Ofensiva do diabo: derrubar os padres.

Por FratresInUnum.com, 15 de julho de 2019Há algo de sobrenatural naquela cena. Uma mulher desequilibrada desce as arquibancadas, salta as cercas de ferro, passa pelas estruturas de som, sobe num palco de dois metros, sai correndo sem ser percebida em todo o trajeto e atira ao chão um padre de quase dois metros e cerca de cem quilos como se fosse uma folha de papel…

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Alguém dizia que “Deus permite ao diabo agir apenas com a condição de que não esconda o rabo”. Deixando de lado todas as tolices e infantilidades litúrgicas do Padre Marcelo Rossi, o ataque sofrido carrega um misterioso alerta: há uma guerra declarada de Satanás contra o clero.

Não é mera coincidência que a reportagem principal da revista VEJA deste fim de semana seja propriamente sobre os abusos sexuais cometidos por padres na diocese de Limeira, que obrigaram o bispo Dom Vilson a renunciar ao cargo. A foto de capa é a de um padre com vestes tradicionais: batina e barrete, ambos frisados.

Para além do significado fotográfico óbvio – mesmo sendo para representar um molestador, o que representa um padre católico continua sendo ainda a batina tradicional –, é evidente que a intenção semiótica principal é a de colar no clero conservador a marca de abusadores potenciais, coisa que se não faz com o clero progressista.

Fato é que a reportagem de VEJA não está descolada de uma agenda interna mais ampla, que decorre da opção preferencial de Francisco pelo politicamente correto, mesmo com sacrifício dos bispos e dos padres do mundo inteiro. Sejamos mais claros.

Com o Motu Proprio Vos estis lux mundi, o papa argentino institui uma política denuncista na Igreja, que não apenas desburocratiza acusações, mas as potencializa de modo quase incontrolável. Via de regra, as dioceses precisariam disponibilizar guichês para a denúncia de seus clérigos, criando, assim, espaços para a produção de documentos acusatórios contra si mesmas. Trata-se do completo aniquilamento da aplicação do direito pela Igreja, em favor da soberania mundana.

E, para eximir-se de responsabilidades e, ao mesmo tempo, amarrar completamente os bispos, no Motu Proprio Sicut mater amabilis (a ironia do título é simplesmente sádica), Francisco estabelece que o bispo renuncie ou seja removido por decreto num prazo de quinze dias quando, por negligência, tiver agido ou omitido algo que cause algum dano grave a outros, sejam indivíduos ou grupos. Pode-se questionar se não é daí que decorre a necessidade de Francisco ficar em silêncio ante as acusações de Dom Viganò — teria o pontífice argentino, por coerência, de renunciar ao papado que perseguiu com tanto afinco.

Em outras palavras, é a institucionalização da perseguição judicial na Igreja, tanto a padres quanto a bispos, é a ferramenta mais evoluída para infernizar inteiramente a vida eclesiástica.

A reportagem de VEJA é uma espécie de alarme, um tiro para o alto, a fim de que se institua todo este aparelhamento bergogliano nas cúrias. Os inimigos da Igreja estão exultantes e já perceberam que este pontificado é uma espécie de Cavalo de Troia, infiltrado para levar a cabo aquilo que Paulo VI chamava de autodemolição da Igreja. Em um vídeo recente, o ex-pastor Caio Fábio apresenta eufóricas louvações ao Papa Francisco, aclamado como aquele que veio para realizar a justiça contra os padres, tachados indistintamente como tarados.

“Criar dificuldades para vender facilidades”. Esta é a razão última de todas essas manobras. Em um pontificado que favorece a agenda gay, o feminismo descarado, o ecologismo psicótico, a esquerda internacional, parece quase incompreensível essa política de tolerância zero, não estivéssemos nós na iminência do Sínodo Pan-Amazônico, que é essencialmente um ataque ao sacerdócio católico e à santidade do celibato sacerdotal.

A hecatombe que visa desmoralizar o clero tem como objetivo principal a destruição do celibato para reduzir o sacerdócio a uma mera função profissional, dada a homens casados que se ocupem apenas de modo parcial do ministério, transformando a Igreja em uma mera empresa, destinada inexoravelmente à falência espiritual.

O plano do diabo não é somente derrubar os padres. É derrubar o sacerdócio católico como tal e inverter completamente a grande missão que Nosso Senhor concedeu aos Apóstolos: não se trata mais de converter o mundo, mas em ser convertido pelo mundo; não se trata mais de pregar para os índios, mas em regredir de tal modo que a Igreja se torne uma mera instituição tribal e pagã.

Quando o Padre Marcelo foi atacado, estava justamente falando que o sacerdote tem as mãos ungidas, não pertence mais a si mesmo e age in persona Christi. Foi um ataque bastante eloquente. “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça”.

Padre Marcelo Rossi à Folha de São Paulo: “Estamos voltando à Idade Média, o período mais terrível e negro da igreja”.

O perigo é esquecer a oração e cair na política

Sacerdote critica incentivo da igreja às comunidades eclesiais de base e diz que Feliciano quer criar ‘guerrilha’

Folha de São Paulo – Sacerdote católico mais famoso do país, o padre Marcelo Rossi, 45, vai de encontro à indicação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) de que o incentivo às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) pode ajudar a igreja a recuperar o espaço perdido para os evangélicos.

Para padre Marcelo, as CEBs –que tiveram seu auge nos anos 1980 combinando princípios cristãos a uma visão social de esquerda– apresentam o risco de estimular a “tentação à política”.

“O PT surgiu da CEB. Então, que não se politize”, diz o padre, que defende que a igreja construa grandes espaços como seu Santuário Mãe de Deus, aberto, ainda incompleto, em novembro passado.

Ele pretende concluir a obra, com capacidade para 100 mil fiéis, com as vendas de “Kairós” (ed. Globo), seu segundo livro, que será lançado amanhã em São Paulo.

Folha – Qual sua expectativa em relação ao papa Francisco?

É uma expectativa muito grande, a começar pelo rompimento dos protocolos. Espero muito da renovação da igreja, da opção pelos pobres. Espero em julho estar com ele na Jornada Mundial da Juventude e entregar o [livro] “Kairós”. Meu amigo padre Fábio de Melo, padre Reginaldo Manzotti e eu estaremos lá, cantando para ele.

Em 2007, o senhor foi impedido de cantar para o papa Bento 16 no Brasil e acusou a Arquidiocese de São Paulo de boicotá-lo. Temeu que o arcebispo dom Odilo Scherer virasse papa?

Não, pelo contrário. Dom Odilo pôde me conhecer de perto. Percebeu que eu não era um artista. Hoje tenho uma admiração e um carinho enorme por ele. Não vou dizer que [o responsável pelo boicote] foi dom Odilo. Foi o comitê organizador. É muito fácil culpar. Às vezes, a pessoa nem está sabendo.

Ainda em 2007 ele disse que seu trabalho era “insuficiente” e que “o padre não é um showman”. O que mudou?

Ele entendeu que eu não faço show. Celebro missa. Toda missa que faço, mesmo na TV, quem está à frente é o meu bispo [dom Fernando Figueiredo, bispo de Santo Amaro]. Estou lá animando. Minha função é animar as pessoas.

O último Censo apontou um aumento do número de evangélicos e a diminuição do número de católicos. Como recuperar o terreno?

O número de católicos é enorme e o de padres, em relação aos fiéis, mínimo. Para formar um sacerdote são no mínimo sete anos. Um pastor se faz em três meses. A formação é mínima. E precisa ter acolhida. A pessoa vai à igreja, ela está fechada. Os [templos] evangélicos estão sempre abertos. E o uso da mídia. Você liga a TV, sempre tem coisa evangélica, pessoas que invadem horários e horários. É até exagerado.

Na assembleia da CNBB, neste mês, a igreja indicou que quer incentivar as Comunidades Eclesiais de Base para recuperar espaço em áreas pobres. Deve ser esse o caminho?

Aí eu questiono. Acho as CEBs importantes, mas hoje nosso povo precisa de grandes espaços. Vejo nas missas do Santuário. Uma vela ilumina? E dez? E 20 mil? O Palmeiras estava sem 13 titulares, mas a torcida foi e eles se classificaram na Libertadores. Faz diferença. Os evangélicos erguem grandes locais, porque reúnem as pessoas. Se ficar fechado na CEB, esquecer a oração, ficar só na política… Se olhar os que estão no governo, a maioria surgiu da CEB.

A CEB está na origem do PT.

O PT surgiu da CEB. Então, que não politize. O perigo é este: cair na política.

O senhor é criticado por atrair o público, mas adotar um discurso conservador e distante dos problemas sociais.

Temos trabalhos com recuperação de drogados, arrecadação de alimentos. Nas CEBs, acaba se tornando mais política do que social. É mais perigoso a pessoa ter a tentação à política na CEB.

Acha que a igreja serviu de trampolim para integrantes do governo ou do PT?

Não poderia julgar. A Igreja Católica é apartidária, pelo menos deve ser. Os evangélicos, às vezes, determinam em quem votar. Estamos voltando à Idade Média, o período mais terrível e negro da igreja.

Mas na campanha do ano passado houve episódios polêmicos envolvendo a Igreja Católica, como a declaração de dom Odilo contra a campanha de Celso Russomanno.

E dom Fernando depois se manifestou [disse que Russomanno era católico]. Russomanno saiu de encontro de casais. Fiz o casamento dele, batizei os filhos. Ele é católico. É fácil hoje você destruir uma pessoa. Veja o [deputado Gabriel] Chalita [acusado de receber favores de empresas quando era secretário estadual da Educação].

Como avalia as denúncias contra ele, que é seu amigo?

Fico perplexo. Estou esperando ele se manifestar. Nossa função é ficar quietinho, porque é um amigo que me ajudou muito. Quero ver o que vai ser provado. Se algo está errado, você vai falar [denunciar] depois de dez anos? É para destruir a pessoa.

Conversou com Chalita?

Até agora não, acredita? Estou esperando um posicionamento mais claro. Ainda dizia, quando ele falou que iria entrar na política: “Não faça isso”. Eu o aconselhei várias vezes. Conselho é bom, né, mas você só pode dar.

Espera um posicionamento público ou que ele fale pessoalmente com o senhor?

Pessoalmente eu não prefiro. Tenho certeza de que ele vai falar que está tudo OK. Mas quero ver um posicionamento provando isso.

Acredita na inocência dele?

Parto do princípio da confiança. Mas não sou cego. Se eu vejo alguma coisa que está errada… Por isso estou esperando que ele se coloque.

Qual sua opinião a respeito do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à frente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara?

Ele tentou até me provocar [disse, em uma entrevista, que “padre Marcelo pede dinheiro e nunca se falou nada”]. Eu nunca pedi dinheiro. Pelo contrário. O jogo deles é criar guerrilha. A melhor coisa é ficar quieto. A Justiça do mundo pode tardar, mas chega. E credibilidade não se compra. Em 2010, a Folha fez uma pesquisa sobre em quem o brasileiro mais confiava, com 27 personalidades. Estava o Edir Macedo, que ficou lá em 20º [foi o 26º]. Fiquei em terceiro lugar. Eram Lula, William Bonner e eu.

Ele deveria renunciar?

Ele nem deveria estar lá, na minha opinião. A partir do momento em que se diz um pastor, não dá para ser ao mesmo tempo um líder político. Acho importante ter uma bancada católica, como existe a evangélica. Mas não acho correto padre, bispo, pastor se candidatarem, porque aí estou transformando um púlpito num palanque.

Qual sua opinião sobre o casamento gay?

A palavra de Deus é clara: Deus criou o homem e a mulher. A igreja acolhe o pecador, mas não o pecado. Não vai poder legitimar o casamento entre homossexuais. Mas acolhe com carinho.

E sobre a adoção por casais homossexuais?

[Ele é contra] Por causa da formação. O que vai ficar na cabeça [da criança]? Você quebra o sentido do que é família, que é o homem e a mulher, o pai e a mãe. São princípios bíblicos. Não sou eu que vou contrariar a palavra de Deus. Seja evangélico ou católico, a partir do momento em que você é cristão, não dá.

Com 50 mil fiéis, padre Marcelo inaugura novo templo em São Paulo.

Altar do santuário.
Altar do santuário.

Por Folha de São Paulo | O Santuário Mãe de Deus, maior templo católico do país, foi inaugurado nesta sexta-feira (2).

A nova sede da Diocese de Santo Amaro, onde atua o padre Marcelo Rossi, recebeu em sua primeira missa 50 mil pessoas, segundo estimativa da GCM (Guarda Civil Metropolitana).

Este número considera apenas os espectadores que estavam na área do templo. A GCM [Guarda Civil Metropolitana] não contabilizou os fiéis que não conseguiram entrar no santuário.

A avenida Interlagos, que foi fechada durante a missa, estava tomada por pessoas.

O número de presentes foi bem acima do previsto. A Prefeitura de São Paulo havia concedido uma autorização parcial para o funcionamento com lotação máxima de 20 mil espectadores.

“A prefeitura já sabia que poderia ser [um número superior] porque era inauguração. Depois volta-se ao normal”, afirmou Marcelo Rossi.

Estiveram presentes o governador Geraldo Alckmin e sua mulher, o prefeito Gilberto Kassab, o ministro Alexandre Padilha (Saúde), o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), o deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP) e o ex-governador Luiz Antônio Fleury Filho.

Religiosos dançam durante missa inaugural do santuário.
Religiosos dançam durante missa inaugural do santuário.

Entre as autoridades religiosas, estavam o representante do papa no Brasil, dom Giovanni d’Aniello, o arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer e o bispo de Santo Amaro, dom Fernando Figueiredo, líder espiritual de Marcelo Rossi.

Cerca de 60 pessoas passaram mal e receberam atendimento médico, segundo a organização do evento. Ninguém precisou ser encaminhado ao hospital.

Havia apenas uma viatura do Corpo de Bombeiros e oito membros da corporação durante a missa.

Após quase oito anos de construção, o templo foi inaugurado sem estar concluído. Questionado sobre a previsão de término da obra, Marcelo Rossi disse “quando Deus quiser”. Sua previsão é que a obra esteja terminada de cinco a dez anos. Pronto, o templo poderá receber até 100 mil fiéis.

O novo cartão-postal de São Paulo.

Estadão – Oito anos e várias promessas de inauguração depois, será aberto em 2 de novembro, com a missa de Finados, o megatemplo do famoso padre Marcelo Rossi, na região de Santo Amaro, zona sul. “Será um novo cartão-postal de São Paulo”, entusiasma-se o sacerdote. “Uma construção para durar 700 anos.” Com capacidade para 20 mil pessoas – e mais até 80 mil na área externa -, será a maior igreja católica de São Paulo.

Para a missa de inauguração, às 11h do dia 2, estão confirmadas as presenças dos cantores Alexandre Pires e Agnaldo Rayol. Batizado de Santuário Theotokos – Mãe de Deus, a igreja foi construída em um terreno de 30 mil m² na Avenida Interlagos. Antes, o local abrigava uma indústria de cervejas.

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Dente quebrado impediu encontro entre padre Marcelo Rossi e Haddad.

Folha de São Paulo – O padre Marcelo Rossi afirma que não se encontrou com o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, por causa de um dente quebrado. Ele já recebeu Celso Russomanno (PRB), José Serra (PSDB) e Gabriel Chalita (PMDB), mas negou que tenha usado uma dor de dente como desculpa para não aparecer numa missa com o petista.

“Quebrei o dente e fiz até implante. Tenho testemunhas”, disse o padre à coluna Mônica Bergamo desta quarta-feira (12).

O acidente odontológico ocorreu quando o religioso, de regime, mordeu uma torrada sem glúten. “Eu não posso nem olhar para aquela torrada”, afirma.

O padre também disse que ficou chateado com a divulgação, pela campanha de Russomanno, de que o teria autorizado a usar imagens da missa a que o candidato compareceu. “Dei a gravação a ele de presente. Eu jamais deixaria que usassem minha imagem em campanha.”

Circo do Padre Marcelo: Depois de Serra e Russomanno, as atrações agora são Chalita e Raul Gil (pai e filho).

“Os últimos serão os primeiros” [em referência à posição de Chalita nas pesquisas de intenção de voto para Prefeito de São Paulo] .

Novamente Padre Marcelo - E o altar virou palanque.
Novamente Padre Marcelo – E o altar virou palanque.

Por Maria Dias – Terra Magazine: Depois de Celso Russomanno (PRB) e José Serra (PSDB), foi a vez do candidato do PMDB à Prefeitura de São Paulo, Gabriel Chalita, participar da missa do Padre Marcelo Rossi, no Santuário Mãe de Deus, na zona sul da capital paulista.

Chalita estava sentado na primeira fila de cadeiras em frente ao palco, durante celebração da noite de quinta-feira (6), quando o padre falou no microfone: “Até que enfim você veio”. A missa, com presença de cerca de sete mil fiéis, contou com a primeira leitura do rito religioso feita pelo candidato à sucessão de Kassab.

Terra Magazine teve acesso, em primeira mão, a um vídeo que mostra momentos da participação de Chalita durante a missa, que será usado em seu programa eleitoral na TV. “Vou apresentar um amigo que há muito tempo disse que viria aqui”, disse o padre com o peemedeista ao seu lado, já em cima do palco. “Essa missão é uma bênção, assim como o Padre Marcelo Rossi”, retribuiu Chalita.

No mesmo "espetáculo" político, compareceram o apresentador Raul Gil, que recentemente zombou da Fé Católica, e seu filho, Raul Gil Junior, candidato a vereador em São Paulo.
No mesmo “espetáculo” político, compareceram o apresentador Raul Gil, que recentemente zombou da Fé Católica, e seu filho, Raul Gil Junior, candidato a vereador em São Paulo.

A presença dos candidatos em uma das principais missas católicas de São Paulo marca mais um capítulo da corrida pelo chamado voto religioso, um dos responsáveis por levar a disputa presidencial de 2010 para o segundo turno.

Ao receber Russomanno, Marcelo Rossi disse que não faria campanha para ninguém, mas entregou a gravação da missa para o candidato e permitiu que ele usasse as imagens como quisesse. Líder nas pesquisas, Russomanno tenta desfazer a ideia de que a Igreja Universal é sua única apoiadora enquanto vertente religiosa.

José Serra chegou a chorar ao receber a bênção do Padre Marcelo e, segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo, o sacerdote alegou dor de dente no dia em que iria receber Fernando Haddad, candidato do PT à Prefeitura da capital paulista.

O carismático cabo eleitoral da eleição paulistana.

Padre Marcelo Rossi diz que ‘confia’ em Celso Russomano

Por Mônica Bergamo

O padre Marcelo Rossi procurou Celso Russomanno (PRB-SP) há alguns dias para convidá-lo para a missa que celebra em seu santuário, em SP. Na cerimônia, abraçou o candidato, disse que padre não pode fazer campanha eleitoral — mas rasgou elogios. Lembrou que celebrou o casamento de Russomanno e também o batizado de seu filho, Celsinho, e disse que “confia” nele.

VER PARA CRER

No fim, padre Marcelo deu a Russomanno a fita em que a cerimônia foi gravada. “Ele nos liberou para usar as imagens na campanha”, diz Campos Machado (PTB-SP), coordenador da equipe eleitoral de Russomanno.

PADRINHO DE SOBRA

As imagens de padre Marcelo podem servir de “vacina” às informações, já exploradas por adversários, de que o padrinho político de Russomanno é o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da TV Record, onde o candidato tinha um programa.

CHORA, SERRA

O religioso tomou a iniciativa de telefonar para Russomanno depois da divulgação das imagens em que José Serra (PSDB-SP) aparece chorando em missa com ele.

Tucano chora e recebe bênção em missa do padre Marcelo Rossi.

Folha de São Paulo – Um dia depois de perder a dianteira na disputa pela Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) chorou ao participar de uma missa do padre Marcelo Rossi. O tucano foi convidado pelo sacerdote e acompanhou a cerimônia da primeira fila do altar.

Chamada “missa de cura e libertação”, a celebração tem, tradicionalmente, forte conteúdo simbólico.

Rossi falou a Serra sobre a missa há cerca de 20 dias, durante rápido encontro na Bienal do Livro. Na ocasião, ressaltou que a missa era transmitida pela internet a “cerca de 500 mil pessoas”. Ontem, outras 15 mil acompanharam a cerimônia in loco.

“Serra, você vai ver que missa emocionante é essa”, avisou Rossi, logo no início.

O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi.
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra, em missa celebrada pelo padre Marcelo Rossi.

O padre pregou sobre superação de adversidades. Durante a palavra, citou um versículo de Eclesiástico. “Não entregues tua alma à tristeza e não aflijas a ti mesmo com tuas preocupações”, disse, lendo o texto. “No mundo, querem nos derrubar com mentiras e inverdades. Aqui não”, falou em outro trecho.

Serra comungou. “Nada poderá me abalar. Nada poderá me derrotar”, dizia a música que embalou a ceia.

No fim da missa, o tucano falou. Parabenizou o padre e dom Fernando Figueiredo pelo santuário que vão inaugurar. “Eles desconhecem os limites do impossível”, disse.

Depois, chorou ao lembrar que, já no fim da vida, sua mãe recebeu uma bênção de dom Fernando. “Isso me marcou muito”. Serra recebeu água benta e saiu. “A porta está aberta para todos,” disse padre Marcelo. “Mas amigo é amigo” concluiu.

‘Conte comigo’, diz padre Marcelo a Serra.

Folha de São Paulo

Padre Marcelo e Serra na Bienal do Livro.
Padre Marcelo e Serra na Bienal do Livro.

“Eu acredito em você. Pode contar com o meu apoio.” As duas frases foram ditas ontem pelo padre Marcelo Rossi ao pé do ouvido do candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra.

Os dois se encontraram na Bienal do Livro. Serra foi fazer campanha. O padre, autografar exemplares do último de seus livros.

Quando Serra chegou ao evento, já no fim da tarde, padre Marcelo havia parado de dar autógrafos. No entanto, deixou a sala em que estava para cumprimentar o tucano. Os dois posaram para fotos e conversaram rapidamente, em tom baixo.

Fotos da campanha

O padre convidou Serra a participar de uma de suas missas, que acontece sempre às quintas-feiras. “Mais de 500 mil pessoas assistem. Nós transmitimos pela internet”, contou ao tucano.

Serra confirmou presença. Ao final do bate-papo, perguntou como estava o pé do padre, que havia machucado o tornozelo.

Após o encontro, Serra continuou caminhando pela feira. “Eu sou um admirador dele e acredito que ele também me admira. Somos amigos”, disse o tucano, quando questionado sobre a conversa com o padre.

Na Bienal, Serra prometeu dobrar o número de livros distribuídos pela prefeitura no programa Minha Biblioteca, hoje em 4 milhões.

Xô, olho gordo!

Folha.com – Embalado por “Sunday Bloody Sunday”, do U2, padre Marcelo corria a 9 km/hora na esteira de sua casa em 29 de abril do ano passado quando deu um passo em falso e se acidentou. Foi uma lesão séria no tornozelo.

Chorei uma semana inteira. Até pensei que foi por inveja“, diz. Três dias antes ele havia sido convidado para uma palestra particular com o papa Bento 16 no Vaticano.

Quando o papa passou pelo Brasil, os dois mal se conheceram –muito por conta da má-fé dos organizadores, segundo o padre Marcelo.

Entre fazer uma cirurgia –e não ir a Roma- ou tentar a recuperação com medicação pesada, o padre optou pelo segundo caminho. Inchou 12 quilos, desafiou o estômago, mas visitou o papa.

A vida na cadeira de rodas lhe trouxe uma nova perspectiva. “Fiquei com princípio de depressão. Primeiro eu tentei jogar Playstation `pra’ passar o tempo, mas desisti. Busquei escrever, o que jamais faria porque sou muito agitado.”

Assim nasceu o livro “Ágape”, espécie de diário escrito em dois meses, e que em 13 vendeu 6 milhões de cópias a R$ 19,90 segundo Mauro Palermo, diretor da editora Globo, responsável pelo título.

Editores de best-sellers ouvidos pela Folha acreditam que nenhum livro lançado no país atingiu esse número em um período tão curto.

“O livro traz uma linguagem de fácil compreensão, situações do cotidiano e sugestões de orações. É quase um manual de instruções assinado por uma figura carismática”, diz Palermo.

O padre usa o livro na missa dominical transmitida ao vivo pela TV Globo e no programa matinal diário que mantém na rádio Globo AM.

A turnê por 42 cidades do país também ajudou. Padre Marcelo contabiliza 400 mil dedicatórias nesses eventos.

Considera que metade de seu público é da emergente classe C. O valor dos royalties ele não divulga –diz que ganhou “milhões e milhões”. Mas é consenso no mercado de que menos do que 10% a 15% do valor de capa –ou seja, de R$ 12 milhões a R$ 18 milhões– certamente não foi.

Todo esse dinheiro de acordo com o padre é revertido para a construção de um santuário com capacidade para 100 mil pessoas, que está sendo erguido em Interlagos. “São milhões que poderiam ficar comigo, mas é o sonho de minha vida”, afirma.