Carreiristas da Teologia da Libertação escrevem carta ao Papa Francisco.

Por FratresInUnum.com, 14 de setembro de 2020 – Não se morre de tédio neste nosso país, e isso também vale para a nossa Igreja Católica! Ontem, o site PortalDasCEBs noticiou em primeira mão que um grupo de padres e bispos descontentes escreveram ao Papa Francisco tomando como motivo a campanha internacional Black Lives Matter (!!!).

O objetivo da missiva foi difamar o núncio apostólico em saída, Dom Giovanni d’Aniello, recém nomeado para a Rússia, e pautar, a exemplo do que já tentou fazer dom Leonardo Steiner, a atividade do próximo núncio apostólico, Dom Giovani Battista Diquattro. Segundo os firmatários, a nunciatura precisa adotar critérios raciais na escolha dos candidatos ao episcopado, privilegiando os candidatos negros sobre os provenientes de outra etnia ou grupo racial, bem como realizar as nomeações atendendo mais às tendências hegemônicas nas realidades locais (entenda-se, das máfias locais). Uma pergunta que não deixaríamos passar: mas, se o candidato negro for da estirpe de Sarah, Napier, Arinze… teria direito a essas quotas? Ou receberiam o tratamento dispensado pelo Cardeal Kasper e companhia ao episcopado africano no Sínodo da Família?

Ultimamente, a facção que assumiu a autoria da carta, autointitulada “Padres da Caminhada” (a qual não possui nenhuma personalidade jurídica, civil ou canônica, e, portanto, atua nos parâmetros da mais clamorosa clandestinidade), tem se empenhado em atuar como um verdadeiro grupo de pressão contra a CNBB e as instituições da Igreja, forçando uma ruptura interna no episcopado e, ao mesmo tempo, a mais aberta fanatização política. Não satisfeitos com o esquerdismo borocoxô de Dom Walmor e demais membros da presidência atual da CNBB, querem uma CNBB pujantemente militante, desavergonhadamente de punhos levantados — da nossa parte, concordaríamos somente se a CNBB entrasse numa bela greve, quiçá perene…!

Os signatários chegam a dizer que estão “cansados de diplomatas vaidosos e carreiristas, ansiosos por poder!”.

Resposta do Papa Francisco aos “Padres da Caminhada”.

A coisa mais interessante, porém, é que eles obtiveram uma resposta do Papa Francisco, na qual ele os agradece pela carta e acrescenta: “falarei do assunto com o cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos. Entendo o que dizem sobre a Nunciatura e o modo de escolher os candidatos ao Episcopado. Agora irá um Núncio novo e também falarei com ele”.

O que isso significa, realmente, ninguém sabe. Quem sondará os pensamentos de um jesuíta? De um lado, pode significar: “concordo com vocês e farei o que estão dizendo”, ou, de outro lado: “isso é um assunto meu e eu converso com os interessados”.

Em todos os casos, é bom que conheçamos quem são esses carreiristas ressentidos, que queriam brincar de mitra, mas não conseguem (ao menos até agora); que querem manipular as nomeações no Brasil, ousam pular toda a estrutura da Igreja e tentar acoplar diretamente o papa em suas políticas eclesiásticas; que hostilizam de modo tão desleal os seus superiores visando tê-los como pares no episcopado; enfim, destes que vivem falando de pobres e do povo, mas que se autodenunciam em sua própria ambição e volúpia pelo poder.

Aqueles “carreiristas, ansiosos por poder” que eles poderiam identificar facilmente se olhassem, não às nomeações do antigo núncio, mas, simplesmente, ao… espelho.

É excelente que o Portal das CEBs tenha divulgado a carta, pois, sendo insuspeito de direitismo ou de qualquer tipo de conservadorismo, é fonte totalmente segura da veracidade da informação e também de sua orientação ideológica. Agradecemos ao Portal das CEBs por mais este importante vazamento (embora sua audiência seja irrisória, sendo que o grande público tomará ciência do conteúdo aqui pelo Fratres!).

Esse tipo de movimentação mafiosa pela parte sempre descontente e baderneira do clero brasileiro, insuflada por bispos em fim de carreira e desejosos de perpetuação, deveria ser frontalmente neutralizada pela Conferência Episcopal. Tal iniciativa é claramente afrontosa e mostra exatamente quem são e onde estão os inimigos da Igreja.

Sairão Dom Walmor, Dom Jaime Spengler e Dom Joel, membros da atual presidência da CNBB, de seu sonolento  e burocrático mundinho de notas insípidas, sobre todos os temas possíveis e imagináveis, para tratar de um assunto que realmente lhes compete?

Abaixo, seguem os nomes de todos que assinaram a carta, segundo a divulgação do Portal das CEBs:

  1. Adamor Lima – Paróquia das Ilhas – Diocese de Abaetetuba – PA
  2. Dom Adriano Ciocca Vasino – Prelazia de São Feliz do Araguaia – MT
  3. Altair Manieri – Arquidiocese de Londrina – PR
  4. Antônio Carlos Fernandes, SDN – Espera Feliz – Diocese de Caratinga – MG
  5. Antônio De Jesus Sardinha – Vigário Geral – Diocese de Jales/SP
  6. Antônio José de Almeida – Diocese de Apucarana – PR
  7. Antonio Lopes de Lima – Diocese de Limoeiro do Norte – CE
  8. Antonio Manzatto – Arquidiocese de São Paulo
  9. Basilio Vidal Vileci – Diocese de Crato – CE
  10. Benedito Ferraro – Arquidiocese de Campinas – SP
  11. Brasílio Alves de Assis – Diocese de Registro – SP
  12. Celso Carlos Puttkammer dos Santos – Prelazia do Marajó – Soure/PA
  13. Danilo Lago Severiano – São Félix do Xingu – Prelazia de São Félix – PA
  14. Danilo Vitor Pena – Diocese de Jacarezinho – PR
  15. Dennis Koltz – PIME – Macapá
  16. Diego Giuseppe Pelizzari – Diocese de Londrina – Conselho Indigenista Missionario – CIMI
  17. Dirceu Luiz Fumagalli – Arquidiocese de Londrina – PR
  18. Domingos Rodrigues – Paróquia Arcanjo Gabriel – Diocese de Bagé – RS
  19. Edegard Silva Junior – Missionário Saletino – Diocese de Pemba – Moçambique
  20. Edmar Augusto Costa – Arquidiocese do Rio de Janeiro – RJ
  21. Edson André Cunha Thomassim
  22. Edson Zamiro da Silva – Diocese de Apucarana – PR
  23. Elauterio Conrado da Silva Junior – Diocese de Bagé – RS
  24. Dom Erwin Käutler – Bispo Prelado Emérito da Diocese do Xingu – Altamira – PA
  25. Ezael Juliatto – Arquidiocese de São Paulo – SP
  26. Flávio Corrêa de Lima – Diocese de Novo Hamburgo – RS.
  27. Dom Flávio Giovenale, SDB – Diocese de Cruzeiro do Sul – AC
  28. Francisco de Aquino Junior – Diocese de Limoeiro do Norte – CE
  29. Francisco Gecivam Garcia – Arquidiocese de Maringá – PR
  30. Geraldino Rodrigues de Proênça – Diocese de Apucarana – PR
  31. Gilberto Tomazi – Vigário Geral – Diocese de Caçador-SC
  32. Hermes Antonio Tonini – Diocese de Lages – SC
  33. Ivanil Pereira da Silva – Paróquia Santa Rita de Cássia – Cianorte – Diocese de Umuarama – PR
  34. Jean Fabio Santana, SJ – Arquidiocese de São Paulo – SP
  35. Jorge Corsini – Diocese de Registro – SP
  36. Diác. Jorge Luiz A. Souza – Arquidiocese de São Paulo – SP
  37. Jorge Pereira de Melo – Arquidiocese de Londrina – Paróquia Santo Antônio – Londrina.
  38. José Amaro Lopes de Sousa – Diocese de Xingú – Altamira – PA
  39. José Cristiano Bento dos Santos – Arquidiocese de Londrina – PR
  40. José Geraldo Magela Vidal – Arquidiocese de Mariana – MG
  41. Dom José Luiz Ferreira Salles, CSsR – Diocese de Pesqueira –
  42. Dom José Mário Stroeher – Bispo Emérito do Rio Grande – RS
  43. José Oscar Beozzo – Diocese de Lins – SP
  44. José Roberto Moreira – Paróquia Nsa. Sra. Da Boa Viagem – Bocaina do Sul – Diocese de Lages – SC
  45. Lazaro Gabriel Lourenço – Diocese de Limeira – SP
  46. Leandro de Mello – Arquidiocese de Passo Fundo – RS
  47. Leomar Antonio Montagna – Arquidiocese de Maringá – PR
  48. Lino Mayer – Diocese de Rio Grande – RS
  49. Luciano da Paixão – Arquidiocese de Londrina – PR
  50. Luis Miguel Modino – Missionário Fidei Donum – Arquidiocese de Manaus – AM
  51. Luiz Carlos Palhares – Diocese de Apucarana – PR
  52. Luiz Roberto Sandini – Diocese de Chapecó – SC
  53. Dom Manoel João Francisco – Bispo da Diocese de Cornélio Procópio – PR
  54. Manoel José de Godoy – Paróquia São Tarcísio – Arquidiocese de Belo Horizonte – MG
  55. Marcos Roberto Almeida dos Santos – Arquidiocese de Maringá – PR
  56. Mauro Batista Pedrinelli. Arquidiocese de Londrina – PR
  57. Medoro de Oliveira Souza Neto – Diocese de Valênça – RJ
  58. Nadir Luiz Zanchet – Diocese de Balsas – MA
  59. Nelito Dornelas – Governador Valadares – MG
  60. Pascal Atumissi B., SX. CIMI – Redenção – PA
  61. Paulo Humberto Rodrigues Cruz – Arquidiocese de Belém do Pará – Área Missionária São Clemente – PA
  62. Paulo Joanil da Silva, OMI – Diocese de Belém – PA
  63. Paulo Sérgio Bezerra – Paróquia N. Sra. do Carmo – Itaquera – Diocese de São Miguel Paulista – SP
  64. Pedro Curran, OMI – Arquidiocese de Manaus – AM
  65. Roberto Valicourt, OMI – Arquidiocese de Manaus – AM
  66. Rui Fernando de Oliveira Santos -Diocese de Apucarana – PR
  67. Sebastião Rodrigues da Silva – Paróquia São Francisco de Assis CP – Diocese de Cornélio Procópio – PR
  68. Sérgio Eduardo Mariucci, SJ –
  69. Sérgio Lima Pereira – Arquidiocese de Pelotas – RS
  70. Severino Leite Diniz – Paróquia Nsa. Sra. Aparecida – Promissão – Diocese de Lins – SP
  71. Sisto Magro – PIME – Macapa – AP Pe. Vilmar Gazaniga – Diocese de Caçador – SC
  72. Vilson Groh – Florianópolis – SC
  73. Vitor Galdino Feller – Vigário Geral – Arquidiocese de Florianópolis- SC. Pe. Wilfrido Mosquer, OSFS – Arquidiocese de Pelotas – RS
  74. Frei Wilmar Villalba Ortiz, OFM Conv – Paróquia Exaltação da Santa Cruz – Ubatuba – SP
  75. Wilner Charles, OSFS Brasil,

Não existe ecumenismo, existe é comunismo!

Por FratresInUnum.com, 13 de setembro de 2020 – No último dia 7 de setembro aconteceu por todo o Brasil o conhecido “Grito dos excluídos”, um evento TL marcado pelo protesto panfletário, bem ao gosto dos comunistas de ontem e de hoje.

Na Arquidiocese de Vitória (ES), no Convento da Penha, a celebração foi ecumênica e inter-religiosa, e contou com a participação de uma mãe-de-santo do candomblé, um representante da umbanda e um pastor luterano, todos recepcionados pelo grande anfitrião, o arcebispo Dom Frei Dario Campos, franciscano.

Além de cânticos em comum, da leitura de um manifesto contra o governo, de um ofertório com frutas e comida (abençoado e partilhado-comungado por todos), o evento foi concluído com uma “bênção” de cada uma das religiões, em nome dos orixás, dos guias, dos ancestrais e até da “maternidade de deus”, como se pode ver no vídeo.

Chamou a atenção que, embora no pluralismo de religiões, havia um credo comum subjacente, uma mesma profissão de fé, unânime e dogmática, um símbolo que os unificava: os mesmos valores socialistas.

A nossa perspectiva católica frequentemente impugna a ideia do ecumenismo em si mesma, porque condenada unanimemente pela Igreja antes do Vaticano II. Contudo, passa-nos desapercebido, por vezes, que, entre estes modernistas e TLs, não existe apreço pelo ecumenismo em si, como uma ideia, mas, sim, por uma espécie de ecumenismo estratégico. Por baixo de suas “denominações religiosas”, como eles mesmos dizem, há um plano único e unificador: usar a Igreja Católica para que se autodestrua enquanto patrocina a revolução comunista.

Não parece estranho que esses mesmos que levantam a bandeira do ecumenismo sejam os que acusam as Igrejas pentecostais de fundamentalismo na política, como fizeram os 152 bispos em sua carta afrontosa, sem nenhum tipo de compreensão ou abertura ao diálogo? Por que eles nunca convidam para estes encontros ecumênicos os pentecostais ou membros de seitas cristãs congêneres? O chamado CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) congrega apenas “igrejas” que professam o ideário esquerdista, liberal ou socialista, enfim, os TLs de sempre. Do mesmo modo, o tal do CEBI (Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos) é ecumênico na justa medida em que a TL lhe permite construir os subsídios subversivos para as CEBs, a fim de induzir, mediante a chamada leitura popular da Bíblia, o povo simples ao recrutamento comunista. Extra comunismum nulla sallus!

A ideia de que o ecumenismo em si seja um valor a ser defendido pelos grupos progressistas é ingênua (se o fosse, já seria execrável; mas é pior, muito pior!). Não se trata de ecumenismo, mas de comunismo mesmo, de comunismo que se vale das religiões para se auto-projetar, de comunismo que intercepta as religiões para usá-las como palanque, de comunismo que precisa destruir a Igreja Católica, pois ela é o grande empecilho para o seu desenvolvimento.

Quando dizemos “Igreja Católica”, sabemos que a maior parte da hierarquia já sucumbiu à TL e que, portanto, o alvo agora são os leigos, inclusive o alvo da própria hierarquia. Eles já conseguiram devorar toda a estrutura da Igreja e precisam desmotivar os fieis para que eles desistam da sua religião ou, o que seria pior, para que apostatem dentro dela.

Fato é que, embora promovam horrores como este, continuam sempre a ser um grupelho minoritário, cuja importância é ignorada pelo povo. Ninguém sabe o que é CEBI, CONIC ou mesmo o “Grito dos Excluídos”. Desgraçadamente, enquanto o clero católico se entretém com essas inutilidades e ainda sonha com uma cristandade socialista, como professa o antigo plano da TL, o povo já os abandonou e embarcou justamente nisso que eles não cessam de tentar hostilizar, enquanto se hostilizam a si mesmos: o povo está migrando em massa para os pentecostais e tem horror à feitiçaria, horror!

No final das contas, quando os padres perceberem, essa “brincadeira” de pluralismo os terá levado longe demais: ficarão sem comunismo nem macumba, estarão sozinhos e ridicularizados, e de nada lhes terá servido esta hipócrita estratégia ecumênica, que apenas esconde o mais absoluto dogmatismo por baixo: a crença nos princípios marxistas de destruição da civilização e do patriarcado. Chega a ser interessante ver como esses comunistas se bajulam, apesar de suas aparentes diferenças doutrinais, pois não há diferença alguma, eles apenas usam o rótulo de suas religiões para promover o mesmo objetivo revolucionário.

Quanto a nós, fieis católicos, perseveremos desprezando todos estes erros, do comunismo ao ecumenismo, e permaneçamos fieis à Igreja de sempre, cerrados em torno daqueles que militam rumo ao triunfo do Coração Imaculado de Maria. Um dia este pesadelo acabará e, quando tiver terminado, talvez muito não acreditem que presenciamos horrores como estes: idólatras e supérstites lado-a-lado com o clero, promovendo a horrenda revolução vermelha, inimiga figadal da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Última etapa do pontificado de Francisco?

Por FratresInUnum.com, 11 de setembro de 2020 – A epidemia do vírus chinês ceifou milhares de vidas, confinou sociedades inteiras e se tornou o ambiente adequado para a promoção do maior experimento comportamental de todos os tempos, experimento que encontrou a Igreja totalmente complacente, de portas abertas para o “novo normal”. 

Papa Francisco aparece pela primeira vez de máscara. Nenhuma viagem enquanto não houver vacinação, informou o Vaticano.

Contudo, não foi apenas a totalidade dos fieis que se fragilizou com a epidemia. Já é evidente para todos que a crise sanitária provocou um impressionante bloqueio no pontificado de Francisco. O papa argentino teve não apenas de ver canceladas suas duas grandes iniciativas do ano – o “pacto educacional” e o “pacto econômico” –, mas ele mesmo teve de desaparecer, foi obrigado a ocultar-se no isolamento vaticano.

Ora, ninguém é eterno e, na geriontocracia católica, meses podem equivaler a anos: papas envelhecem e perdem vigor, morrem, colaboradores adoecem, desgraças acontecem… Não é sem razão, portanto, que alguns começam a falar que a epidemia marca o “início do fim” deste pontificado, a sua última etapa, ou, como preferem os mais otimistas ou – por que não dizê-lo? – os mais progressistas, a sua “segunda fase”. 

Em todo caso, o próprio Francisco parece acenar para uma mudança de “fase” quando decide escrever uma encíclica sobre “o mundo pós-pandemia”. Em outras palavras, a novidade do documento não está propriamente em seu conteúdo – o qual, entre outras coisas, assim como a Evangelii Gaudium, não será senão uma reportatio das próprias reflexões feitas por Francisco em suas homilias, catequeses, mensagens ou coisas do tipo –, mas no fato mesmo de que um pontífice ancião já não tem os instrumentais adequados para lidar com este tão badalado “novo normal” que eles mesmos não se cansam de repetir em seu progressismo delirante. De fato, a fixação no futuro também os faz vítimas de si mesmos.

Se o vírus chinês é uma linha divisória na história contemporânea, Francisco decerto se coloca aquém. Os seus gestos falam, e falam mais que as suas palavras. O eclipse dos últimos meses foi uma eloquente demonstração de que ações podem ser soterradas por fatos incontroláveis. E este é propriamente o caso.

Mas se não o fosse, não faltaria quem fizesse questão de lembrá-lo. No último sábado, houve protestos em Roma, protestos contra as máscaras, protestos contra o controle social e, o que é mais chocante, protestos contra o próprio Papa Francisco!

Homem protesta contra o Papa Francisco.

Ganharam as páginas dos jornais as fotografias de cartazes que o apresentavam como o “papa de satã” e lhe atribuíam nada menos que o número da Besta, o 666.

O fato não pôde ser ignorado sequer pelo Vatican Insider, um serviço de imprensa ultra-bergogliano, que teve de noticiar o acontecimento e ainda reportar palavras dos manifestantes: “Bento XVI é a verdade e Bergoglio é a mentira. Faz parte dos illuminati, do projeto diabólico que há por trás desta mentira que é o coronavírus”. Ademais, o mesmo tabloide teve de mencionar que os manifestantes se referiram nominalmente às denúncias de Mons. Viganò.

O acontecimento pode parecer insignificante, mas não é. Há um despertar na opinião pública e o declive na popularidade de Bergoglio não está apenas se acentuando, mas se tornou absurdamente irreversível. Afinal de contas, qual papa dos últimos tempos foi tão publicamente hostilizado a ponto de ser comparado com satanás e com o anticristo? Lamentavelmente, Francisco escolheu o caminho do descolamento dos fieis católicos e mais, para utilizar a analogia de Mons. Viganò, o cisma entre a Persona Papæ e o papado se tornou indissimulável: o título sozinho não se sustenta, as queixas dos fieis não podem mais ser contidas.

E, embora todo o entourage pontifício queira fingir-se de inatacável, Francisco mesmo não consegue disfarçar mais a sua insustentabilidade na Sé de Pedro: ele precisa do respaldo de Bento XVI para garantir alguma sobrevida ao seu pontificado. O livro “Uma só Igreja”, apresentado como de autoria de Ratzinger e Bergoglio, e prefaciado por Parolin, parece mais uma tentativa desesperada de forçar a lenda de que que “há uma continuidade teológica e proximidade íntima entre eles”. O desespero da iniciativa fica totalmente à mostra quando, ao contrário do que se noticia, o público descobre que este não é, de fato, um livro escrito “a quatro mãos”, mas somente uma seleção de textos das catequeses de ambos sobre temas comuns, compilados e introduzidos pelo Secretário de Estado. 

A situação para Francisco não é nada animadora. De um lado, se ele quisesse renunciar, agora, efetivamente, não poderia: não é viável convocar um conclave em meio a esta crise sanitária e, mesmo que ele falecesse, a situação seria realmente dramática neste momento para a realização de uma eleição; de outro lado, não renunciando, ele permanece preso no Vaticano, totalmente limitado em suas iniciativas e, assim como todos, ele também não sairá o mesmo deste período de confinamento, não terá as mesmas forças de antes para tocar a sua revolução, a não ser que seja assistido por poderes preternaturais.

O que irá acontecer no futuro ninguém pode adivinhar, mas, ao fim e ao cabo, é certo que estamos vivendo a sobrevida cansada de um pontificado em agonia.

Os progressistas o sabem e tentam extrair até as últimas gotas do néctar de esperança que eles tiveram com a eleição deste papa do “fim do mundo”, como ele mesmo se intitulou no dia de sua eleição. Também este é um triste fim para o progressismo, ao menos até que se reinvente: a sua última tábua de salvação é o papado que eles desde sempre atacaram e de cuja desconstrução agora eles mesmos são vítimas. 

Não é fácil uma agonia. É triste, dolorosa, cansada. Mas teremos de ter paciência, muita paciência. Afinal de contas, na ordem da Divina Providência, tudo está disposto para que todos vejam o quão grave é a ferida e o quão urgente é a sua cura.

Após polêmicas, a era dos padres pop pode ter chegado ao fim.

Por Jeff Benício, Terra, 9 de setembro de 2020: Na série The Young Pope e em sua continuação The New Pope, da HBO, o papa Pio 13 (Jude Law) é um superstar da fé. Mais famoso e idolatrado do que qualquer cantor de rock ou estrela de cinema. Indisfarçavelmente narcisista, ele gosta do culto à sua imagem.

Já seu sucessor, o deprimido João Paulo III (John Malkovich), prefere manter distância dos holofotes. A pressão midiática sobre ele é tão sufocante que resulta em sua abdicação ao trono de São Pedro. Qualquer semelhança entre o popular papa Francisco e o introspectivo papa emérito Bento 16 não é mera coincidência.

A um católico tradicional, as duas produções causam choque, talvez até indignação. A ficção a respeito dos bastidores do Vaticano mostra um mundo odioso: disputas por dinheiro e poder, sexualidade e luxúria entre os homens que juraram castidade e celibato, domínio da vaidade sobre a pretendida humildade, acobertamento de pecados e crimes, menosprezo às mulheres que servem à cúpula da Igreja.

Na vida real, que às vezes supera a ficção em sordidez, um pouco daquele universo chocante no entorno dos papas pode ser vislumbrado nas acusações contra o padre Robson de Oliveira, do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, de Trindade (GO). Nacionalmente famoso graças a seu programa diário na Rede Vida, ele está no centro de uma investigação de vários crimes — apropriação indébita, falsificação de documentos, sonegação fiscal, associação criminosa e lavagem de dinheiro — que teriam sido cometidos a partir do desvio milionário de doações de fiéis ao longo de anos.

O escândalo não está restrito ao pecado da ganância. Um hacker pago com dinheiro arrecadado na igreja sob a liderança do padre Robson para não divulgar conteúdo impróprio a respeito da intimidade do líder religioso disse ter sido amante dele e apontou outros supostos casos amorosos. A repercussão de tantas denúncias graves teve repercussão bombástica na imprensa, nas redes sociais e entre devotos. O ápice da exposição negativa aconteceu em matéria de 19 minutos na edição de 23 de agosto do Fantástico, na Globo. O religioso e seus advogados negam qualquer ato ilegal. Culpado ou não, o estrago à imagem de Padre Robson é irreversível.

Esse vexame à Igreja Católica tem potencial para encerrar a era dos padres pop. Sempre existiram líderes com atuação artística e forte presença na mídia, a exemplo do precursor padre Zezinho, hoje com 79 anos, ainda circulando por TVs e rádios. Mas o status de superstar da fé foi lançado por Marcelo Rossi na década de 1990. O ‘boca a boca’ a respeito de suas missas dinâmicas o levou aos programas de Gugu Liberato e Faustão. Sucesso imediato. A televisão transformou o padre do hit ‘Erguei as Mãos’ em ídolo de milhões de pessoas, inclusive de outras religiões. Ele se tornou uma máquina de dinheiro com a venda de CDs, DVDs e livros.

A veneração à sua personalidade gerou extensa investigação do Vaticano. Havia na cúpula do catolicismo certo incômodo com a espetacularização em torno de Marcelo Rossi e a sombra que seu exibicionismo involuntário fazia sobre a liturgia. Vítima do próprio êxito, o padre de sorriso contagiante desenvolveu depressão profunda. Precisou renunciar ao espaço cativo diante das câmeras. Despiu-se da imagem de ‘showman’ de Cristo para buscar a reconexão consigo mesmo e com sua missão evangelizadora. Hoje, faz raras aparições na TV. Dedica-se aos livros. Em alguns deles relatou o inferno vivido nos anos de falsa felicidade.

Igualmente elevado à condição de popstar, padre Fabio de Melo se fez influenciador digital e prolífico produtor de memes. Belo e carismático, virou galã aos olhos das telespectadoras. Da TV Canção Nova passou a aparecer nos principais programas do País. Era um ímã de audiência. Contudo, em algum momento, uma desordem emocional o levou ao fundo do poço. O quadro depressivo foi tão forte que fez o sacerdote pesquisar métodos de suicídio. Afastou-se dos palcos e estúdios de TV. Buscou ajuda médica para tratar a mente e recuperar o amor pela vida. Continua ativo nas redes sociais, porém com grau de exposição menor.

Importante destacar que Marcelo Rossi e Fabio de Melo nunca foram acusados de nenhuma atitude ilícita, como acontece com Robson de Oliveira. A única falha foi, talvez, contra a própria saúde mental. Ambos conheceram as delícias e as dores do status de celebridade: foram amados e respeitados por muitos, criticados e desprezados por tantos outros. A mesma experiência ambígua (baseada em elogios e fofocas, respeitabilidade e invasão de privacidade) marcou os também padres midiáticos Reginaldo Manzotti (TV Evangelizar) e Alessandro Campos (ex-TV Aparecida e RedeTV!, atualmente na Rede Vida).

A visibilidade exagerada sempre cobra um preço alto, às vezes impagável. Nem os ungidos de Deus escapam dessa pressão. Por isso, após episódios angustiantes, a maioria dos padres pop decidiu se recolher ou diminuir a exposição pública. O surgimento de novo fenômeno do gênero na base da Igreja Católica brasileira fica cada vez mais improvável.

Avacalhando Vacaria.

Por FratresInUnum.com, 28 de agosto de 2020 – Santo Agostinho é, na Igreja, a imagem ideal de um bispo católico: intelectual, profundamente místico e, ao mesmo tempo, preocupado em debelar todas as doutrinas erradas que se difundem no seu tempo. Mas há quem se contente não apenas com muito menos do que isso, mas até com o seu contrário.

Chegou hoje à nossa redação o vídeo de uma homilia esdrúxula do bispo da Diocese de Vacaria-RS, Dom Silvio Guterres Dutra, o qual se aproveitou do episódio tristíssimo do Padre Robson de Oliveira Pereira, do Santuário do Divino Pai Eterno, para fazer a sua crítica, bem naquele conhecido estilo da Teologia da Libertação.

Ele acusa a “cultura da imagem” e diz que “a humildade e a piedade não estão em roupas impecáveis, muito menos em mãos postas e em olhos revirados em orações… Por que fazer propaganda de algo que não tem?… Quanto mais autêntica for a experiência de fé, menos a pessoa se expõe ou se apresenta como modelo”.

O bispo prossegue dizendo que Jesus é o único modelo. “Nenhum padre é modelo… Dentro da Igreja Católica nós temos uma batalha, porque nós, padres, muitas vezes somos avaliados pela roupa que nós vestimos. Tem gente que diz: ‘este é padre de verdade porque está de batina, porque está de camisa arrumadinha como o bispo usa’. Aquele padre lá que anda mais discreto, mais despojado, acaba sendo desconsiderado… Não é a roupa do padre que faz o padre, mas o que ele tem lá dentro, que a gente não vê… Nossa Igreja deixou de ser uma Igreja de comunidade para ser uma Igreja de guru, são dinheiro (sic!) e mais dinheiro mandados pra lá e pra cá e as comunidade, às vez (sic!), padecendo. Este escândalo pode ser uma ação do Espírito Santo para dizer: ‘não é esta Igreja que eu quero, não quero Igreja de show’… Vivemos hoje uma epidemia de farisaísmo”.

Apenas recortamos uns trechos que nos pareceram suficientes para ilustrar bem as ideias explanadas na homilia, mas indicamos que assista ao vídeo e escute atentamente às reclamações do bispo.

Em primeiro lugar, ele reclama da “cultura da imagem” e passa a criticar os padres que, obedecendo a Igreja, especificamente o Direito Canônico e os livros litúrgicos, cumprem o dever de usar batina e de manter as mãos postas durante da liturgia, como se não usar batina e não usar as mãos postas não fossem também parte de uma certa “cultura da imagem”, aquela “imagem progressista” dos padres e bispos relaxados e que celebram os sacramentos como se estivessem jogando boxa. Qualquer padre que use sua batina ou pelo menos o clergyman é vítima de ridicularizações, hostilizações e bullying, como este bispo faz publicamente em sua homilia.

É realmente um verdadeiro despautério que um bispo se valha de uma homilia, digne-se usar o episódio vergonhoso do Padre Robson, para rotular todos os padres que se vestem e celebrem conforme manda a lei da Igreja! Em outras palavras, ele está maldosamente atribuindo aos padres fieis as culpas dos padres infiéis.

Além disso, o argumento que ele utiliza é simplesmente absurdo: o cuidado com a imagem é ruim porque a pessoa cultiva muita podridão por dentro e, deste modo, é incoerente. Ora, seguindo a sua lógica, a conclusão seria: então, sejamos podres por dentro e por fora, já que ninguém é modelo para ninguém, mesmo – coisa que destoa completamente do dever da exemplaridade que a Igreja sempre impôs ao clero. Para a disciplina católica, o sacerdote não deve ser bom apenas por dentro (como parece sustentar o bispo), mas também por fora, em seu porte, em sua conversação, nos seus trajes, no seu modo de celebrar. Ora, por coerência, aspecto exterior deve expressar aquele interior!

É muito interessante que o bispo não se manifeste quando padres se comportam como top models (masculinos ou também femininos – ¡que los hay, los hay!), ou que se vistam como adolescentes ou façam tatuagens como jovens rebeldes ou melosos; é impressionante como se manifesta em desfavor do que é católico e apenas para beneficiar o relaxo e o desleixo, usando aqueles mesmos preconceitos conhecidos.

Se um padre se comportasse sempre como padre, usando sua veste sacerdotal, celebrando os sacramentos com verdadeira devoção, dedicando-se a uma vida de oração profunda e aos estudos pessoais para que possa pregar com substância, tendo uma vida penitente e bem regrada, acordando e dormindo cedo, será que ele se enrolaria com escândalos tão absurdos como esses em que o clero conciliar frequentemente se enreda: envio de fotos com nudez por internet, prática de atos impuros virtuais e reais, exibicionismo do tipo mais grotesco, chegando às raias da pornografia mais vulgar?…

Não, um padre que não usa os trajes sacerdotais e não celebra conforme manda a liturgia não é discreto, é desobediente e é um mau padre, que está abrindo as portas de sua alma para o pecado. Será que este bispo forma padres tradicionais ou apenas uns mundanos que logo mais podem se tornar fonte de escândalo para a Igreja, com todo tipo de comportamento banal, inadequado, avacalhado?

Mas, também, o que esperar de um bispo que em 2018 escreveu um artigo em que se queixa do “fanatismo” dos católicos anticomunistas e antiabortistas, no qual pergunta se não teríamos chegado ao ponto de “pedir socorro aos ateus, para que nos livrem do fanatismo dos cristãos”?; o que esperar de um bispo que escreveu outro artigo para atacar o presidente da república, afirmando que “se o ‘deus’ evocado pelo presidente, um ‘deus’ que está sempre a procura de um inimigo para eliminar, fosse o único possível, eu pediria imediatamente para ser acolhido na fileira dos ateus. Cada vez fica mais fácil compreender os ateus e mais difícil compreender os que se dizem cristãos e não cessam de usar o ‘Nome de Deus em vão’”?; o que esperar de um bispo que está tão descolado da realidade que, a despeito de toda a sua campanha,  75,37% dos votos dos eleitores de Vacaria foram para Bolsonaro na última eleição?

Que fiasco!

Infelizmente, todos estes que foram derrotados nas urnas em 2018 estão amargurados e revoltados e já não têm outra saída senão… avacalhar e inclusive atribuir, como faz o bispo no vídeo acima, este último doloroso escândalo a ninguém menos que ao Espírito Santo!

É muito triste! Que Deus nos conceda pastores de verdade, homens doutos e santos, não politiqueiros assanhados pelo fanatismo ideológico, mas sacerdotes fieis, segundo o modelo de Cristo, segundo o modelo de Santo Agostinho e dos santos, segundo o modelo de São Paulo que, ao contrário de Dom Sílvio, não disse que “nenhum sacerdote é modelo”, mas escreveu ao Coríntios:

“Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo” (1Cor 11,1).

Um homem de Detroit pensava que era padre. Ele nem era católico batizado.

Se você pensa que é padre, mas realmente não é, você tem um problema. Muitas outras pessoas também. Os batismos que você realizou são batismos válidos. Mas, e as confirmações? Não. As missas que você celebrou não eram válidas. Nem as absolvições ou unções dos enfermos. E os casamentos? Bem… é complicado. Alguns sim, outros não. Depende da papelada, acredite ou não.

Pope Francis ordains 10 men to the priesthood May 7, 2017. Credit: Daniel Ibáñez/CNA.
Papa Francisco ordena 10 homens ao sacerdócio – 7 de maio de 2017. Créditos: Daniel Ibáñez/CNA

O padre Matthew Hood, da arquidiocese de Detroit, aprendeu tudo isso da maneira mais difícil.

Ele pensou que tinha sido ordenado padre em 2017. E vinha exercido o ministério sacerdotal desde então.

E então, neste verão, ele soube que não era padre. Na verdade, ele soube que nem mesmo era batizado.

Se você quer se tornar um sacerdote, você deve primeiro se tornar um diácono. Se você deseja se tornar um diácono, primeiro deve ser batizado. Se você não for batizado, não pode se tornar diácono e não pode se tornar sacerdote.

Claro, padre Hood pensou que ele havia sido batizado quando bebê. Mas neste mês, ele leu um aviso emitido recentemente pela Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano . A nota dizia que mudar as palavras do batismo de algumas maneiras o torna inválido. Que se a pessoa que administra o batismo disser “Nós te batizamos em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, ao invés de “Eu te batizo …” o batismo não é válido.

Seu batismo não era válido.

A Igreja presume que um sacramento é válido, ao menos que haja alguma prova em contrário. Teria presumido que pe. Hood foi batizado validamente, salvo se ele tivesse um vídeo mostrando o contrário.

Padre Hood ligou para sua arquidiocese. Ele precisava ser ordenado. Mas, primeiro, após três anos atuando como um padre, vivendo como um padre e se sentindo como um padre, ele precisava se tornar um católico. Ele precisava ser batizado.

Em pouco tempo, ele foi batizado, crismado e recebeu a Eucaristia. Ele fez um retiro e foi ordenado diácono. E em 17 de agosto, Matthew Hood finalmente se tornou padre. De verdade.

A Arquidiocese de Detroit anunciou essa circunstância incomum em uma carta publicada em 22 de agosto .

A carta explicava que depois de perceber o que havia acontecido, pe. Hood “foi recentemente batizado de forma válida. Além disso, uma vez que outros sacramentos não podem ser validamente recebidos na alma sem um batismo válido, o Padre Hood também foi recente e validamente crismado e ordenado diácono transitório, e depois sacerdote. ”

“Demos graças e louvor a Deus por nos abençoar com o ministério do Padre Hood.”

A arquidiocese divulgou um guia, explicando que as pessoas cujos casamentos foram celebrados pelo pe. Hood deveriam entrar em contato com sua paróquia, e que a arquidiocese estava fazendo seus próprios esforços para contactar essas pessoas.

A arquidiocese também disse que está fazendo esforços para entrar em contato com outras pessoas cujo batismo foi celebrado pelo diácono Mark Springer, o diácono que batizou Hood invalidamente. Acredita-se que ele tenha batizado outras pessoas de maneira inválida, durante 14 anos de atuação na Paróquia de St. Anastasia, em Troy, Michigan, usando a mesma fórmula inválida, um desvio do rito que os clérigos devem usar ao realizar batismos.

O guia esclareceu que, embora as absolvições realizadas pelo padre Hood antes de sua ordenação válida não eram em si válidas, “podemos ter certeza de que todos aqueles que se aproximaram do Padre Hood, de boa fé, para fazer uma confissão, não se afastaram sem alguma medida de graça e perdão de Deus”.

A arquidiocese também respondeu a uma pergunta que espera que muitos católicos façam: “Não é legalismo dizer que, embora houvesse a intenção de conferir um sacramento, não havia sacramento porque foram usadas palavras diferentes? Deus não vai apenas cuidar disso? ”

“A teologia é uma ciência que estuda o que Deus nos disse e, quando se trata de sacramentos, deve haver não apenas a intenção certa do ministro, mas também a ‘matéria’ certa (material) e a ‘forma’ certa (palavras / gestos – como um triplo derramamento ou imersão de água por quem diz as palavras). Se faltar um desses elementos, o sacramento não é válido”, explicou a arquidiocese.

“No que diz respeito a Deus ‘cuidando disso’, podemos confiar que Deus ajudará aqueles cujos corações estão abertos para Ele. No entanto, podemos ter um grau muito maior de confiança fortalecendo-nos com os sacramentos que Ele nos confiou ”.

“De acordo com o plano ordinário que Deus estabeleceu, os sacramentos são necessários para a salvação: o batismo traz a adoção na família de Deus e coloca a graça santificante na alma, visto que não nascemos com ela, e a alma precisa da graça santificante quando se afasta do corpo para passar à eternidade no céu”, acrescentou a arquidiocese.

A arquidiocese disse que primeiro tomou conhecimento de que o diácono Springer estava usando uma fórmula não autorizada para o batismo em 1999. O diácono foi instruído a parar de desviar-se dos textos litúrgicos naquela época. A arquidiocese disse que, embora ilícitos, acreditava que os batismos que Springer havia realizado eram válidos até o esclarecimento do Vaticano ser emitido neste verão.

O diácono agora está aposentado “e não está mais no ministério ativo”, acrescentou a arquidiocese.

Nenhum outro sacerdote de Detroit é considerado invalidamente batizado, disse a arquidiocese.

E pe. Hood, recém-batizado e recém-ordenado? Depois de uma provação que começou com a “inovação” litúrgica de um diácono, pe. Hood agora está servindo em uma paróquia com o nome de um santo diácono. Ele é o novo padre da Paróquia de São Lourenço, em Utica, Michigan.

«A persona Papae está em cisma com o Papado» – Mons. Viganò a Weinandy.

Fonte: Dies Irae

Publica-se, a pedido do Arcebispo Carlo Maria Viganò, uma carta que Sua Excelência Reverendíssima enviou, ontem, ao P. Thomas Weinandy, franciscano capuchinho norte-americano, por ocasião do debate iniciado sobre o Concílio Vaticano II.

10 de Agosto de 2020
São Lourenço, mártir

Reverendo Padre Thomas,

Li com atenção o seu ensaio Vatican II and the Work of the Spirit, publicado, a 27 de Julho de 2020, em Inside the Vatican (aqui). Parece-me que o seu pensamento pode ser resumido nestas duas frases:

«Partilho muitas das preocupações expressas e reconheço a validade de algumas problemáticas teológicas e questões doutrinárias enumeradas. Sinto-me, todavia, incomodado em concluir que o Vaticano II seja, de alguma forma, a fonte e a causa directa do actual estado desanimador da Igreja».

Permita-me, Rev. Padre, usar como auctoritas ao responder-lhe a um seu interessante escrito, Pope Francis and Schism, publicado, no passado 8 de Outubro de 2019, em The Catholic Thing (aqui). As suas observações permitem-me evidenciar uma analogia que espero que possa ajudar a esclarecer o meu pensamento e a demonstrar aos nossos leitores que algumas aparentes divergências possam ser resolvidas graças a uma profícua disputatio que tenha como objectivo principal a glória de Deus, a honra da Igreja e a salvação das almas.

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A morte de Dom Casaldáliga e o futuro da Teologia da Libertação.

Por FratresInUnum.com, 11 de agosto de 2020 – Faleceu no último sábado, 8 de agosto, Dom Pedro Casaldáliga, o último dos grandes baluartes da decadente Teologia da Libertação. O seu desaparecimento causou imensa comoção entre o clero progressista, que está tentando emplacar a sua “fama de santidade”, sem nenhuma repercussão significativa fora de seus próprios guetos ideológicos. O fato merece uma consideração atenta, pensando nos motivos de tamanha “devoção” entre os progressistas e em quais seriam as perspectivas para a Teologia da Libertação (TL) daqui para a frente.

A “revolução brasileira”

Os bispos Steiner e Pedro Casaldáliga.
Os bispos Steiner e Pedro Casaldáliga.

Uma das maiores dificuldades para compreender os movimentos populares no Brasil é encontrar um justo instrumento analítico que nos permita descrever com acerto qual a matriz de todas as tensões existentes em nossa realidade sociopolítica.

Em “Os donos do poder”, Raymundo Faoro, que era um homem de esquerda, mostra que a história da Brasil poderia ser bem definida como a luta de um povo impotente contra uma elite patrimonialista, que usa o Estado em benefício próprio, elite que ele denomina “estamento burocrático.

Ora, da leitura da obra de Faoro se percebe claramente que a natureza desta tensão entre povo-estamento é supra-ideológica e, portanto, meta-política, o que significa que ambos, o povo e a elite, transitam da esquerda para a direita e vice-versa conforme as circunstâncias históricas concretas. Talvez esta seja a razão principal da vivacidade política do povo brasileiro.

Cabe aqui fazer uma desambiguação: o termo “revolução brasileira” em Faoro não tem o mesmo significado que o termo “revolução” tem nas obras dos autores católicos contrarrevolucionários; para estes, revolução é a rebeldia do homem contra Deus e contra a ordem da realidade; para aquele, “revolução” era apenas um termo descritivo desta história brasileira de libertação.

A Teologia da Libertação e o PT

A complexidade de fatores que culminaram com o aparecimento da Teologia da Libertação e do seu projeto político, a fundação e consolidação do Partido dos Trabalhadores (PT) e sua chegada e manutenção no poder, é muito difícil de ser resumida. Uma excelente síntese do assunto pode ser encontrada no livro do Dr. Júlio Loredo, Teologia da Libertação: um salva-vidas de chumbo para os pobres.

De um lado, a Ação Católica Brasileira, inicialmente inspirada no ativismo social do Centro Dom Vital, depois dividiu-se naquilo que o Prof. Dr. Plínio Corrêa de Oliveira chamava de “falsa direita”, isto é, o fascismo declarado, e “esquerda católica”, isto é, o socialismo abraçado abertamente como ideologia. 

De outro lado, tudo isso vinha sendo fermentado no caldo da Nouvelle Théologie, com seus autores progressistas e socialistas, culminando com o surgimento da síntese herética de Karl Rahner e da “Teologia Política” de seu filho teológico, Johann Baptist Metz. Essas influências foram especialmente catalisadas na Universidade de Louvaine, onde hordas de padres latino-americanos foram enviadas para especialização.

O ativismo e o desejo de controlar a política oriundos daquela mentalidade de Ação Católica pervertida e as ideias socialistas abraçadas pela Nouvelle Théologie foram o misto ideal para que os comunistas pudessem entrar na Igreja e usá-la para o seu projeto de poder, como já havia declarado de modo peremptório Antonio Gramsci (já não se tratava mais de tentar destruir a Igreja, mas de usá-la).

Nem precisamos nos perguntar se o plano deu certo. Os comunistas encontraram toda a estrada aberta e começaram a aparelhar a estrutura eclesiástica através de uma ideologia propositalmente criada para esta finalidade: a chamada Teologia da Libertação.

Um dos equívocos principais que é preciso desmascarar é o de que a Teologia da Libertação é uma teologia criada para vencer as opressões e as desigualdades. Esta é apenas a desculpa teológica dada. O objetivo da Teologia da Libertação é duplo:

1) primeiro, teorético: desmontar a Teologia Católica inteirinha, não deixando nada em pé. Isso está explicitamente declarado por Gustavo Gutiérrez em sua “Teologia da Libertação”, ou seja, é iniciar aquilo que ele chama de “fase crítica” da Teologia;

2) e principalmente prático: criar a base para a formação de um partido político socialista através das Comunidades Eclesiais de Base, como declarou implicitamente Leonardo Boff em seu livro “E a Igreja se fez povo” e recentemente o próprio Lula, numa live feita com Leonardo Boff.

O projeto deu certo. Criaram um clero progressista e comunista, aparelharam a Igreja de alto a baixo, criaram um partido que veio para se eternizar no poder, mas que não conseguiu obter o sucesso até o fim.

Uma “mística” da libertação

Na encíclica Pascendi Dominici Gregis, São Pio X explicava que os modernistas trocavam a fé católica por uma certa “experiência religiosa”, esta que hoje mesmo os libertadores chamam de “experiência de Deus”. 

“Eis como eles o declaram: no sentimento religioso deve reconhecer-se uma espécie de intuição do coração, que pôs o homem em contato imediato com a própria realidade de Deus e lhe infunde tal persuasão da existência dele e da sua ação, tanto dentro como fora do homem, que excede a força de qualquer persuasão, que a ciência possa adquirir. Afirmam, portanto, uma verdadeira experiência, capaz de vencer qualquer experiência racional; e se esta for negada por alguém, como pelos racionalistas, dizem que isto sucede porque estes não querem pôr-se nas condições morais que são necessárias para consegui-la”.

Em outras palavras, os modernistas, assim como seus herdeiros diretos, os teólogos da libertação, trocam o conceito de “revelação exterior” (a Revelação Divina tal como custodiada nos artigos da fé católica) e de “revelação interior” (a luz da fé infusa pela graça nos nossos corações para que possamos crer) por um conceito naturalista de “experiência religiosa”: a tal “experiência de Deus” com os pobres, os índios, os quilombolas ou no meio da “luta do povo”. Neste sentido, há algo de comum com certos grupos carismáticos, que tomam como fato fundante da sua vida espiritual não os dogmas da Igreja, mas a sua experiência intimista.

Ora, é neste sentido que a história de Dom Pedro Casaldáliga tem uma importância enorme para a Teologia da Libertação. Ele foi justamente um homem que saiu da Europa e veio para o meio dos índios viver a “experiência do pobre”, que quando foi ordenado bispo trocou a mitra pelo chapéu de palha e o anel de metal pelo anel de tucum (que depois se tornou símbolo da TL), que desprezou o báculo pastoral e que trocava o vinho por cachaça e a hóstia por bolacha, como afirma a sua biografia autorizada, segundo informações da Folha de São Paulo. 

É essa pseudo “mística” que faz clérigos, mais ou menos oportunistas, lançarem todos os louvores possíveis a Casaldáliga, partindo desde  o presidente da CNBB  e alcançando expoentes ditos conservadores do episcopado. Chegando até o site oficial de notícias da Santa Sé, todos “canonizam” o bispo revolucionário.

Poeta, Casaldáliga confessava-se “subversivo”, dizia crer na “Internacional” e não escondia seu apreço pela “foice e o martelo” (em sua poesia “Canção da foice e do feixe”, publicada em vermelho.org.br, site do PCdoB) Mas ele não ficou apenas na poesia. Apoiava decididamente as revoluções cubana e sandinista, na Nicarágua, onde esteve muitíssimas vezes, contra a vontade dos bispos locais, tendo de ser admoestado pela Santa Sé a que permanecesse em sua prelazia. Ele abraçou o estilo de vida indígena, abraçou aquele modelo pauperista de Igreja idealizado no “Pacto das catacumbas”, levando-o às suas últimas consequências.

Neste sentido, foi um homem coerente com aquilo que acreditava, muito diferentemente dos defensores da tal “Igreja dos pobres”, apregoada pelo Cardeal Lercaro e por Dom Hélder Câmara, e à qual aderem maciçamente nossos bispos hoje, mas que gostam mesmo é de frequentar restaurantes ricos e estão preocupadíssimos com a prosperidade econômica das suas dioceses.

O conceito de “mística da libertação” tal como vivido por Dom Pedro Casaldáliga é apenas um engodo, como explica muito bem São Pio X, mas que serve como instrumento de romantização para a comunistização da Igreja, tal como operada pela Teologia da Libertação.

Mudança de paradigma

No movimento marxista, a Igreja Católica sempre está atrasada, com um recuo justificável pela sua constituição estruturalmente gerontocrática, ou seja, ela é governada pelos velhos.

A Escola de Frankfurt já tinha percebido que os pobres estavam se aburguesando e que a revolução socialista não poderia ser protagonizada por eles, mas por aquilo que eles chamavam de lumpemproletariado. Trata-se da revolução dos descontentes, do estrato maltrapilho da sociedade, das minorias, daqueles que têm motivos para a reclamação. Lukács já tinha explicado que não havia propriamente um conflito de classes, mas que este deveria ser criado através do que ele chamava de “classe possível”, através da “conscientização”, ou seja, da formação de uma “consciência de classe”.

Levaram várias décadas para que o movimento marxista entendesse que seria necessário abandonar a luta de classes e abraçar a revolução sexual e o ecologismo psicótico, mas, assim que esta mudança de paradigma aconteceu, as grandes corporações meta-capitalistas, interessadas na dissolução da sociedade para o fortalecimento do mercado, “compraram” as mesmas causas e começaram a subvencioná-las, de modo que não há comunista que não esteja trabalhando para algum milionário: assim como os escravos no império romano eram soltos em orgias sexuais justamente para que não pudessem constituir uma família patriarcal e formar um núcleo de ação, agora, o direito a ter uma família patriarcal se tornou privilégio exclusivo dos meta-capitalistas, e não há socialista que não seja militante dessas causas full-time; do mesmo modo, as propriedades privadas de famílias estão sendo cada vez mais transferidas para grandes corporações internacionais, em nome do ecologismo mais patrimonialista de todos os tempos.

O PT no poder e mudança de eixo na revolução brasileira

Neste meio tempo, o PT chegou ao poder e tinha planos de lá permanecer eternamente, sem jamais ser removido. Aquele intervencionismo auspiciado pela mentalidade corrompida da Ação Católica parecia triunfante: a cumplicidade entre a hierarquia e o partido socialista havia chegado ao seu ápice, até que o povo percebeu que algo estranho tinha acontecido

Em um primeiro momento, o povo havia se identificado com Lula porque pensava que ele era um legítimo representante dos anseios de libertação daquela histórica revolução brasileira, acima referida. Na medida em que o tempo foi passando, tornou-se claro que nada disso era verdade: Igreja e PT estavam interessados apenas tornar-se parte do estamento burocrático e, ao invés de vencê-lo, queriam usá-lo em benefício de sua própria estratégia de poder, como, de fato, está acontecendo hoje.

A eleição de Jair Bolsonaro não foi uma empreitada ideológica. Ele não tem ideologia alguma, inclusive porque provavelmente nem tem ideia profunda alguma. O povo não agiu ideologicamente, mas apenas por identificação emocional: apareceu aquele candidato outsider que tentaria derrubar toda a elite, mas que não está conseguindo, justamente porque esta elite é institucionalmente poderosa (trata-se de um indivíduo unido com um povo impotente contra todo o sistema político nacional e internacional: a mídia, os órgãos de educação superior, os partidos corruptos e, inclusive, a própria Igreja, que precisa ficar do lado dos poderosos para poder permanecer em sua situação privilegiada).

Deste modo, bispos e petistas conseguiram algo impressionante: angariaram infalivelmente o ódio do povo! Todo mundo odeia o PT e a CNBB. Não há instituições que sejam hoje tão desprestigiadas entre a população.

Resultado religioso e futuro da TL

Com a eleição do Papa Francisco, adepto da versão argentina da TL, a chamada “Teologia do Povo”, o clero TL teve novamente a chance de respirar, não se sente institucionalmente ameaçado e tenta mais uma vez erguer a cabeça.

Contudo, o povo continua migrando para as igrejas pentecostais e outras vertentes religiosas. Com a epidemia do vírus chinês, a hierarquia dispersou totalmente os fieis, relegando-os de modo absoluto à irreligião – ora, se os católicos já eram acomodados, agora, uma geração inteira foi largada ao total abandono da prática religiosa (todo mundo virou “católico não praticante e de IBGE”).

De outro lado, a TL já não se encontra mais contextualizada nos marxismos modernos, senão através de duas veias: a teologia gay e o ecologismo radical, linhas nas quais a TL vai se reinventar, tornando-se ainda mais intragável para os fiéis e para os seus próprios militantes. Ou será que alguém imagina ser possível despertar fervor religioso católico em grupos incendiados pelo pecado sexual ou entusiasmados com aquelas superstições tribais?…

Em outras palavras, a nova TL que vem vindo aí só tornará o suicídio eclesial ainda mais exterminador. É o que dizia Paulo VI quando, depois de ele mesmo ter protegido tanto os socialistas dentro da Igreja, reconheceu que havia um “misterioso processo de autodemolição”. O “misterioso” fica por conta dele. Não há nenhum mistério nisso, há apenas causa e efeito.

A morte de Casaldáliga e a nova TL

A morte de Dom Pedro Casaldáliga está sendo tão pranteada pelos TLs justamente como um inconsciente processo psicossocial de funeral coletivo. A TL do passado já passou. Sim, existem as viúvas, e o próprio pontificado de Francisco aparece no mundo mais como uma evocação do passado do que como uma representação do presente.

A TL do futuro, totalmente LGBT e ecologista, é uma causa perdida, para a qual a população inteira se comportará com indiferença, acentuando o processo de destruição da Igreja Católica e o apogeu das comunidades pentecostais: já que o assunto é ter uma “experiência de Deus”, pelo menos as pessoas preferem tê-la com ar-condicionado, música de qualidade e muitos, muitos sentimentos. 

Em artigo recente, Dom Júlio Akamine, arcebispo de Sorocaba, tentou “limpar a barra” da CNBB, dizendo que não existem bispos comunistas (e negando os fatos que eles mesmos nunca negaram, vide o vídeo de Lula e Boff) e que há um grande pluralismo na Conferência Episcopal. Bem… Embora o arcebispo tenha esquecido um detalhe que para ele parece não ter a mínima importância – isto é, existe uma doutrina social da Igreja muito bem definida, além de uma doutrina da fé e dos costumes, de tal modo que o tal “pluralismo” defendido por ele como um superdogma absoluto não é senão um fingimento retórico –, ele não deixa de ter certa dose de razão: a TL virou um balaio de gatos tão confuso que há muitos bispos perdidos num esquerdismo vago, enquanto há outros que militam naquela velha revolução já não existente e outros que apregoam a descarada ideologia feminista-gay ou ecologista. É! Não se fazem mais comunistas como antigamente!

Mas, resguardando-se o bom-mocismo corporativista de Dom Júlio, será que alguém, depois de ler Gustavo Gutiérrez escrever que o objetivo da TL é reformular a doutrina católica inteira em chave crítica, pode ficar ironizando com os que ele diz “que se julgam investidos com o poder de purificar a CNBB de infiltrações vermelhas a serviço de Satanás” ou mesmo com quem “expurga os que se desviam da ‘sã doutrina’”?… 

Tanto a TL quanto os isentistas alla Dom Júlio precisam, mesmo, é tirar do caminho os católicos anticomunistas. Estes é que precisam ser realmente neutralizados! Mas, não adianta. Eles chegaram tarde demais e, agora, todo mundo sabe muito bem quem eles são e para que eles vieram. O comunismo na Igreja Católica está flagrado e, a despeito de toda a oratória oficialista, institucionalista, romântica, poética ou de qualquer outro tipo, o povo não engole mais este palavrório. 

Argentina. Seminário é fechado após desafiar ordem do bispo de ‘Comunhão na mão’.

IHU – Um seminário localizado no coração da famosa região vinícola argentina, Mendoza, recebeu a ordem do bispo local para fechar as portas. O religioso seguiu instruções do Vaticano após uma revolta em torno das medidas de segurança relativas à covid-19.

A reportagem é de Inés San Martín, publicada por Crux, 05-08-2020. A tradução é de Isaque Gomes Correa.

Diocese de San Rafael é o lar de um grande seminário diocesano, com 39 alunos estudando para o sacerdócio. A diocese, junto do governo da Província de Mendoza, decretou que, como forma de precaução, a Comunhão seria entregue somente na mão durante o tempo que durar a pandemia.

No entanto, uma maioria dos padres e leigos locais tem protestado contra a medida, com o seminário à frente de uma campanha contra a decisão tomada por Dom Eduardo Maria Taussig.

Religioso conservador, Taussig é amigo de Dom Hector Aguer, arcebispo emérito de La Plata, prelado que já foi descrito por analistas argentinos como o principal opositor do então Cardeal Jorge Mario Bergoglio – hoje, Papa Francisco – quando este era o arcebispo de Buenos Aires.

No entanto, em um texto postado no blog espanhol Info CatolicaAguer revelou ter conversado com Taussig duas vezes por telefone, e culpa o bispo pela crise.

“Lamento profundamente o que está acontecendo em San Rafael, por um erro muito grave seu: o decreto sobre como dar a Comunhão. Por duas vezes eu já manifestei a minha opinião, quando conversamos por telefone”, escreveu o arcebispo.

Embora as conferências episcopais do mundo todo estejam aconselhando os padres para que deem a Comunhão na mão durante as missas nestes tempos de pandemia, o Vaticano não publicou instruções sobre o assunto.

Críticos destas instruções dizem que não há evidências científicas de que se um padre está usando adequadamente uma máscara facial e desinfeta as mãos antes de distribuir a Eucaristia, o risco de contágio é maior se recebido na língua, e não na mão.

Os padres rebeldes sustentam que os fiéis têm o direito de receber a Comunhão na língua e que ambos os métodos de recepção estão sendo oferecidos aos católicos da diocese argentina.

Depois que os padres de San Rafael se revoltaram contra a decisão de Taussig, o bispo decidiu fechar o seminário, movimento apoiado pelo Vaticano.

Uma nota em 27 de julho anunciava que um novo reitor fora nomeado por Taussig, que ele assumiria o posto imediatamente e que “ao apresentar o novo reitor aos padres e seminaristas, o bispo também comunicou que, seguindo instruções precisas da Santa Sé, tomou a decisão de fechar o seminário no fim deste ano, assim que o ano letivo terminar”.

O comunicado anunciou ainda que o bispo, o reitor e os formadores acompanhariam os seminaristas em uma jornada de “discernimento” para que eles estes possam ser realocados em outros seminários do país.

“Embora muito dolorosa para todos, essa medida é necessária”, lê-se no texto divulgado. “Deus saberá como dar novos frutos de santidade para toda a diocese, enquanto perseveramos na comunhão com a hierarquia que o próprio Senhor arranjou para guiar a Igreja”.

Dois dias depois, o Pe. Antonio Alvare, porta-voz da Diocese de San Rafael, contou canal de televisão local TVA El Nevado que a decisão foi tomada pela Santa Sé em decorrência à desobediência da maioria dos clérigos de San Rafael em dar a Comunhão na mão.

San Rafael tem 100 mil moradores e desde que a pandemia chegou à Argentina, em março, a cidade registrou apenas seis casos positivos de covid-19, com nenhuma morte relatada.

Alvarez argumentou que, com tantos padres desafiando abertamente a autoridade do bispo, era impossível encontrar formadores para o seminário dentre o clero.

Um padre citado pelo jornal regional Los Andes disse que eles não estão sendo desobedientes à Igreja ao darem a Comunhão na língua a quem assim pede, porque a regra universal da Igreja permite tal prática. O entrevistado também disse que há formas de cumprir as medidas de saúde que não tiram os direitos dos fiéis.

Antes que a decisão de fechamento do seminário fosse anunciada – logo depois que se flexibilizou a quarentena em Mendoza –, Taussig declarou que a Comunhão só seria dada na mão após a emergência acabar, e pediu aos fiéis que não forçassem os padres e ministros a negar-lhes o sacramento solicitando recebê-lo na língua.

“Imploro que não coloquem [os padres e os ministros] na dor terrível de, ao obedecer a Igreja e as normas vigentes, não poderem dar-lhes a Comunhão”, pediu o bispo. “Se você não tem condições de receber a Comunhão na mão, saiba que não está obrigado a receber a Comunhão e poderá fazer a comunhão espiritual”.

Alvarez, o porta-voz diocesano, criticou os manifestantes – que, a certa altura, desafiaram as leis argentinas contra a aglomeração durante a pandemia, quando formaram um grupo de oração em frente ao seminário – dizendo que um protesto público não era o melhor a ser feito.

“Podemos discordar, mas há formas de fazê-lo”, disse. “Não podemos esperar a permissão para fazer algo que está proibido pela lei civil. E a restrição dos direitos constitucionais, em uma pandemia, é legítima”.

O padre salientou que “um mês atrás, nós nem sequer podíamos participar das missas”, e observou que o limite de trinta pessoas para cada evento religioso, permitido em Mendoza, está acima da média nacional, que é de dez.

Conferência Episcopal Argentina lançou uma nota, no sábado, em apoio a Taussig e sua decisão.

“Na formação presbiteral, o bispo deve ser capaz de contar com a ajuda dos padres animados pelo Evangelho, os quais aceitam, de forma plena e sem reservas, os ensinamentos do Magistério da Igreja, especialmente aqueles contidos no Concílio Vaticano II”, lê-se na nota.

“Isto requer uma consciência clara das atuais expectativas da Igreja: que eles concordem fielmente com as exigências indicadas no Plano de Formação Presbiteral, num clima de lealdade com o pastor da diocese e uma responsabilidade cuidadosa dos jovens a ele confiados”.

Excelências: Chegou a hora de virar a página da Teologia da Libertação!

Carta Aberta do IPCO ao Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

“Errar é humano, mas perseverar no erro por arrogância é diabólico” (Santo Agostinho)

Segundo notícias de imprensa, o Conselho Permanente da CNBB irá discutir, no dia 5 de agosto, a “Carta ao Povo de Deus”, vazada para uma colunista da Folha de S. Paulo e assinada presumidamente por 152 bispos.

A carta é um forte ataque ao atual Governo, baseado muito mais em uma posição ideológica de esquerda do que na doutrina social da Igreja.

Os primeiros nomes dos signatários, que se tornaram públicos, são representativos de uma corrente episcopal cuja doutrina claramente inspirou a redação do documento. São prelados de ascendência alemã, hoje aposentados, que vibraram na sua juventude com a revolução marxista promovida pelos corifeus da Teologia da Libertação. Após o colapso da URSS, esses prelados – e outros da mesma corrente ideológica – se reciclaram com as utopias ambientalistas e indigenistas e, em outubro passado, promoveram o escandaloso culto à Pachamama nos jardins do Vaticano.

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