação à missa tridentina e em razão de nossa rejeição do novo Ordo Missae.

Ora, prefaciando o livro de Monsenhor Gamber, vós prefaciastes nossas própria críticas.

Volto a repetir, Dom Lefèbvre e o Breve Exame Crítico são menos duros que Monsenhor Gamber e seu livro. Ademais vós nos dais razão em vosso recente Motu Proprio reconhecendo que a antiga missa «permaneceu sempre autorizada». Se ela permaneceu sempre autorizada, era legítimo a celebrar e ilegítimo condenar os que queriam celebrá-la.

Assim, pois, nossa condenação e nossa supressão estão sem razão suficiente.

Elas são injustas. Querei, Santíssimo Padre, restaurar a justiça, reparar a injustiça.

Dignai-vos, Santíssimo Padre, a receber a expressão de meu filial respeito e conceder-me vossa bênção.

Padre Paul Aulagnier.

Membro do Instituto do Bom Pastor.

Foto da semana.

IBP novos padres

Bordeaux, França, 1º de julho de 2017: Cinco diáconos são ordenados sacerdotes para o Instituto do Bom Pastor, dentre eles dois brasileiros, Marcos Vinicius Mattke e Ivan Chudzik, respectivamente, os dois primeiros da esquerda para a direita. Ambos, antigos leitores que colaboraram com publicações de FratresInUnum.com (ver aqui, aqui,  aquiaquiaquiaquiaqui, aqui

 

Foto da semana.

Belém do Pará, 18 de agosto de 2016, XVII Congresso Eucarístico Nacional, Missa de ação de graças pelos catorze anos de sagração episcopal de Dom Fernando Arêas Rifan (Campos do Goytacazes-RJ, 2002).

A foto desta semana não poderia ser outra senão esta, que simboliza a pacificação entre o IBP-Montfort e a Administração Apostólica São João Maria Vianney, fato histórico em meio à série de pendengas e de intrigas que grassam no meio tradicionalista brasileiro.

Nela aparece o neossacerdote José Luiz de Oliveira Zucchi, filho do atual presidente da Montfort, Alberto Zucchi, unindo-se ao seu confrade de instituto também presente, Padre Tomás Parra, filho da atual vice-presidente da Montfort, Duclerc Parra, na comemoração dos 14 anos de ordenação episcopal de Dom Fernando Rifan.

Padre parisiense removido do altar pela polícia fala.

Por Matthew Karmel – One Peter Five | Tradução: FratresInUnum.com: Durante os últimos dez anos, o reverendo Padre Guilherme de Tanoüarn tem celebrado a Santa Missa nos cômodos apertados de uma pequena loja em uma rua estreita no centro de Paris. Localizado na Rue Saint-Joseph, o cômodo indefinido é ladeado de um lado por um par de salões de massagens de reputação duvidosa e uma agência de viagens especializada em vôos baratos para a África. O piso térreo é ocupado pelo Centro Saint-Paul, que oferece conferências culturais e espirituais, aulas de catecismo, cursos de línguas antigas e teologia. A capela, situada no segundo andar, onde se chega por uma escada em espiral, oferece duas missas diárias e cinco missas a cada domingo. Dos poucos locais em Paris em que se oferece a celebração da missa tradicional em latim é, de longe, o menor. Mas pode muito bem ser o mais amado.

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Ouvir falar de pessoas que são atraídas para a missa tradicional em latim por causa da beleza da liturgia é tão comum que beira o clichê. Na verdade, há muito pouco deste lado do céu que é mais bonito do que uma missa celebrada em latim, especialmente quando celebrada em sua configuração arquitetônica adequada e acompanhada por um coro bem ensaiado. É menos comum, porém, ouvir que pessoas são atraídas para a Missa antiga devido ao cuidado pastoral que recebem dos sacerdotes que a oferecem. Mas para os fiéis reunidos em torno do reverendo padre, renunciar à visão e sons das bem ornamentada e neo-gótica SS. Eugène e Cécile, onde a liturgia tradicional é oferecida diariamente, e em vez disso fazer o seu trajeto em direção à Rue Saint-Joseph, para o comparativamente humilde Centro Saint-Paul – uma mera meia milha de distância – não pode ser a beleza estética do lugar a atrai-los, mas algo muito mais profundo.

Na quarta-feira, 3 de agosto, uma cena desdobrou-se em Paris, que capturou a imaginação do mundo católico. Um grupo de fiéis estava reunido para assistir a uma missa católica tradicional na igreja de Santa Rita – uma capela de propriedade privada construída em 1900 e marcada para demolição para abrir espaço a um estacionamento. A polícia, vestida com equipamentos anti-choque, fez uma entrada barulhenta dentro do prédio, removendo os bancos que haviam sido usados como barricadas pelos presentes na missa. Um padre foi arrastado do presbitério, enquanto os fiéis cerraram fileiras para protegerem-se uns aos outros, ao passo que o outro oferecia ainda a missa, de frente para o altar, de costas para a ameaça que lhe aproximava. Eventualmente, ele também foi removido pela polícia antes que pudesse concluir a liturgia. Ele foi escoltado para fora, enquanto estava ainda totalmente paramentado com sua casula romana.

As primeiras reportagens alegavam que a missa estava sendo oferecida por membros da comunidade “galicana” em Paris – um grupo cismático que havia obtido o uso da igreja de Santa Rita para suas liturgias em 1988. Mas quando esta comunidade independente abandonou a igreja de Santa Rita, em outubro 2015 , o Padre de Tanoüarn foi pessoalmente convidado para celebrar a missa em latim para um grupo de três dezenas de fiéis. Era um convite que ele se sentiu no dever de aceitar. Os riscos envolvidos eram claros para ele: sem a permissão dos proprietários do edifício, isso significaria se engajar em uma ocupação ilegal. Em qualquer outro país isso poderia ser visto como um fator dissuasivo suficiente para impedir que alguém se envolvesse. Mas esta é a França, onde ocupar igrejas abandonadas ilegalmente é uma espécie de tradição em seu direito próprio.

Em 1977, membros da Fraternidade de São Pio X, liderados pelo padre François Ducaud-Bourget, expulsaram o padre diocesano encarregado da Saint-Nicholas-du-Chardonnet, localizada no 5º arrondissement, e ocuparam a igreja. O conselho municipal prontamente decidiu que a ocupação era ilegal e emitiu uma ordem de despejo. Havia, no entanto, pouca vontade política por trás da ordem de despejo que acabou sendo ignorada e jamais foi cumprida. Dez anos mais tarde, o Conseil d’Etat determinou que a perturbação da ordem pública que inevitavelmente resultaria de uma desocupação forçada seria maior do que a da própria ocupação – uma decisão que efetivamente permitiu à Fraternidade continuar usando a igreja, que permanece sob seu cuidado até este dia.

Uma ação semelhante foi realizada em 2002 pelo Padre Philippe Laguérie (SSPX) para obter a igreja de St. Eloi em Bordeaux, que estava abandonada e sem uso por muitos anos. Nesse caso, o conselho da cidade, à epoca, aprovou a ocupação e o arcebispo Jean-Pierre Richard permitiu a criação de uma paróquia pessoal sob a orientação do Instituto do Bom Pastor em St. Eloi em 2007.

Assim, havia uma boa razão para o Padre de Tanoüarn alimentar a esperança de uma solução feliz para a situação, com a ocupação sendo admitida como lamentável mas reconhecidamente como um primeiro passo necessário para esse fim. Os fiéis de Santa Rita mereciam o acesso aos sacramentos, e a igreja prestava um papel importante na comunidade local. O Instituto do Bom Pastor estava disposto a comprar a propriedade, embora não estivesse em condições de pagar o preço pedido de 3 milhões de Euros. Os vereadores locais, também concordavam que a igreja de Santa Rita deveria ser poupada da demolição. A única parte a favor da destruição da igreja era o novo proprietário, que pretende converter a propriedade em um estacionamento financeiramente lucrativo. Todavia, quem sabe, com a intervenção divina de Santa Rita, padroeira das causas impossíveis, um acordo mutuamente aceitável poderia ser alcançado. A esperança, portanto, não foi perdida.

Depois de obter permissão do arcebispo, o reverendo padre e seus irmãos sacerdotes começaram o trabalho de estabelecimento de uma autêntica comunidade católica em Santa Rita. Como qualquer boa paróquia, eles ofereciam os Sacramentos e bênçãos, ensinando as verdades da fé a todos que quisessem ouvir. Mas acima de tudo, eles ofereciam um lar espiritual marcado pela autêntica caridade e amor ao próximo. Eles abriram as portas da igreja de Santa Rita para os pobres e socialmente indesejáveis, em suma, às periferias existenciais da sociedade parisiense – permitindo-lhes, talvez pela primeira vez em suas vidas, se sentirem verdadeiramente acolhidos. E o Senhor não poupou Sua bênção: no giro de menos de um ano, a comunidade em Santa Rita cresceu para um número de cerca de 200 almas.

Na entrevista a seguir, Padre de Tanoüarn fornece seu próprio lado da história pela primeira vez.

OnePeterFive: Obrigado, reverendo padre, por tomar tempo para conceder-nos esta entrevista. O mundo católico ficou chocado com as imagens divulgadas na quarta-feira que documentam o despejo violento dos fiéis de Santa Rita – talvez muito mais pelo fato de que um sacerdote foi arrastado do presbitério. O senhor poderia nos revelar a identidade do sacerdote? Ele foi fisicamente ferido durante o despejo? Qual é a sua condição agora?

Reverendo Padre Guillaume de Tanoüarn: O jovem padre que você menciona é Padre Jean-François Billot. Foi ordenado em 2010 pelo Instituto do Bom Pastor. As imagens são chocantes, mas a violência era meramente simbólica. A polícia é muito profissional; eles sabem como arrastá-lo sem machucá-lo muito. Então, sim, é impressionante quando você vê; e é ainda mais impressionante quando você o experimenta. Quer dizer, a armadura, os capacetes – ainda que eles não os usem, estão lá para impressioná-lo. E funciona. Além disso, eles usaram gás lacrimogêneo, que entra em seu nariz e nos olhos. Dito isso, Padre Billot não foi ferido e está bem, graças a Deus, assim como o resto de nós, mesmo que ainda tristes com o despejo.

Fiéis católicos ficaram horrorizados ao ver a polícia de choque armada com cassetetes, escudos e gás lacrimogêneo irromperem numa igreja durante a celebração da Santa Missa. Ficamos muito aliviados ao saber que as sagradas espécies não foram profanadas, apesar da violenta interrupção. Se a polícia tivesse decidido esperar até a conclusão da Missa, o senhor acha que o despejo teria progredido mais pacificamente? Ou foram os paroquianos que estavam preparados para resistir ativamente, independentemente de quando o despejo ocorreu?

Um “resistência ativa”, como você diz, nunca foi uma opção para nós. Nós somos Católicos e eu sou padre; rechaçamos a violência, mas todavia ainda não estávamos dispostos a abandonar a igreja por nós mesmos, só porque um advogado nos pediu. A polícia entrou durante a missa  que eu estava celebrando, mas, estranhamente, eles pararam no exato momento da Elevação. A França, depois de tudo, ainda tem uma cultura católica, ainda que a prática derreta como a neve no verão. Mais uma vez, nós não temos um problema com a polícia – eles estão apenas obedecendo ordens.

Alguns questionaram a motivação e/ou justificação dos paroquianos em sua decisão de resistir ao despejo. De acordo com muitos relatos, os proprietários do imóvel tinham a lei do lado deles, e vocês estavam essencialmente invadindo uma propriedade privada. Alguns sugeriram, no entanto, que as discussões com os proprietários estavam em curso, e que vocês estavam buscando uma solução pacífica para a situação. O senhor pode explicar as circunstâncias do despejo, bem como as suas razões para resistir?

O proprietário formal da igreja quer transformá-la em um estacionamento. A congregação quer manter a igreja. Os advogados ainda estão argumentando e a batalha legal ainda não acabou. Nossa idéia básica é a de comprar o imóvel, mas custa muito dinheiro. De uma forma ou de outra, temos de encontrar um acordo comum entre as pessoas de boa vontade, e enviar a polícia não vai ajudar em nada. Fala muito o fato de que temos o prefeito de nosso distrito ao nosso lado. Além disso, estamos sendo apoiados publicamente por uma variedade de políticos locais. Eles não são necessariamente Católicos, mas compreendem o que esta igreja significa para a comunidade.

Alguns setores da mídia francesa estão pintando a comunidade dos fiéis de Santa Rita como “militantes fundamentalistas”, sendo que uma revista on-line chegou ao ponto de descrever Santa Rita como um reduto de “grupos dissidentes católicos tradicionalistas e pseudo-revolucionários de extrema-direita.” Como o senhor responde a tais acusações? Estas acusações também estão sendo usadas para manchar a reputação do Instituto do Bom Pastor (IBP) na França?

Há uma boa parte de ideologia envolvida nisso – sim. Mas, francamente, eu fiquei realmente surpreso pelo número de bons artigos sobre nós escritos por jornalistas que vieram nos entrevistar. Só para citar dois exemplos, Liberation e Le Monde são dois jornais de esquerda; o que você poderia chamar de “liberais”. No entanto, eles vieram, e eles relataram a partir de suas perspectivas, mas de uma forma justa. Houveram duras críticas também, mas isso da parte de pessoas que não se preocuparam em passar por aqui ou telefonar.

O senhor disse que pretende continuar a sua luta para salvar Santa Rita da demolição. Que passos permanecem possíveis para vocês? Existe alguma coisa que a comunidade internacional poderia fazer para ajudá-lo?

Como já referi, a luta legal ainda não acabou, o prefeito local e o conselho da cidade estão do nosso lado. Assim, ainda temos algumas cartas na manga. Eu continuo a celebrar a missa para os fiéis; não na igreja, uma vez que ela foi interditada, mas bem na frente dela. Eu celebro – para números cada vez maiores.

O membro da Assembléia Nacional,  Frederic Lefebvre, apelou publicamente para o Papa Francisco pedindo sua intervenção para ajudar a salvar St. Rita da demolição. O senhor gostaria de receber tal intervenção por parte do Santo Padre?

Qualquer intervenção seria muito bem vinda, de qualquer um. E do Santo Padre? Ele é nosso Papa, literalmente. Como você deve saber, eu fui ordenado em 1991 pela FSSPX, então em 2006 eu co-fundei o Instituto do Bom Pastor. Isso significa que eu tenho mais de 10.000 missas celebradas na minha vida, com cada uma delas em união espiritual com o papa: una cum papa nostro. Assim, eu não sei se Fréderic Lefebvre será ouvido, mas eu acredito na Providência.

O Instituto do Bom Pastor não é muito conhecido fora da França. O senhor poderia explicar qual é a sua relação pessoal com o Instituto e descrever o papel que ele desempenha hoje na vida da Igreja na França?

Temos 10 anos de idade, o que significa que ainda somos um jovem instituto. Este ano, cinco padres foram ordenados para o Instituto, o que nos coloca acima da média das dioceses francesas. O nosso objetivo não é existir em todos os lugares – somos pequenos demais para isso – mas servir aqui e ali. Fazemos o melhor ao nosso alcance.

Para os observadores externos, a França Católica parece estar sob o cerco tanto de terroristas islâmicos como de um governo secular, historicamente dedicado a reduzir a influência da Igreja no domínio público. Este é um retrato preciso da experiência dos Católicos franceses? O senhor já sentiu um aumento no interesse dos católicos franceses por uma liturgia mais tradicional e pelos ensinamentos da Igreja nas últimas décadas e/ou meses? Qual tem sido a reação entre os Católicos tradicionais na França diante do martírio do Padre Jacques Hamel?

Não vou minimizar os problemas que estamos enfrentando. Mas o nosso maior inimigo é a nossa própria preguiça e covardia. Se você é Católico, você pode passar a vida lamentando sobre o quão ruim a política, os meios de comunicação e a sociedade como um todo são. Ou você pode simplesmente fazer suas orações, criar seus filhos, fazer o seu trabalho, encontrar seus amigos, rezar o seu rosário, compartilhar uma refeição… em outras palavras: viver a boa vida de um bom Católico. Temos um ditado aqui que diz «C’est un triste saint qu’un saint triste», o que poderia ser traduzido como “É um triste santo quem é um santo triste”.

Quanto ao desenvolvimento do movimento tradicionalista aqui na França, é um saco misturado. Um quarto de todos os padres ordenados na França são ordenados para a missa em latim, que tem uma participação sempre crescente. Mas é como ter a mesma fatia de uma torta que está sempre encolhendo. Na França, uns meros 100 sacerdotes são ordenados a cada ano, enquanto 800 morrem. Um a cada dois padres franceses tem mais de 75 anos de idade.

Soubemos esta semana que as últimas palavras de Pe. Hamel foram: “Vá t’en Satan”, “Vade retro Satanás!” Não cabe a nós decidir quem é santo e quem não é. Mas o padre Hamel certamente deixou um exemplo  que nos  fez “tremblants et confiants”, como seu bispo disse: “tremulantes e confiantes”. Tremulantes por causa de sua sorte e confiantes por causa da nossa fé comum.

Obrigado, reverendo padre, pelo  seu tempo e seu serviço incansável à Santa Madre Igreja.

Deo gratias: mais dois padres brasileiros pelo IBP!

Por Manoel Gonzaga Castro* | FratresInUnum.com

No último sábado, 25 de junho, ocorreu a maior cerimônia de ordenações do Instituto do Bom Pastor, que, em setembro deste ano, completa dez anos de existência. Foram ordenados cinco novos padres e cinco novos diáconos pelo arcebispo Dom François Bacqué, núncio apostólico na França, e que já fora núncio junto aos Países Baixos de 2001 a 2011 e é bem conhecido pelas ordenações realizadas nas comunidades Ecclesia Dei, como a Fraternidade Sacerdotal de São Pedro e o Instituto Cristo Rei Soberano Pontífice.

Entre os sacerdotes, destacam-se os nomes dos neossacerdotes José Luiz Zucchi e Thiago Bonifácio da Silva, brasileiros oriundos de São Paulo e de Belo Horizonte, respectivamente. Entre os diáconos, os também brasileiros Ivan Chudzik e Marcos Mattke, ambos do Paraná.

Embora todos os quatro sejam ligados, em maior ou menor grau, à Associação Cultural Montfort, desta vez, seu atual presente, o Sr. Alberto Zucchi, tem um de seus filhos entre os ordenados, Pe. José Luiz. Ele ingressou no seminário em 2009, junto com seus colegas provenientes do Colégio São Mauro (escola da Montfort em São Paulo), os Pe. Pedro Gubitoso e Tomás Parra, mas, muito jovem, teve de aguardar mais um ano para ser ordenado, devido às restrições canônicas.

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Os neossacerdotes Thiago Bonifácio e José Luiz em meio a seus familiares e amigos após a ordenação

Com essas ordenações, o grupo de brasileiros oriundos da Associação Montfort já conta com sete sacerdotes, caminhando para o número de nove, em 2017, o que tem inspirado certa preocupação em algumas lideranças do Instituto do Bom Pastor — e pode-se inferir que, também, nas autoridades de Roma, que há alguns anos pediram “bom discernimento para vocações provenientes do Brasil”.

Atritos internos

Do ponto de vista da Montfort, a ordenação de José Luiz Zucchi confere novo alento à influência da associação junto ao IBP, que já não é mais a mesma de pouco tempo atrás. Espera-se que Pe. José Luiz seja a referência do grupo junto ao instituto, especialmente por conta do distanciamento que se sente, nos círculos do grupo em São Paulo, por parte do superior do Bom Pastor no Brasil, Pe. Daniel Pinheiro, de Brasília. Com efeito, os fiéis têm cada vez mais a impressão de que, para o Pe. Daniel, a conquista de autonomia e de afastamento da Montfort não deve sofrer retrocessos, mas avançar. Diante dessa postura, Pe. Daniel tem sido reprovado, pela cúpula da Montfort, por suposta ingratidão.

Fiéis pelo Brasil anseiam por essa independência, haja vista as interferências das lideranças do grupo paulistano no atendimento de católicos ligados à Missa tradicional em Americana e Presidente Prudente, devido a divergências com suas linhas de ação e suas percepções. 

Primeira Missa no Brasil

O desejo inicial em relação a essas ordenações era de que ocorressem no Brasil, como em 2015, quando se tornaram sacerdotes Pedro Henrique Gubitoso e Tomás Parra, ambos presentes agora na França para o grande evento, acompanhados também do Pe. Luiz Fernando Pasquotto.

Parte do clero conservador brasileiro crê que isso se deveu, em parte, à necessidade da Montfort de evitar Dom Athanasius Schneider, graças à sua amizade com a TFP e sua admiração por seu fundador, considerados inimigos mortais pela associação. Alguns ressaltam, todavia, que a primeira aproximação do atual líder da Montfort com Dom Athanasius, segundo o próprio bispo, foi via conhecidos da TFP. Dom Athanasius inclusive teria pedido à liderança da Montfort uma “trégua” aos ataques contra a TFP.

Outros falam também de uma possível rejeição por parte dos superiores do IBP em ter a ordenação no Brasil, sobretudo depois da crítica proferida por Pe. Renato Coelho, superior do IBP em São Paulo, a Dom Athanasius no blog oficial do instituto. Tal hipótese parece plausível, sobretudo porque, mesmo evitando Dom Athanasius, haveria outras opções para a celebração no Brasil, entre elas, Dom Fernando Guimarães, Arcebispo Militar do Brasil, que há pouco tempo administrou crisma a fiéis do IBP em São Paulo.

Seja como for, o grande evento relacionado ao neossacerdote José Luiz Zucchi no Brasil será sua primeira missa celebrada em sua terra natal. Ela há de acontecer amanhã, sábado, 2 de julho de 2016, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, em São Paulo.

Nessa mesma Igreja, há quase 60 anos, era ordenado outro José Luiz — Cônego José Luiz Villac, discípulo de Plínio Correa de Oliveira. Décadas mais tarde, enquanto o primeiro José Luiz chega ao ocaso de sua vida, dedicada inteiramente à luta contra-revolucionária, um novo José Luiz — José Luiz Zucchi — subirá ao altar de Deus dedicado a Nossa Senhora do Carmo. É a Igreja que se renova. Trata-se, portanto, de mais um jovem sacerdote da estirpe, embora distante, de Plínio Correa de Oliveira, cuja seiva, mesmo que hoje renegada, formou o pensamento de seus outrora discípulos Orlando Fedeli e Alberto Zucchi.

A busca de pacificação com a Administração Apostólica São João Maria Vianney

Convites para essa primeira missa foram enviados para significativa parte do clero conservador brasileiro, incluindo o Padre Jonas Lisboa, da Administração Apostólica São João Maria Vianney, que atua em São Paulo como Capelão da Capela Santa Luzia, na rua Tabatinguera, no centro de São Paulo.

A conciliação com a Administração é estratégica para o IBP no país. Embora seus membros brasileiros, a exemplo do seu grupo de origem, sempre tenham reprovado energicamente a mudança de orientação de Dom Fernando Rifan e de seus padres, a ponto de desaconselhar a frequência em suas missas, agora o momento é de conciliação para não haja grande resistência para a instalação dos novos padres do instituto nas dioceses pelo Brasil. 

Os fiéis anseiam que se chegue a uma pacificação entre os promotores da Missa Tradicional no Brasil e que as guerras partidárias dêem lugar às obras de apostolado para expansão da Tradição na Terra de Santa Cruz. Que os jovens sacerdotes sejam instrumentos da Providência Divina para isso!

* Fale com o autor: manoelgonzagacastro@gmail.com

Novos brasileiros ordenados no IBP por Dom Athanasius Schneider.

Por Manoel Gonzaga Castro* | FratresInUnum.com

No último dia 12 de março, Dom Athanasius Schneider ordenou 5 subdiáconos para o Instituto do Bom Pastor e 1 para a Fraternidade São Vicente Ferrer. A cerimônia se deu na Igreja de São João Batista, em Courtalain, França, que fica localizada nas cercanias do Seminário São Vicente de Paula, casa de formação do Bom Pastor.

Na ocasião, foram ordenados mais dois brasileiros, ambos oriundos do estado do Paraná e ligados à Associação Cultural Montfort: Ivan Chudzik e Marcos Mattke. Os dois também contribuíram com artigos para o Fratres in Unum no passado e devem receber o diaconato no meio deste ano e a ordenação sacerdotal em meados de 2017.

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Ivan Chudzik e Marcos Mattke, ao centro, respectivamente.

Com a ordenação do diácono José Luiz Zucchi ainda em 2016, é de se esperar novos reforços para o apostolado do IBP no Brasil. Atualmente, Pe. Renato Coelho tem se deslocado de São Paulo para atender os fiéis de Curitiba, ao passo que o Pe. Tomás Parra atualmente tem exercido seu apostolado em Belém do Pará, deixando o Pe. Daniel Pinheiro sem adjutório em Brasília.

A constante presença e importância de Dom Schneider para o IBP confirma o constrangimento causado pelo sermão-ataque proferido pelo Pe. Renato Coelho contra a TFP e Plínio Corrêa de Oliveira, a quem Dom Scheneider havia louvado poucas semanas antes. Acrescente-se que, no mesmo mês em que veio a ordem para a retirada desse sermão, Dom Athanasius visitou a casa do Bom Pastor em Roma, ocasião em que conversou longamente com o superior do instituto na América Latina, o Pe. Matthieu Raffray.

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Dom Schneider visita a casa do IBP em Roma, dezembro de 2015

Com isso, a Montfort deixa de ter a companhia, ao menos explícita, dos padres do IBP Brasil em seus ataques à TFP e a Plínio Corrêa de Oliveira.

Um belo gesto de “reconciliação interna no seio da Igreja” (nas palavras de Bento XVI) seria ver, quem sabe, Dom Athanasius, grande admirador de Dr. Plínio, elevar ao sacerdócio o jovem diácono José Luiz, filho de Alberto Zucchi.

Mais um gesto de pacificação a desarmar os espíritos belicosos.

Ordenações do IBP em São Paulo.

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Por Manoel Gonzaga Castro* – FratresInUnum.com: O Instituto do Bom Pastor, através de dois de seus sites (aqui e aqui), confirmou que as próximas ordenações dos brasileiros do instituto ocorrerão em São Paulo, conforme antecipado com exclusividade por Fratres in Unum.

Essa confirmação responde às especulações a respeito do fato de os diáconos (Pedro Gubitoso e Tomás Parra) e de os subdiáconos (José Luiz Zucchi e Thiago Bonifácio) não terem sido ordenados sacerdotes e diáconos, respectivamente, no dia 27 de junho, na França: não há, portanto, qualquer preocupação por parte da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei em relação à fidelidade dos ordenandos ao que Roma espera do instituto, mas o adiamento se deve a questões meramente circunstanciais.

Conforme o comunicado oficial do Bom Pastor, a cerimônia de ordenação dessas quatro vocações ocorrerá no dia 22 de agosto próximo, na Igreja São Paulo Apóstolo, localizada à Rua Tobias Barreto, 1320, às 9h30. O bispo ordenante será Dom Athanasius Schneider.

Ordenações no IBP – Atualização.

Sobre nossa matéria de ontem, uma gentil leitora nos informa:

Sobre as ordenações dos meninos do IBP, ao menos os brasileiros, o motivo de ainda não terem sido ordenados é muito tranquilo e de alegria: não foram ainda porque suas ordenações não ocorrerá em França e sim no Brasil. E posso lhe garantir (segundo os bons e bem informados amigos que tenho) que conta com a aprovação do bispo local. Aliás, o ordenante também é brasileiro e a data também não está muito longe.

Deo gratias!