Por Manoel Gonzaga Castro* – FratresInUnum.com: No último sábado, 27 de junho, pela graça de Deus, foram ordenados diáconos no Instituto do Bom Pastor os seminaristas Guillaume Touche e Adolfo Andrés Hormazábal. Causou apreensão, no entanto, a não ordenação dos seminaristas brasileiros do Instituto, todos membros do grupo Montfort.
Com efeito, Guillaume Touche, Adolfo Andrés, José Luiz e Thiago Bonifácio, haviam sido ordenados subdiáconos no último 21 de março, e, seguindo a praxe do instituto, tinham já previstas suas ordenações diaconais para o final do primeiro semestre. Porém, tanto o subdiácono Thiago, quanto o subdiácono José Luiz ficaram de fora do cronograma normal das ordenações desta vez.
Da esq. para direita: seminaristas José Luiz, Adolfo Andrés, Guillaume Touche e Thiago Bonifácio, em sua ordenação subdiaconal (março de 2015).
Além disso, também contrariando a praxe do IBP, não foram ordenados sacerdotes os seminaristas brasileiros Pedro Gubitoso e Tomás Parra, ordenados diáconos em junho de 2014, depois de terem recebido o subdiaconato em abril do mesmo ano, após a visita do Mons. Guido Pozzo ao seminário.
Os subdiáconos Tomás Parra (esq.) e Pedro Gubitoso (dir.) recebem o diaconato
Oxalá esses atrasos tenham sido ocasionados por questões meramente circunstanciais e que logo a Igreja no Brasil possa receber os reforços de mais essas vocações.
Em 2013, dois brasileiros da Montfort – os agora Padres Luiz Fernando Pasquotto e Renato Coelho – também tiveram suas ordenações sacerdotais atrasadas por causa da crise institucional que se abateu sobre o IBP naquele ano.
Enquanto isso, os reforços ao avanço da difusão da liturgia tradicional vêm da parte de Dom Fernando Rifan, que ordenou mais um diácono pela Administração Apostólica São João Maria Vianney em 21 de junho último: o seminarista Domingos Sávio Silva Ferreira.
Ordenação diaconal do seminarista Domingos Sávio, junho de 2015
A vocação do agora diácono Domingos Sávio é resultado de um longo apostolado da Administração, sendo ele proveniente da Paróquia Pessoal Nossa Senhora de Fátima e Santo António de Pádua. O diácono Domingos Sávio será ordenado sacerdote no próximo 12 de dezembro.
Por Manoel Gonzaga Castro* – FratresInUnum.com: O mês de maio foi prenhe de boas notícias para os católicos ligados à liturgia tradicional do sistema Ecclesia Dei/Summorum Pontificum.
Conforme noticiado, 3 de maio foi de fato o último dia da Santa Missa em sua forma extraordinária na Capela do Colégio Monte Calvário em Belo Horizonte, porém Dom Fernando Rifan conseguiu obter do arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo um novo local para essas celebrações na capital mineira. Dessa forma, sem interrupção, já em 10 de maio, domingo, o excelso sacrifício foi oferecido na Capela do Colégio Santa Maria. Mais informações sobre o local e os horários das missas em: http://missatridentinabh.blogspot.com.br/
Essa é, sem dúvida, uma excelente notícia para todos os fiéis frequentadores da forma extraordinária em Belo Horizonte, ainda mais considerando a intensificação das visitas dos padres da Administração Apostólica São João Maria Vianney a essa cidade.
Proibido de atuar na capital mineira por Dom Walmor, também como noticiado, o IBP tem estudado uma expansão para o Nordeste, em locais não atendidos pela Administração. Como palestrante do 1º Congresso Montfort do Nordeste, o Pe. Luiz Fernando Pasquotto esteve recentemente em Recife, onde pôde travar contato com algumas dezenas de fiéis interessados na liturgia tradicional.
Para o maior bem da Santa Igreja, tomara que o IBP consiga se expandir para o Nordeste, dado seu relativo insucesso no Sudeste, muitas vezes motivado por questões não eclesiais.
Bem articulado em todos os seguimentos de tradicionalistas regulares, finalmente, o Pe. Jefferson Pimenta foi nomeado pároco pela Diocese de Santo André. Sua via crucis foi longa. Em um período de cerca de um ano, Pe. Jefferson – que celebra obedientemente as duas formas do rito romano – foi removido duas vezes de posto. Primeiro, da Paróquia Nossa Senhora da Prosperidade, onde empreendia uma grande reforma arquitetônica, e depois da Paróquia São Francisco de Assis. Isso afetou o apostolado do Pe. Jefferson com a forma extraordinária, porque ele acabou afastado de sua base de fiéis desejosos dessa missa, quando foi finalmente transferido para a Paróquia São Judas Tadeu, que fica em Ribeirão Pires – distante cerca de 30Km.
Apesar das dificuldades, Pe. Jefferson iniciou corajosamente o apostolado da forma extraordinária na Paróquia São Judas e agora, conforme noticiado por Fratres in Unum, terá um novo bispo que, esperamos e rezamos, apoiará suas iniciativas.
Por fim, surgem rumores fortíssimos de que o Pe. Edivaldo Oliveira, considerado filho do falecido e polêmico Professor Orlando Fedeli, está começando uma nova obra, a Fraternidade São Mauro. Segundo os rumores, a nova fraternidade gozará do privilégio de uso exclusivo do chamado Rito Tridentino e receberá vocações masculinas e femininas. A vida religiosa feminina seria comandada pela viúva Ivone Fedeli, segundo informações ainda não oficialmente confirmadas desta que seria uma grande notícia!
Por ora, não há nenhum comunicado público do Reverendíssimo Pe. Edivaldo Oliveira a respeito de qual bispo autorizaria a existência da Fraternidade São Mauro, quais seriam suas prerrogativas e sobre como ela funcionaria.
O Pe. Edivaldo permanece incardinado na Diocese de Ciudad del Este, onde foi ordenado, em em 17 de agosto de 2013, por Dom Rogelio Livieres, que foi vítima de uma dramática deposição em setembro de 2014. Apesar de diocesano de Ciudad del Este, Pe. Edivaldo tem intensa atuação no Brasil, onde permanece boa parte de seu tempo junto ao Colégio São Mauro, em São Paulo, e em Fortaleza.
No final de maio, Pe. Edivaldo celebrou a Santa Missa na Festa Anual da Montfort em Itapetininga, SP, e, com pompa e circunstância, liderou a peregrinação do Colégio São Mauro a Aparecida:
Padre Edivaldo com o Colégio São Mauro em Peregrinação a Aparecida, maio de 2015
Rezemos para que a Santa Missa no rito tradicional, juntamente com uma sólida formação doutrinal e moral, seja sempre e cada dia mais difundida no Brasil!
Em março do ano passado, o Superior do IBP na América Latina, Pe. Mathieu Raffray, anunciou jubilosamente a autorização recebida do Bispo Oscar Sarlinga para que fosse instalada uma casa do instituto na diocese de Zárate-Campana, situada na Província de Buenos Aires.
Porém, essa instalação, infelizmente, não chegou a se efetivar por interferência do Núncio Apostólico na Argentina, Dom Emil Paul Tscherrig, que agora intermediou o reconhecimento civil da FSSPX.
Fontes argentinas informam que o IBP, disseminando teses rotuladas por seus adversários como “cripto-lefebvristas” dentro da estrutura diocesana, incomodaria mais a Francisco que a FSSPX, a qual mantém uma vida à parte.
Em Zárate-Campana, o IBP seria encarregado de um colégio.
Os sinos recém inaugurados foram abençoados em fevereiro passado, por Dom Fernando Guimarães, arcebispo do Ordinariato Militar.
Mais informações sobre o apostolado do IBP em Brasília podem ser obtidas no site http://missatridentinaembrasilia.org/, em que são periodicamente publicados os sermões do Pe. Daniel.
Além da Capela Nossa Senhora das Dores, os fiéis brasilienses podem assistir à Missa Tradicional por meio da Capelania Divino Mestre, com Pe. Sérgio David de Araújo.
A capelania, reconhecida oficialmente pela Arquidiocese de Brasília, continua o trabalho de aplicação do Summorum Pontificum que teve origem, com o Pe. Sérgio, no Instituto Bíblico de Brasília, sob a proteção de Dom Terra, bispo auxiliar emérito de Brasília e conhecido ratzingeriano.
Dessa forma, o Pe. Sérgio foi um dos pioneiros na difusão da Missa Tridentina na capital federal e o Instituto Bíblico de Brasília foi, por muitos anos, o único local a oferecê-la regularmente. Mais informações em: http://missatridentinaembrasilia.com/.
Ordenações sub-diaconais
No último 21 de março, sábado, ocorreram as ordenações sub-diaconais de mais dois brasileiros, o mineiro Thiago Bonifácio e o paulistano José Luiz Zucchi, pelas mãos de Dom Raymond Séguy, bispo emérito de Autun.
Próximas ordenações e avanço do IBP no Brasil
Ainda em 2015, no meio do ano, serão ordenados sacerdotes mais dois brasileiros, os diáconos Pedro Gubitoso e Tomás Parra. Todas essas vocações são fruto do apostolado do Prof. Orlando Fedeli e fazem parte da Associação Cultural Montfort.
Em relação a essas ordenações, ainda não se sabe qual será a estratégia adotada pelo IBP no Brasil, isto é, se esses novos sacerdotes engrossarão as fileiras do instituto em São Paulo e em Brasília ou se haverá expansão para novas cidades.
Provavelmente, um deles será enviado para Brasília, para auxiliar o Pe. Daniel Pinheiro, pois São Paulo já conta com dois sacerdotes, os Padres Renato Coelho e Luiz Fernando Pasquotto, que basicamente têm se dedicado ao atendimento dos membros do grupo Montfort. Já o público do Pe. Daniel, em Brasília, é mais diversificado.
Por enquanto, não há novas informações sobre a situação em Belo Horizonte, onde o IBP foi momentaneamente proibido de atuar por Dom Walmor Oliveira de Azevedo. A diocese de Osasco permanece bloqueada ao Bom Pastor também, como informado. Belém do Pará, visitada pelo Pe. Philippe Laguérie em dezembro de 2014, também parece ser uma possibilidade. Especula-se, ainda, nova tentativa no Rio de Janeiro, onde o Cardeal Dom Orani Tempesta preferiu não receber o instituto em 2012.
Em tempo
Aproveitando sua viagem à Europa para acompanhar a ordenação sub-diaconal de seu filho, José Luiz, o Sr. Alberto Zucchi, dissidente da TFP e atual presidente da Associação Cultural Montfort, encontrou-se com o Cardeal Raymond Burke.
Levando em consideração o prestígio do purpurado em meios conservadores, tal encontro pode ser importante para a expansão do apostolado do IBP no Brasil, haja vista a estreita relação que esse instituto possui com a Montfort.
Essa visita chama atenção, pois – após a publicação dos recentes elogios que Dom Burke e Dom Athanasius Schneider proferiram sobre Plínio Corrêa de Oliveira e que foram divulgados por Fratres in Unum (aqui e aqui) – o Sr. Zucchi reagiu da seguinte forma em seu site: “Sejam eles quem forem, aqueles que apoiam Plínio Corrêa de Oliveira ou estão enganados ou são traidores da Igreja; aqueles que se omitem são covardes”.
Nessas circunstâncias, é de se esperar que ele não tenha se omitido sobre essa questão em seu encontro com o Cardeal Burke e que tenha corrigido fraternalmente o eminente prelado.
De nossa parte, fazemos votos de que tudo tenha concorrido para o mais alto bem da Santa Igreja e – como mero noticiador de fatos e fiel a nosso compromisso de fornecer informações completas sobre os assuntos veiculados – comprometemo-nos a divulgar também os resultados desses diálogos, sejam eles quais forem.
Por Manoel Gonzaga Castro | Fratres in Unum.com:Como se sabe, há uma grande e lamentável divisão entre os católicos tradicionais. Recentemente, apesar dos problemas internos do “movimento tradicional” e do status canônico diverso, os tradicionalistas tanto da recém-fundada União Sacerdotal Marcel Lefebvre (dissidência da Fraternidade São Pio X, popularmente conhecida como “Resistência”) quanto do Instituto do Bom Pastor sofreram reveses por causa da oposição das autoridades eclesiásticas de Minas Gerais.
Clique para ampliar.
Em meados de dezembro de 2014, o Bispo da Diocese de Itabira, Dom Marco Aurélio Gubiotti, fez circular em todas as paróquias de sua jurisdição um comunicado (imagem à direita) alertando os fiéis a não participarem das Missas Tridentinas da “Missão Cristo Rei” ou “Associação Santo Atanásio”. O motivo disso seria o fato de que “esse grupo, ao não aceitar o Concílio Vaticano II e nem as orientações atuais da Igreja, se coloca fora da comunhão e fora da Igreja”.
Por sua vez, o Instituto do Bom Pastor, fundado em 2006 como Instituto de Direito Pontifício, por determinação do senhor Arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo, também está proibido de atuar em Belo Horizonte. Já há algum tempo, os reverendíssimos Pe. Renato Coelho e Pe. Luiz Fernando Pasquotto, instalados em São Paulo, visitavam regularmente a capital do estado de Minas com o intuito de estender o apostolado e, segundo alguns, eventualmente estabelecer ali uma casa do instituto. A última visita ocorreu no dia 03 de janeiro, sábado, quando o Pe. Pasquotto deu uma palestra e atendeu confissões, além de celebrar a Santa Missa.
Todavia, apesar das contínuas tempestades com as autoridades eclesiásticas, as rusgas internas não se aquietam. Na ocasião, alguns fiéis que assistiam à Missa do Pe. Pasquotto relataram perplexos o aviso que teria sido dado pelo jovem sacerdote de que pessoas que frequentam as capelas da chamada “Resistência” e da FSSPX, sem maiores distinções, não poderiam comungar em uma missa do IBP.
Ainda não está claro o motivo da decisão de Dom Walmor, pois o IBP, diferentemente da “Resistência”, não é considerado um grupo separado em situação canônica irregular, mas se encontra em plena comunhão com a Igreja, já que oficialmente subordinado à Comissão Ecclesia Dei e à sua orientação de leitura dos documentos do Concílio Vaticano II conforme a já famosa “hermenêutica da reforma na continuidade”. Para explicar a decisão do arcebispo, os fiéis especulam sobre fatores diversos: 1) a resistência do clero progressista local à liturgia tradicional, o que justifica as medidas para controlar sua expansão; 2) a acusação de que os sacerdotes do IBP manteriam uma posição “cripto-lefebvrista” em relação ao Vaticano II e à Missa de Paulo VI; 3) e também a já estabelecida e consolidada presença da Administração Apostólica São João Maria Vianney.
Segundo fiéis locais, uma carta foi enviada ao Superior do IBP, que se encontra na França e que esteve recentemente em Belo Horizonte, sobre os motivos da proibição. Espera-se que o instituto esclareça o ocorrido em breve.
Fiéis da diocese de Osasco, em São Paulo, noticiam que o IBP também foi proibido de atuar lá, o que faz que esses dois sacerdotes fiquem restritos basicamente ao atendimento espiritual dos membros do grupo Montfort, do qual participam.
Felizmente, as Missas tradicionais continuam em Belo Horizonte regularmente, todos os domingos, na Capela Nossa Senhora do Monte Calvário, às 09:30, a cargo da Administração Apostólica São João Maria Vianney e do Padre Íris Mesquita, sacerdote diocesano.
Enquanto o IBP não retorna a BH, cabe esperar que haja paz e respeito entre católicos – leigos e sacerdotes – que se dedicam à liturgia e à doutrina tradicional, apesar das divergências — que merecem e devem ser debatidas, com civilidade. E que eles sejam pelo menos tolerados pelas autoridades eclesiásticas do Brasil na atual situação de crise da Igreja: fratres in unum.
* * *
[Atualização – 29 de janeiro de 2015, às 15:02] Com o compromisso de informar aos católicos do Brasil, deixamos nosso blog à disposição do reverendíssimo Pe. Luiz Pasquotto e do Instituto do Bom Pastor para todo e qualquer esclarecimento que julgarem oportuno divulgar.
[Atualização – 31 de janeiro de 2015, às 10:03] O leitor Eugenio relata: “A missa que ocorreu a recusa da comunhão a um fiel da resistência não foi dia 03 de janeiro e sim dia 4/10/2014. O Padre Pasquoto no início da homilia disse o seguinte: “Sei que existem pessoas aqui que frequentam missas dos padres da dita resistência, como por exemplo Padre Cardozo. Estes padre comungam de idéias que não são católicas […] Quem compartilhar destas idéias espero que não se aproxime da eucaristia.” A pessoa a quem foi endereçada esta fala é um amigo pessoal que pode confirmar a qualquer momento o que foi dito”.
Reforçamos que estamos à disposição do IBP para divulgar seus esclarecimentos.
Na última sexta-feira, 9 de janeiro, o Prof. Roberto De Mattei ministrou uma conferência no seminário do IBP em Courtalain, França, sobre Sínodo das Famílias, a Cúria Romana e o Concílio Vaticano II, conforme noticiado pela página oficial do instituto no facebook.
O Prof. De Mattei está na França e falou também no congresso da revista Courrier de Rome, que é organizado pela FSSPX e que ocorreu em Paris de sexta até ontem, sob o seguinte tema: “1914 – 2014, a reforma da Igreja segundo São Pio X e segundo o Vaticano II”. Especificamente, o Prof. De Mattei tratará da “liberdade religiosa e da separação da Igreja e do Estado”.
Schneider, oriundo da Ordem dos Cônegos Regulares da Santa Cruz (no Brasil, mais conhecida pela associação chamada “Obra dos Santos Anjos”), viveu por alguns anos no Brasil, especificamente em Anápolis e Guaratinguetá, onde ficam os mosteiros da ordem, e fala português fluentemente. Na diocese goiana, recebeu, em 1990, a ordenação sacerdotal das mãos de Dom Manoel Pestana Filho e foi professor do seminário diocesano.
Assistiram as cerimônias os sacerdotes do Instituto do Bom Pastor, os Padres Luiz Fernando Pasquotto e Renato Coelho, superior do IBP no Brasil. Na ocasião, foram crismados alunos do Colégio São Mauro, dirigido pela Profa. Ivone Fedeli, bem como membros da Associação Cultural Montfort, presidida pelo Sr. Alberto Zucchi, e amigos dela provenientes de outras localidades.
Cerimônia atraiu pessoas de várias cidades
Marcos, 25 anos, viajou cerca de duas horas desde o interior de São Paulo para a celebração. Ele foi um dos muitos que compareceram, graças ao anúncio exclusivo de Fratres in Unum – infelizmente, outros meios de comunicação católicos não deram espaço à divulgação de tão importante marco para a Missa Tradicional no Brasil.
Apesar da distância e do horário incomum, o esforço valeu a pena: “A cerimônia esteve muito solene e bela. Dom Athanasius falou primeiramente sobre o sacramento da crisma, da marca indelével que deixa no fiel católico (marca que carregamos ao inferno, se não nos salvarmos), das armas espirituais que dá ao cristão para combater as tentações, o mundo e o diabo. Comentou sobre os sete dons do Espírito Santo e instou aos crismandos que fossem soldados de Cristo, vivendo sua fé com coragem em todos os ambientes”, disse Marcos.
Fiéis em fila para receber o Sacramento da Crisma.
Primeiramente, houve administração do Sacramento da Crisma, sendo que a Santa Missa começou somente por volta das 22 horas.
O canto sacro ficou por conta dos corais Exsultet, da Montfort, responsável pelo canto gregoriano nas Missas Tridentinas no Mosteiro de São Bento aos domingos, e Flammula Chorus, coral polifônico do colégio São Mauro. “A missa solene teve a liturgia muito bem coordenada e as vozes do coral (tanto gregoriano como polifônico) eram celestiais, dignas de toda honra da cerimônia”, acrescentou Marcos.
Um dos fiéis comentou que aquele momento tinha uma dimensão muito maior, pois era considerado como sendo uma continuação concreta do trabalho do Professor Orlando Fedeli por meio de seus filhos espirituais, os padres Pasquotto e Coelho. Perguntado mais precisamente sobre o que seria esse trabalho, ele esclareceu que aquelas cerimônias eram encaradas por muitos como uma oficialização pelas autoridades eclesiásticas da luta histórica do grupo Montfort contra a Missa Nova e contra o Concílio Vaticano II. “É o que nós sempre enfatizamos: Bento XVI deu ao IBP a missão de corrigir os erros do Concílio Vaticano II e de não celebrar a Missa Nova”, declarou. “Por isso, é muito importante essa cerimônia, permitida pelo Cardeal de São Paulo, Dom Odilo. A impressão que se tem é a de que, finalmente, a Igreja reconheceu a legitimidade de nossa causa”, concluiu.
Crismandos de várias idades e localidades
Entre os alegres crismandos, era possível ver desde pequenas crianças, de 7 ou 8 anos, até adultos que se aproximavam do Santo Altar, para ouvir da boca do senhor bispo: “Eu te assinalo com o sinal da Cruz, e te confirmo com o Crisma da salvação, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amén”.
Pessoas de fora, como um grupo de cerca de 10 jovens, entre crismandos e padrinhos, de Presidente Prudente, deixaram suas dioceses de origem para poder receber o sacramento no rito tradicional na Arquidiocese de São Paulo – lamentavelmente, impossibilitados de o receber das mãos de seus próprios bispos, como seria o ideal.
A Paróquia São Paulo Apóstolo ficou repleta de fiéis.
Grande afluxo de fiéis
Por causa do horário, nem todos os participantes da cerimônia da crisma puderam permanecer para a Missa Pontifical. Mesmo assim, as hóstias consagradas na Missa se acabaram, de modo que foi preciso recorrer às partículas do Sacrário, que também não foram suficientes, e nem todos puderam comungar.
“Alguns pontos causaram estranhamento a quem não é da Montfort”, afirmou o jovem Marcos, completando: “a ausência completa de microfone durante toda a missa, que enfim é compreensível, mas que poderia ter sido diferente. A missa não teve homilia, certamente por conta do horário, e porque o bispo já havia falado antes, e a não distribuição de comunhão aos fiéis, somente os crismados e padrinhos comungaram”. Marcos notou algo incomum nas paróquias brasileiras de hoje em dia, mas previsto inclusive pelo Catecismo da Igreja Católica: “Ainda há a questão de ver crianças muito pequenas sendo crismadas, talvez com a idade de 7 ou 8 anos”. Questões secundárias, claro, diante da magnitude do que se viu na noite de domingo.
Ao fim, os católicos presentes saíram edificados pela beleza e sacralidade dos ritos, certamente agradecidos a Dom Athanasius Schneider pelo dom concedido, mas também às autoridades da Arquidiocese de São Paulo: primeiramente, ao Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer, bem como aos bispos auxiliares Dom Edmar Peron, da região do Belém, onde fica a Paróquia São Paulo Apóstolo, e a Dom José Roberto Fortes Palau, da região do Ipiranga, à qual pertence o Colégio São Mauro. Embora nenhum sacerdote, exceto os do IBP, estivesse presente na cerimônia, deve ser recordado também o senhor pároco da Paróquia São Paulo Apóstolo, Pe. Reginaldo Donatoni, que tão generosamente acolhe os sacerdotes do IBP que lá celebram a Santa Missa segundo a forma extraordinária.
13 de julho de 2014: Dom José Aparecido, bispo auxiliar de Brasília, abençoa a nova capela do IBP na capital federal.
Salve Maria!
Em Brasília, Capital Federal, com a graça de Deus e o resultado do frutuoso apostolado do Pe. Daniel Pinheiro, IBP, e claro, o apoio de Arcebispo D. Sérgio da Rocha, agora também contamos com uma igreja construída segundo a arquitetura tradicional, Barroca, a Capela de Nossa Senhora das Dores, que conta inclusive com bênção do bispo auxiliar de Brasília.
Segue link com imagens da capela que ainda está em obras.
Está disponível no site também a homilia do Pe. Daniel sobre a arquitetura Sacra Católica Tradicional.
Comunicado divulgado hoje pelo Capítulo Geral do Instituto do Bom Pastor:
Padre Roch Perrel.
O Instituto do Bom Pastor, em seu capítulo geral, o segundo depois da fundação, refletiu sobre esses seis anos decorridos e confirmou seus recentes estatutos na fidelidade aos compromissos assumidos em 2006. Sendo uma jovem fundação, o Instituto do Bom Pastor se consolida guiado pelos estatutos aprovados pela Santa Sé, em torno dos quais numerosos padres e seminaristas se uniram no serviço da Igreja. Foram eleitos: o Padre Roch Perrel, Superior Geral; Primeiro Assistente, Padre Paul Aulagnier; Segundo Assistente, Padre Leszek Krolikowski; Padre Stefano Carusi, Terceiro Conselheiro; Padre Louis-Numa Julien, Quarto Conselheiro. Invocando a proteção da Santíssima Virgem Maria e seu Divino Filho Jesus, Bom Pastor.
Padre Leszek Krolikowski
Secretário do Capítulo Geral, Courtalain, 6 de julho de 2012.
Padre Roch Perrel, atual reitor do Seminário São Vicente e antigo Superior do Brasil, é o novo Superior Geral do Instituto do Bom Pastor. Félicitations, Monsieur l’Abbé!
Todavia, este comunicado não está divulgado em nenhum veículo oficial do Instituto. E o site oficial adverte a respeito: “Toda comunicação oficial do Instituto do Bom Pastor deve, evidentemente, ser publicada neste site”. O que ocorre, então?
Ao que tudo indica, houve uma cisão no Capítulo. Os velhos dirigentes parecem não aceitar a nova composição de governo do IBP.
Em seu blog, o [ex?] Superior Geral enigmaticamente aborda o assunto. Ele evoca o Direito Canônico para afirmar que, uma vez proclamado o resultado do Capítulo e tendo o eleito aceitado o encargo, apenas uma instância superior poderia contestar tal decisão. E assina, após insinuar um recurso à Sé Apostólica [“todos os caminhos levam a Roma…”]: “Padre Phillippe Laguerie, Superior Geral do Instituto do Bom Pastor”.
Fora o Padre Laguerie reeleito e, uma vez contestada a sua reeleição, outro superior acabou escolhido? Não está a nosso alcance saber.
Até que a situação se esclareça, o que podemos inferir do comunicado (ainda não divulgado em nenhum outro meio, mas cuja autenticidade foi diligentemente certificada pela nossa edição) é a vitória interna dos “compromissos assumidos em 2006”, caracterizados especificamente pelo Rito Latino Gregoriano enquanto “exclusivo” do Instituto e pelo serviço de uma “crítica séria e construtiva” aos textos do Concílio Vaticano II.
Já abordamos as divergências no IBP e a insurgência da Comissão Ecclesia Dei contra esses mesmíssimos princípios fundacionais aqui.
A nova direção do IBP é composta por padres jovens — com exceção do Pe. Aulagnier, braço direito de Dom Lefebvre por décadas — comprometidos com as razões originais pelas quais “se uniram no serviço da Igreja”. Padre Carusi, editor de Disputationes Theologicae, assume posto de importância, enquanto seu franco opositor, Padre De Tanöuarn, antigo Primeiro-Assistente, cai no ostracismo.
No mês passado, a carta aos amigos e benfeitores do seminário do Instituto já afirmava: o Capítulo Geral “é também o momento de examinar a fidelidade dos padres aos princípios fundadores do Instituto, tanto doutrinais como pastorais ou espirituais […] Alguns até pensaram que o IBP, sendo fruto do encontro surpreendente de personalidades fortes (os padres Laguérie, Tanoüarn e Héry), não poderia formar uma comunidade. Os mesmos previam uma explosão em pouquíssimo tempo. Vários anos depois, o IBP ainda está aí, mesmo que haja divisões em suas fileiras”.
Resta agora saber como e se o Instituto sobreviverá a esta que é, até agora, a sua mais árdua prova.
Conforme já havíamos anunciado, no último dia 29, festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, em Bordeaux, Dom Fernando José Monteiro Guimarães, bispo diocesano de Garanhuns (PE), ordenou sacerdote o brasileiro Daniel Pereira Pinheiro, juntamente com Yvain Cartier e Giorgio Domenico Lenzi. Outros dois brasileiros, Luis Fernando Karps Pasquotto e Renato Arnellas Coelho, foram ordenados diáconos.
Já no Brasil, Padre Daniel celebrará uma Santa Missa solene às 10h30, no próximo dia 7, sábado, 5º aniversário da promulgação do Motu Próprio Summorum Pontificum, na paróquia Santo Cura d’Ars, situada na 914 sul, em Brasília (DF). Também no domingo, na mesma paróquia, ele celebra Missa às 11:30.
As fotos da primeira Missa do Padre Daniel podem ser vistas aqui.